domingo, maio 31, 2020

O goleiro Egon Loy do Eintracht Frankfurt reclama com seus companheiros após Di Stéfano marcar mais um gol na final Copa do Campeões da Europa de 1960 - Real Madrid 7x3 Eintracht Fankfurt...

Imagem: SMG/Press Association Images 

O que alguns craques do esporte fizeram com seu primeiro salário... Selecionei os cinco mais interessantes e comoventes.

Imagem: Autor Desconhecido

O que alguns craques do esporte fizeram com seu primeiro salário...

É o que mostra o diário AS, na seção, “Mas Deporte” do última sexta-feira (30).

Pincei os que me pareceram mais interessantes e comoventes...

Vamos lá:

Casemiro, do Real Madrid

“Desde a infância, sonhava em experimentar a bebida láctea Yakult. Mas, como era caro eu não podia pagar quando era criança. Quando recebi o meu primeiro salário do São Paulo, fui ao supermercado e realizei meu sonho de infância.”

Cristiano Ronaldo, da Juventus

“Disse a minha mãe: a senhora não precisa mais trabalhar.”


Kelly Oubre, do Washington Wizards

“Passei muitas dificuldades na minha infância. Cheguei a dormir por algum tempo no carro de meus pais. Quando recebi meu primeiro salário na NBA, comprei uma casa.”

Harrison Barnes (foto), do Dallas Mavericks

“Comprei uma cama. Desde criança quis ter uma boa cama.”

Xavi Hernández, do Al-Sadd/Catar

“Comprou uma torradeira para a avó.”

A bola passou por entre as mãos...

Imagem: A Hassenstein/Getty Images for FC Bayern

Sérgio Sant’Anna, um contista com a janela aberta para o futebol...

Imagem: Autor Desconhecido

Sérgio Sant’Anna, um contista com a janela aberta para o futebol

No domingo de Dia das Mães, 10 de maio, o escritor Sérgio Sant’Anna foi um dos muitos brasileiros que sucumbiram à Covid-19. Deixou como herança à posteridade sua obra e seu futebol de ontem, de agora e de sempre

Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte

Sérgio Sant’Anna nasceu no Rio de Janeiro, em 1941, mais precisamente no dia 30 de outubro.

Na adolescência frequentava todos os jogos do Fluminense e até alguns treinamentos do Tricolor das Laranjeiras.

No final dos anos 1950, deixou o Rio e passou a juventude em Belo Horizonte, onde estudou direito.

A distância e a vida adulta poderiam afastá-lo do futebol e do Fluminense, mas o esporte bretão teve lugar cativo na obra do escritor.

Foi a rica vivência adquirida na infância em campos do subúrbio carioca, levado pelo tio Luiz Andrade, jornalista e diretor de imprensa do Fluminense, para acompanhar o Tricolor nos jogos contra Olaria, na Rua Bariri, Bangu, em Moça Bonita, e Madureira, na Conselheiro Galvão, entre outros, que formou o repertório estilístico usado pelo escritor como cenário de algumas obras.

Não foram poucas as vezes que Sant’Anna recorreu ao futebol em sua escrita.

Em algumas oportunidades até com um quê “profético” como no conto “Na boca do túnel”, de 1982, um relato em primeira pessoa de um treinador do São Cristóvão que vai jogar no Maracanã contra um clube grande e sofre um 7 a 1.

Mais de 30 anos depois, um outro 7 a 1 abalaria o Brasil.

O autor era dono de uma habilidade incomum para dominar as palavras, semelhante a que vira Didi ter para dominar a bola no meio-campo lendário do Fluminense, que assistiu quando garoto.

Em 1969, aos 28 anos, lançou sua primeira obra, o livro de contos “O Sobrevivente”.

A partir de então, mostrou versatilidade de estilos — digna dos jogadores modernos — para escrever em vários gêneros, o que lhe permitiu publicar poesias, romances, peças de teatro e novelas, mas foi no conto que o escritor encontrou sua “posição” no campo da literatura.

Essa versatilidade fez de Sérgio Sant’Anna figura central na literatura brasileira moderna e sem dúvidas, um dos mais originais autores de seu tempo.

O próprio escritor definia sua obra pelo “experimentalismo e a molecagem”.

Guiado pela vontade de experimentar o novo e a tal molecagem que lhe conferia a coragem para isso, Sérgio apresentava em sua escrita uma inquietação incessante, natural aos grandes autores.

Semanas antes de morrer, publicou em seu perfil no Facebook:

“Não quero assustar ninguém, mas acho a peste que nos assola simplesmente aterrorizante. Não encontro outro modo de reagir senão escrevendo”.

Assim, o escritor se manteve ativo até os últimos momentos.

Produziu e publicou até ser internado no dia 3 de maio.

Poucos dias antes, em 26 de abril, a Folha de São Paulo publicou um conto inédito de Sant’Anna.

No texto, o autor retoma as lembranças dos treinamentos do Fluminense que frequentava na juventude.

Com a genialidade de poucos, narra os fatos a partir do ponto de vista de uma saudosista trave de madeira.

“Das memórias de uma trave de futebol em 1955” é um minucioso e sensível retrato de um Fluminense que tinha os goleiros Castilho e Veludo no auge de suas formas física e técnica, além de uma linha de ataque que ostentava Telê, Didi, Valdo, Átis e Escurinho.

Porém, como pede uma boa tabelinha entre literatura e futebol, o conto vai além e com fino entrosamento revela uma época em que as traves eram de madeira e os meninos matavam aula para assistir ao treino nas Laranjeiras.

Um tempo e um futebol que não existem mais a partir da visão de uma trave durante um galáctico treino:

“A folha seca é assim: a bola vem pelo alto, mas perto do gol, perto de mim, de repente perde força e cai, tantas vezes na rede. Didi acaba de bater uma falta dessas, só que a bola bateu na trave, eu, bem no ângulo. Não sei se devo sentir orgulho ou decepção, acho que ambas as coisas. Pois a cobrança foi perfeita, uma obra-prima, que assisti do meu posto privilegiado, mas ao mesmo tempo me sinto defendendo o gol do Castilho, meu irmão quase, eu diria. Mas Didi sorriu pra dentro, com seu jeito discreto, pois foi bonito e engraçado. Pode isso? Pode.”

“Mas outras bolas entraram, a primeira delas do Telê, que recebeu um passe do Didi, na ponta direita, e emendou de primeira, com efeito, à meia altura, uma pintura de gol, até aplaudido pelos poucos assistentes. As palmas num estádio vazio ecoam diferentes, um pouco melancólicas, pois um gol desses devia ter sido feito num clássico de domingo, no Maracanã, contra o Flamengo”.

O conto, que entrou para a galeria de obras-primas do escritor, é lindo do início ao fim e vale duas, três, dez leituras.

No entanto, nos dois últimos parágrafos, Sérgio Sant’Anna faz questão de deixar claro que não falava “apenas” de futebol, porque é impossível deixar de entender aquilo que acontece no gramado como uma metáfora da vida:

“O problema é que o treino logo terminou. É complicado isso, quando um espetáculo termina, mesmo que um simples ensaio. Mas havia as estrelas principais, os coadjuvantes, figurantes, espectadores. Todos, no gramado e na assistência, vão conversando enquanto saem. Comentam entre si o que assistiram, alguns, os torcedores mais fanáticos, até empolgados. Mas aí, aos poucos, já começam a falar do espetáculo principal de domingo, o Fla-Flu. Como eu gostaria de estar lá para participar ou ver. Mas, pior do que isso, é que em breve meu tempo terá passado.”

“Ainda vejo um pôr do sol, meio cortado, porque a geral no piso superior, do outro lado do campo, só me dá a visão até um ponto. Mas o crepúsculo, embora essa palavra me cause arrepios, é sempre bonito. Bonito e triste. Para piorar, volto a lembrar daquele cara que veio me ver, ver as traves, em que deu dois chutinhos, e depois disse aquele negócio de dar cupim. Mas isso acontece com todos os seres, animados ou inanimados, me deu vontade de responder, se conseguisse. E a noite logo vai cair. A noite também é bonita, mas seria muito mais se fosse de dia de jogo, o estádio iluminado. Mas não. Para mim, em breve, será só escuridão”.

Não por acaso, uma de suas últimas produções foi sobre futebol, sobre o Fluminense, definitivamente sobre a sua vida.

Talvez porque como o próprio Sérgio Sant’Anna gostava de dizer, “não gosto de me repetir”, não há nada neste mundo mais imprevisível e irrepetível do que o futebol.

Nas quatro linhas, o imponderável impera, o “Sobrenatural de Almeida” é quem dá as ordens e tudo pode mudar num lance, num segundo, numa única bola.

Chato é o jogo em que o placar fica na igualdade, o futebol é um dos poucos lugares em que a igualdade é repugnante.

Foi genial dizer adeus assim, com um conto sobre futebol, como se fosse uma confissão ou uma declaração definitiva de despedida que nunca deixará sua obra cair na escuridão do esquecimento, Sérgio Sant’Anna lega à eternidade e faz vivo seu futebol de ontem, de hoje e para sempre.


sábado, maio 30, 2020

Enfim consegui assistir minha primeira partida após a parada do futebol mundial por conta da covid-19...

Imagem: Autor Desconhecido

Noventa minutos: Freiburg versus Bayer Leverkusen

Por Marcos Vinícius/Universidade do Esporte 

Enfim consegui assistir minha primeira partida após a parada do futebol mundial por conta da covid-19.

Acompanhei o bom confronto entre Floresta Negra e Aspirinas, num duelo válido pela 29° rodada da Bundesliga

É sempre bom rememorar momentos e histórias marcantes do futebol mundial num tempo em que poucas ligas estão em andamento devido à pandemia.

Nessas reprises sobram boas recordações, mas falta adrenalina, por se conhecer antecipadamente o resultado daquele confronto que está passando em sua telinha.

Já no ao vivo, adrenalina é o que não falta, pois até o apito final tudo pode mudar e é este suspense que prende o torcedor.

Diante disso, o único refúgio viável para o aficionado por futebol neste momento pandêmico é a Bundelisga, único campeonato a ter retomado suas atividades entre as cinco mais importantes ligas europeias.

Contudo, outros recantos da Europa já acenam para um retorno no próximo mês.

São os casos da Primeira Liga, em Portugal, de La Liga, na Espanha, da Premier League, na Inglaterra e da Serie A, na Itália, que há poucas horas definiu o regresso das atividades no dia 20 de junho.

Porém, voltando para a competição em que a bola rola.

Na tarde desta sexta-feira, 29, aconteceu a abertura, coincidentemente, da 29° rodada do certame Alemão.

Freiburg e Bayer Leverkusen se enfrentaram no Estádio Schwarzwald, em um confronto de duas equipes que têm propósitos semelhantes na Bundesliga: conquistar a vaga em uma competição europeia na próxima temporada.

Porém um detalhe difere o Floresta Negra dos Aspirinas.

Enquanto o primeiro, busca um inédito espaço na Uefa Europa League, o segundo caça uma vaga na sonhada Uefa Champions League. 

Após dois meses sem sequer assistir 45 minutos de bola rolando de um jogo ao vivo, e apenas me contentando com os melhores momentos das partidas do Campeonato Alemão, desejava que o confronto em Freiburg fosse frenético e de preferência com vários gols.

No entanto, na vida nem tudo é como a gente quer ou imagina vai ser.

Então, a primeira etapa terminou sem gols e com os dois principais responsáveis por colocar a bola na rede, os centroavantes Höller e Bailey, em dívida com a função como camisa 9.

Höller, atacante do Freiburg teve a melhor oportunidade da etapa inicial, mas desperdiçou frente ao goleiro Hradecky.

Essa grande chance criada pelos donos da casa, não condiz com o que foi a etapa inicial, em que o Leverkusen atacou, dominou as ações, mas não transformou sua superioridade em chances reais de gol.

Na volta do intervalo, algo de diferente deveria ser feito pelo Aspirinas, caso quisessem voltar para Leverkursen com um resultado positivo.

Substituições não foram feitas, portanto algo teria que partir dos onze escalados inicialmente pelo técnico Peter Bosz.

Harvertz, destaque da equipe com 4 gols nos últimos 3 jogos, surgiu e fez com que seu comandante não se arrependesse da escolha de não alterar o time no retorno para o segundo tempo.

Antes mesmo do relógio bater a marca de 10 minutos, o meia atacante se antecipou à zaga e abriu o placar em Freiburg.

Dentro de casa e sem qualquer tipo de reação, como bem mostra a posse de bola nos 90 minutos - Freiburg 39% a 61% Bayer Leverkusen -, o Floresta Negra deixou escapar três pontos valiosos na briga pela Europa League.

Ao final da 29° rodada, com uma combinação de resultados desfavorável, o Freiburg poderá terminar sete pontos atrás do Wolfsburg, primeira equipe dentro da zona de classificação para a competição europeia. 

Já os Aspirinas conseguiram um triunfo essencial fora dos seus domínios, se recuperaram da goleada sofrida dentro de casa por 4 a 1 na última terça feira, e agora dormem a noite de sexta e sábado sonhando com um tropeço do Borussia Mönchengladbach para se manter na 3° colocação da Bundesliga.

Frank Lampard e o Príncipe Williams, herdeiro da coroa da Inglaterra...

Imagem: Chris Jackson/Getty Images

Os dois primeiros campeões depois que a Covid-19 mudou o mundo...


O “novo normal” do futebol europeu tem seus primeiros campeões

Com restrições e rígidos protocolos sanitários, nesta sexta-feira, 29, o retorno do futebol na Europa fez os dois primeiros campeões depois que a pandemia da Covid-19 mudou o mundo

Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte

A última sexta-feira de maio marcou o retorno do futebol na Sérvia e na Áustria.

Depois de quase três meses de paralisação em razão da pandemia do novo coronavírus, a retomada aconteceu com presente para os torcedores de Estrela Vermelha e Red Bull Salzburg, respectivamente campeões do Campeonato Sérvio e da Copa da Áustria.

FC Red Bull Salzburg
Na Áustria, o governo paralisou as competições no dia 8 de março e a partir da metade de abril, as autoridades passaram a discutir a retomada do futebol com a criação de um protocolo que exige testes 48 horas antes das partidas para detectar a infecção por coronavírus em todos os envolvidos além de uma série de medidas de restrição do contato social.

Com portões fechados no Wörthersee Stadion, na cidade de Klagenfurt, e seguindo todas as exigências sanitárias, o Red Bull Salzburg enfrentou o Austria Lustenau para decidir a Copa da Áustria, em jogo único.

O Salzburg ficou com o título ao golear o Lustenau, por 5 a 0.

O título confirmou o favoritismo do Red Bull Salzburg, que lidera a fase final do campeonato nacional e domina o futebol austríaco há quase uma década com um hexacampeonato nacional consecutivo e sete conquistas nas últimas 10 Copas da Áustria.

Foi a primeira decisão de copa disputada na Europa desde o início da pandemia.

A Áustria registrou, até o momento, 16.562 casos de Covid-19, com 668 mortes e o governo local considera ter controlado o surto.

Estrela Vermelha
O futebol sérvio também foi retomado e assim como na Áustria, o retorno trouxe um campeão logo na primeira partida: o Estrela Vermelha venceu o Rad Belgrado por 5 a 0 e conquistou por antecipação o Campeonato Sérvio.

Válida pela 27ª rodada, a partida marcou o retorno do campeonato nacional.

Fora de casa, o Estrela Vermelha também jogou com portões fechados e seguindo as medidas do protocolo criado em conjunto pelas autoridades sanitárias e pela federação de futebol do país.

Suspenso desde 14 de março, o Campeonato Sérvio é a primeira competição nacional na Europa a ser decidida dentro de campo em meio à pandemia da Covid-19.

O Estrela Vermelha também é um caso de clube dominante em seu país. Líder da liga com grande vantagem, a goleada fez o time atingir 72 pontos e abrir 14 na frente do Partizan, segundo colocado, e não mais poderá ser alcançado, pois restam apenas quatro rodadas até o fim da competição.

Este foi o 31º título nacional na história da equipe.

Na Sérvia foram registrados 11.354 infectados pelo coronavírus e 242 mortes.

A taxa de novos casos tem se mantido estável, por isso, o governo sérvio autorizou a retomada do futebol no país.

A Premier League retorna dia 17... Manchester City versus Arsenal reabrem a disputa pela taça.

Imagem: Rui Vieira/AP

Como foi a "arquibancada em casa" na Dinamarca...

Equipe do Cardiff City de 1955...

Imagem: Western Mail Archive/Mirrorpix

Corinthians apresenta déficit em 2019...


177 milhões de reais foi o déficit do Corinthians em 2019, número confirmado com a divulgação do balanço financeiro do clube nesta quinta-feira (28)...

Fonte: Máquina do Esporte

sexta-feira, maio 29, 2020

Uma imensa solidão...

Imagem: Thilo Schmülgen/EPA 

Dinamarca estreia torcida virtual...

Imagem: Autor Desconhecido

O campeonato dinamarquês voltou nesta quinta-feira...

E, o retorno trouxe novidades.

Na partida entre o Aarhus e Randers, que terminou empatada em 1 a 1, aconteceu a estreia da torcida virtual...

Milhares de torcedores puderam acompanhar e apoiar as duas equipes por meio do software Zoom, que retransmitiu em ecrãs gigantes colocados num dos lados do estádio.

Porém, a ideia que está sendo trata como novidade já foi testada em Portugal...

Em 2017, na partida válida pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, entre a seleção portuguesa e a Suíça um ecrã foi colocado no estádio e permitiu que torcedores, em casa, assistissem ao jogo com se estivessem no campo.

David Seaman...

Imagem: Bongarts/Getty Images

Sir Stanley Matthews (calção branco) - Blackpool 4x3 Bolton - FA Cup Final 1953

Imagem: Stafff/AFP via Getty Images 


Bom-humor é tudo... carrinhos de compra para manter o adversário distante.


O SC Einheit e o SV Konigstein, equipes da Kreisliga (Liga Distrital) do Sachsen aproveitando a retomada da normalidade na Alemanha, realizaram um encontro bem-humorado para demonstrar a possibilidade de se jogar bola mantendo a distância social e a segurança dos praticantes...

A ideia se resumia em cada jogador carregar um carrinho de compras para manter o adversário afastado, além é claro, de todos usarem máscaras.

A sugestão não vingou, mas causou muitos sorrisos...

Bom-humor, é tudo.

Aquela bola que todo jogador sonha ter à sua frente...

Imagem: Ted Blackbrow/Daily Mail/Rex/Shutterstock 

O retorno da Premier League evita prejuízo milionário...


Com o retorno no dia 17 de junho a Premier League não corre mais o risco de perder 750 milhões de libras em receita de televisão...

Fonte: Máquina do Esporte

quinta-feira, maio 28, 2020

A imagem em preto e branco de um estádio vazio o torna ainda mais sombrio... West Ham 5x1 Real Madrid Castilla - Copa das Copas - 1980

Imagem: David Ashdown/Getty Images

A influência política no Građanski Nogometni Klub Dinamo Zagreb...


Não conheço, mas já vi! #13

A influência política no Dinamo Zagreb.

Por Dyego Lima para o Universidade do Esporte

Fundado no dia 26 de abril de 1911, o Dinamo é oriundo da cidade de Zagreb, capital da Croácia.

Durante toda a sua existência, o clube esteve presente na elite dos campeonatos nacionais.

Na Liga Iugoslava, de 1946 até 1991.

Na Liga Croata, desde seu surgimento em 1992.

O time possui um leão como mascote, apelidado de Maksi.

Ele representa força e resistência, características tidas como essenciais para a conquista da independência croata em 1992.

Até o início da década de 90, o ano de 1945 era considerado o de fundação do clube.

Entretanto, em meio a turbulências políticas durante a dissolução da Iugoslávia, a equipe passou a reivindicar linhagem direta com o Gradanski Zagreb e o HASK Gradanski, datados de antes da Segunda Guerra Mundial, e dissolvidos durante o regime comunista no país.

A sigla GNK em seu nome faz essa referência, significando Gradanski Nogometni Klub.

A casa do Dinamo é o Stadion Maksimir, em homenagem ao maior parque urbano da cidade de Zagreb.

Inaugurado no dia 05 de maio de 1912, passou por várias reformas ao longo dos anos.

A última delas, em 2011, deixou o estádio com a sua capacidade atual de 35.123 lugares.

É lá que a equipe sedia o Eternal Derby, que é como o clássico contra o Hajduk Split, seu maior rival, é apelidado.

O conturbado início

Em 1911, quando a Croácia ainda era parte do Império Austro-Húngaro, o Gradanski foi fundado por Andrija Mutafelija e alguns amigos.

Era uma resposta aos rumores de que os clubes deveriam jogar apenas pela Liga de Futebol Húngara, em oposição à União Esportiva Croata, que estava prestes a ser estabelecida.

O Gradanski surgiu como um clube poliesportivo destinado a atender os cidadãos de Zagreb, contando com seções dedicadas ao futebol, handebol e ciclismo.

Internacionalmente, a equipe participou de algumas turnês de sucesso.

Uma delas em 1923, quando venceu o Barcelona e o Athletic Bilbao na Espanha.

O time também costumava viajar à Áustria e à Hungria para fazer amistosos contra clubes locais.

Em 1936, fizeram um tour pela Inglaterra, ocasião em que adotaram a formação W-M, que os ajudou a vencer o Campeonato Iugoslavo daquele e do ano seguinte.

Márton Bukovi, técnico do Gradanski nas conquistas, foi o responsável por introduzir o W-M na Hungria no final da década de 40 e pela sua modificação, passando a ser agora um W-W.

A formação ajudaria a lendária Seleção Húngara na Copa do Mundo de 1954, quando seria derrotada pela Alemanha Ocidental na final.

O esquema chegaria ao Brasil como um 4–2–4.

O Gradanski competiu na Mitropa Cup, a primeira competição internacional de clubes da Europa, em três oportunidades.

Em 1928, caiu nas quartas, derrotado pelo Viktoria Zizkov, da Tchecoslováquia.

Em 1937, eliminado já na primeira rodada ante o Genoa, da Itália.

Finalmente, em 1940, o seu melhor desempenho.

A equipe alcançou a final, mas o duelo contra o Ferencváros nunca aconteceu por conta da Segunda Guerra Mundial.

Invadido pelas potências do Eixo em 1941, o Reino da Iugoslávia foi dissolvido e as competições esportivas no país foram suspensas.

O Estado Independente da Croácia, um estado fantoche apoiado pelos nazistas e pelos fascistas, foi a exceção, que pôde desfrutar de "paz" e da continuidade de seus campeonatos.

Durante a guerra, quatro temporadas foram iniciadas, mas só duas foram finalizadas, com o Gradanski sendo campeão em 1942/43.

Quando os conflitos foram encerrados em 1945, o Gradanski foi dissolvido pelo novo governo comunista do país, a República Socialista Federativa da Iugoslávia, junto de HASK e Concordia Zagreb, os rivais da cidade.

Foi uma punição pelos clubes terem competido em uma Liga patrocinada por fascistas em tempos de guerra.

 O último jogo oficial do time foi um empate por 2 a 2 contra o HASK, em 10 de abril de 1945.

O sucesso na nova vida

Em 09 de junho, uma nova instituição foi fundada: o FD Dinamo.

Muitos dos jogadores do antigo Gradanski continuaram suas carreiras na nova equipe, tais como August Lesnik, Branko Plese, Milan Antolkovic, Ivica Reiss e Emil Urch.

O time ingressou na Primeira Liga Iugoslava na temporada inaugural de 1946–47.

Acabou na segunda colocação, cinco pontos atrás do Partizan.

O primeiro título veio na época seguinte, dessa vez cinco pontos à frente do Hajduk Split e do próprio Partizan.

Nos anos seguintes, o Dinamo venceria a Liga em 1954 e 58, além dos vices em 50, 64 e 66.

A Copa da Iugoslávia seria conquistada em 51, 60, 63 e 65.

Na temporada de 1966/67, o clube conquistou a Taça de Feiras, o que o tornou o primeiro e único clube croata com uma conquista continental.

A competição foi disputada entre os anos de 1955 e 1971, com o objetivo de promover a amizade entre países.

Só participavam clubes oriundos de cidades que possuíam feiras de comércio.

Ela foi a precursora da atual Uefa Europa League.

A equipe eliminou Spartak Brno, da então Tchecoslováquia, Dunfermline, da Escócia, Dinamo Pitesti, da Romênia, Juventus e Eintracht Frankfurt, antes de encarar o Leeds na final.

O Dinamo ganhou por 2 a 0 em casa e empatou em 0 a 0 na Inglaterra.

A conquista veio para redimir o vice-campeonato para o Valência em 1963.

O clube fechou a bem-sucedida década de 60 com o título da Copa da Iugoslávia de 1969.

Os anos 70 seriam de seca.

Nas competições continentais, o sucesso passado não foi repetido.

Um novo troféu só seria conquistado no início de 1980, o sétimo da Copa Nacional, batendo o Estrela Vermelha na decisão.

Aos poucos, a década de 80 se mostrava ser de redenção.

O Dínamo venceu a Liga em 1982, e novamente a Copa no ano seguinte.

Entretanto, esses seriam os últimos títulos da equipe como integrante da Iugoslávia.

A era dourada

Após a dissolução do país, o Dínamo participou da criação da Liga Croata de Futebol, inaugurada em 1992.

No mesmo ano, o clube mudou seu nome, de maneira controversa, para HASK Gradanski e, de novo, em 1993, para Croácia Zagreb.

As trocas foram amplamente vistas como um movimento político da liderança da então recém-independente Croácia, com o objetivo de distanciar o clube de seu passado comunista.

Como as nomenclaturas também nunca foram aceitas pelos torcedores, a instituição passou a se chamar Dínamo Zagreb, em 14 de fevereiro de 2000.

Como Croácia Zagreb, o clube venceu seis campeonatos nacionais, sendo cinco de forma consecutiva, de 1996 até 2000.

Já a Copa foi conquistada outras quatro vezes. Em nível continental, as atuações continuavam deixando a desejar.

A década de 2000 é considerada a era de ouro do Dínamo.

A Liga foi conquistada sete vezes: 2000, 2002, 2003, 2006, 2007, 2008 e 2009.

A Copa, outras seis: 2001, 2002, 2004, 2007, 2008 e 2009.

Além disso, a Supercopa da Croácia foi conquistada em três oportunidades: 2002, 2003 e 2007.

O clube também produziu muitos talentos que viriam a representar a Seleção Croata no cenário internacional, tais como Luka Modric, Eduardo da Silva e Niko Kranjcar.

Porém, os resultados no âmbito europeu continuavam em baixa, com diversas eliminações nas fases iniciais da Champions League e da Uefa Europa Legue.

O melhor jogo aconteceu na Champions de 2015, quando, em casa, derrotaram o Arsenal por 2 a 1, no dia 16 de setembro.

No mesmo ano, a dobradinha Liga-Copa seria conquistada.

História recente

Pela primeira vez desde 2004–05, na época 2016–17, o Dinamo não venceu o campeonato nacional, além de perder a Copa, que havia sido conquistada nas duas últimas edições.

Na Champions, o clube caiu em um grupo com Juventus, Sevilla e Lyon, sendo eliminado sem marcar um gol sequer e levando 15.

Aquela foi uma das temporadas mais malsucedidas da equipe em sua história.

Ainda em 2016, a escalação ideal da história do Dinamo foi escolhida por um grupo de especialistas, em parceria com os torcedores do clube.

O time formado foi: Drazen Ladic; Rudolf Belin, Velimir Zajec, Ivica Horvat e Tomislav Crnkovic; Luka Modric, Zeljko Perusic, Zvonimir Boban e Marko Mlinaric; Drazan Jerkovic e Davor Suker.

Durante 2017/18, Nenad Bjelica assumiu o comando técnico.

Ele ajudaria a equipe a garantir mais uma dobradinha Liga-Copa.

Ao fim daquela temporada, o ex-diretor executivo do Dinamo, Zdravko Mamic, foi condenado a seis anos e meio de prisão por corrupção, o que pegou o clube de surpresa.

Na Europa League da temporada passada, o Dinamo alcançou o mata-mata de uma competição continental pela primeira vez em 49 anos.

Acabaria eliminado pelo Benfica nas oitavas.

Na Liga Croata, a hegemonia continuou, com o 20° título sendo garantido.

Na Copa, vice-campeonato após derrota para o NK Rijeka.

Na Supercopa, a conquista do sétimo troféu.

O que a trave fez para merecer isso?

Imagem: Manchester City FC/Manchester City FC via Getty Images

A saga “6”: 40 anos de história do River Plate em decisões da América...

Imagem: Autor Desconhecido

A saga “6”: 40 anos de história do River Plate em decisões da América

Durante quatro décadas, os Millonarios viveram uma coincidência curiosa: disputavam finais de Libertadores da América a cada 10 anos e sempre em anos terminados em seis

Pedro Henrique Brandão/Universidade do Esporte

Fundado em 25 de maio de 1901, o River Plate completou 119 anos de existência na última segunda-feira.

O clube, que hoje é tido como o time da elite argentina, surgiu com objetivo de ser uma potência futebolística e alcançou o desejo de seus fundadores com as negociações milionárias da década de 1930, a construção do Monumental de Núñez e os times fabulosos que montou nos anos 1940 e 1950.

Porém, foi somente na década de 1960 que disputou sua primeira decisão continental, iniciou uma saga que duraria 40 anos e gerou uma estranha coincidência que levou o River a todas as finais de Libertadores da América em anos terminados em seis entre 1966 e 1996.

A reviravolta de 1966

No dia 20 de maio de 1966, o River Plate foi ao Estádio Nacional do Chile para disputar sua primeira decisão de Libertadores de América contra o Peñarol.

Campeão da América em 1960 e 1961, além dos vice-campeonatos em 1962, frente ao Santos de Pelé, e 1965 contra o poderoso Independiente, o Peñarol contava com jogadores do calibre de Mazurkiewicz, Pedro Rocha, Pablo Forlán junto a Alberto Spencer, elenco muito respeitado na Libertadores e o time a ser batido na América do Sul.

Por outro lado, o River tinha um time aguerrido numa década em que não conquistou títulos e conviveu com o incômodo jejum desde 1957.

O destaque técnico era Daniel Onega que naquela competição se tornou o maior artilheiro histórico em uma única edição de Libertadores com 17 gols.

O River também tinha Amadeo Carrizo, goleiro lendário da Argentina, Ermindo Onega, Luis Cubilla, Roberto Matosas e Solari, que completavam a espinha dorsal do time dirigido por Renato Cesarini.

Sob o comando de Onega, os Milionários conseguiram oito vitórias e apenas uma derrota na primeira fase e avançaram em primeiro lugar no grupo.

Na segunda fase, os adversários foram Independiente, Boca e Guarani/Paraguai.

Assim, trilharam o caminho até o encontro com o Peñarol.

Em sua quinta final em sete edições, o Peñarol era considerado um time envelhecido, mas nem por isso menos perigoso.

Na partida de ida, em Montevidéu, vitória dos uruguaios por 2 a 0.

Na volta, em Buenos Aires, o caos que só os argentinos sabem provocar no pré-jogo.

Misteriosamente, o ônibus que levaria os uruguaios ao estádio simplesmente não apareceu.

Contra todas as adversidades, o Peñarol conseguiu chegar ao Monumental, mas com o clima adverso no estádio — não havia sequer banco de reservas e a comissão técnica e reservas ficaram em cadeiras próximas aos torcedores argentinos —, perdeu por 3 a 2.

Não havia saldo de gols como critério de desempate e um terceiro jogo foi marcado em campo neutro.

Tudo levava a crer que sem as dificuldades de Buenos Aires, os uruguaios venceriam de maneira tranquila. Porém, o River surpreendeu, conseguiu sair na frente e ainda no primeiro tempo abriu um 2 a 0 no placar.

Um detalhe na etapa final é apontado como a causa para a esplêndida virada aurinegra.

Aos 15 minutos, Spencer cabeceou fraco e Carizzo matou a bola no peito antes de fazer a defesa.

O orgulho ferido dos uruguaios teria sido o combustível para que o Peñarol buscasse o empate e na prorrogação tirasse o título que esteve muito perto de ser do River Plate em sua primeira participação na Libertadores.

A decepção de 1976

O Cruzeiro de 1976 era uma seleção.

Raul Plassmaann, Nelinho, Piazza, Zé Carlos, Jairzinho, Palhinha e Joãozinho formavam a base do time dirigido por Zezé Moreira.

No River Plate, figuras como Fillol, Perfumo, Passarela, Sabella e Luque não deixavam para trás o forte time argentino dirigido por Ángel Labruna.

River Plate e Cruzeiro decidiram o campeão da América naquele ano.

No jogo de ida, no Mineirão, vitória fácil do Cruzeiro com gols de Nelinho, Palhinha duas vezes e Valdo; pelo River, Más descontou.

No Monumental, na volta, o River conseguiu a vitória por 2 a 1, muito mais por impor ao adversário o habitual caos do que pelo futebol.

Em 30 de julho de 1976, novamente no Estádio Nacional do Chile e mais uma vez no jogo de desempate, o River estava pronto para comemorar o título da Libertadores pela primeira vez em sua história.

O segundo jogo foi uma batalha e tirou da terceira partida Jairzinho da Raposa e quase toda a defesa titular dos Millonarios, que atuou sem Fillol e Passarela.

Apesar disso, o Cruzeiro foi ao ataque e abriu 2 a 0.

O River reagiu e empatou antes do apito final, o que indicava mais uma prorrogação, como há 10 anos.

Porém, aos 42 minutos, uma falta na entrada da área argentina.

Confusão para a cobrança e Joãozinho fez isso que você pode ver no vídeo abaixo.

Uma década depois, o River Plate disputara uma final de Libertadores, mais uma vez em ano seis e novamente saía com o vice.

Ao apito final, os argentinos quiseram briga, mas a taça iria para BH mesmo com a pancadaria.

Adeus fantasma: a conquista de 1986

Mais 10 anos se passaram e o River manteve a escrita ao chegar novamente à decisão da Libertadores da América num ano terminado em seis.

Dessa vez, o adversário seria um emergente continental: o América de Cali.

Àquela altura, os torcedores já esperavam que o River Plate fosse finalista em 1986, afinal, era essa a tradição estabelecida: a cada 10 anos, no ano terminado em seis, o River estava na decisão.

A torcida era apenas para que o desfecho fosse diferente e os Millonarios pudessem, enfim, comemorar a conquista da América.

Mais uma vez, o River tinha um time equilibrado com nomes que são idolatrados na história do clube como Nery Pumpido, Oscar Ruggeri, Américo Gallego e Antonio Alzamendi.

Na decisão, Los Diablos Rojos, turbinados pelo dinheiro do narcotráfico colombiano, viviam um momento de predominância no futebol doméstico que rendeu um pentacampeonato colombiano e a disputa de três finais consecutivas de Libertadores, mas sem conquistar o título.

Com um brutal investimento financeiro do Cartel de Cali, o time dirigido por Ochoa Uribe tinha Ricardo Gareca como a grande estrela, mas jogadores como Cabañas, Ortiz e Batagllia também se destacavam.

Em 22 de outubro, no Estádio Olímpico de Cali, mesmo em casa, o América não conseguiu segurar o River e os argentinos levaram a vitória por 2 a 1 como vantagem para a finalíssima em Buenos Aires.

No Monumental abarrotado, em 29 de outubro de 1986, enfim, o River Plate comemorou sua primeira Libertadores, após Funes anotar o gol solitário que garantiu a conquista e acabou com o azar da maldição em decisões, mas não com a saga dos anos “6".

A consagração de uma geração regida por um ídolo

O calendário não deixava dúvidas: ano terminado em seis, dez anos após a última decisão, era hora de o River Plate disputar mais uma final de Libertadores. E com direito a um plus no pacote de coincidências.

A decisão da Libertadores da América de 1996 colocou frente a frente velhos conhecidos: River Plate e América de Cali.

Além de manter a tradição de La Banda em disputar a final continental em anos terminados em seis, exatamente uma década depois do triunfo Millonario, os colombianos teriam a chance da revanche.

O dinheiro dos cartéis de narcotráfico havia diminuído consideravelmente e o América não dispunha do grande investimento de anos atrás, ainda assim, havia feito sua última grande campanha antes da derrocada que afundou o clube em anos de ostracismo.

O goleiro Córdoba, o zagueiro Bermúdez e o atacante Asprilla eram os destaques.

Pelo lado do River Plate, uma constelação que mesclava novos talentos como Sorín, Gallardo, Crespo e Ortega com o crepúsculo de Francescoli.

O genial uruguaio se aposentaria um ano depois, mas ainda regia um dos melhores River de todos os tempos e que dirigido por Ramón Díaz, inquestionavelmente jogava o melhor futebol do continente.

Assim como em 1986, o River teve a vantagem de levar a segunda e decisiva partida para o Monumental de Núñez.

Porém, se na decisão de 10 anos antes os argentinos garantiram a vitória fora de casa e precisavam apenas do empate para levantar a taça, dessa vez, o América fez valer o mando de campo e no Estádio Pascual Guerrero, venceu pelo placar mínimo com gol de Anthony de Ávila — artilheiro da competição com 11 gols —, no dia 19 de junho.

Uma semana depois, em 26 de junho, o Monumental de Núñez se vestiu de caldeirão para empurrar o River em direção ao título.

Desde o apito inicial, os Millonarios asfixiaram os colombianos e Crespo abriu o placar logo aos seis minutos de jogo.

Era preciso que a rede balançasse duas vezes para que a vantagem desse ao River a chance de erguer a taça que Francescoli deixou de conquistar em 1986, quando foi negociado meses antes daquela final.

O meia uruguaio sabia que a história o havia dado uma segunda chance e queria a redenção, por isso, deu de presente ao torcedor millonario uma exibição de gala.

Na etapa final, novamente com o centroavante Hernán Crespo, o River Plate chegou ao 2 a 0 e garantiu sua segunda Libertadores da América.

Depois de 40 anos de disputas continentais nos anos “6”, terminava com glória a saga Millonaria.

Quando a tradição completaria 50 anos, em 2006 a escrita não se repetiu.

Até às oitavas de final, tudo correu bem e o River conseguiu eliminar o Corinthians em um Pacaembu lotado, num dolorido episódio da história corintiana.

Porém, nas quartas, o confronto contra o Libertad do Paraguai deixou os Millonarios pelo caminho.

Ainda assim, havia quem esperasse por um novo ciclo e conforme se aproximava o ano de 2016, animavam-se os torcedores mais supersticiosos.

No entanto, em 2015, o time de Marcelo Gallardo se antecipou e chegou à decisão e foi tricampeão continental contra o Tigres do México, depois de deixar o arquirrival nas oitavas de final no polêmico jogo do gás de pimenta na Bombonera.

Com o comando de Muñeco, a espera de uma década para alcançar a final continental acabou.

Os Millonarios se tornaram uma potência sul-americana e dominaram a competição nos anos seguintes.

Apenas três anos depois do primeiro título da “era Gallardo”, em 2018, lá estava o River Plate mais uma vez para disputar decisão da Taça Libertadores.

O adversário foi o Boca Juniors, era a última vez em que a competição seria decidida em partidas de ida e volta e a imprensa apelidou de “Jogo do fim do mundo”, mas depois de uma monumental confusão na partida da volta, a decisão foi parar no Santiago Bernabéu, em Madrid e a conquista foi Millonaria.

Nova dose no ano seguinte. Em 2019, o River chegou à decisão novamente e durante 83 minutos foi campeão da América, mas viu Gabigol de maneira épica virar o placar para o Flamengo em apenas três minutos e naquela oportunidade ficou com o vice.

Mesmo com o insucesso do último ano, o torcedor millonario dever estar satisfeito com a nova frequência de seu time em decisões continentais.

Porém, se calhar de em 2026, o River Plate disputar mais uma final de Libertadores, ninguém vai se queixar.

Ainda mais se for sob comando de Marcelo Gallardo, um remanescente do time de 1996 e que faz reverberar nos dias de hoje os inesquecíveis 40 anos da saga “6”.