Clube Atlético Paranaense
manifesta-se pelo fim das organizadas
NOTA OFICIAL DO ATLÉTICO/PR
O Clube Atlético Paranaense, por
suas mesas diretoras do Conselho Administrativo e Deliberativo, vem a público
manifestar seu posicionamento pela extinção das torcidas organizadas, a começar
dentro de seu próprio patrimônio, no Estádio Joaquim Américo Guimarães.
As torcidas organizadas foram
concebidas como agrupamento de torcedores que se reuniam com um único
propósito: torcer pacificamente pelo seu time do coração e manifestar tão
somente sua paixão nos estádios de futebol.
E hoje, o que temos?!
Temos torcidas organizadas que
precipuamente utilizam o pretexto de torcida para criar tumultos, pânico,
violência e incitar o ódio entre semelhantes através de seus cânticos.
O Clube é apenas um subterfúgio
para justificar licitamente sua existência.
Atualmente, as torcidas
organizadas existem para explorar economicamente símbolos, imagens e tradição
do Clube.
São seus verdadeiros concorrentes
no mercado.
Para essas torcidas, mais
importante do que estar presente no estádio torcendo pelo Furacão é hastear
faixas e bandeiras próprias e vestir suas camisas, com a única finalidade de
expor a sua marca.
Vestir a camisa do CAP, não
satisfaz.
É fácil constatar.
Recentemente, a Diretoria proibiu
inicialmente o acesso de adereços das organizadas e, após diversas justificativas
de que o estádio estava ficando uma “geladeira”, autorizou, como medida de
exceção, a utilização das baterias.
Não foi o suficiente. Hoje a
torcida mantém “protesto”, agora pela liberação das tão importantes faixas,
camisas e bandeiras próprias.
Ora, mais uma vez fica
evidenciado que torcer pelo Atlético é mero pretexto.
Nosso Clube (hoje líder no
ranking de punições por mau comportamento) e o futebol brasileiro já suportaram
demais os prejuízos causados por estas instituições piratas, com a morte de
inocentes, espancamentos, rixas, perda de mandos de campo, portões fechados, o
esvaziamento dos estádios pelas famílias, proibição da venda de bebidas etc.
Vale lembrar e pontuar alguns
casos que motivam por si só o presente manifesto:
1) Perda de 09 mandos de campo,
sendo 04 com portões fechados, multa de R$ 80 mil, mais um prejuízo direto e
indireto estimado em R$ 5 milhões (perda de receitas como bilheteria,
custos/prejuízo financeiro e técnico de jogar fora), 25 ações judiciais movidas
por torcedores pelo Brasil todo, inclusive uma Ação Civil Pública proposta pelo
Ministério Público de Santa Catarina em face do CAP com o valor da causa de R$
10 milhões, em decorrência da violência protagonizada pelas organizadas do CAP
e Vasco na cidade de Joinville, em dezembro de 2013;
2) Perda de 02 mandos de campo e
multa de R$ 30 mil em razão da briga entre as Torcidas “Os Fanáticos” e
“Ultras” no Atletiba realizado na Vila Capanema, em outubro de 2013;
3) Perda de 01 mando de campo e
multa de R$ 20 mil por conta de brigas no Atletiba ocorrido em julho de 2009;
4) Perda de 01 mando de campo em
jogo contra o Corinthians pela Copa do Brasil e multa de R$ 10 mil, em abril de
2009;
5) Apedrejamento ao ônibus do
Clube e ameaças a toda comissão técnica quando da ida ao aeroporto pela
Primeira Liga, em março 2016;
6) Ameaças públicas ao Atleta do
Clube, Walter Henrique da Silva, em abril de 2016;
7) Cuspe de torcedor, sócio do
setor FAN, no goleiro Vanderlei Farias da Silva do Santo Futebol Clube, em
junho de 2016.
É a morte do entretenimento
civilizado.
A prática inaceitável de agir com
violência fez surgir aberrações.
Como explicar a escolta policial
das torcidas para que caminhem por lados opostos? Existe algo mais brutal e
animalesco?!
Criou-se uma falsa dependência
destas torcidas organizadas que “gritam”, “fazem barulho”, mas, ao mesmo tempo,
cometem atos de violência e prejudicam demais os seus clubes.
Isso não pode mais existir.
E entre esta falsa dependência e
o retorno das famílias, o Clube Atlético Paranaense opta por esta última.
Famílias nos estádios estão se
tornando fato raro.
E cada vez mais será, caso
nenhuma providência incisiva, corajosa e eficaz seja adotada.
Algo precisa ser feito.
E logo.
Para tanto, contamos com o apoio
da verdadeira torcida atleticana e de todos os entes que de algum modo atuam
nesse processo.
É justamente por um futuro de
segurança, conforto e paz dentro e fora dos estádios e com o retorno das
famílias que o Clube propõe esta união pela extinção das torcidas organizadas e
o fim da violência no desporto.
Vamos mostrar que é possível
outro modelo para torcer por nosso Furacão, com festa, alegria, civilidade e
amor ao Atlético.
É o que realmente importa e é o
que o futebol precisa.
Afinal, a camisa rubro-negra do
Furacão, esta sim, só se veste por amor.
Pinçado do blog do Paulinho.