Imagem: Autor Desconhecido
Abaixo a ótima entrevista
realizada pela revista Época, com Leonardo, ex-lateral esquerdo e meia, do São
Paulo, Flamengo, Milan, Paris Saint Germain e do Brasil na conquista do
tetracampeonato, nos Estados Unidos, em 1994...
A leitura da entrevista com
certeza irá acrescentar muito para aqueles que desejam entender como nós
funcionamos e como funcionam os europeus – que, gostemos ou não, estão muito à nossa
frente...
Boa leitura.
Leonardo: 'O futebol brasileiro
está fechado para o mundo'
Com a experiência como técnico no
Milan e na Inter de Milão e dirigente no Paris Saint-Germain, o ex-lateral é
franco: o Brasil não forma jogadores, técnicos, dirigentes e, por isso, nosso
futebol está pobre e sem público
Poucos são os que se lembram de
Leonardo Nascimento Araújo por sua habilidade como lateral esquerdo e meia de
São Paulo, Flamengo, Milan, Paris Saint-Germain e Seleção Brasileira
tetracampeã em 1994.
Radicado na Itália, Leonardo é o brasileiro que foi
técnico de Milan e Inter de Milão e diretor esportivo do PSG, time que
ressurgiu desde que os bilhões árabes formaram uma equipe com o sueco
Ibrahimovic e os brasileiros Thiago Silva, David Luiz e Lucas.
A experiência
como técnico e cartola dá a Leonardo a segurança para cravar que o futebol
brasileiro ficou para trás.
“A gente achava que era só colocar a camisa
amarela, disputar a Copa e – uau! – Marketing natural. Isso acabou”, diz nesta
entrevista à ÉPOCA.
Afastado do futebol em 2013 por 14 meses após empurrar um
juiz, Leonardo anulou a punição na Justiça e pretende voltar a trabalhar como
manager – mistura de técnico e dirigente – em 2016.
ÉPOCA – O técnico brasileiro está
atrasado? Na Europa falam no fim do esquema, em jogar sem zagueiro de origem.
Aqui ainda falamos em volante cão de guarda para fechar a zaga.
Leonardo – Ele não está dentro do
circuito internacional. Se não tem acesso a outras informações, dificilmente
consegue desenvolver uma nova ideia. Ele está fechado para o mundo. Não adianta
só ir uma semana à Europa para ver os treinamentos.
ÉPOCA –Estar distante dos polos
de conhecimento, sobretudo da Inglaterra e da Alemanha, deixa-os
desatualizados, incompletos?
Leonardo – Claro. A formação do
treinador brasileiro é empírica. Não tem formação de base. O treinador na
Europa faz dois, três, quatro anos de curso para ser treinador. Para ser
treinador na Europa eu fiz dois anos do curso da Uefa (entidade que rege o
futebol europeu), na Itália. Depois desenvolve as ideias dele, mas está
sedimentado em uma base teórica. A Uefa regulamentou. Hoje existem cursos no
Brasil que não são reconhecidos por ninguém. Não valem na Europa, não valem
internacionalmente.
ÉPOCA – Você vê no Brasil algum
bom exemplo? O Tite no Corinthians? Ele aparenta ter um trabalho estruturado,
com estilos de jogo comuns na Europa como construção de jogo com mais passes e
menos chutões ou "lançamentos".
Leonardo – Temos grandes
treinadores para a realidade do Brasil. Os melhores dos últimos tempos foram
motivadores. Essa coisa de juntar um grupo, fechar, facilitar que algumas
individualidades fossem muito bem. Isso aconteceu muito. Não é que Vanderlei
Luxemburgo, Tite e Muricy Ramalho tenham ganhado por acaso. Só que eles
ganharam aqui. Eles se adaptaram a uma realidade brasileira. Isso foi ótimo.
Mas falta um treinador atualizado para o panorama geral.
ÉPOCA – Como o treinador
brasileiro é visto na Europa?
Leonardo – Historicamente, o
treinador brasileiro nunca teve grande mérito. Nas nossas conquistas, até pela
própria seleção, o mundo não o reverenciou. Talvez o único seja o Telê Santana
(técnico da Seleção Brasileira nas Copas de 1982 e 1986). Mas que também não
trabalhou no exterior. O treinador brasileiro foi um pouco estigmatizado por
não ter uma incidência real no time. O europeu dá uma identidade clara a ele. O
brasileiro, menos.
ÉPOCA – A fama da Seleção Brasileira
não é mais suficiente?
Leonardo – Durante muitos anos a
gente produziu jogadores de forma empírica. Jogadores terminavam a formação
deles na Europa. Todos que brilharam terminaram a formação lá. Ronaldo virou
Ronaldo na Europa. Ronaldinho virou Ronaldinho na Europa. Kaká virou Kaká na
Europa. Mas isso não tem vida longa.
ÉPOCA – Os clubes não conseguem
formar atletas?
Leonardo – As instituições,
devagar, foram perdendo credibilidade, poder, receita. O futebol brasileiro
virou um produto menos atrativo, produto que só se vende no Brasil. A gente vê
na televisão, se satisfaz com o dinheirinho que entra e acabou ali. Tudo o que
falarmos da parte técnica é consequência da política. Não existe política de
formação de treinador, de dirigente de clube. Quem é (o dirigente)? É o cara
apaixonado que se candidata, está ali há anos porque é apaixonado, é sócio. Mas
que formação ele tem? O que o empresário que vende chocolates tem a ver? Com o
tempo tudo isso diminuiu muito a capacidade de produção do futebol.
ÉPOCA – O futebol brasileiro
guardou dados sobre os nossos atletas?
Leonardo – A gente não mapeou
nada. Produzimos Pelé, Zico, Ronaldo, e cadê nosso know-how? Não existe.
Ninguém tem. Nenhum clube passou de um para outro, não existe sequência.
ÉPOCA – O que o europeu tem de
estatística, de banco de dados, que o brasileiro não tem?
Leonardo – Um jogador se divide
em quatro áreas que depois são subdivididas: a parte técnica (individual), a
tática (coletiva), a médica e a psicológica. São as áreas cardinais para fazer
avaliação do jogador. Principalmente falando de formação, o menino tem que ser
acompanhado em tudo. Quero ver se hoje o treinador e o diretor de um clube
sabem tudo o que esse jogador faz, a vida dele. Porque a vida dele tem que ser
focada. Tem que viver para isso. Quero ver se ele sabe quem é a família, qual é
a escola, o que ele come, onde está quando não está no treinamento, que tipo de
coisa tem que dar para o menino render o máximo, que tipo de perfil psicológico
ele tem para facilitar a imersão dele em um time, em uma cidade. Quem conhece
esse menino em um momento de risco de contusão? Não é que isso não exista no
Brasil. Mas não há um know-how que vire metodologia. A nossa metodologia é ter
um treinador que fica um ano, dois, vai embora com tudo debaixo do braço, chega
outro, faz outra coisa, e vai andando.
ÉPOCA – Algo se perdeu com o
tempo neste aspecto?
Leonardo – Nós tivemos uma coisa
muito legal, que ninguém dava, e a gente dava, que era liberdade de criação
grande. Essa era nossa prática. Deixe ele jogar, deixe ele viver. A escola
europeia já era contrária. Só que ela desenvolveu metodologias de formação do
coletivo e melhorou a individualidade, e a gente ficou na individualidade, sem
melhorar o coletivo, sem controlar o processo de formação. Com o tempo a
organização de um jogo bate a jogada individual.
ÉPOCA – Romário tinha um
treinador no PSV que o ajudava fora de campo para adaptá-lo à cidade...
Leonardo – Guus Hiddink. Foi meu
treinador também. E tem que ser. O clube tem que ter o entendimento do que
precisa para ele render mais. Aqui a gente fica com tentativas e erros. A gente
tenta, vê no que dá, tenta de novo, e aí fica realmente complicado.
ÉPOCA – O que Conmebol e CBF
precisam fazer?
Leonardo – Dirigentes no Brasil
discutem votos nos clubes, nas federações, na Fifa, encontros em assembleias da
Fifa, apenas questões políticas. Quem discute formação, homologa cursos? Quem
leva informações daqui para fora, quem traz de fora para dentro? Não existe
integração. O futebol brasileiro está fechado. Temos um produto nacional. É um
erro de conceito. O Brasil está fora do circuito mundial.
ÉPOCA – Na Europa há clubes com
donos, ingleses e franceses, há clubes com empresas como sócias, alemães, e há
clubes com conselhos, italianos. Qual modelo é melhor?
Leonardo – Não acho que há melhor
ou pior, não. Se você pega Barcelona e Real Madrid, eles têm uma política tão
complicada quanto (a dos clubes) do Brasil. Só que eles têm uma coisa que faz
diferença, o poder econômico. No Brasil temos problemas de política e não
criamos novas receitas. Os clubes não têm dinheiro. De onde vem o dinheiro de
clubes europeus? Do campeonato nacional e da Liga dos Campeões. Qual a
competição internacional que os clubes brasileiros participam?
Leonardo – Quanto ela produz para
um time que ganha? € 5 milhões, mais ou menos. Sabe quanto ganha um time que
ganha a Liga dos Campeões? € 65 milhões mais prêmios de contratos
publicitários. O Brasil participa de uma competição em que paga para
participar. E quem busca a Liga dos Campeões das Américas? No Brasil a gente
fica comendo na mão dessas instituições que organizam uma Libertadores que não
é rentável. O que ela te dá? Nada. A visão que temos do futebol é extremamente
política. As decisões quase sempre são tomadas para se manter no poder. As
decisões não são tomadas em prol de um produto melhor. Falta visão e diálogo.
ÉPOCA – A hierarquia do futebol
brasileiro, com federações e clubes, ainda funciona?
Leonardo – Todo mundo é vítima de
um sistema arcaico. Acabou. Já funcionou, deu certo, foi inventado assim, mas
hoje o mercado pede outra coisa. O campeonato interno está baixando o nível, as
pessoas têm menos interesse, vão menos ao estádio, e aí formamos piores
jogadores, piores treinadores. É uma sangria desatada. Os clubes poderiam se
organizar para fazer isso melhor, e eles poderiam ser estimulados, promovidos,
divulgados por instituições. Que seja uma liga, que seja a CBF, seja quem for,
24 horas por dia, para desenvolver um produto não só com uma visão nacional,
porque nacionalmente a gente não vai conseguir ser competitivo em alto nível.
ÉPOCA – Então a CBF tem problemas
políticos, as federações, também, e os clubes, também. Ninguém é vilão, nem
mocinho. De onde sai a mudança? Tem que ser externa?
Leonardo – Ou você precisa de
força política, ou econômica. Se hoje alguém chegar para os clubes e dizer:
quanto você ganha? Dez? Vou te trazer vinte. Vem comigo? A ideia tem que ser
financiada.
ÉPOCA – Há em curso uma oferta da
MP & Silva para formar uma Liga dos Campeões das Américas e uma Liga
Sul-Minas Rio que começa a aparecer. O que acha delas?
Leonardo – A Liga dos Campeões
das Américas tinha que existir há muito tempo. Nunca vi dirigente brasileiro
discutindo isso. Primeiro que temos um mundo, digamos, sedento por eventos, por
futebol, que seria os Estados Unidos, lugar onde você pode encontrar dinheiro.
É um mundo que ninguém nunca explorou, e não sei por quê. Teria que ter uma
Liga dos Campeões que envolva os Estados Unidos. Na Europa, o dinheiro está na
Inglaterra, na França, na Alemanha, não nos países menores. No caso das
Américas, está nos Estados Unidos.
ÉPOCA – E a liga?
Leonardo – É um produto que nasce
hoje por briga política, não por visão econômica. Nasce por uma briga de
federações com os clubes. É uma solução paliativa. Pode ser o esboço de uma
futura liga? Pode ser. Mas agora era o momento as lideranças sentarem e
tentarem encontrar uma saída que seja boa para todo mundo. Todas as
instituições estão fragilizadas. Todas elas. Qual está forte, moralizada,
organizada, rentável? Não tem. Inclusive a CBF. Pode ter dinheiro, mas não tem
todo o resto. Este é o momento. A liga tem que nascer nacional. A liga está
financiada?
ÉPOCA – Até agora não tem TV, nem
patrocínio.
Leonardo – Que liga é essa?
ÉPOCA – Por enquanto há só a
briga entre Alexandre Kalil e CBF, “casa do 7 a 1”, como ele a chamou.
Leonardo – Exatamente. Ela não
tem nem condições econômicas, porque não está financiada, nem políticas, porque
não é unificada. Agora imagina que eu seja italiano, alemão, japonês, americano
ou africano. A notícia nunca chega lá, mas vamos supor que ela chegou. “Liga
Sul-Minas-Rio nasce no Brasil”. O que é isso? Como posso entender o que é isso?
É uma demonstração a um futuro cliente de que você está construindo uma coisa
que ninguém entende, não é vendável, não tem credibilidade. Com esse nome, já
nasce morta. Não é questão de nome, mas dá a ideia de que não representa o
futebol brasileiro.
ÉPOCA – Há resistência de
paulistas. Roberto de Andrade [presidente do Corinthians] já falou que não
quer, Paulo Nobre [do Palmeiras] não vai a reuniões. Dá para sair sem
paulistas?
Leonardo – Não dá. Não tem que
sair sem eles. Tem que sair com âmbito nacional. Se o Nobre não vai, não vai
por uma questão política. Se amanhã disser que ele ganha dez, mas vai ganhar
vinte, ele vem. Tem que ser muito prático. Tem que ter um projeto com novas
receitas, bom para todos.
ÉPOCA – O confronto político dos
clubes com a CBF não pode deixá-los em má situação?
Leonardo – Não precisaria de
confronto, guerra. Não acho. Contra fatos não há argumentos. CBF não existe sem
os clubes, os clubes existem sem CBF. Não acredito que seja bom para a CBF ter
um campeonato ruim, no qual ela teoricamente tem um pouquinho de controle, mas
não tem gerência total. Organiza tabela, escolhe juiz, define campo, estabelece
horário, mas não é isso. A visão tem que ser comercial.
ÉPOCA – No Brasil o governo usou
a dívida fiscal para forçar algumas regras por meio do Profut. Na Espanha, o
governo foi mais radical e interviu para haver uma divisão mais igualitária das
cotas de televisão. Como você vê a intervenção do governo na gestão do futebol?
Leonardo – O governo tem que
controlar como controla qualquer outro setor. Se há falcatrua, quem regula tem
que atuar. Não existe dizer se campeonato deve ser assim ou assado. O governo
não deve entrar nisso, até porque é realmente privado. O clube não é público,
as federações não são públicas, e um dia o governo deu o poder de organização a
essas entidades.
ÉPOCA – O Profut,
especificamente, com regras de limitação de mandato, responsabilização pessoal
do dirigente por gestão temerária...
Leonardo – Tudo isso é em função
de má gestão. O governo está muito distante, tem muito pouco conhecimento do
que é isso. Acho difícil o ministro do Esporte saber exatamente o que acontece
lá dentro. O governo poderia até estar sentado nessa mesa conversando. Nesse
momento teria que ter uma conversa muito profunda. Mas não brigando ou impondo.
ÉPOCA – Alguns clubes brasileiros
tentaram ter CEO. É pré-requisito para profissionalizar?
Leonardo – Temos que formar
pessoas que tenham capacidade para aquele cargo. Não adianta pegar o mesmo
diretor de futebol e remunerá-lo. Isso não é profissionalizar. Se não tem
competência daquilo, não é profissionalizar. A gente está aqui batendo palmas para
a Europa. O (time que está em) último lugar da Premier League (liga inglesa)
fatura o triplo do primeiro do Brasil. A gente achava que era só colocar a
camisa amarela, disputar a Copa do Mundo e, uau, marketing natural. Isso
acabou. Acabou.
ÉPOCA – Isso tem que partir dos
clubes, mas os próprios clubes são fechados. O São Paulo está no meio de uma
crise em que o diretor socou o presidente, mas não muda. E aí?
Leonardo – Mas aí é que entra a
grande instituição por trás. Ela que leva, direciona. Ela tem que direcionar a
gestão de um clube. Se a gestão está desfavorecendo um clube, ela tem que
intervir.
ÉPOCA –Quem é a grande
instituição?
Leonardo – Hoje seria a CBF, mas
sob o controle de alguém. A própria CBF teria que estar em um estatuto no qual
ela é controlada por um conselho gestor ou de ética e pelos clubes. Se ela
organiza o campeonato, ela tem que ser controlada pelos clubes. Se um clube não
cumpre o seu papel, não arca coma s suas responsabilidades, não age com ética,
ele é punido ou até proibido de ser inscrito no campeonato caso seja o caso. Um
clube mal administrado atrapalha o campeonato. E não é só ida. É ida e volta.
Se a CBF não realizar o que tem que realizar, tem que ser cobrada por isso.
Existe hoje uma política que claramente deteriora o clube. Teria que ter
intervenção. A CBF tem que chamar e perguntar: vem cá, qual é o problema? Aqui
a gente não tem isso. A CBF não participa da discussão no real dos problemas
dos clubes, ninguém entra, o São Paulo está lá do jeito dele, e muitos outros até
piores, e falta a grande conversa do produto final.
ÉPOCA – A tragédia do 7 a 1,
então, é muito anterior àquele jogo.
Leonardo – Muito anterior. Aquilo
ali é a consequência drástica. Talvez nem precisasse do 7 a 1 para que a gente
entendesse. A única coisa que restava aquele 7 a 1 destruiu: a nossa
autoestima.
ÉPOCA – Isso (7 a 1) ainda pode
ser gancho para mudar?
Leonardo – Acredito em trabalho.
Não acredito em achar que nosso jogador nasce, joga bola, chuta bem. Isso vale
para Pelé, Maradona, Messi, Cristiano Ronaldo. São pontos fora da curva e não
servem como base. O que serve é aumentar o nível da média. Se a média for 80%
ruim, o campeonato é fraco. Se a média for mais alta, o produto fica muito
melhor.
ÉPOCA – Você foi convidado a ser
CEO da Liga Sul-Minas-Rio?
Leonardo – Não considero um
convite oficial. Houve uma consulta, até porque conheço essas pessoas, por meio
do Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo. Ele sabe o que eu penso.
ÉPOCA – Aceitaria um cargo no
futebol brasileiro?
Leonardo – Eu olho o organograma
do futebol brasileiro e não consigo almejar um cargo porque não acredito que me
encaixo no perfil de liderança, nessas funções. Gostaria muito de participar,
mas vejo a engrenagem muito engessada, a mentalidade muito fechada, viciada.
Acredito em um grande movimento de pessoas que idealizassem um novo sistema. Um
sistema independente de gestão que visasse o desenvolvimento esportivo, social
e econômico do futebol brasileiro. Imagina um futebol moralizado, rentável e
engajado em causas sociais. Seria um exemplo extraordinário. Teria um impacto
fortíssimo, inclusive no desenvolvimento do nosso país, que tanto precisa. Isso
eu aceitaria.