quinta-feira, maio 04, 2017

Patrocínios em queda no futebol brasileiro...

Imagem: Autor Desconhecido


Patrocínio a clubes só cai desde Copa-2014.

Palmeiras se salva.

Por Rodrigo Mattos

Receitas com patrocínio e publicidade têm sido das que mais crescem no futebol mundial.

Não no Brasil.

Com o país em crise econômica, as parceiras comerciais em camisas de clubes perderam valor real nos últimos três anos considerada a inflação, segundo estudo da BDO Sports Management sobre as contas de 2016.

Só quem se salva com valor significativo na camisa é o Palmeiras com a Crefisa.

O estudo da BDO aponta que os 23 clubes mais ricos do país ganharam R$ 524,1 milhões no ano passado com patrocínios.

Houve um crescimento de apenas 4% em relação ao ano anterior sendo que a inflação foi de 6,29%.

Essa perda de valor ocorre, ironicamente, desde o ano da Copa-2014 quando havia a promessa de um boom no futebol nacional.

Naquele ano, houve queda de patrocínios aos clubes depois de anos de alta.

Do final de 2013 para cá, se o investimento tivesse crescido pelo menos o percentual da inflação (22%), teria chegado a R$ 586,8 milhões.

Ou seja, o mercado perdeu em valor real em torno de R$ 60 milhões.

''Se consideramos a inflação, e o investimento da Caixa, o patrocínio voltou ao patamar de 2010'', analisou o consultor da BDO, Pedro Daniel.

''Considerando o dólar que era mais baixo em 2010, o valor caiu. Com o câmbio favorável, seria para as multinacionais quererem investir no futebol aqui. Não aconteceu.''

Isso apesar do investimento pesado da Caixa Econômica Federal em uniformes de clubes chegando a atingir patamar de R$ 150 milhões.

Na prática, o banco responde por 30% do mercado nacional de patrocínio.

Sem esse dinheiro, a queda seria ainda mais acentuada.

Mercados maduros do futebol costumam ter divisão balanceada de receitas.

Na Europa, a TV é a principal fonte de renda, mas não fica tão à frente de patrocínios e bilheteria.

No Brasil, com a queda dos patrocínios, a televisão já responde por cerca de metade das rendas dos clubes do total.

Em 2016, os 23 clubes mais ricos do país arrecadaram R$ 4,962 bilhões.

Desse total, apenas 11% foram de patrocínios aos times.

Há sete anos atrás, em 2010, esse percentual chegava a 17%.

O mercado de publicidade dos clubes simplesmente regrediu.

No ranking, o que se percebe é que o Palmeiras se salvou dessa queda com a Crefisa.

Líder no país no quesito, o clube atingiu R$90,7 milhões em 2016, um crescimento de 30% sobre o ano anterior.

Foi seguido pelo seu rival Corinthians com R$ 71,5 milhões e aumento dentro da inflação.

Já o Flamengo, que era líder, caiu 22%, atingindo R$ 66,3 milhões – isso aumentou sua dependência da televisão.

Fora do topo, São Paulo (77%), Atlético-MG (94%) e Atlético-PR (60%) tiveram evoluções nos seus ganhos de patrocínios significativos percentualmente.

Mas, no caso do tricolor, está recuperado o que tinha perdido em 2015.

E Galo e Furacão partiram de patamares mais baixos.

Veja abaixo o ranking de patrocínios:

1o Palmeiras – R$ 90,7 milhões

2o Corinthians – R$ 71,5 milhões

3o Flamengo – R$ 66,3 milhões

4o Grêmio – R$ 35,5 milhões

5o São Paulo – R$ 35,3 milhões

6o Internacional – R$ 34,2 milhões

7o Atlético-MG – R$ 31,6 milhões

8o Cruzeiro – R$ 26,8 milhões

9o Santos – R$ 22,4 milhões

10o Fluminense – R$ 15,7 milhões

11o Vasco – R$ 13,6 milhões

12o Botafogo – R$ 9,4 milhões

13o Coritiba – R$ 9,4 milhões

14o Sport – R$ 9,3 milhões

15o Bahia – R$ 9 milhões

16o Vitória – R$ 8,8 milhões

17o Chapecoense – R$ 7 milhões

18o  Atlético-PR – 6,8 milhões

19o Figueirense – R$ 6,8 milhões

20o Ponte Preta – R$ 6 milhões

Um comentário:

turmadoisoitocincoefrnnatal disse...

Na contramão da história, para alguns os patrocínios só aumentam. Como é bom morar e viver em um Estado onde o futebol é tratado de forma diferente. Um futebol onde basta mandar um abraço e tudo se resolve. Coisas de gestões profissionais. Temos muito a ensinar.
ADAIL PIRES