Presidente do Alecrim divulga
carta aberta
Sem pedir desculpas pelo
ocorrido, Anthony fala em tom de revolta com a cobertura feita pela imprensa,
acusa profissionais de recebimento de dinheiro de dirigentes e reafirma que
pretende disciplina o trabalho dos cronistas
13:01 17 de Janeiro de 2014
Luan Xavier
DO NOVO JORNAL
Anthony Armstrong, presidente do
Alecrim, divulgou uma carta aberta para rebater as críticas que tem sofrido
desde o episódio de quarta-feira (15), quando ele barrou a entrada da imprensa
antes da partida contra o ABC no Ninho do Periquito.
Sem pedir desculpas pelo
ocorrido, Anthony fala em tom de revolta com a cobertura feita pela imprensa,
acusa profissionais de recebimento de dinheiro de dirigentes e reafirma que
pretende disciplina o trabalho dos cronistas.
Segue, na íntegra, a mensagem:
"Apaixonados torcedores
alecrinenses,
de tanto ver o descaso cotidiano
e as maldades divulgadas sobre os assuntos relacionados ao Alecrim pela maior
parte da imprensa, não tive outra alternativa senão cobrar dos profissionais de
comunicação que estavam no Estádio Ninho do Periquito para a cobertura de
Alecrim x ABC. Ou seria do ABC?
Não vou generalizar e sei do
esforço de alguns (poucos) veículos e profissionais para manter a nossa torcida
bem informada sobre os acontecimentos do clube, mas basta ir a um treino do
Alecrim para ver a realidade. Enquanto o trabalho do ABC na véspera do clássico
tinha presença em peso da imprensa, o treino de véspera do Alecrim no Ninho do
Periquito foi noticiado apenas pelos veículos oficiais do clube.
Na última quarta, recebendo em
nossas dependências esses profissionais, a maior parte interessada apenas no
"lado de lá", fiz questão de mostrar que tem gente em casa e o
Alecrim não é mais o "coitadinho" que a imprensa cansou de pintar nos
últimos anos.
Cansei de atender ligações, receber
e-mails ou mensagens de conselheiros e torcedores indignados com o tratamento
do Alecrim, um dos clubes mais importantes para o desenvolvimento do futebol
potiguar, que completa 99 anos em 2014.
Que fique claro que ninguém foi
impedido de trabalhar, mas, que também fique claro, que o Alecrim merece maior
respeito e atenção da imprensa potiguar. O que peço é profissionalismo,
seriedade e valorização dos nossos.
Como podemos explicar um clube de
Natal ser seguidamente ignorado pela imprensa da capital? Como podemos explicar
a falta de pessoal na imprensa esportiva, que obriga profissionais a trabalhar
em dois ou mais veículos? Como podemos explicar pessoas que sequer são
jornalistas e que têm voz de imprensa em veículos ou em blogs pessoais? Cadê a
responsabilidade? Cadê o profissionalismo? Cadê a seriedade?
Desde já, me solidarizo com todos
os clubes que passam pela mesma situação e que convivem com um círculo vicioso
de não conseguir investimentos por ter pouco espaço na mídia e de não conseguir
espaço na mídia por ter pouco investimento. Sabemos que a realidade do futebol
do nosso Estado gira ao redor de apenas dois clubes e está na hora de mudar
isso. Não se faz futebol com apenas dois times!
Desde que assumi o Alecrim, fiz
investimentos pesados em diversas frentes. Contratações de atletas de peso
foram notícia no Brasil, recuperei um estádio e dei uma casa que o clube nunca
teve, criei uma competição que, além do próprio Alecrim, colocou diversos
clubes do nordeste em atividade num segundo semestre em que, praticamente todo,
só houve espaço para ABC e América. Onde estava essa imprensa tão cheia de
questões morais e éticas na cobertura da final da Copa Ecohouse entre Alecrim e
América, por exemplo?
Ajo direta e indiretamente pela
melhoria do futebol potiguar e, por consequência, da imprensa esportiva do
Estado. Ainda assim sou vítima de agressões pessoais gratuitas e descabidas.
Quando tomo uma atitude de cobrar profissionalismo, da mesma forma que sou
cobrado, viro o vilão.
Sei que os piores e justamente os
com rabo preso serão os que mais gritarão palavras de ordem, respeito e
moralidade. O consumidor da informação, que está longe da realidade do futebol,
e, principalmente, os torcedores de outros clubes que não sentem o problema na
pele, serão convencidos pelo discurso dos falsos moralistas que defendem apenas
quem lhes bota dinheiro no bolso. Mas eu aguento essas porradas. O que
realmente me importa é o bem estar do Alecrim, de seus torcedores, diretores e
amigos do clube. O resto, eu disciplino.
Anthony Armstrong-Emery
Do blog:
Não vou entrar no mérito do conteúdo da carta aberta do senhor Anthony Armstrong Emery, mas seria ótimo para todos nós que o senhor Anthony Armstrong Emery, declarasse publicamente e de preferência com documentos ou testemunhas, quem são aqueles que botam dinheiro no bolso e quem são aqueles que botam no bolso o dinheiro que lhe é ofertado.
Seria ótimo, pois só assim, as pessoas saberiam quem corrompe e quem se deixa corromper...