Recebi dois e-mails muito
interessantes...
Um afirma em tom vitorioso que o
campeonato estadual de 2014, cresceu 57%, em relação ao ano passado...
Segundo o e-mail, este ano a
média foi 1.503 torcedores pagantes...
O ano passado, 953.
O e-mail afirma ainda que esta
ano, a média de público pagante de 2014 é a maior desde 2009, quando o Estadual
teve média de 1.697 torcedores.
Muito bem, se considerarmos os
números absolutos, existe sim, razão para comemorar...
Porém, se formos aos detalhes,
veremos que não é bem assim.
A chegada do Globo em Ceará-Mirim,
sua surpreendente campanha e o trabalho de Marcone Barreto promovendo o clube
na cidade, trouxe novos torcedores aos estádios...
Gente de Ceará-Mirim que antes
não frequentava estádios.
A volta do América a Natal, a
inauguração do Arena das Dunas, são outro fatores que devem ser fortemente
considerados.
Portanto, o que houve não foi
aumento de público e sim, o retorno à normalidade, somada ao fator Globo.
Por outro lado, se verificarmos o
público de 2009, constataremos que houve, decréscimo e não acréscimo.
O segundo e-mail, aplaude o
público presente no Arena das Dunas, na final do campeonato...
Tem razão...
Afinal, como afirma o próprio
e-mail, os 18.526 pagantes, presentes na Arena das Dunas, para assistir a um
jogo do campeonato estadual, é algo que não se via desde 1988, quando América e
ABC colocaram 28.585 torcedores, no antigo Machadão.
Entretanto, o e-mail derrapa no
ufanismo e no exagero ao afirmar o seguinte:
“Há 26 anos o torcedor do Rio
Grande do Norte não lotava o estádio em uma final de Campeonato Potiguar como
lotou na última quarta-feira, para a partida entre América x Globo, que acabou
consagrando o alvirrubro de Natal como o campeão.”
Desde quanto, um estádio que
agora, comporta 42.086 espectadores e que depois da Copa, comportará, 31.375,
pessoas, pode estar lotado com 18.526, almas?
Tais malabarismos numéricos, me
remetem a uma frase do economista, diplomata e político, mato-grossense, que
dizia:
“Os dados quando suficientemente
torturados, podem produzir o que a gente quer.”