Simone Biles e as ginastas
norte-americanas que foram vítimas de abusos sexuais por parte de Larry Nassar,
antigo médico da seleção dos Estados Unidos, vão receber 139 milhões de dólares
de indenização do FBI, após acordo com o departamento de Justiça dos Estados
Unidos.
No total, foram cerca de cem vítimas
de Larry Nassar, entre elas as campeãs olímpicas Simone Biles, Aly Raisman e
McKayla Maroney.
A acusação pedia indenização de bilhão
de dólares, em razão do FBI não ter levado a sério as primeiras denúncias e
provas apresentadas e ter demorado a dar início as investigações.
Nassar trabalhou na Michigan
State University e atuou como médico da Federação de Ginástica dos Estados
Unidos (USA Gymnastics), com sede em Indianápolis.
Atualmente está cumprindo pena de
prisão perpétua por posse de pornografia infantil e por agressões sexuais a
atletas ao seu cuidado.
Este acordo eleva para mais de um
bilhão de dólares o montante total pago por diversas instituições às vítimas de
Larry Nassar pelos seus abusos.
Em 2018, o Estado de Michigan
concordou em pagar 500 milhões de dólares a mais de 330 vítimas e em 2021, o
Comité Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos chegou a acordo para pagar 380
milhões a centenas de vítimas de Nassar.
O procurador-geral associado em
exercício, Benjamin Mizer, frisou que Nassar traiu a confiança daqueles sob
seus cuidados durante décadas e que as “denúncias deveriam ter sido levadas
a sério desde o início”.
“Embora estes acordos não
desfaçam os danos infligidos por Nassar, a nossa esperança é que ajudem a dar
às vítimas dos seus crimes algum do apoio fundamental de que necessitam para
continuar a cura”, acrescentou Mizer, sobre o acordo que resolve 139
reclamações.
O Departamento de Justiça
reconheceu que não interveio.
Durante mais de um ano, agentes
do FBI em Indianápolis e Los Angeles tinham conhecimento das acusações contra o
médico, mas não tomaram nenhuma medida, de acordo com uma investigação interna.
“Estou profundamente grata. A
responsabilização do Departamento de Justiça demorou muito”, afirmou
Rachael Denhollander, de Louisville, Kentucky, que não faz parte do último
acordo, mas foi a primeira pessoa a apresentar-se publicamente e a detalhar os
abusos cometidos por Nassar.
A Universidade Estadual de
Michigan, que também foi acusada de falhar durante anos e permitir o
comportamento de Nassar, concordou em pagar 500 milhões de dólares a mais de
300 mulheres e meninas que foram agredidas.
A USA Gymnastics e o Comitê Olímpico e Paraolímpico dos EUA fizeram um acordo de 380 milhões de dólares.
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