segunda-feira, setembro 26, 2016

Reduzir a importância da educação física na escola não é inteligente...

O “novo governo brasileiro” claudica, e, como o seu antecessor, peca na hora de se comunicar...

Não vou entrar no mérito do projeto apresentado pelo MEC que visa mudar a grade curricular nas escolas – não sou especialista no assunto e, portanto, não me vejo em condições de elogiar ou atacar aquilo que não conheço com um mínimo de profundidade.

Entretanto, tenho buscado ler quem aplaude e quem critica...

Chamo isso de buscar iluminar as trevas.

Porém, me incomodou a decisão de tornar a educação física, matéria não obrigatória...

Uma caca do MEC, certamente aprovada pelo chefe, Michel Temer.

“Eliminar” a educação física é uma afronta...

É condenar milhares de jovens a submissão a ditadura do futebol.

Um país que pretende abraçar a diversidade tem a obrigação de ampliar o horizonte esportivo de seus jovens...

O Brasil que na prática nunca teve uma política esportiva digna, com essa decisão enterra de vez qualquer chance de ter uma, seja a médio ou a longo prazo.

Abaixo a análise do jornalista Mauro Beting, com a qual concordo integralmente...

Por Mauro Beting

Um mês após o término dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o governo brasileiro apresentou projeto de reforma curricular em que deixa de ser obrigatória a disciplina de educação física nas escolas do ensino médio.

A proposta é uma ofensa à tudo o que foi defendido pelo país em relação ao projeto de defesa da candidatura olímpica brasileira, lá em 2009.

Não ter mais a obrigação de aprender a educação física nas escolas é ir contra tudo o que já se mostrou eficiente em termos de transformação de um país numa potência esportiva.

Um dos grandes discursos de legado esportivo dos Jogos Olímpicos usado por Londres é o quanto aumentou a prática de outras modalidades além do futebol nas escolas após 2012.

Não foi só o Team GB que evoluiu após os Jogos Olímpicos. As escolas passaram a ter mais oferta de prática esportiva e maior interesse em implementar uma cultura mais multitemática no país.

Sofremos, por aqui, de dois males.

O primeiro é a ditadura do futebol, que ocupa a maior parte do espaço na mídia e, consequentemente, da audiência e do investimento.

O segundo é a falta de ensino, nas escolas, do esporte, algo que seria importante para dar maior bagagem cultural e, assim, ajudar a reduzir o peso do futebol num país tão diverso como é o nosso.

Durante décadas convivemos com escolas com estrutura precária para a prática de atividade física, o que já interfere na nossa transformação.

O que será de nós então sem ensinar esporte?

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