domingo, junho 18, 2017

Querem mudar o futebol...

Imagem: Ben Radford/Allsport/Getty Images


O interessante pacote de mudanças nas regras do futebol sugerido pela International Board

Por: Leandro Stein

Os ‘velhinhos’ da International Board se mostram cada vez mais abertos a mudanças no futebol.

Depois da introdução do auxílio do vídeo em algumas competições internacionais e de novidades pontuais nas recomendações às arbitragens, a entidade responsável pelas regras do futebol almeja transformações mais profundas.

Ao menos é isso que aponta o documento publicado neste sábado.

O chamado ‘Play Fair’ pretende debater sugestões para, segundo suas próprias palavras, alcançar “aquilo que o futebol quer”.

O projeto da International Board defende três pontos principais: melhorar o comportamento dos jogadores e aumentar o respeito; aumentar o tempo de jogo; aumentar a justiça e a atratividade.

Para isso, vem com diversas mudanças em potencial sobre as regras.

A principal delas é a alteração na maneira como se marca o tempo de jogo.

Ao invés de 90 minutos corridos, poderiam ser realizados 60 minutos de bola rolando, parando o relógio e evitando assim o anti-jogo exacerbado.

Além disso, as propostas também se debruçam sobre a maneira como pênaltis e faltas são cobrados, sobre o papel do capitão e sobre a expansão do uso dos cartões a membros da comissão técnica, entre outras ideias.

Abaixo, dividimos as principais sugestões da IFAB no ‘Play Fair’ em três estágios: podem ser implementadas imediatamente; estão prontas para teste; precisam ser discutidas pela entidade e pela Fifa.

Logicamente, o pacote de propostas não deve ser aprovado de uma vez só, e sim debatido de maneira independente.

Confira:

Podem ser implementadas imediatamente

– Aumentar a influência do capitão, responsável pela comunicação com o árbitro e/ou único permitido a conversar com o árbitro em uma decisão controversa e/ou elo para tentar apaziguar situações e acalmar companheiros.

– Cálculo mais estrito dos acréscimos, parando o relógio diante de situações específicas, como a cobrança de um pênalti, a comemoração de um gol, o atendimento a um jogador lesionado, a punição a um atleta, as substituições e a marcação da distância da barreira;

– Aplicar a limitação de seis segundos de posse de bola com as mãos ao goleiro de maneira mais efetiva.

Estão prontas para teste

– Cobranças de pênalti seguindo o modelo ABBA de alternância entre os batedores;

– Mostrar cartões amarelos e vermelhos para técnicos ou outros membros da comissão técnica;

– Ser mais rigoroso com jogadores e times que pressionam ou rodeiam os árbitros, podendo até mesmo multar ou deduzir pontos;

– Permitir que defensores recebam a bola dentro da área na cobrança de um tiro de meta;

– Orientar qualquer jogador substituído a deixar o campo pela linha mais próxima, não necessariamente pela linha central, o que causa perda de tempo.


Devem ser discutidas

– Relógio parando quando a bola está fora de jogo, nos cinco minutos finais do primeiro tempo e nos dez últimos do segundo; ou, em uma mudança mais radical, no jogo inteiro, com dois tempos de 30 minutos;

– Permitir que faltas, escanteios e tiros de meta sejam cobradas por um jogador para si mesmo, dando o segundo toque na bola sem que isso configure uma infração – assim, quem sofre a falta pode acelerar o jogo, reiniciando rapidamente o ataque, além de aumentar a dinâmica nos lances de bola parada;

– Transformar as cobranças de pênalti durante a partida em um lance particular, sem rebote; em caso de defesa ou de bola na trave, o goleiro receberia o direito de cobrar um tiro de meta, diminuindo assim imbróglios sobre a invasão da área antes do chute;

– Apitar o final do primeiro ou do segundo tempo apenas quando a bola estiver fora de jogo;

– Estádios com relógios visíveis aos espectadores estarão conectados com os relógios dos próprios árbitros;

– Permitir que o tiro de meta seja batido com bola rolando;

– Realizar antes dos jogos um aperto de mão entre o árbitro e os técnicos, em sinal de respeito;

– Cartão vermelho para um jogador no banco diminuirá o total de reservas para o jogo seguinte ou até mesmo reduzirá uma substituição;

– Deixar mais claras as definições sobre toques com a mão, expulsando jogadores que usarem o recurso deliberadamente para tentar marcar um gol;

– Punir recuos de bola com pênalti, e não mais com tiro livre indireto;

– Conceder ao árbitro o poder de confirmar um gol, caso uma bola seja afastada com a mão em cima da linha.

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