quinta-feira, janeiro 11, 2018

Copa São Paulo de Futebol Junior tem patrocínio de empresa de apostas...




Com suspeita de manipulação, Copinha tem patrocínio de empresa de apostas

Por Rodrigo Mattos

Atingida por denúncia de tentativa de manipulação de resultado, a Copa São Paulo de Junior tem patrocínio de uma empresa que mantém um site de apostas.

O site ''BET90.Com'' usa a marca da Copinha e permite apostas em jogos da competição, enquanto o ''BET90.TV'' aparece em placas da entidade.

Há dúvidas sobre a regularidade desse tipo de propaganda por conta da regulação do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).

A Federação Paulista de Futebol (FPF) alegou que segue a legislação brasileira.

Esse tipo de aposta em jogos no Brasil é ilegal, previsto como contravenção penal.

Mas sites de apostas costumam anunciar no país com outras empresas ligadas que são apenas de palpites e remetem às páginas com possibilidade de jogar a dinheiro.


É o caso do patrocinador da Copinha ''BET90.TV''.

Seu site é apenas de prognósticos esportivos, mas tem um ícone para um site de apostas esportivas chamado ''BET90.com''.

Esse oferece bônus de R$ 400 para quem se inscrever no ''Pacote Copinha''.

Há vários jogos da competição disponíveis para apostas neste domínio que não é brasileiro, e portanto, não está submetido à legislação nacional.

''É proibido (o jogo e fazer propaganda), mas eles usam uma versão diferente do mesmo patrocinador. O CONAR tem restrições a propaganda de apostas, mas sites usam um subterfúgio de ter a propaganda de site de palpites. A legislação brasileira não fala nada sobre isso: tapa o sol com a peneira'', contou o especialista em direito esportivo da FGV, Pedro Trengrouse, que defende a legalização das apostas com pagamento de impostos.

Em uma decisão de abril de 2013, o CONAR vetou propagandas da empresa BET365, justamente no mesmo modelo da ''BET90''.

A empresa informava que só fazia propaganda de site de palpites, mas o argumento não foi aceito já que remetia ao de apostas.

''Tais argumentos não convenceram a relatora. Para ela, toda a articulação do anúncio mais a coincidência no nome dos sites são 'uma clara tentativa de atrair consumidores para a franquia, sem qualquer distinção', escreveu ela em seu voto. Notou ainda que, se digitado no Google, o nome do site remeterá àquele de apostas pagas. Por isso, recomendou a sustação, voto aceito por unanimidade'', diz a decisão do Conar, tomada após voto da conselheira Renata Garrido.

Anteriormente, o órgão vinha aceitando o argumento e aceitado esse tipo de propaganda.

A FPF (Federação Paulista de Futebol) tem um programa para tentar monitorar as apostas online e impedir manipulações.

Contratou a empresa Esporte Radar com esse objetivo, mas as apostas em jogos sob o comando da federação ocorrem justamente por conta do funcionamento desses sites, fora do país.

A entidade defendeu a legalidade da publicidade do site:

''O contrato de patrocínio segue rigorosamente a legislação brasileira, que veta publicidade de sites de apostas. Anúncios de sites de palpites, porém, são permitidos pela legislação. Isto já acontece, por exemplo, na Copa do Brasil, Sul-Americana e, inclusive, em grandes veículos de comunicação.''

No exterior, é legal e aceitável que empresas de apostas esportivas patrocinem times de futebol, como já ocorreu com o Milan.

De fato, a Conmebol vende publicidade da Sul-Americana para outro site de apostas.

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