domingo, janeiro 13, 2019

Torcedores do Newport County AFC...

Imagem: Nick Potts/PA

Rally Dakar... Piloto russo atropela um espectador e é eliminado da competição.


Andrey Karginov (Kamaz) foi este sábado excluído do rali Dakar, depois de ter atropelado um espectador e não ter parado para prestar auxílio, informou a organização...

O acidente, que foi filmado por vários espectadores que estavam junto ao local, provocou uma fratura de fêmur e obrigou à transferência da vítima para o aeroporto de Ilo, de onde seguiu para o hospital de Arequipa, também no Peru.

sábado, janeiro 12, 2019

Johan Cuijff, na partida Holanda 0x0 Suécia... Copa do Mundo de 1974.

Imagem: Autor Desconhecido

O futebol potiguar e a década de informações perdidas...

Imagens: Autores Desconhecidos/Montagem: Fernando Amaral

Uma década de informações perdidas

Por Andre Samora, do Universidade do Esporte

Os torcedores dos clubes potiguares sempre discutem quantos títulos estaduais cada equipe tem.

A torcida abcedista comemora os 55 títulos, mas a torcida americana discorda de cinco conquistas do adversário.

O América afirma possuir 35 potiguares, mas os torcedores alvinegros falam que são 33.

O campeonato de 1919 foi organizado e todos consideram que a conquista é do América.

A partir da década de 20, as discussões começam.

No ano de 1920, o ABC venceu o torneio segundo as informações de alguns livros, jornais e revistas.

Só que os pesquisadores como Everaldo Lopes, Rogério Torquato e Carlos Nascimento não concordam com isso.

Para eles, o América é o verdadeiro campeão.

Hoje, a conquista é atribuída para as duas equipes.

Porém, os resultados da competição mostram que o título foi para os alvirrubros.

O estadual contou com a participação de três equipes: ABC, América e Centro Esportivo.

Sendo disputado em pontos corridos, no sistema de turno único.

Assim, o América venceu duas partidas.

Na primeira partida, ganhou de 3 a 0 do Centro Esportivo.

Na segunda, conquistou a vitória sobre o ABC por 2 a 1.

Ou seja, com a maior pontuação, o América alcançou o bicampeonato.

Entre 1921 e 1926, não existem informações sobre os jogos do potiguar.

Em 1921, segundo o jornal "A República" de 7 de julho de 1922, confirma o título para o Centro Esportivo.

Entretanto, o alvinegro também é considerado campeão estadual daquele ano.

O potiguar de 1922 é atribuído ao alvirrubro, mas o ABC diz que só foi um torneio amistoso em comemoração ao centenário da Independência do Brasil.

Entre 1923 e 1926, segundo o jornal “A República”, os jogos foram amistosos e não um estadual.

O ABC considera-se campeão em 1923, 1925 e 1926.

O América comemora o título de 1924 e 1926.


Enquanto que a torcida do Alecrim diz com orgulho que venceu os dois primeiros estaduais que disputou, com a conquista do bicampeonato de 1924 e 1925.

A partir de 1927, o potiguar se torna organizado.

Com todas essas informações, mostram que faltaram atitudes dos organizadores do futebol da época.

Hoje, não existiriam essas discussões se a Liga de Desportos Terrestres do Rio Grande do Norte (a atual FNF) tivesse anotado as informações dos campeonatos da época.

Outro erro cometido, foi não deixar claro se aqueles jogos foram amistosos ou não.

Assim, é fácil entender as dúvidas dos torcedores sobre o número de títulos potiguares para cada equipe.

Porém, por desorganização de uma competição que não era consolidada, não é possível ter certeza desses títulos.

Logo, temos uma década de informações perdidas. 

Por um triz...

Imagem: Lee Smith/Action Images via Reuters

Kazu Miura aos 51 anos renova por uma temporada e diz que vai jogar até os 60...

Imagem: Autor Desconhecido

Kazuyoshi Miura vai completar 52 anos, porém, isso não o impediu de renovar seu contrato com o Yokohama FC, clube da segunda divisão do Japão, por mais um ano...

Com a renovação, Kazu, como é conhecido por todos, irá jogar sua 34ª temporada como profissional, segundo o clube.

Em entrevista, o jogador japonês revelou que deseja continuar jogando até os 60 anos...

"Agradeço aos fãs pelo apoio contínuo", afirmou o jogador que completa 52 anos no final do mês.

"Eu quero treinar duro todos os dias e jogar tantos jogos quanto possível, fazendo valer cada minuto", acrescentou...

Em 2017, Miura quebrou o recorde de longevidade no futebol profissional e tornou-se no jogador mais velho a marcar um gol, dois recordes até então pertencentes ao lendário inglês Stanley Matthews.

O japonês trocou o seu país pelo Brasil em 1982 e fez sua estreia profissional em 1986 pelo Santos...

Antes de regressar ao Japão, viveu duas experiências marcantes na Europa (na Itália, no Genova, e, na Croácia, no Dínamo de Zagreb).

Kazu Miura jogou o primeiro campeonato profissional do Japão em 1993 e marcou presença na estreia da seleção nipônica no Mundial de 1998...

O atacante marcou 55 gols em 89 partidas disputadas pela seleção nipônica.

"Corrida" dos mascotes do West Ham e do Birmingham City, entre bolinha de sabão...

Imagem: Michael Zemanek/BPI/Rex/Shutterstock

Por que os clubes de futebol se endividam tanto no Brasil...

Imagem: Gilvan de Souza/Divulgação/Flamengo/El País

Por que os clubes de futebol se endividam tanto no Brasil

Ações trabalhistas, juros bancários e dívidas fiscais fizeram o déficit das principais equipes brasileiras chegar em quase sete bilhões de reais em 2018

Por Diogo Magri, para o El País

Acompanhar a saúde financeira dos principais clubes de futebol do país é rotina para os torcedores mais aficionados, mesmo que estes não sejam experts em economia.

Afinal, dívidas significativas resultam na necessidade de venda de bons jogadores, o que, por sua vez, impacta diretamente na qualidade do time em campo.

Segundo levantamento da Sports Value, agência especializada em marketing esportivo, com base na divulgação do balanço econômico dos clubes brasileiros em 2017, Botafogo (719 milhões de reais), Internacional (700 milhões de reais), Fluminense (560 milhões de reais), Atlético Mineiro (538 milhões de reais) e Vasco (506 milhões de reais) formam o top cinco dos clubes nacionais mais endividados — ao menos três deles acumularam mais rebaixamentos do que títulos nacionais nos últimos anos.

O mesmo torcedor que cobra boas administrações e sofre com as consequências dos déficits se pergunta: por que meu clube se endivida tanto?

“São três os fatores mais pesados: dívidas fiscais, ações trabalhistas e juros bancários. Os clubes devem para governo, ex-jogadores e bancos”, diz Amir Somoggi, consultor de gestão esportiva e diretor da Sports Value.

Segundo dados da agência, os 20 maiores times do Brasil acumularam 6,75 bilhões em dívidas no ano passado; um crescimento de 77% no último quadriênio, período no qual a inflação acumulou alta de 43%.

De acordo com Somoggi, a prioridade dos clubes é a sobrevivência.

Logo, com orçamentos que não conseguem cobrir todos os déficits, os salários de jogadores — "porque são eles que ganham os títulos" — são prioridade, enquanto impostos e dívidas trabalhistas ficam em segundo plano.

"A única dívida que [os clubes] pagam em dia é com os bancos. Ex-jogador e governo ficam na fila para receber", completa o consultor.

A análise é endossada por Mario Celso Petraglia, presidente do conselho deliberativo do Athletico Paranaense, que também chama a atenção para gestões inconsequentes e a falta de preparo dos diretores de futebol no Brasil.

"Os clubes não são conduzidos como empresas. Seus dirigentes entram com alguns interesses acima da instituição, buscando promoção pessoal e o sucesso imediato em campo, sem consequências. Esses objetivos a qualquer preço levaram os clubes ao endividamento".

O Athletico, onde Petraglia também foi presidente do clube, tem a 12ª maior dívida do Brasil (298 milhões de reais).

Dentro dos quase sete bilhões de reais em dívidas dos principais clubes brasileiros, 37% (2,5 bilhões de reais) são dívidas fiscais; multas aplicadas pelo fisco como punição a impostos sonegados pelas diretorias.

Parte delas cabe a uma discussão legislativa entre equipes e Receita Federal, na qual os clubes alegam ser associações sem fins lucrativos, o que os isentaria de alguns impostos sobre o lucro, como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), enquanto a Receita os classifica como sociedades empresariais, que são obrigadas a pagar esses tributos.

“Todos os clubes brasileiros que conheço cumprem as condições de ser uma associação sem fins lucrativos (diretores não remunerados e lucros investidos no próprio clube) com o objetivo de ter esse benefício tributário”, afirma Rafael Marchetti Marcondes, advogado especialista em direito tributário e professor da Escola Paulista de Direito.


Em 2011, o Athletico-PR foi autuado em 85 milhões de reais pela Receita Federal por não ser considerado uma associação sem fins lucrativos, e só foi isentado da multa integral no início de julho de 2018, após julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), conforme conta Petraglia.

Outros clubes brasileiros, como Santos, Goiás e Coritiba, também sofreram processos na Justiça por conta da mesma discussão.

Marcondes e Somoggi convergem na opinião de que a isenção é justa segundo a lei.

"Me parece que existe apenas uma insatisfação do fisco com a legislação, não uma burla da lei por parte dos clubes", avalia o advogado.

O consultor, entretanto, faz uma ressalva:

"Valeria muito mais a pena para os clubes se declararem sociedades empresariais, pagando o que precisam e sendo livres do amadorismo. Mas também não foi essa discussão que fez as dívidas dos clubes chegarem aos sete bilhões de reais".

A parte mais considerável do déficit fiscal é fruto de autuações da Receita Federal por impostos obrigatórios aos clubes de futebol, e não diz respeito às isenções da legislação.

"Os clubes praticam sonegação fiscal", afirma Amir Somoggi.

"Eles não são isentos de pagar imposto de renda de pessoa física e INSS, e não pagam. A Receita vai atrás do que eles devem e isso gera multas gigantescas".

Do salário integral do atleta de um clube de primeira divisão no Brasil, são descontados 10% de INSS e 27,5% de imposto de renda — esses valores, no entanto, não são recolhidos pelo Governo.

"Os clubes ficam com um valor que não é deles. Chamamos de apropriação indébita. A dívida tributária que os clubes têm é baseada nesse não recolhimento", conta Petraglia.

Entre as dívidas fiscais, a do clube paranaense é a segunda menor: 11,5 milhões de reais.

Botafogo (325,7 milhões de reais), Flamengo (300,5 milhões de reais) e Atlético-MG (237,1 milhões de reais) foram os brasileiros com os maiores déficits tributários em 2017.

O time de Minas Gerais foi, entre os grandes, quem mais diminuiu percentualmente (17%) seu déficit em relação a 2016, enquanto o Botafogo foi quem mais aumentou: 20%.

Lei Profut

A Lei Profut, sancionada em 2015 pela então presidenta Dilma Roussef, foi criada com o objetivo de renegociar débitos fiscais com clubes de futebol e facilitou o pagamento das dívidas nos últimos anos.

Ela permite que os times escolham os débitos renegociados, que podem ser parcelados em até 180 vezes com redução dos juros.

“É benéfico também para o Governo, porque garante a arrecadação e impede um processo burocrático muito lento e custoso. Não é uma situação exclusiva do futebol”, explica Rafael Marcondes.

O único clube grande a não recorrer à lei foi o Palmeiras.

“Foi um caso único porque se estruturou e tinha o Paulo Nobre, um mecenas, na presidência”, justifica o advogado. Amir Somoggi completa afirmando que o Palmeiras não quis entrar no acordo com o Governo "para demonstrar liberalismo".

"Mas tem dívida com o Governo federal", ele ressalta.

"Ela é menor, mas tem. E o clube não quebraria se a Receita executasse um processo, ao contrário do Botafogo, por exemplo".

Somoggi classifica a Lei Profut como "esquizofrênica", argumentando que os maiores devedores receberam descontos e poderão seguir com suas administrações inconsequentes.

"O Profut só serviu para beneficiar a má gestão. Quem pagava tudo em dia não recebeu um benefício, enquanto quem devia milhões foi ajudado. Na hora de escolher entre salários e dívidas, eles vão continuar pagando quem consegue ganhar o campeonato agora".

Khadija Bunny Shaw - Seleção Feminina da Jamaica...

Imagem: Soobum Im/USA Today Sports

Tottenham coloca preço em Harry Kane...

Imagem: AFP

Cientes do assédio do Real Madrid sobre Harry Kane, na próxima janela de verão, a direção do Totteham Hotspurs não se fez de rogada...

“Colocou uma etiqueta” com o preço do atacante para o conhecimento de todos, principalmente de Florentino Perez, presidente do Real Madrid...

350 milhões de euros.

sexta-feira, janeiro 11, 2019

Futebol raiz: Os defensores, John Kaye e John Talbut, no vestiário do West Bromwich Albion, na final da FA Cup de 1968.

Imagem: Gerry Armes/Popperfoto/Getty Images 

Campeonato Potiguar 2019... América estreia com vitória sobre o Santa Cruz, no Arena das Dunas.


América faz lição de casa e vence o Santa Cruz

Por: PH Dias, do Universidade do Esporte

Nem parecia o primeiro jogo oficial do ano.

As duas equipes criando chances reais de gol.

O América era mais participativo, principalmente pelo lado esquerdo com as triangulações de Pardal, Hiltinho e Diego, sempre buscando o atacante Max.

O que restava para o Santa Cruz era explorar os contra-ataques puxados pelo ótimo camisa 10, Júlio Brasílio, ou as investidas pela esquerda com o ponta Dyorgenes...

Além, é claro, da bola parada.

No segundo tempo, o América foi ainda mais incisivo e isto surtiu efeito.

Depois de um cruzamento para área, a zaga do Santa bateu cabeça...

Na sobra apareceu Adriano Pardal para fazer o primeiro gol do Mecão no estadual.

A maior consistência acabou premiada.

O placar adverso forçou Fernando Tonet a mandar o time para frente...

Com o avanço o Santa criou algumas chances, mas esbarrou na ineficiência das finalizações de seus jogadores.

Apesar do ótimo resultado, que acabou com o tabu de 4 jogos sem vencer o rival tricolor, o América sofreu baixas.

Luizinho Lopes mexeu duas vezes devido a lesões dos seus titulares.

A vitória dá tranquilidade ao América, anima o campeonato e cria um excelente clima para a partida do próximo domingo, contra o Potiguar de Mossoró, onde a liderança da competição estará em jogo.

Giacinto Facchetti e Helenio Herrera... Internazionale, anos 60.

Imagem: Autor Desconhecido

Campeonato Potiguar... O ASSU sai na frente, mas vacila e acaba permitindo o empate do Força e Luz.


Em Açu, o ASSU não fez uma boa estreia, ontem à noite no Estádio Edgarzão...

Chegou a sair na frente, mas acabou cedendo o empate para o Força e Luz.

Os gols foram marcados por Jânio, que abriu o placar para o ASSU aos 24 minutos do primeiro tempo...

Na segunda etapa, Carlos Alberto empatou para o Força e Luz aos dois minutos.

No domingo, o camaleão do vale vai a Ceará-Mirim enfrentar o Globo...

Já o Força e Luz, em casa, recebe o Santa Cruz.

quinta-feira, janeiro 10, 2019

Pogba evita bolada com a calma e a classe de quem tem categoria...

Campeonato Potiguar 2019... ABC supera dias turbulentos e derrota o Globo por 1 a 0 na estreia da competição.

Imagem: Andrei Torres

No Estádio Maria Lamas Farache o ABC venceu o Globo por 1 a 0...

O resultado salvou a má estreia do alvinegro.

Os últimos dias foram bastante turbulentos...

A falta de entrosamento e de uma melhor condição física, comum em todo início de competição, somada a morte precoce da esposa do treinador do treinador Ranielle Ribeiro, certamente refletiu na equipe.

Portanto, a magra vitória tem sim que ser comemorada...

Já o Globo, também em fase de arrumação, não assustou.

Mas, nada de anormal...

Afinal, os primeiros chutes dados em uma competição quase nunca são perfeitos.

No fim tudo deu certo...

Imagem: Henry Browne/Getty Images

Campeonato Potiguar 2019... O Potiguar de Mossoró estreia vencendo o Palmeira de Goianinha.


Em Mossoró, no Estádio Nogueirão, o Potiguar recebeu o Palmeira de Goianinha...

Vinicius e Marielson marcaram os gols que deram ao Potiguar a vitória e a liderança provisória da competição.

O pênalti defendido no apagar das luzes e a merecida comemoração...

Imagem: Clive Rose/Getty Images

Copa São Paulo de Juniores... Visão Celeste EC de Parnamirim é o único time potiguar ainda "vivo" na competição.


A Copa São Paulo de Juniores de 2019 vai ficar marcada pela surpreendente campanha da equipe do Visão Celeste EC...

A equipe de Parnamirim, avançou para a segunda fase do torneio após perder para o Remo na estreia por 1 a 0 e na sequência derrotar o Desportivo Brasil por 3 a 2 e o Uberlândia por 2 a 0.

Porém, não foi por acaso...

O Visão Celeste desembarcou em São Paulo vinte dias antes do início da competição, se adaptou ao clima, ao ambiente e buscou enfrentar nos amistosos realizou, adversários fortes, como o Santos e o Ituano.

O investimento e o planejamento ousado acabaram por render frutos...

A equipe avançou para a segunda fase ocupando o primeiro lugar do Grupo 20, à frente de equipes teoricamente mais fortes, como o Desportivo Brasil e o Clube do Remo do Pará.

Outra grata surpresa foi atacante Zé Eduardo, com cinco gols marcados até aqui...

Agora, o Visão Celeste terá pela frente o Fortaleza, segundo colocado do Grupo 19, com 7 pontos ganhos.

"The Girlkeeper"...

Imagem: Clint Hughes/Getty Images 

Copa São Paulo de Juniores... América perde para o Inter de Limeira e termina na última posição no Grupo 30.


O América antes da última rodada começar tinha chances de seguir em frente, em primeiro ou segundo lugar, já que todos somavam o mesmo número de pontos – três...

Quando a rodada terminou os rubros permaneceram com os três pontos, só que agora, na lanterna do Grupo 30.

A derrota para o Inter de Limeira por 4 a 3, selou a sorte americana na competição...

Mais uma vez a falta de investimento nas bases, tanto por parte do clube, quanto por parte da FNF, cobram seu preço.

Saiu de casa atrasado para ver o jogo...

Imagem: Mark Cosgrove/News Images/Rex/Shutterstock

Copa São Paulo de Juniores... ABC empata e encerra sua participação no torneio na lanterna do Grupo 22


O ABC cumpriu tabela...

Empatou com o EC São Bernardo em 2 a 2.

O resultado infelizmente nada acrescentou...

O alvinegro encerrou sua pífia participação no Grupo 22, ocupando a última posição com o mísero pontinho conquistado diante do EC São Bernardo.

quarta-feira, janeiro 09, 2019

O impactante momento em que o jogador Fessim do Corinthians fratura a tíbia da perna direita após se chocar com o goleiro do Ituano, em partida pela Copa São Paulo de Juniores...

Leroy Sané...

Imagem: Victoria Haydn/Man City via Getty Images

Começa o Campeonato Potiguar de 2019: Que tal conhecer um pouco da história da competição que completa 100 anos.

Imagens: Autores Desconhecidos/Arte: Fernando Amaral

Começa nesta quarta, 09 de janeiro, o Campeonato Potiguar de 2019.

Em comemoração aos 100 anos do primeiro estadual, o Universidade do Esporte apresentará uma série de matérias sobre a história do futebol potiguar.

A cada rodada do estadual vamos contar um pouco da história do futebol do Rio Grande do Norte e de seus clubes.

O deca campeonato do ABC; a participação do América em uma competição internacional; a trajetória do Alecrim; a ascensão do Globo; e as equipes do interior conquistando títulos estaduais, quebrando a hegemonia dos times da capital.

No ano do centenário vamos rememorar a história dos clubes, das competições e do legado daqueles que construíram a história do nosso futebol...

Todas as matérias levam a assinatura do repórter Andre Samora.


O início do futebol potiguar

Por Andre Samora, para o Universidade do Esporte

No Brasil, o futebol começou a ser praticado em 1894, mas só chegou no Rio Grande do Norte em 1903, com a chegada dos irmãos Pedroza, que estudavam na Inglaterra.

Com eles veio a primeira bola.

Como as regras do novo esporte eram praticamente desconhecidas, a prática era meramente um momento de diversão.

Praça André de Albuquerque, no bairro Cidade Alta, foi o primeiro lugar onde os rapazes se reuniam para chutar a bola.

Porém, tudo muda com a vinda para o Rio Grande do Norte, de Alberto Roselli, em 1915.

Estudante na Suíça, Roselli trouxe as regras escritas FA Minute Book, por Ebenezer Cobb Morley, secretário-geral da Football Association e que passaram a normatizar a prática do futebol.

Uma das formas que Alberto Roselli encontrou para ensinar na prática as novas regras foi arbitrando algumas partidas.

Com a maior organização da prática esportiva, surgem os primeiros clubes em Natal.

No dia 29 de junho de 1915, um grupo de jovens membros da elite econômica natalense se reuniram na casa do Coronel Avelino Alves, localizada na Avenida Rio Branco, no bairro da Ribeira.

Ao fim da reunião estava criado o ABC Futebol Clube.

O nome da recém-criada equipe foi uma homenagem ao Pacto da Amizade Fraternal (Pacto do ABC), assinado entre Argentina, Brasil e Chile, no dia 15 de maio de 1915, cujo objetivo era formar a cooperação exterior a não agressão e arbitragem dos conflitos entre as três nações.

16 dias após a fundação do alvinegro, surge aquele que viria se tornar o arquirrival do ABC: o América Futebol Clube.

O clube nasce da vontade de 34 jovens que se juntaram em 14 de julho, na Rua Vigário Bartolomeu, no bairro de Cidade Alta para criar a sua agremiação.

As primeiras cores foram o azul e branco, o vermelho só foi adotado em 1918.

Com duas equipes fundadas e organizadas o primeiro jogo era uma questão de tempo...

Tempo esse que não demorou.

O primeiro confronto ocorreu em 26 de setembro de 1915.

A partida teve como palco a Praça Pedro Velho, localizada em Petrópolis...

O resultado foi muito festejado pelos alvinegros que venceram os americanos por 4 a 1.

Enquanto ABC e América começavam a construir sua rivalidade, no então distante bairro do Alecrim, um grupo de rapazes fundava o Alecrim FC...

A reunião aconteceu no dia 15 de agosto de 1915, com a participação de Lauro Medeiros, Pedro Dantas, coronel Solon Andrade, José Firmino, Café Filho (presidente da República e ex-goleiro do Alecrim em 1918 e 1919), Lauro Medeiros, Humberto Medeiros, Gentil de Oliveira, José Tinoco, Juvenal Pimentel e Miguel Firmino.

Café Filho uma história a parte

Goleiro da equipe nos anos de 1918 e 1919, ingressou na política e em virtude de uma série de acontecimentos e circunstâncias acabou ocupando a vice-presidência, chapa encabeçada por Getúlio Vargas.
Com o suicídio de Vargas em24 de agosto de 1954, assumiu a presidência, exercendo o cargo até novembro de 1955.

Nos anos seguintes, o Alecrim, clube que o ex-presidente ajudou a fundar se tornou uma das forças do futebol norte-rio-grandense. 

Em 1918, o futebol potiguar pula de patamar

Com a criação da Liga de Desportos Terrestres do Rio Grande do Norte (a atual FNF) em 14 de junho, ocorre a primeira tentativa de se organizar uma competição estadual.

Aliga chegou a formatar a competição e alguns jogos aconteceram naquele ano, mas o campeonato acabou suspenso...

O vírus da Gripe Espanhola se espalhou por quase toda parte do mundo e matou entre 50 e 100 milhões de pessoas no planeta.

No Brasil a pandemia chegou a matar mais de 35 mil pessoas no país.

Até mesmo o presidente Rodrigues Alves escapou...

Vitimado pelo vírus o presidente faleceu antes de assumir seu segundo mandato.

Nesse período foram fechadas escolas, estabelecimentos comerciais, cinemas, cabarés e bares.

As festas populares e partidas esportivas foram proibidas, tudo com o propósito de evitar a aglomeração de pessoas.

Somente em 1919 o campeonato foi colocado em prática.

Nosso primeiro “estadual” contou com a participação de três equipes: ABC, América e Centro Esportivo.

A competição foi disputada em pontos corridos, no sistema de ida e volta.

O América venceu duas partidas, empatou uma e perdeu uma.

No primeiro turno, o alvirrubro venceu o ABC por 3 a 0 e empatou em 0 a 0 com o Centro Esportivo.

No segundo turno, o América venceu o Centro Esportivo por 1 a 0 e perdeu de 2 a 0 para o alvinegro.

Com os 5 pontos conquistados, o América se tornou o primeiro campeão potiguar.

Esse é o começo de muitas histórias de um campeonato, que agora, é centenário. 

Ataque pela retaguarda...

Imagem: Warren Little/Getty Images

Os novos uniformes do Santa Cruz de Natal são muito bonitos, mas um dos patrocinadores pode acabar virando a piada pronta...

Imagem: Santa Cruz

O Santa Cruz apresentou seus novos uniformes...

Além do branco(foto), outras três cores fazem parte da coleção: o preto, o vermelho e o azul.

Apesar de um certo exagero no excesso de uniformes, não se pode negar que a ERK, empresa responsável pelo material esportivo clube, caprichou...
São todos muito bonitos.

Porém, um dos patrocinadores acabou roubando a cena e me chamou a atenção...

“Frango Bom Todo”

Confesso que não pude deixar de imaginar o goleiro da equipe do Santa Cruz entrando em campo com um “Frango Bom Todo” estampado no peito...

Se dar o azar e falhar, a piada já estará pronta.

A bola foi para o lado oposto...

Imagem: David Klein/Action Images via Reuters 

Forbes lista os cinco jogadores de futebol mais valiosos do mundo...

Imagem: Evening Standard

Os cinco jogadores mais valiosos do mundo, segundo a revista Forbes...

1. Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain)
US$ 249.9 milhões.

2. Harry Kane (Tottenham Hotspurs) (foto)
US$ 229.1 milhões.

3. Neymar (Paris Saint-Germain)
US$ 225.4 milhões.

4. Raheem Sterling (Manchester City)
US$ 212.5 milhões.

5. Mohammed Salah (Liverpool)
US$ 210.8 milhões.

terça-feira, janeiro 08, 2019

Lá se foi o dente do Richarlison...

Imagem: Paul Greenwood/BPI/Rex/Shutterstock

De gandulas a estrelas do futebol...

Imagem: Autor Desconhecido

Eis uma pequena lista de meninos que saíram do anonimato e passaram a brilhar nos gramados:

Brahim Diaz, ex Manchester City, agora recém contratado pelo Real Madrid, exerceu a função de gandula no Málaga da Espanha.

Raúl, ex atacante do Real Madrid, foi gandula no Vicente Calderón, antigo estádio do Atlético de Madrid.

Sneijder recolhia bolas nos jogos do Ajax.

Patrick Kluivert, no Ajax, pegava as bolas chutadas para fora.

Tévez “trabalhou” no La Bombonera, estádio do Boca Juniors.

Kovacic, corria atrás da bola para devolvê-la aos seus ídolos na Premier League.

Aspas foi membro do grupo de gandulas do Celta de Vigo.

Andrés D'Alessandro busva as bolas que saiam do campo e era tiete de Enzo Francescoli, no River Plate.

Arda Turán era catador de bolas nos jogos do Galatasaray.

Morata, outro que foi gandula no Vicente Calderón.

Iniesta, craque do Barcelona, teve seu momento gandula.

Por fim, muito jovenzinho, Guardiola (foto) antes de fazer parte das bases do Barcelona, correu atrás das bolas chutadas para fora para devolvê-las aos craques da época.

Golden Club Mogadíscio... A dura realidade das moças que jogam futebol num ambiente hostil

 Imagem: The Guardian

Imagem: Mohamed Abdiwahab/AFP/Getty Images

O pastor alemão não estava apreciando a atuação do número 11 do 1.FC Köln contra o Fortuna Düsseldorf - 1959

Imagem: Autor Desconhecido

2 mil camisas oficiais do Palmeiras foram vendidas em apenas seis horas no primeiro dia de vendas do uniforme da Puma...

Imagem: Puma/Divulgação

segunda-feira, janeiro 07, 2019

Jogadores do Arsenal e uma das três câmeras que transmitiram a primeira partida de futebol em 1937...

Imagem: Hudson/Getty Images

Kathrine Switzer, a mulher que se negou a aceitar o preconceito...

Imagem: Autor Desconhecido

A maratona da liberdade

Por Pedro Henrique Brandão, do Universidade do Esporte

O dia em que Kathrine Switzer venceu a corrida que derrotou o machismo, provou que lugar de mulher é onde ela quiser e se tornou um símbolo na luta pela igualdade de gênero.

Num tempo em que a igualdade de gênero passava longe da fútil e irrelevante discussão sobre azul ou rosa e quando as imposições machistas proibiam mulheres de estarem em igualdade com homens “por não serem capazes”, Kathrine Switzer rompeu barreiras e provou ser possível uma mulher correr os 42.195 metros de uma maratona.

Em 19 de abril de 1967, Kathy conseguiu completar a Maratona de Boston e entrar para a história como a primeira mulher a correr uma maratona oficialmente inscrita e com um número de competidora no peito, o lendário 261.

Até aquele dia a participação de mulheres era vetada em qualquer prova de rua no país.

Um ano antes, em 1966, Roberta Gibb correu a maratona sem receber um número de inscrição.
Porém antes de entrar na história provando que lugar de mulher também é na maratona, Kathrine precisou comprovar ao seu próprio treinador que podia correr mais de 42 km.

Arnie Briggs foi o homem que acolheu Kathrine quando ela quis se juntar ao time masculino - já que não havia uma equipe feminina - de cross-country da faculdade de Syracuse, no estado de Nova Iorque.

Briggs era um veterano maratonista quando Kathrine o conheceu.

Ela com 19 anos, ele com 50 anos, um problema no joelho e muitas histórias para contar.

Foi contando histórias sobre a Maratona de Boston que o treinador contagiou a jovem aluna com a vontade de disputar a tradicional prova.

Durante mais de 70 anos a maratona foi considerada como impossível para mulheres, na verdade impensável, já que na época acreditava-se que uma mulher poderia correr no máximo 2,5 km.

A Maratona de Boston é a segunda mais antiga do mundo perdendo apenas para a Olímpica que é disputada desde 1896, nos Jogos de Atenas.

Porém é a mais tradicional por ser disputada anualmente sem intervalos desde 1897.

Em dezembro de 1966, quando Switzer disse a Briggs que queria correr em Boston, o treinador foi contra, na cabeça de um homem cinquetenário da primeira metade do século passado não cabia a ideia de uma mulher correr uma maratona.

Para dissuadir Kathy da ideia, Briggs disse: “mulheres são muito frágeis e fracas para correrem 42 km” e que “nenhuma dama correu uma maratona”.

Mesmo assim a jovem insistiu que queria e poderia correr.

Sem saída o veterano treinador acabou aceitando a ideia e prometendo que ele próprio faria a inscrição de Switzer se a jovem provasse que poderia suportar a distância.
Ela mais do que provou ser capaz.

Ao concluir os 42 km disse ao treinador que poderia ir mais longe e propôs que corressem por mais 10 km.

Briggs foi quem não suportou e desmaiou metros depois do limite da maratona.

Depois de se recuperar sustentou sua palavra e na manhã seguinte foi ao encontro de Switzer para ajudá-la com a inscrição na prova.

Esse tino para fazer o que todos diziam que uma mulher não poderia fazer nasceu com Kathrine, que sempre acreditou que meninos e meninas são igualmente capazes, mas foi seu pai que a ajudou no desenvolvimento de sua independência para que ela não fosse engolida pelo machismo e as convenções sociais da época.

Quando contou ao pai que iria se inscrever para ser líder de torcida no colégio ouviu um conselho que levaria consigo por toda a vida:

“Ser líder de torcida é algo bobo. O jogo é no campo. A vida é para participar, não para assistir. Você deve fazer um esporte e ter pessoas torcendo por você”.

Assim, aos 12 anos, começou correr para entrar em forma e participar do time de hóquei da escola Linchburg, na Virgínia, onde estudava.

Corria cerca de 1,5 km toda manhã, algo bastante incomum no início dos anos 1960, principalmente para uma garota.

O desempenho mediano no hóquei fez Switzer entender – como acontece com quase todo jornalista esportivo – que para permanecer próxima ao esporte o caminho mais certeiro seria estudar jornalismo para unir o conhecimento e gosto pelo esporte com a comunicação e ser uma jornalista esportiva.

Em 1966, aos 19 anos, Kathy chegou a Syracuse para se matricular no curso de jornalismo da universidade local.

Depois de vencer e convencer seu treinador, Kathrine notou que não havia proibição no regulamento da maratona que impedisse mulheres de participarem da prova.

Foi então que fez sua inscrição com as iniciais de seu nome, K. V. Switzer, da mesma forma como assinava seus trabalhos na universidade.

“Achamos engraçado não ter nenhuma especificação de sexo na inscrição para a prova, já que só homens loucos participavam dela. Acabei me inscrevendo com o nome de K.V. Switzer, não por medo de ser pega, mas pelo meu sonho de ser escritora e minhas referências literárias na época, J.D. Salinger, E.E.Cummings, T.S. Elliot e W.B. Yeats”.

O fato de usar as iniciais na inscrição foi determinante para que Kathrine pudesse fazer história.

A organização da maratona provavelmente pensou ser mais um homem, até porque nenhuma mulher se candidataria para o absurdo que representava uma dama em uma maratona.

Na véspera da corrida saíram de Syracuse rumo a Boston: Kathrine Switzer, a mulher que escreveria a primeira página da história do atletismo feminino, Arnie Briggs, o treinador, John Leonard, um colega da equipe de cross-country, Thomas Miller, jogador de futebol americano e o então namorado de Kathrine. A distância de pouco mais de 500 km foi percorrida de carro durante a madrugada.

Quando chegaram a Boston pela manhã, Kathrine queria apenas tomar um rápido café da manhã, mas foi convencida por Briggs a se alimentar bem para ter energia e conseguir cumprir a prova.

Fazia muito frio naquela manhã de início de primavera em Boston e os competidores se protegiam com sacos plásticos.

Kathrine se escondia num desses sacos plásticos e com um capuz cobria os cabelos longos.

Não por medo de ser descoberta, mas para se manter aquecida como faziam tantos outros corredores.

Na concentração dos atletas antes da linha de largada alguns participantes reconheciam Switzer como mulher e a cumprimentavam pela coragem de correr uma maratona.

Os fiscais não a reconheceram como mulher e Kathrine passou incólume ao procedimento de verificação dos números de competição.

A largada foi dada e lá se foi Kathrine Switzer carregando o número 261 no peito e ainda sem saber que faria história com suas passadas.

O grupo de Syracure permaneceu correndo próximo de Kathrine.

Assim a jovem provava metro a metro que a maratona era sim possível para uma mulher.

Tudo corria bem até que na altura do terceiro quilometro, o caminhão levando a imprensa que cobria a prova passou próximo ao grupo e um repórter viu Kathrine correndo.

Sem pensar duas vezes gritou “tem uma mulher correndo a maratona”, o aviso fez todas as câmeras que estavam sobre o caminhão focarem a jovem.

 “Eu não estava tentando me esconder de maneira nenhuma, pelo contrário, eu estava tão orgulhosa de mim mesma que usava até batom”.

Porém o aviso também fez Kathy entrar no foco do ódio e do machismo de Jock Semple, diretor da Maratona de Boston.

Sample saltou do caminhão e partiu para cima de Switzer exigindo que ela saísse da prova e entregasse o número de inscrição.

Enfurecido e aos gritos Sample ordenava: “Saia da minha prova e me dê esse número de peito!”.

Foram momentos, talvez segundos de muita tensão e medo, mas com a ação rápida de Thomas Miller, que aproveitou suas habilidades de jogador de futebol americano para empurrar e bloquear o avanço de Sample, Kathrine conseguiu se desvencilhar e romper maratona adentro sob os gritos de incentivo de seu treinador como descreve a corredora:

“Jock era conhecido por seu temperamento violento. Em um determinado momento, ele se enfureceu e veio correndo atrás de mim, gritando “saia da minha prova e me dê esse número de peito!” Eu morri de medo. Para minha sorte, meu namorado Tom Miller, de 115 kg, conseguiu empurrá-lo, enquanto Arnie gritava “corra que nem uma louca!”.

O resto é história.

Minha presença infame não foi oficialmente registrada pela organização.

Terminei em torno de 4h20m”.

Não foi fácil terminar a prova depois do incidente com o diretor da maratona.

Um conflito entre Kathrine e seu namorado aconteceu.

Miller era confederado pela Universidade de Syracuse e temia ser desligado por ter empurrado Jock Sample.

Enquanto chorava por medo e vergonha pelo caos a sua volta, Kathrine corria e dizia a seu treinador “que terminaria a maratona nem que fosse de joelhos, pois se desistisse ninguém acreditaria que uma mulher seria capaz de correr uma maratona”.

A menina que apenas queria correr uma maratona por gostar e se sentir capaz, percebeu ali a grandiosidade de seu feito.

Diante da estupidez furiosa de Jock Sample a dimensão do gesto de Kathrine foi ampliada em frente às câmeras que registravam tudo, cada movimento da história sendo escrita.

No meio da maratona a menina que gostava de correr deu lugar a uma engajada mulher que luta pela igualdade de gênero.

Ainda assim Kathrine reconhece quem a ajudou e chama de “sorte” sua resiliência:

“Eu tive sorte na vida. Minha família e Arnie sempre me disseram que eu podia fazer tudo que eu quisesse. Como mulher, nunca me resignei a brincar com bonecas ou ser uma líder de torcida apenas. Sim, eu brincava de bonecas e usava vestidos, mas também subia em árvores e praticava esportes”.
Mesmo com tudo que aconteceu na manhã de 19 de abril de 1967, em Boston, as mulheres só foram aceitas em provas de rua oficialmente em 1972, quando puderam, enfim, serem chamadas de maratonistas.

Em 2017, por ocasião do cinquentenário da histórica maratona de 1967, Kathrine Switzer voltou a Boston, calçou os tênis e colou o número 261 no peito para concluir o percurso novamente.

Após cruzar a linha de chegada o número foi aposentado e nunca mais será usado na Maratona de Boston.

Entre a façanha, em 1967, e o reconhecimento, 50 anos depois, em 2017, Kathrine correu 35 maratonas; fundou um projeto que recebe como nome justamente o número e o sentimento com os quais entrou na história, o 261 fearless (261 sem medo), que atua em 27 países promovendo o empoderamento feminino no esporte; escreveu o livro “Mulher de Maratona” e está eternizada, desde 2011, na Calçada da Fama das Mulheres dos Estados Unidos.

A menina que nasceu em 5 de janeiro de 1947, completou 72 anos de idade neste fim de semana, mas naquele feriado do Dia do Patriota de 1967, correu por um propósito, correu por mudança, correu por igualdade, correu quando todos lhe disseram ser impossível e tornou possível o sonho de inúmeras outras mulheres.

Foi pelo que fez aquela jovem de 20 anos de idade, 52 anos atrás, que podemos apreciar uma das mais belas cenas da história das Olimpíadas, quando a suíça Gabrielle Andersen luta contra o próprio corpo, persiste à exaustão e, 20 minutos após a vencedora da prova, cruza a linha de chegada da Maratona Olímpica para ser amparada por socorristas que lhe ofereciam atendimento desde sua entrada no Estádio Olímpico, nos Jogos de Los Angeles, em 1984.

Sem a coragem de Switzer a Maratona Olímpica Feminina simplesmente não existiria.

Mas essa é outra história a ser contada em outra oportunidade.

A história de Kathrine Virginia Switzer é gigantesca pelo símbolo que Kathy se tornou para o esporte feminino, para as mulheres em geral, contra o machismo e acima de tudo um símbolo de humanidade, mas ela ainda consegue ser grandiosa o suficiente para resumir tudo que fez em uma frase que serve para todos nós em qualquer área da vida:

“Tudo que você precisa é a coragem de acreditar em si mesma e colocar um pé na frente do outro."