quarta-feira, julho 23, 2014

Dunga não veio para mudar... veio para confundir.

Charge: Mário Alberto


Dunga é novo treinador da seleção brasileira...

Novo?

Bem, o mais novo...

Ele chegou menos pesado, menos ranzinza, menos amargo.

Chegou para mudar?

Não.

Chegou para ser o escudo da cartolagem...

Para fazer o papel de para-raios.

Dunga não tem o perfil necessário para chamar para si as mudanças.

Hoje, no Brasil...

Nem Dunga e nem ninguém, tem tal perfil.

As mudanças necessárias e urgentes vão além da seleção...

Mudar significa demolir a estrutura de poder que vigora...

Significa romper com o atraso.

Não duvido que Dunga consiga montar uma boa equipe...

Apesar dos pesares, ainda produzimos talentos...

Não tantos quanto antes, mas produzimos.

Dunga não veio, repito, para mudar nada...

Veio para tentar ganhar a Copa América, montar um time competitivo para as eliminatórias e nos manter nessa letárgica discussão, onde as consequências ganham muito mais destaque que as causas.

É nas causas que vamos encontrar o que nos aflige...

Investir em novos talentos é um caminho.

Se faz urgente rever a legislação...

Os direitos dos jogadores devem ser preservados, mas os clubes precisam de garantias mínimas ao investir nas futuras gerações.

Há que se criar um geração de atletas mais conscientes em relação ao esporte que praticam...

No futebol não tem mais lugar para imaturos...

Boleiros infantilizados em busca dos holofotes...

O futebol de hoje, exige comprometimento, exige uma postura adulta e não um comportamento de celebridade de segunda categoria...

É chegada a hora do profissional.

O mesmo serve para os treinadores...

Chega de prima donas autoritárias e cheias de esquemas.

Os treinadores precisam entender o seu papel...

Precisam se transformar em “professores” de verdade...

O treinador em última instância é o maestro que conduz a orquestra e que garante o bom espetáculo.

Aos dirigentes, cabe uma gestão mais realista...

Cabe ter a coragem para dizer com todas as letras: isso é possível, isso não é possível.

Dirigir é estar pronto para dizer não, quando o não se fizer necessário...

É defender de forma intransigente o hoje, para que se possa ter um amanhã.

Enfim, o Dunga não fará nada além de ser a vidraça que vai suportar as pedras e catar os estilhaços afim de evitar que quem manda saia ferido.

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