Imagem: Autor Desconhecido
Caso Dopagem na Rússia
Mais de 1.000 atletas russos se
beneficiaram de “conspiração institucional” de doping
Relatório da Agência Mundial
Antidoping confirma que o Estado participou na ocultação
Carlos Arribas para o El
País/Madrid
Mais de 1.000 atletas olímpicos
russos pertencentes a mais de 30 confederações esportivas se beneficiaram de
manipulações para esconder suas análises positivas de doping.
Essa é a manchete da segunda
parte do relatório que a Agência Mundial Antidoping (AMA) pediu ao professor
Richard MacLaren (foto) sobre o doping de Estado na Rússia, que confirma e amplia as
descobertas reveladas no primeiro relatório, especialmente o sistema para
manipular os frascos de urina colocado em prática no laboratório antidoping das
Olimpíadas de Inverno de Sochi 2014.
“Descobrimos a existência de uma conspiração institucional da qual
participaram atletas, dirigentes esportivos e o Ministério dos Esportes russo”,
disse McLaren na apresentação de suas descobertas no começo da tarde de
sexta-feira em um hotel de Londres.
“A prática de trocar frascos com urina de atletas dopados por urina
limpa não acabou após os Jogos de Sochi, mas se transformou em uma rotina
mensal no laboratório de Moscou. As análises de DNA e de sal efetuadas
confirmaram o doping”.
De acordo com os números do
relatório, mais de 500 atletas identificados participaram nas Olimpíadas do Rio
de Janeiro e dezenas deles conseguiram medalhas.
“Durante anos, as competições internacionais foram manipuladas pelos
russos”, disse McLaren.
Na quinta-feira dia 8,
antecipando o conteúdo do relatório publicado no dia 9, justamente o Dia
Mundial da Luta contra a Corrupção, o presidente do Comitê Olímpico
Internacional (COI), Thomas Bach, anunciou que todos os atletas e técnicos
identificados nas manipulações serão punidos e não poderão nunca mais
participar das Olimpíadas.
Bach, entretanto, se mostrou mais
compreensivo em julho, quando, por conta da publicação da primeira parte do
relatório, a AMA exigiu que ele proibisse a Rússia de participar dos Jogos
Olímpicos do Rio.
O COI delegou a responsabilidade
às diferentes confederações internacionais que, com exceção da de atletismo,
permitiram a participação de atletas russos.
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