sábado, março 02, 2013

Torcer sim, distorcer, jamais...



Todo jornalista esportivo tem o direito de torcer por um time...

O que ele não pode é distorcer por ele.


Passando por cima...

Imagem: World Soccer

Vem aí o OPALÃO 2013 - Muito mais atraente com ABC e América.

Imagem: Autor Desconhecido/Arte: Fernando Amaral


Com ABC e América na parada, o Chevetão 2013 vai para o estacionamento e abre espaço para um modelo mais possante, mais bem acabado e bem mais confortável...

Vem aí, o OPALÃO 2013...

Com ar condicionado e certamente, árbitros de fora nas partidas decisivas.

Você torcedor do interior, prestigie a equipe de sua cidade e lote os estádios para ver os gigantes da capital...

Afinal, se não for agora, só no ano que vem.

Faça como o povo de Sorocaba, Penápolis, Lins, Macaé, Duque de Caxias, Olaria, Bangu, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Araxá, Juiz de Fora e demais cidades do interior deste imenso Brasil...

Mostre que você adora o campeonato estadual e é louco pelos times da capital.

Você natalense, colabore, saia do pé do rádio, mas leve o rádio com você para o estádio...

Superlote o Maria Lamas Farache, curta uma tarde gostosa em Goianinha e engarrafe nossas estradas em direção ao Trairi, a região Oeste e o Seridó...

Demonstre que seu amor vai muito mais além...

Vá tranquilo, pois nesta fase, a imprensa vai.


Racha...

Imagem: World Soccer

15 anos é sensacional, dois e cinco, não...



Engraçado, foi preciso uma enorme confusão para se chegar à decisão que o bom mesmo é o Nazarenão.

Porém, uma coisa ainda martela minha curta e ínfima inteligência: se 15 anos era bom, ótimo e sensacional; por que cinco ou dois anos, não?


Não deu...

Imagem: Picture Alliance

Tudo pela não transparência...



O bloqueio do patrocínio da Caixa Econômica ao Corinthians, não se deu por uma razão bem simples:

A Caixa Econômica e o Corinthians se recusaram a responder a solicitação de informações sobre o contrato ao impetrante da ação judicial...

Depois, ambas as instituições se negaram a fornecer as informações ao juiz encarregado do processo.

O que causa curiosidade é o porquê...

Mas, por que será mesmo?


sexta-feira, março 01, 2013

Ultima ratio...

Imagem: World Soccer

José Lira: OLHA O GOL!!! - Cinquenta anos honrando o rádio.

Imagem: AP/Vadim Ghirda/ Arte: Fernando Amaral


Em 1962, eu tinha sete anos, morava em Fortaleza, na Rua José Vilar, na Aldeota e o mundo para mim era azul...

Hoje, Fortaleza ainda está na minha memória não como a capital do Estado em que nasceram minha avó, meu pai e seus irmãos...

É mais que a cidade onde minha irmã viu a luz...

Fortaleza ainda é em minha memória um lugar azul.

Em 1962, um pouco mais abaixo, em terras vizinhas, um rapazola atravessou as portas da Rádio Poty, e começou uma carreira que perdura até os dias de hoje...

Seu nome, José Lira, sua função, “Plantão Esportivo”.

27 anos depois desembarquei em Natal, não conhecia ninguém, não sabia o nome de nenhuma rua, mas um dia ao ligar o rádio num domingo na pequena varanda do Hotel Farol em Areia Preta, para matar a saudade de ouvir o bom velho futebol, ouvi um nome familiar...

Esse nome veio depois de um bordão, que dizia: OLHA O GOL...

Era José Lira.

Lembrei na hora...

Havia ouvido seu nome aos 17 anos, em 1972, nas transmissões da rádio Tupi do Rio de Janeiro, durante a Mini Copa realizada no Brasil.

Foi um momento muito especial para mim...

Afinal, eu conhecia alguém em Natal.

Minha primeira reação foi tentar descobrir onde ficava a rádio Globo, pensei em ir até lá e dizer: 

“Olá, meu nome é Fernando, ouvi você em 72, estou chegando aqui e vim conhecê-lo pessoalmente”.

Depois, o impulso foi refreado pela razão e pelo medo de ser ridículo.

Não fui, mas continuei a ouvir os jogos pela rádio Globo, pois me confortava saber que em Natal, tinha alguém cuja voz era conhecida.

O tempo passou e acabei me envolvendo em publicidade, jornalismo, radialismo e meus planos de trabalhar às 6 horas obrigatórias e flanar o restante do tempo pelas praias e pelas ruas de Natal acabaram.

Meus planos fracassaram...

Passei a trabalhar não seis horas, mais 10, 12...

Sei lá.
Engraçado, mas meus planos nunca dão certo – devo ser um péssimo planejador e, talvez por isso, parei de planejar.

Um dia, me vejo no rádio...

Um dia, me deparo frente a frente com José Lira.

Não como um admirador, mas como um “igual”...

Colegas de trabalho.

O coleguismo durou pouco, quase nada...

Zé Lira, já podia chamá-lo assim, se tornou um amigo...

E para meu espanto, me disse que me admirava e respeitava.

Foi o meu terceiro prêmio em Natal.

Nenhum deles pode ser exibido, mais poucos por aqui o possuem.

Rubens Lemos, sinto saudade dele – certa vez numa cadeira do Machadão, me disse: 

“Gosto do seu estilo e gosto da forma como você se comporta... vá em frente, mas procura aprender um pouco mais”.

Rubens morreu pouco tempo depois...

Ainda estou procurando aprender, mestre Rubens.

Lute Lopes, outro de quem sinto falta, numa matéria publicada no jornal “Tribuna do Norte”, disse com todas as letras que me considerava um excelente comentarista...

Guardo o jornal até hoje como um troféu.

Feito esse parêntesis ou como dirão alguns, esse intervalo comercial (risos), volto ao assunto que me motivou escrever essas linhas.

José Lira.

Hoje, somos amigos...

E eu, poderia como tal, derramar elogios ao profissional, mas não vou.

Zé Lira não precisa deles...

É maior que eles...

Tenho absoluta certeza disso.

Só não vou me furtar de dizer umas poucas palavrinhas sobre o homem...

Lira é decente, é honrado, é leal, é amigo...

Lira é humilde sem ser submisso...

É bondoso sem ser piegas...

É comprometido com seu trabalho sem ser chato...

É respeitoso sem rastejar...

É um homem que vale a pena conhecer.

Ah, Lira tem defeitos...

Muitos... 

Creio eu...

Como também os tenho, não posso cobrar pureza de ninguém.

Pois bem, encerro por aqui...

Estou feliz por poder escrever sobre o cinquentenário de José Lira no rádio Potiguar e saber que ele vai ler...

Estou feliz por poder ter conhecido José Lira e por fim, estou feliz por ele ter me honrado com sua amizade.

Parabéns mestre, parabéns amigo...

Obs: deixe um espaço em sua agenda, pois vou levá-lo a UFRN para sentar diante de 50 meninos e meninas e contar para esses alunos da disciplina de Jornalismo Esportivo ministrada pelo Professor Ruy Rocha, sua história e a história do rádio de Natal.

Parabéns Rádio Globo, pelo respeito que sempre teve por seus profissionais.