quinta-feira, maio 28, 2020

A influência política no Građanski Nogometni Klub Dinamo Zagreb...


Não conheço, mas já vi! #13

A influência política no Dinamo Zagreb.

Por Dyego Lima para o Universidade do Esporte

Fundado no dia 26 de abril de 1911, o Dinamo é oriundo da cidade de Zagreb, capital da Croácia.

Durante toda a sua existência, o clube esteve presente na elite dos campeonatos nacionais.

Na Liga Iugoslava, de 1946 até 1991.

Na Liga Croata, desde seu surgimento em 1992.

O time possui um leão como mascote, apelidado de Maksi.

Ele representa força e resistência, características tidas como essenciais para a conquista da independência croata em 1992.

Até o início da década de 90, o ano de 1945 era considerado o de fundação do clube.

Entretanto, em meio a turbulências políticas durante a dissolução da Iugoslávia, a equipe passou a reivindicar linhagem direta com o Gradanski Zagreb e o HASK Gradanski, datados de antes da Segunda Guerra Mundial, e dissolvidos durante o regime comunista no país.

A sigla GNK em seu nome faz essa referência, significando Gradanski Nogometni Klub.

A casa do Dinamo é o Stadion Maksimir, em homenagem ao maior parque urbano da cidade de Zagreb.

Inaugurado no dia 05 de maio de 1912, passou por várias reformas ao longo dos anos.

A última delas, em 2011, deixou o estádio com a sua capacidade atual de 35.123 lugares.

É lá que a equipe sedia o Eternal Derby, que é como o clássico contra o Hajduk Split, seu maior rival, é apelidado.

O conturbado início

Em 1911, quando a Croácia ainda era parte do Império Austro-Húngaro, o Gradanski foi fundado por Andrija Mutafelija e alguns amigos.

Era uma resposta aos rumores de que os clubes deveriam jogar apenas pela Liga de Futebol Húngara, em oposição à União Esportiva Croata, que estava prestes a ser estabelecida.

O Gradanski surgiu como um clube poliesportivo destinado a atender os cidadãos de Zagreb, contando com seções dedicadas ao futebol, handebol e ciclismo.

Internacionalmente, a equipe participou de algumas turnês de sucesso.

Uma delas em 1923, quando venceu o Barcelona e o Athletic Bilbao na Espanha.

O time também costumava viajar à Áustria e à Hungria para fazer amistosos contra clubes locais.

Em 1936, fizeram um tour pela Inglaterra, ocasião em que adotaram a formação W-M, que os ajudou a vencer o Campeonato Iugoslavo daquele e do ano seguinte.

Márton Bukovi, técnico do Gradanski nas conquistas, foi o responsável por introduzir o W-M na Hungria no final da década de 40 e pela sua modificação, passando a ser agora um W-W.

A formação ajudaria a lendária Seleção Húngara na Copa do Mundo de 1954, quando seria derrotada pela Alemanha Ocidental na final.

O esquema chegaria ao Brasil como um 4–2–4.

O Gradanski competiu na Mitropa Cup, a primeira competição internacional de clubes da Europa, em três oportunidades.

Em 1928, caiu nas quartas, derrotado pelo Viktoria Zizkov, da Tchecoslováquia.

Em 1937, eliminado já na primeira rodada ante o Genoa, da Itália.

Finalmente, em 1940, o seu melhor desempenho.

A equipe alcançou a final, mas o duelo contra o Ferencváros nunca aconteceu por conta da Segunda Guerra Mundial.

Invadido pelas potências do Eixo em 1941, o Reino da Iugoslávia foi dissolvido e as competições esportivas no país foram suspensas.

O Estado Independente da Croácia, um estado fantoche apoiado pelos nazistas e pelos fascistas, foi a exceção, que pôde desfrutar de "paz" e da continuidade de seus campeonatos.

Durante a guerra, quatro temporadas foram iniciadas, mas só duas foram finalizadas, com o Gradanski sendo campeão em 1942/43.

Quando os conflitos foram encerrados em 1945, o Gradanski foi dissolvido pelo novo governo comunista do país, a República Socialista Federativa da Iugoslávia, junto de HASK e Concordia Zagreb, os rivais da cidade.

Foi uma punição pelos clubes terem competido em uma Liga patrocinada por fascistas em tempos de guerra.

 O último jogo oficial do time foi um empate por 2 a 2 contra o HASK, em 10 de abril de 1945.

O sucesso na nova vida

Em 09 de junho, uma nova instituição foi fundada: o FD Dinamo.

Muitos dos jogadores do antigo Gradanski continuaram suas carreiras na nova equipe, tais como August Lesnik, Branko Plese, Milan Antolkovic, Ivica Reiss e Emil Urch.

O time ingressou na Primeira Liga Iugoslava na temporada inaugural de 1946–47.

Acabou na segunda colocação, cinco pontos atrás do Partizan.

O primeiro título veio na época seguinte, dessa vez cinco pontos à frente do Hajduk Split e do próprio Partizan.

Nos anos seguintes, o Dinamo venceria a Liga em 1954 e 58, além dos vices em 50, 64 e 66.

A Copa da Iugoslávia seria conquistada em 51, 60, 63 e 65.

Na temporada de 1966/67, o clube conquistou a Taça de Feiras, o que o tornou o primeiro e único clube croata com uma conquista continental.

A competição foi disputada entre os anos de 1955 e 1971, com o objetivo de promover a amizade entre países.

Só participavam clubes oriundos de cidades que possuíam feiras de comércio.

Ela foi a precursora da atual Uefa Europa League.

A equipe eliminou Spartak Brno, da então Tchecoslováquia, Dunfermline, da Escócia, Dinamo Pitesti, da Romênia, Juventus e Eintracht Frankfurt, antes de encarar o Leeds na final.

O Dinamo ganhou por 2 a 0 em casa e empatou em 0 a 0 na Inglaterra.

A conquista veio para redimir o vice-campeonato para o Valência em 1963.

O clube fechou a bem-sucedida década de 60 com o título da Copa da Iugoslávia de 1969.

Os anos 70 seriam de seca.

Nas competições continentais, o sucesso passado não foi repetido.

Um novo troféu só seria conquistado no início de 1980, o sétimo da Copa Nacional, batendo o Estrela Vermelha na decisão.

Aos poucos, a década de 80 se mostrava ser de redenção.

O Dínamo venceu a Liga em 1982, e novamente a Copa no ano seguinte.

Entretanto, esses seriam os últimos títulos da equipe como integrante da Iugoslávia.

A era dourada

Após a dissolução do país, o Dínamo participou da criação da Liga Croata de Futebol, inaugurada em 1992.

No mesmo ano, o clube mudou seu nome, de maneira controversa, para HASK Gradanski e, de novo, em 1993, para Croácia Zagreb.

As trocas foram amplamente vistas como um movimento político da liderança da então recém-independente Croácia, com o objetivo de distanciar o clube de seu passado comunista.

Como as nomenclaturas também nunca foram aceitas pelos torcedores, a instituição passou a se chamar Dínamo Zagreb, em 14 de fevereiro de 2000.

Como Croácia Zagreb, o clube venceu seis campeonatos nacionais, sendo cinco de forma consecutiva, de 1996 até 2000.

Já a Copa foi conquistada outras quatro vezes. Em nível continental, as atuações continuavam deixando a desejar.

A década de 2000 é considerada a era de ouro do Dínamo.

A Liga foi conquistada sete vezes: 2000, 2002, 2003, 2006, 2007, 2008 e 2009.

A Copa, outras seis: 2001, 2002, 2004, 2007, 2008 e 2009.

Além disso, a Supercopa da Croácia foi conquistada em três oportunidades: 2002, 2003 e 2007.

O clube também produziu muitos talentos que viriam a representar a Seleção Croata no cenário internacional, tais como Luka Modric, Eduardo da Silva e Niko Kranjcar.

Porém, os resultados no âmbito europeu continuavam em baixa, com diversas eliminações nas fases iniciais da Champions League e da Uefa Europa Legue.

O melhor jogo aconteceu na Champions de 2015, quando, em casa, derrotaram o Arsenal por 2 a 1, no dia 16 de setembro.

No mesmo ano, a dobradinha Liga-Copa seria conquistada.

História recente

Pela primeira vez desde 2004–05, na época 2016–17, o Dinamo não venceu o campeonato nacional, além de perder a Copa, que havia sido conquistada nas duas últimas edições.

Na Champions, o clube caiu em um grupo com Juventus, Sevilla e Lyon, sendo eliminado sem marcar um gol sequer e levando 15.

Aquela foi uma das temporadas mais malsucedidas da equipe em sua história.

Ainda em 2016, a escalação ideal da história do Dinamo foi escolhida por um grupo de especialistas, em parceria com os torcedores do clube.

O time formado foi: Drazen Ladic; Rudolf Belin, Velimir Zajec, Ivica Horvat e Tomislav Crnkovic; Luka Modric, Zeljko Perusic, Zvonimir Boban e Marko Mlinaric; Drazan Jerkovic e Davor Suker.

Durante 2017/18, Nenad Bjelica assumiu o comando técnico.

Ele ajudaria a equipe a garantir mais uma dobradinha Liga-Copa.

Ao fim daquela temporada, o ex-diretor executivo do Dinamo, Zdravko Mamic, foi condenado a seis anos e meio de prisão por corrupção, o que pegou o clube de surpresa.

Na Europa League da temporada passada, o Dinamo alcançou o mata-mata de uma competição continental pela primeira vez em 49 anos.

Acabaria eliminado pelo Benfica nas oitavas.

Na Liga Croata, a hegemonia continuou, com o 20° título sendo garantido.

Na Copa, vice-campeonato após derrota para o NK Rijeka.

Na Supercopa, a conquista do sétimo troféu.

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