Imagem: Autor Desconhecido
Tragédia da Chape expõe
via-crúcis de times em viajar pela América do Sul
Por Rodrigo Mattos
A investigação em torno do
acidente do avião da Chapecoense indica a precariedade da empresa aérea Lamia,
fretada para fazer o voo da Bolívia até a Colômbia.
A opção pela companhia é
explicada pelas condições difíceis dos times nacionais em viajar pelo
continente.
Conexões longas e complicadas,
regras de restrição ou preços altos são rotina para os clubes brasileiros na
disputa da Libertadores e Sul-Americana.
O blog apurou nos últimos dias
com dirigentes de times que relatam os empecilhos que enfrentam a cada etapa
que avançam nos campeonatos.
Tanto que há empresas que foram
criadas só para tentar auxiliar os times a realizar as viagens.
Vamos conta-los em seguida:
Conexões ruins para certos países
Quando os times brasileiros têm
que ir para países mais ao Norte da América do Sul, as conexões muitas vezes
são feitas no Panamá.
Ou seja, um time do Sul, por
exemplo, teria de pegar um voo para São Paulo, depois para o Panamá e depois de
volta para a Colômbia ou Venezuela.
Isso implicaria em um dia de
viagem para uma distância de cerca de seis horas.
Falta de companhias de fretamento no país infla preço
São poucas companhias com aviões
de tamanho médio com 100 lugares como a Lamia.
Para fretar aviões no país para
voos ao exterior, os dirigentes costumam ter de fretar um avião da Gol ou da
Tam.
Como têm que tirar uma aeronave
de linha, cobram valores bem mais altos.
Há estimativas entre US$ 150 mil
e US$ 200 mil.
Dentro do Brasil, para distâncias
similares, é possível fretar por valores a partir de R$ 100 mil.
Regras restritivas de aluguel de aeronaves
A Anac proíbe que sejam fretados
aviões que não sejam do Brasil ou do destino final.
É uma regra comercial comum que
se pratica em outros países.
Com isso, os clubes ficam
restritos ao uso de aviões dos caros aviões do Brasil ou aos do outro país.
Condições climáticas na linha do Equador
Os voos para os países do Sul do
continente são tidos como tranquilos por dirigentes.
Mas, nas proximidades da linha do
Equador, são comuns os relatos de turbulências, além de aeroportos
problemáticos.
A maioria que viaja muito já
passou por uma situação difícil ou outra.
Estratégia
Para escapar de todos esses
empecilhos, os grandes clubes têm duas táticas.
O bloqueio de passagens aéreas
com bastante antecedência para garantir, e aceitar o pagamento de valores mais
altos para fretar os aviões brasileiros.
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