Não conheço,
mas já vi! #13
A influência
política no Dinamo Zagreb.
Por Dyego
Lima para o Universidade do Esporte
Fundado no
dia 26 de abril de 1911, o Dinamo é oriundo da cidade de Zagreb, capital da
Croácia.
Durante toda
a sua existência, o clube esteve presente na elite dos campeonatos nacionais.
Na Liga
Iugoslava, de 1946 até 1991.
Na Liga
Croata, desde seu surgimento em 1992.
O time possui
um leão como mascote, apelidado de Maksi.
Ele
representa força e resistência, características tidas como essenciais para a
conquista da independência croata em 1992.
Até o início
da década de 90, o ano de 1945 era considerado o de fundação do clube.
Entretanto,
em meio a turbulências políticas durante a dissolução da Iugoslávia, a equipe
passou a reivindicar linhagem direta com o Gradanski Zagreb e o HASK Gradanski,
datados de antes da Segunda Guerra Mundial, e dissolvidos durante o regime
comunista no país.
A sigla GNK
em seu nome faz essa referência, significando Gradanski Nogometni Klub.
A casa do
Dinamo é o Stadion Maksimir, em homenagem ao maior parque urbano da cidade de
Zagreb.
Inaugurado no
dia 05 de maio de 1912, passou por várias reformas ao longo dos anos.
A última
delas, em 2011, deixou o estádio com a sua capacidade atual de 35.123 lugares.
É lá que a
equipe sedia o Eternal Derby, que é como o clássico contra o Hajduk Split, seu
maior rival, é apelidado.
O conturbado
início
Em 1911,
quando a Croácia ainda era parte do Império Austro-Húngaro, o Gradanski foi
fundado por Andrija Mutafelija e alguns amigos.
Era uma
resposta aos rumores de que os clubes deveriam jogar apenas pela Liga de
Futebol Húngara, em oposição à União Esportiva Croata, que estava prestes a ser
estabelecida.
O Gradanski
surgiu como um clube poliesportivo destinado a atender os cidadãos de Zagreb,
contando com seções dedicadas ao futebol, handebol e ciclismo.
Internacionalmente,
a equipe participou de algumas turnês de sucesso.
Uma delas em
1923, quando venceu o Barcelona e o Athletic Bilbao na Espanha.
O time também
costumava viajar à Áustria e à Hungria para fazer amistosos contra clubes locais.
Em 1936,
fizeram um tour pela Inglaterra, ocasião em que adotaram a formação W-M, que os
ajudou a vencer o Campeonato Iugoslavo daquele e do ano seguinte.
Márton
Bukovi, técnico do Gradanski nas conquistas, foi o responsável por introduzir o
W-M na Hungria no final da década de 40 e pela sua modificação, passando a ser
agora um W-W.
A formação
ajudaria a lendária Seleção Húngara na Copa do Mundo de 1954, quando seria
derrotada pela Alemanha Ocidental na final.
O esquema
chegaria ao Brasil como um 4–2–4.
O Gradanski
competiu na Mitropa Cup, a primeira competição internacional de clubes da
Europa, em três oportunidades.
Em 1928, caiu
nas quartas, derrotado pelo Viktoria Zizkov, da Tchecoslováquia.
Em 1937,
eliminado já na primeira rodada ante o Genoa, da Itália.
Finalmente,
em 1940, o seu melhor desempenho.
A equipe
alcançou a final, mas o duelo contra o Ferencváros nunca aconteceu por conta da
Segunda Guerra Mundial.
Invadido
pelas potências do Eixo em 1941, o Reino da Iugoslávia foi dissolvido e as
competições esportivas no país foram suspensas.
O Estado
Independente da Croácia, um estado fantoche apoiado pelos nazistas e pelos
fascistas, foi a exceção, que pôde desfrutar de "paz" e da continuidade
de seus campeonatos.
Durante a
guerra, quatro temporadas foram iniciadas, mas só duas foram finalizadas, com o
Gradanski sendo campeão em 1942/43.
Quando os
conflitos foram encerrados em 1945, o Gradanski foi dissolvido pelo novo
governo comunista do país, a República Socialista Federativa da Iugoslávia,
junto de HASK e Concordia Zagreb, os rivais da cidade.
Foi uma
punição pelos clubes terem competido em uma Liga patrocinada por fascistas em
tempos de guerra.
O último jogo oficial do time foi um empate
por 2 a 2 contra o HASK, em 10 de abril de 1945.
O sucesso na
nova vida
Em 09 de
junho, uma nova instituição foi fundada: o FD Dinamo.
Muitos dos
jogadores do antigo Gradanski continuaram suas carreiras na nova equipe, tais
como August Lesnik, Branko Plese, Milan Antolkovic, Ivica Reiss e Emil Urch.
O time
ingressou na Primeira Liga Iugoslava na temporada inaugural de 1946–47.
Acabou na
segunda colocação, cinco pontos atrás do Partizan.
O primeiro
título veio na época seguinte, dessa vez cinco pontos à frente do Hajduk Split
e do próprio Partizan.
Nos anos
seguintes, o Dinamo venceria a Liga em 1954 e 58, além dos vices em 50, 64 e
66.
A Copa da
Iugoslávia seria conquistada em 51, 60, 63 e 65.
Na temporada
de 1966/67, o clube conquistou a Taça de Feiras, o que o tornou o primeiro e
único clube croata com uma conquista continental.
A competição
foi disputada entre os anos de 1955 e 1971, com o objetivo de promover a
amizade entre países.
Só
participavam clubes oriundos de cidades que possuíam feiras de comércio.
Ela foi a
precursora da atual Uefa Europa League.
A equipe
eliminou Spartak Brno, da então Tchecoslováquia, Dunfermline, da Escócia,
Dinamo Pitesti, da Romênia, Juventus e Eintracht Frankfurt, antes de encarar o
Leeds na final.
O Dinamo
ganhou por 2 a 0 em casa e empatou em 0 a 0 na Inglaterra.
A conquista
veio para redimir o vice-campeonato para o Valência em 1963.
O clube
fechou a bem-sucedida década de 60 com o título da Copa da Iugoslávia de 1969.
Os anos 70
seriam de seca.
Nas
competições continentais, o sucesso passado não foi repetido.
Um novo
troféu só seria conquistado no início de 1980, o sétimo da Copa Nacional,
batendo o Estrela Vermelha na decisão.
Aos poucos, a
década de 80 se mostrava ser de redenção.
O Dínamo
venceu a Liga em 1982, e novamente a Copa no ano seguinte.
Entretanto,
esses seriam os últimos títulos da equipe como integrante da Iugoslávia.
A
era dourada
Após a
dissolução do país, o Dínamo participou da criação da Liga Croata de Futebol,
inaugurada em 1992.
No mesmo ano,
o clube mudou seu nome, de maneira controversa, para HASK Gradanski e, de novo,
em 1993, para Croácia Zagreb.
As trocas
foram amplamente vistas como um movimento político da liderança da então
recém-independente Croácia, com o objetivo de distanciar o clube de seu passado
comunista.
Como as
nomenclaturas também nunca foram aceitas pelos torcedores, a instituição passou
a se chamar Dínamo Zagreb, em 14 de fevereiro de 2000.
Como Croácia
Zagreb, o clube venceu seis campeonatos nacionais, sendo cinco de forma
consecutiva, de 1996 até 2000.
Já a Copa foi
conquistada outras quatro vezes. Em nível continental, as atuações continuavam
deixando a desejar.
A década de
2000 é considerada a era de ouro do Dínamo.
A Liga foi
conquistada sete vezes: 2000, 2002, 2003, 2006, 2007, 2008 e 2009.
A Copa,
outras seis: 2001, 2002, 2004, 2007, 2008 e 2009.
Além disso, a
Supercopa da Croácia foi conquistada em três oportunidades: 2002, 2003 e 2007.
O clube
também produziu muitos talentos que viriam a representar a Seleção Croata no
cenário internacional, tais como Luka Modric, Eduardo da Silva e Niko Kranjcar.
Porém, os
resultados no âmbito europeu continuavam em baixa, com diversas eliminações nas
fases iniciais da Champions League e da Uefa Europa Legue.
O melhor jogo
aconteceu na Champions de 2015, quando, em casa, derrotaram o Arsenal por 2 a
1, no dia 16 de setembro.
No mesmo ano,
a dobradinha Liga-Copa seria conquistada.
História
recente
Pela primeira
vez desde 2004–05, na época 2016–17, o Dinamo não venceu o campeonato nacional,
além de perder a Copa, que havia sido conquistada nas duas últimas edições.
Na Champions,
o clube caiu em um grupo com Juventus, Sevilla e Lyon, sendo eliminado sem
marcar um gol sequer e levando 15.
Aquela foi
uma das temporadas mais malsucedidas da equipe em sua história.
Ainda em
2016, a escalação ideal da história do Dinamo foi escolhida por um grupo de
especialistas, em parceria com os torcedores do clube.
O time
formado foi: Drazen Ladic; Rudolf Belin, Velimir Zajec, Ivica Horvat e Tomislav
Crnkovic; Luka Modric, Zeljko Perusic, Zvonimir Boban e Marko Mlinaric; Drazan
Jerkovic e Davor Suker.
Durante 2017/18,
Nenad Bjelica assumiu o comando técnico.
Ele ajudaria
a equipe a garantir mais uma dobradinha Liga-Copa.
Ao fim
daquela temporada, o ex-diretor executivo do Dinamo, Zdravko Mamic, foi
condenado a seis anos e meio de prisão por corrupção, o que pegou o clube de
surpresa.
Na Europa
League da temporada passada, o Dinamo alcançou o mata-mata de uma competição
continental pela primeira vez em 49 anos.
Acabaria
eliminado pelo Benfica nas oitavas.
Na Liga
Croata, a hegemonia continuou, com o 20° título sendo garantido.
Na Copa,
vice-campeonato após derrota para o NK Rijeka.
Na Supercopa,
a conquista do sétimo troféu.
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