O governo Talibã decretou nesta
quarta-feira (28) a proibição da prática de artes marciais mistas (MMA) por considerá-las
violentas e incompatíveis com o Islã, anunciaram as autoridades esportivas do
país...
“Percebe-se que este esporte
contraria a lei Sharia e que, em muitos aspectos, está em contradição com os
ensinamentos do Islã. É por isso que foi tomada a decisão de proibir as artes
marciais mistas no Afeganistão”, justificou o porta-voz do governo talibã.
A ordem foi emitida pela polícia
da moralidade, vinculada ao Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do
Vício (PVPV), após uma investigação sobre a conformidade desta modalidade esportiva
com a lei islâmica, ou sharia: as autoridades intendem que o MMA é muito
violento e acarreta probabilidades de causar ferimentos ou até mesmo a morte
dos praticantes...
O MMA é um esporte de combate que
combina as técnicas e regras de diversas outras lutas, desde a luta livre ao judô
ou o boxe tailandês, permitindo pontapés, socos, joelhadas e cotoveladas, além
de golpes no chão, estrangulamentos e chaves dentro de um recinto fechado.
O Afeganistão segue assim a
política adotada em França, um dos últimos grandes países a proibir
oficialmente o MMA...
Ao retomarem o poder em 2021, os
talibãs aplicaram uma interpretação ultra rigorosa da lei islâmica, que impõem a
vida social e privada dos afegãos, com fortes limitações sobretudo para as
mulheres, que se viram afastadas do esporte e dos estudos.
Em 22 de agosto foi promulgada
uma nova lei de 35 artigos...
A lei visa “promover a virtude e prevenir o vício” e que, na prática, significa novas restrições às mulheres, mas que também atinge os homens, agora impedidos de usar calções acima dos joelhos.
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