quinta-feira, setembro 14, 2023

Federação do Mali suspende jogadoras por protestarem contra a falta de pagamento

Imagem: Autor Desconhecido

Três jogadoras que foram suspensas por organizarem um protesto em razão do tratamento que receberam durante sua participação na seleção feminina do Mali afirmam que não recebem salário desde 2018 e que a federação de futebol do Mali (Femafoot) “não se importa” com o futebol feminino no país...

A capitã do Mali, Fatoumata Karentao, Coulouba Sogoré e Aïssata Traoré (foto) foram suspensas pela Femafoot depois de organizarem o protesto após a vitória sobre Burkina Faso na primeira rodada das eliminatórias para as Olimpíadas de 2024, em julho, que aconteceu no Benin.

Elas haviam retornado ao Mali e esperavam ir direto para um novo campo de treinamento antes da segunda rodada, mas em vez disso foram instruídas a voltar para suas casas sem receber quaisquer despesas de viagem, além de 1.000 francos da África Ocidental (£ 1,31) que lhes foi dado por um funcionário da Femafoot que “teve pena delas”...

Karentao, Sogoré e Traoré afirmam que foram informadas posteriormente que não jogariam a segunda rodada das eliminatórias por Famaga Dembelé, dirigente do departamento de futebol feminino da Femafoot.

“Eu estava conversando com o presidente e ele me disse para publicar nas minhas redes sociais que estava tudo bem porque ele estava vendo minhas postagens”, disse Karentao ao jornal britânico, The Guardian...

“Eu disse que não poderia até recebermos nosso dinheiro. Quando estávamos no Benin, quando realmente começamos nosso protesto, ele me informou que eu seria despensada da equipe assim que voltássemos para o Mali.”

Traoré disse: “É uma pena. Eu não pude acreditar. Recebemos uma ligação do treinador para nos informar sobre nossa suspensão. Não recebemos nenhuma carta oficial, nada.”

O Mali empatou na segunda rodada por 2 a 2 e deverá enfrentar a Zâmbia no próximo mês, na fase seguinte das eliminatórias olímpicas.

Após o empate as três jogadoras dispensadas receberam esta semana um comunicado informando que suas suspensões foram canceladas  e ordenando que se apresentassem para o treinamento na manhã seguinte.

A experiente ex-zagueira do Auxerre da França, Sogoré, também afirmou que a maior parte da equipe não foi paga desde que terminou em quarto lugar no Campeonato Africano das Nações em 2018.

“Já se passaram cinco anos”, disse ela.

“Eu nem sei quanto dinheiro eles nos devem. Eles absolutamente não se importam com o futebol feminino. Estamos apenas pedindo nossos direitos, nada mais.”

Traoré, atacante que joga na equipe francesa do Guingamp, disse: “Estamos lutando pelos nossos direitos. Estamos apenas pedindo o dinheiro que eles nos devem. A FIFA dá dinheiro a Femafoot todos os anos para o desenvolvimento do futebol feminino. Estou perguntando onde está esse dinheiro? Esperamos uma mudança, um dia, mas como? Veja o que aconteceu. Protestamos e fomos suspensas.”

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