Hoje faz 25 anos que o Barcelona
mudou o rumo de sua história.
No dia 04 de maio de 1988, o
então presidente do Barcelona, Josep Lluis Núñez contratou o holandês Johan
Cruyff para ocupar o posto de treinador.
Naqueles dias, o Barcelona vivia
uma verdadeira ebulição...
Os resultados não eram os
esperados e os jogadores chegaram a pedir publicamente a demissão de Núñez, no
episódio que ficou conhecido como o “Motim do Hesperia”, nome do hotel onde
estava concentrada a equipe do Barcelona que exigiu a saída do presidente em
uma entrevista coletiva.
A chegada de Cruyff não foi
tranquila...
Os sócios e os torcedores não o
queriam...
Julgavam não ser ele o homem
capaz de mudar o destino do clube e a imprensa espanhola, fazia coro, cobrando
alguém mais conhecido e com um currículo mais denso – qualquer semelhança não é
mera coincidência, pois a imprensa espanhola é tão ou mais arrogante que a
nossa.
Cruyff assumiu de verdade em
junho de 88, mas entre sua contratação e sua estreia como treinador, conversou
muito com Núñez...
Não usou meias palavras...
Disse que os primeiros anos
seriam difíceis e que os títulos não viriam...
Dispensou metade do time, mas não
conseguiu os reforços que pediu.
Refoços que viriam bem mais tarde.
Desceu até as bases e mexeu em
tudo...
Exigiu mudanças drásticas no
velho estilo de formar jogadores...
Cobrou investimentos altos e
profissionalismo.
Usou como ninguém a carta branca
que foi dada.
Diante da imprensa, falou que
iria implantar um futebol em que reinasse a posse da bola, o jogo fluído, o
espirito de equipe e que a técnica e a tática deveriam estar unidas em prol do
conjunto...
Falou e fez.
Insatisfeito com o estilo amador
de Núñez, se envolveu de corpo e alma na política do clube...
Apoiou o voto de censura da junta
diretiva do clube ao presidente e se aliou ao futuro presidente Juan Laporta.
Com Laporta na presidência,
Cruyff reinou e no seu reinado surgiu um Barcelona remoçado, vigoroso e
profissional.
Com a eleição de Sandro Rosell,
Cruyff que já havia recebido o título de presidente de honra do clube, perdeu
espaço, mesmo que sua filosofia tenha sido mantida...
As rusgas entre ele e Rosell não
eram novidade, eram do tempo em que Rossel fazia parte do conselho diretor
montado por Laporta.
No final, Cruyff se foi...
Devolveu ao clube o título de
presidente de honra e hoje, aos 66 anos, se mantém distante do clube cuja
história mudou e do futebol que ajudou a revolucionar.
O Barcelona é ainda, a cara de
Johan Cruyff e do seu inspirador, Rinus Michels.