quarta-feira, fevereiro 15, 2017

Não aprendemos com as tragédias...

Imagem: Autor Desconhecido


Não aprendemos nada com a tragédia da Chapecoense

Morte em clássico é sinal de que clubes não superaram clima de guerra

Por Adalberto Leister Filho

Infelizmente, não aprendemos nada com a tragédia da Chapecoense.

Por cerca de um mês vivemos no reino da fantasia esportiva.

Sucessivas homenagens foram feitas às vítimas. 

Os clubes ensaiaram uma aproximação.

Houve manifestações de solidariedade emocionantes.

A história de que rival não é inimigo foi repetida à exaustão.

Falou-se em paz.

Passado esse período, o clássico Botafogo x Flamengo deu o primeiro banho de água fria (ou de sangue) para quem se iludiu.

Com policiamento insuficiente, a entrada do Engenhão, agora oficialmente estádio Nilton Santos, viveu momentos de horror, com tiroteio digno de guerra.

O saldo: a morte do botafoguense Diego Silva dos Santos, de 28 anos, baleado no peito.

Outros sete torcedores feridos foram encaminhados a hospitais.

Ao menos um em estado grave.

Diante dessa celeuma, o que o Flamengo fez para celebrar a vitória?

Postou uma provocação:

“Cadê você? Não adianta fugir, não adianta correr. Deu Mengão no Engenhão só com a Nação: 2x1.”

A mensagem se referia ao fato de o Botafogo, horas antes do jogo, ter pedido o adiamento do clássico, alegando falta de policiamento no entorno do estádio.

Pelo saldo da tragédia, tal temor tinha fundamento.

Para o Twitter rubro-negro, porém, era apenas uma forma de o rival, que jogou com os reservas, “fugir” do jogo.

No dia em que mais uma tragédia ocorria no futebol brasileiro é preciso mais sensibilidade para lidar com a comunicação.

Botafoguenses e flamenguistas feridos no confronto mereciam isso.

Nenhum comentário: