quarta-feira, abril 24, 2024

FBI condenado a pagar 139 milhões de dólares de indenização a ginastas americanas vítimas de abusos sexuais

Simone Biles e as ginastas norte-americanas que foram vítimas de abusos sexuais por parte de Larry Nassar, antigo médico da seleção dos Estados Unidos, vão receber 139 milhões de dólares de indenização do FBI, após acordo com o departamento de Justiça dos Estados Unidos.

No total, foram cerca de cem vítimas de Larry Nassar, entre elas as campeãs olímpicas Simone Biles, Aly Raisman e McKayla Maroney.

A acusação pedia indenização de bilhão de dólares, em razão do FBI não ter levado a sério as primeiras denúncias e provas apresentadas e ter demorado a dar início as investigações.

Nassar trabalhou na Michigan State University e atuou como médico da Federação de Ginástica dos Estados Unidos (USA Gymnastics), com sede em Indianápolis.

Atualmente está cumprindo pena de prisão perpétua por posse de pornografia infantil e por agressões sexuais a atletas ao seu cuidado.

Este acordo eleva para mais de um bilhão de dólares o montante total pago por diversas instituições às vítimas de Larry Nassar pelos seus abusos.

Em 2018, o Estado de Michigan concordou em pagar 500 milhões de dólares a mais de 330 vítimas e em 2021, o Comité Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos chegou a acordo para pagar 380 milhões a centenas de vítimas de Nassar.

O procurador-geral associado em exercício, Benjamin Mizer, frisou que Nassar traiu a confiança daqueles sob seus cuidados durante décadas e que as “denúncias deveriam ter sido levadas a sério desde o início”.

“Embora estes acordos não desfaçam os danos infligidos por Nassar, a nossa esperança é que ajudem a dar às vítimas dos seus crimes algum do apoio fundamental de que necessitam para continuar a cura”, acrescentou Mizer, sobre o acordo que resolve 139 reclamações.

O Departamento de Justiça reconheceu que não interveio.

Durante mais de um ano, agentes do FBI em Indianápolis e Los Angeles tinham conhecimento das acusações contra o médico, mas não tomaram nenhuma medida, de acordo com uma investigação interna.

“Estou profundamente grata. A responsabilização do Departamento de Justiça demorou muito”, afirmou Rachael Denhollander, de Louisville, Kentucky, que não faz parte do último acordo, mas foi a primeira pessoa a apresentar-se publicamente e a detalhar os abusos cometidos por Nassar.

A Universidade Estadual de Michigan, que também foi acusada de falhar durante anos e permitir o comportamento de Nassar, concordou em pagar 500 milhões de dólares a mais de 300 mulheres e meninas que foram agredidas.

A USA Gymnastics e o Comitê Olímpico e Paraolímpico dos EUA fizeram um acordo de 380 milhões de dólares.

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