sexta-feira, outubro 24, 2014

Viva as avozinhas de Limpopo, África do Sul...

Imagem: Autor Desconhecido

Velhos não são os trapos... 

Elas dizem e prometem repetir até convencerem toda as pessoas.

“Elas” são as Vakhegula Vakhegula (Avozinhas Avozinhas, na língua tsonga falada nas províncias do nordeste da África do Sul).

Há poucos dias, publiquei uma foto dessas senhorinhas sul-africanas, depois de ler no jornal “O Publico” de Portugal uma matéria sobre elas...

Pensei em copiar e colar a notícia, mas resolvi ler um pouco mais e formar minha própria opinião.

A equipe foi formada em 2006...

No Brasil pouco se fala sobre o assunto, mas na Europa, África, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia elas são um sucesso...

Sucesso que foi impulsionado pela Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul e que incentivou nos países citados, pessoas a copiarem a iniciativa das Avozinhas, Avozinhas.

Como se entra no time?

O critério principal é a idade...

A experiência tem prioridade sobre a juventude e as portas estão abertas para mulheres a partir dos 50 anos...

No entanto, não há limite, a não ser é claro, aquele imposto pelas forças de cada uma.

De quem foi a ideia?

A idealizadora é Beka Ntsanwisi. 

“Estive muito doente e, de cada vez que ia a um hospital, ficava impressionada pela quantidade de mulheres mais velhas com quem cruzava e pelas condições de saúde em que estavam...”

Em meio a luta contra a doença Beka decidiu lançar um projeto que levasse as mulheres mais velhas a manterem-se ativas...

“O objetivo era evitar que ficassem em casa e cedessem à solidão. Algumas nem conseguiam caminhar normalmente, tudo o que faziam no tempo livre era tricotar ou ficar sentadas. Com o futebol correm, gritam, lutam... mantêm-se jovens”.

Vencida a luta contra o câncer, Beka deu o ponta pé inicial ao projeto e seu primeiro desafio foi convencer as mulheres a quem procurava...

“Elas temiam machucar-se, quebrar uma perna...”

A insistência deu frutos e não demorou muito, Beka tinha à seu lado, senhoras entusiasmadas e felizes por se sentirem vivas novamente.

O melhor no entanto, foram os resultados positivos...

Mulheres que antes se debatiam com problemas de saúde, como pressão arterial elevada, tiveram sensível melhora...

No aspecto físico e mental, as mudanças são visíveis.

Nos treinos, as canções são uma constante...

As saias coloridas chamam a atenção e elas, já tem suas vedetes...

Beatrice Tshabala é tratada por Messi e Christina Machede é Maradona.

De onde elas vem?

As “avozinhas do futebol” surgiram na township (zonas pobres nas periferias das cidades e que, durante o apartheid, estavam reservadas aos não-brancos) de Nkowankowa, na província de Limpopo. 

Foi tudo muito rápido, em pouco tempo, sete outras equipes tinham sido criadas e treinavam regularmente....

Daí para a criação de um campeonato, foi um passo...

Surgiu o Top Eight, disputado duas vezes por ano entre os oito principais times da província...

 “O meu sonho é ter um campeonato africano das avós”, diz Beka Ntsanwisi, que é conhecida na província de Limpopo como “Madre Teresa”. 

Agora, o mais curiosos...

Beka, não joga em nenhuma equipe...

Seu trabalho é junto as comunidades pobres da região, prestando cuidados às crianças e num projeto de combate à AIDS...

Aos 45 anos, ainda é relativamente jovem para integrar as Vakhegula Vakhegula – cuja jogadora mais velha tem 79 anos. 

Mas Beka sonha...

“Um dia quero jogar com elas”.

Texto baseado na matéria do jornal "O Público" de Portugal.

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