Imagem: ATP
A partida
mais longa de todos os tempos
Quem se
acostuma com os 90 minutos no futebol, esquece que outros esportes são
decididos apenas por vantagem de pontos. É o caso do tênis e o que aconteceu no
Torneio de Wimbledon, em 2010, na partida entre Nicolas Mahut e John Isner, foi
simplesmente extraordinário
Por Lucas
Costa/Universidade do Esporte
O trabalho
físico é um dos segmentos mais importantes em qualquer esporte.
Estar
preparado para correr, suar e se dedicar ao máximo em uma disputa é algo rotineiro
na vida de um atleta de alto rendimento.
Porém, mesmo
com todo exercício de aprimoramento físico, é normal que o atleta termine sua
atividade cansado ou fadigado.
Além da parte
física, o trabalho mental também é importante para não perder a concentração
com o passar do tempo ou com eventualidades inesperadas.
O desgaste no
meio desse processo é inevitável.
Por isso,
muitas vezes algumas dificuldades precisam ser superadas para se conseguir
chegar no objetivo, indo além dos próprios limites, como aconteceu na partida
de tênis entre Nicolas Mahut versus John Isner, a mais longa da história.
O duelo
ocorreu na grama sagrada de Wimbledon, em 2010, válido pela primeira rodada da
competição.
O confronto
entre o francês Mahut e o americano Isner durou 11 horas e 5 minutos, divido em
três dias.
Para se ter
ideia, a segunda partida mais longa durou 6 horas e 42 minutos, num duelo entre
Brasil e Argentina, pela Copa Davis, em que os hermanos saíram com a vitória.
A partida que
quebrou recordes foi incomum desde o começo: seu início foi no dia 22 de junho,
uma terça-feira despretensiosa.
Após o quarto
set da partida, o jogo teve que ser parado devido à falta de luz natural para
que o confronto continuasse.
No dia
seguinte, o duelo retornou empatado com dois sets para cada.
O quinto e
último set entraria para a história.
Foi o quinto
set com mais games na história de Wimbledon, e o mais longo de todos os tempos.
A partida
mais longa (considerando simples ou duplas) na história de Wimbledon teve o
maior número de games disputados desde que o tie-break foi implantado no tênis.
Simplesmente
fantástico!
A partida que
aconteceu na Quadra 18 desde às 10 horas da manhã - horário de Brasília - adiou
os outros jogos da noite que ocorreriam naquela quadra.
A organização
do torneio optou por não parar o duelo interminável.
Na primeira
metade do último set, quem esteve mais próximo da vitória foi Isner.
O americano
teve quatro match points, mas não conseguiu marcá-los, já que Mahut sempre
respondia com ótimos saques.
O jogo foi
tão absurdo que, quando estava empatado por 50/50, o placar que marcava os
pontos parou de funcionar e o tempo de jogo também sumiu.
Com mais de
nove horas e meia de partida e empatados por 59/59, o supervisor do jogo
conversou com os jogadores e decidiu adiar o duelo para o dia seguinte.
Na quinta-feira,
23, chegou finalmente a hora de decidir o placar.
A derrota
seria injusta para qualquer um dos dois jogadores, mas alguém precisava sair de
lá vencedor.
E quem no
final pôde comemorar e relaxar foi John Isner.
No tie-break,
da forma como era disputado até então, para sair vencedor, o jogador teria que
abrir dois games de vantagem, foi assim que o americano finalizou a partida por
70/68.
Foram 980
pontos, 11 horas e 5 minutos de jogo, 216 aces - 113 para Isner (o recorde num
só jogo) e 103 para Mahut.
Os dois
quebraram a marca antiga de 78 aces de Ivo Karlovic.
Ao final da
partida, a organização do torneio prestou homenagem aos dois e os entregou
lembranças pelos feitos incríveis.
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