domingo, julho 20, 2014

O Macumbão Alemão...

Macumbão Alemão...


Por Alex Antunes


A teoria do “apagão de seis minutos”, convenientemente abraçada por Felipão para explicar a derrota de 7 a 1 do Brasil para a Alemanha, que selou o destino pífio do país na copa, foi muito atacada.

É óbvio que o tal apagão não foi só um momento de vertigem; ele veio de longe, convergindo os erros e a arrogância de muitas pessoas e instituições.

E seria perfeitamente “alemão” se recusar a aceitar formulações esotéricas como essa, para se concentrar, mais disciplinadamente, nas discussões a respeito de planejamento.

O que deveria ter sido e não foi, e o que poderá ser a partir de agora.

Mas quem viu o jogo sabe que aqueles quatro gols em sequência vertiginosa podem, sim, serem atribuídos ao Sobrenatural de Almeida (nome cunhado por Nelson Rodrigues para brincar com o inexplicável no futebol).

Ou a um bug na matrix.

A matrix no caso era a convergência de interesses do governo federal, da Globo, da CBF e de bandidos vip de diversas extrações, interessados não no “Brasil vencedor”, mas nas possibilidades de lucro material, político e de influência trazidas pela manipulação das narrativas apaixonadas.

Não adianta supor que agora viraremos uma Alemanha, ou que implantaremos um “positivismo” tardio (segundo o qual faltou “ordem e progresso” no futebol brasileiro), para usar os termos de Marcos Augusto Gonçalves, num artigo seu publicado na Folha de São Paulo.

Muito apropriadamente, MAG pergunta não o que deu errado agora, mas o que dava certo antes: como foi possível que o futebol do Brasil, país caótico, truqueiro, oportunista e autoritário desde sempre, tenha vencido cinco copas, em condições organizativas, políticas e sociais em geral não melhores que as atuais.

Como notou Eliane Brum em outro texto bacana, na dificuldade de compreender o que ocorre, é tendência na discussão esportiva “buscar nos cronistas do passado, em especial em Nelson Rodrigues, a interpretação do futebol e das brasilidades”.

O que ninguém está lembrando é o quanto, nesta copa, a seleção da Alemanha é que foi brasileira, e não o contrário.

Desde a escolha da concentração na Bahia (no próprio litoral em que o país teve origem), a benção dos índios locais, o enterro das sete moedas na Fonte Nova (pagando o dono da casa antes de estrear), toda a troca psíquica com os brasileiros, até a dancinha “indígena” de agradecimento no Maracanã.

Foi a Alemanha que, além de seus traços usuais de disciplina, protagonizou o maior macumbão.

Entre os procedimentos adotados no trabalho de base, em mais de uma década de preparação, está o cuidado multirracial, criando acessos para filhos de imigrantes estrangeiros.

Não consigo imaginar nada menos nazista.

Na seleção alemã, Ozil é de origem turca, a de Khedira é tunisiana, a de Boateng ganesa.

Klose e Podolski nasceram na Polônia, e Mustafi é kosovar.

No Brasil é exatamente o contrário.

Nossos jogadores, frequentemente de origem humilde, encaram o futebol exclusivamente como veículo de ascensão social.

Passam a acreditar em agenciamento e em marketing, na linguagem branca, corruptora.

Nosso caldeirão natural é pasteurizado, desperdiçado.

São manipulados por figuras como Gilmar Rinaldi, o novo coordenador de seleções da CBF.

Com Gilmar, não só botaram a raposa para tomar conta do galinheiro, como depois que deu m* chamaram outra raposa para criticar e substituir a primeira.

Como disse Romário no twitter e no Facebook, “o cara é empresário de vários jogadores.

Só os ratos do Marin e Del Nero para escolherem uma pessoa como essa.

Para piorar, ele ainda é agente Fifa.

Vai fazer da CBF um banco de negócios para defender os seus interesses".

Em resposta ao neomacumbão alemão, tudo o que as instituições brasileiras sabem fazem é cultivar seu nazismo moreno.

Por falar em positivismo, o lema positivista que influenciou a bandeira brasileira era “Amor, ordem e progresso: o amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim”.

De cara, já tiraram o amor, o fator principal (de princípio, e de principismo) da equação.

Era esse o macumbão positivista; sem todos os ingredientes ele simplesmente não funciona.

Porque propõe uma ordem sem conteúdo, um progresso à força, uma Ferrari sem combustível.

E assim vamos embranquecendo tanto que nem o futebol aguenta mais.

Podemos aguardar os próximos apagões, os próximos bugs na matrix.

Nas eleições periga ter outro.

Futebol sub-18 na Suécia... nós gostamos mesmo de futebol, não é?

Imagem: Autor Desconhecido

Futebol Sub-19... deveria ser bem diferente.

Que futuro se pode esperar de um futebol onde o campeonato estadual sub-19 é disputado por seis equipes?

Isso...

ABC, América, Currais Novos, Globo, Palmeira de Goianinha e Visão Celeste.

Essas são às equipes...

As seis heroicas equipes.

Porém, não é só o número de participantes que decepciona...

Decepciona também, saber que partidas são disputadas no estádio Juvenal Lamartine...

Estádio que está abandonado e interditado pelo Ministério Público.

Em outras palavras...

Não pode haver presença de público.

Triste, não?

LeBron James sendo "zoado" pela torcida do San Antonio Spurs...

Imagem: Reuters

América arranca empate em São Januário em dia de ótima atuação...

Imagem: Autor Desconhecido


Motivado pela vitória em Cuiabá diante do Santa Cruz, por quatro a um, o Vasco recebeu o América e esperava ganhar.

O América foi para o jogo com um medo desnecessário...

Manteve-se recuado...

Acabou imprensado, mas sem sofrer grandes sustos.

O primeiro tempo teria terminado em branco, caso o árbitro não tivesse marcado uma falta que não foi falta...

Douglas cobrou e abriu a contagem para o Vasco.

Foi só.

Na segunda etapa o América exorcizou o medo e encarou de frente um Vasco que já não assusta...

A nova postura do América assustou o Vasco...

Deixou a equipe carioca num dilema...

Buscar o segundo gol ou segurar os rubros?

Enrolados, os vascaínos não fizeram nem uma coisa  e nem outra...

Aos 8 minutos, acabaram se atrapalhando com um contra-ataque rápido do América e Diego Renan colocou justiça no placar ao empurrar a bola para dentro de seu próprio gol.

O América teve outras chances...

Chances que se tivessem terminado em gol, não seriam nenhuma injustiça ou zebra.

Mas o América também contou com a sorte...

Fernando Henrique, no finzinho da partida, salvou duas conclusões em cima da linha, primeiro na cabeceada de Douglas Silva e, na sequência, no chute de Lucas Crispim.

No final das contas o empate foi justo, mas o América do segundo tempo, jogou para um pouco mais.

sábado, julho 19, 2014

Ivan Fandino, frente a frente com o touro...

Imagem: AP/Daniel Ochoa de Olza

O ABC vira o jogo, vence o Joinville e permanece próximo a zona de classificação para a Série A...

O primeiro tempo entre ABC e Joinville poderia ser descrito numa linha...

O Joinville teve mais a bola, mas não incomodou...

Pronto, seria isso.

Porém, um vacilo da defesa alvinegra permitiu que Jael de cabeça abrisse o marcador para os catarinenses...

O gol fez com que o texto em relação ao primeiro tempo ficasse mais longo...

Só isso.

Na segunda etapa, mudou tudo...

O ABC ficou com a bola, empurrou o Joinville para o “canto da parede” e fustigou até conseguir o empate.

Renato aos 26 minutos...

A pressão continuou...

Dez minutos depois, aos 36 minutos, Renato, novamente acertou as redes...

Acertou em cheio...

Sem chance de defesa.

Abalado com a virada, o Joinville perdeu o rumo e dois de seus jogadores foram tomar banho mais cedo...

Bruno Aguiar, primeiro e Everton, depois.

Daí para frente, o alvinegro administrou o resultado e garantiu seu vigésimo ponto na competição.

No final, o treinador Zé Teodoro fez uma declaração que me pareceu bastante pragmática...

“Primeiro temos que pensar em permanência...”

Perfeito.

O céu em chamas em Cincinnati...

Imagem: AP/Al Behrman

A arte bem brasileira de aparecer e desaparecer quando o assunto é futebol...


A seleção brasileira pertence ao povo do Brasil...

Seus jogadores são filhos dessa terra ensolarada, pátria amada.

Portanto, o brasileiro da arquibancada, não difere do brasileiro de chuteiras coloridas que desfila nos gramados sua arte...

Nas vitórias ou antes delas, somos provocadores, risonhos, festivos, irreverentes e nada parece nos atingir.

Antes da Copa, éramos nós ou tóis...

Fotos mil pipocaram nas redes sociais...

Sorrisos desafiadores...

Dentes escancarados a mostrar nossa certeza de que a taça era nossa.

Arquibaldos e jogadores, deitaram e rolaram...

Instagram, Facebook, Twitter...

Bastava acessar qualquer um deles e pimba...

Lá estava um selfie...

Lá estava um já ganhei.

Durante a Copa, ou melhor, no curto espaço entre o primeiro jogo e a semifinal, os “craques” brasileiros postaram 500 fotos em suas páginas pessoais...

Só David Luiz, postou 55 fotos...

Dizem os especialistas, que o número de fotos superou em quatro vezes o número de chutes dados contra as metas adversárias...

Isto é, fotos demais, chutes de menos.

Já os arquibaldos, certamente superaram os “craques” na postagem de autorretratos comemorando antecipadamente a conquista da Copa das Copas...

Porém, depois da chinelada germânica e dos cascudos holandeses...

Todos sumiram...

Evaporaram.

Mostraram o que são...

Péssimos perdedores.

Estádio do Real Salt Lakers...

Imagem: World Soccer

Anos difícieis para Brasil e Argentina...

"Nem o Brasil, nem a Argentina têm uma geração adequada e, por isso, prevejo anos difíceis para estes gigantes."

Hristo Stoichkov

sexta-feira, julho 18, 2014

Calor amazônico...

Imagem: World Soccer

Gilmar Rinaldi é o novo Coordenador Técnico da CBF...

Como era de se esperar...

As mudanças no Brasil não mudam nada.

Gilmar Rinaldi, o novo Coordenador Técnico da CBF, depois que pendurou as chuteiras, trabalhou como empresário d e inúmeros jogadores...

Tem carteirinha de agente FIFA.

Em sua primeira manifestação, Gilmar disse que não haverá conflito ético no novo cargo, visto que deixou de ser agente...

“- Quero deixar bem claro que minha atividade de agente de futebol não existe mais.” - disse ele.

Parou...

Não é mais...

Então, quem sou eu para duvidar.

Lisboa 1928...

Imagem: Fundação Calouste Gulbekian/Mário Novaes

Mesut Özil reafirma compromisso com crianças brasileiras e desmente doação a Faixa de Gaza...

Mesut Özil, meio campista alemão, negou ter doando o prêmio que recebeu pela conquista da Copa do Mundo para os habitantes da Faixa de Gaza...

Özil, confirmou que antes da Copa havia se comprometido em arcar com as despesas de cirurgias de 11 crianças brasileiras e que após a conquista do tetracampeonato, acrescentou mais 12 crianças ao projeto.

“Antes da Copa do Mundo eu tornei possíveis cirurgias para onze crianças doentes. Uma vez que a vitória na Copa do Mundo não foi devida apenas a 11 jogadores, mas a todo o time, eu agora vou aumentar o número para 23 cirurgias. Este é o meu agradecimento pela hospitalidade do povo brasileiro”, escreveu Özil em seu perfil o Facebook

Para sempre condenados a mesmice...

Charge: Mário Alberto

Depois da Copa...

Ainda estamos de ressaca...

Ainda estamos curtindo a Copa.

Ainda estamos lambendo as feridas...

Doídas, feridas.

A Copa acabou...

E com ela se foram os torcedores...

As festas nas arquibancadas, nas ruas, restaurantes, praias, praças e o ritmo alucinante no entorno dos estádios são agora lembranças...

Gratas lembranças.

Com o retorno de Série A e B, vimos novamente estádios vazios...

Frios.

No campo, ficou ainda mais evidente a falta de brilho...

Jogos chatos, lentos, cansativos...

A Copa levou também o bom futebol...
Só os muito apaixonados ou os pouco exigentes, devem estar sentindo alguma satisfação.

Por sorte, Neto Baiano, salvou a lavoura ao marcar o gol do Sport que afundou o Botafogo...

Sem o gol de Neto, o jogo teria sido sofrível.

Mas, sigamos em frente...

Quem sabe, não melhora, ali na esquina.