sábado, julho 08, 2017

Para o que serve uma federação? Para tomar dinheiro do seu clube, mesmo quando não faz nada.

Imagem: Arquivo


Federações superam clubes e já ganham milhões à custa dos seus filiados no Brasileirão

FPF, por exemplo, acumula receita superior a 13 clubes na Série A; Líder repassou mais de R$ 500 mil

Por Rodolfo Pinto

O Campeonato Brasileiro da Série A está apenas no começo, mas já tem Federação faturando alto e à custa dos seus filiados.

Alguns clubes podem até estar divididos em disputas de outros torneios, mas a taxa passada às suas entidades é fixa.

Mesmo tendo déficit com a venda de ingressos, os clubes são obrigados a desembolsar uma parte para as Federações.

Para se ter uma ideia, a Federação Paulista de Futebol (FPF) ostenta renda líquida superior a 13 clubes do Brasileirão.

De acordo com o Art. 72 do Regulamento Geral das Competições (RGC), a renda bruta das partidas terá, entre outras deduções, a "taxa da federação local correspondente a 5% da renda bruta, salvo definição de porcentagem diferente especificada no REC".

Isso evita que as Federações fiquem de mãos abanando, uma vez que grande parte dos jogos tem déficits na renda líquida.

Deduzindo 5% da renda bruta, as entidades sempre poderão encher os cofres.

Com cinco representantes na elite nacional, a FPF amealhou, em 11 rodadas, R$ 1.248.925,10.

A entidade de Reinaldo Carneiro Bastos já fatura mais que três dos seus filiados - São Paulo (R$ 1.181.085,04), Santos (R$ 514.686,64) e Ponte Preta (R$ 51.832,80). A renda do Peixe é 2,5 vezes inferior ao montante da FPF.

Já a Macaca vê a FPF embolsar 24 vezes mais.

E não é só isso!

Líder disparado do Brasileirão, o Corinthians foi obrigado a repassar mais de meio milhão de reais à Federação (R$ 558.850,41).

O rival Palmeiras vai pelo mesmo caminho e acumula perdas de R$ 445.390,89.

Mas não são só os paulistas que se dão mal com o apetite voraz daqueles que deveriam zelar pelo bem-estar dos clubes.

Nadando nas verdinhas!

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), por exemplo, voltou a ter os quatro grandes na Série A e tem se deliciado a cada partida.

A FERJ soma receita de R$ 627.231,85.

Detalhe: enquanto a entidade carioca nada nas verdinhas, seu filiado Fluminense amarga o maior rombo do Brasileirão (R$ - 1.081.200,31).

E não é só.

Nunca é só!

Mesmo no vermelho, o Tricolor foi obrigado a repassar R$ 139.244,50 à FERJ.

O Flu é o 7º clube que mais perdeu dinheiro para as Federações.

O Flamengo, por sua vez, já "doou" R$ 256.034,35, ficando atrás apenas dos paulistas Corinthians e Palmeiras.

A FERJ, se fosse um clube, estaria na 11ª colocação do ranking de renda líquida.

E o que dizer da Federação Gaúcha de Futebol (FGF)?

Sozinho, o Grêmio deu praticamente a mesma renda do que a dupla paranaense.

O Tricolor gaúcho perdeu R$ 236.992,15 para a FGF, enquanto Atlético e Coritiba repassaram 236.938,75 à Federação Paranaense de Futebol (FGF).

O montante que a FGF recebeu apenas do Grêmio também supera a parcela recebida pelas Federações da Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina.

Importante se ater ao fato de que essas três entidades contam com dois clubes na Série A do Brasileirão.

A Federação Baiana de Futebol (FBF) abocanhou R$ 181.322,97 de Bahia e Vitória.

Atlético e Cruzeiro deram R$ 170.909,50 à Federação Mineira de Futebol (FMF).

Enquanto a Federação Catarinense de Futebol (FCF) encheu os cofres com R$ 139.505,55 de Avaí e Chapecoense.

A partir deste sábado, torcedor internauta, lembre-se que, quando comprar o ingresso para ver o clube do seu coração, doará uma fatia para a Federação local.

Só 11 rodadas foram disputadas.

Até dezembro, outros milhões serão injetados na conta das entidades e com a anuência dos clubes.

Confira quanto cada clube já perdeu para sua Federação só no Brasileirão:

Corinthians (R$ 558.850,41)

Palmeiras (R$ 445.390,89)

Flamengo (R$ 256.034,35)

Grêmio (R$ 236.992,15)

Vasco (R$ 157.468,25)

Coritiba (R$ 141.530,50)

Fluminense (R$ 139.244,50)

Bahia (R$ 129.057,62)

São Paulo (R$ 123.665,80)

Atlético Mineiro (R$ 116.319,35)

Atlético Paranaense (R$ 95.408,25)

Santos (R$ 92.977,25)

Chapecoense (R$ 91.921,75)

Botafogo (R$ 74.484,75)

Atlético Goianiense (R$ 61.281,50)

Sport (R$ 58.872,75)

Cruzeiro (R$ 53.771,15)

Vitória (R$ 52.265,35)

Avaí (R$ 47.583,80)

Ponte Preta (R$ 28.040,75)

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