A queda alvirrubra
Por Luiz Gustavo Ribeiro
Mais um domingo ensolarado em Natal e a atenção do fã de esporte natalense estava toda concentrada na partida do início da noite entre América e Santa Cruz, que marcaria a queda ou o mais um respiro dos alvirrubros no campeonato potiguar.
Em meio às críticas, o treinador Pachequinho foi para a Arena das Dunas sabendo que a corda já estava em seu pescoço e qualquer deslize na partida poderia ser fatal.
No início do primeiro tempo o América se impôs ofensivamente e aos seis minutos, Adriano Pardal conseguiu abrir o placar.
O cenário perfeito estava sendo montado, o último respiro estava sendo prolongado e os mais de mil e duzentos torcedores presentes na Arena das Dunas se enchiam de esperança.
Esperança que durou mais do que deveria.
Mesmo em desvantagem no placar, o Santa Cruz dominou o jogo no primeiro tempo.
A equipe conseguia trabalhar a bola e contava com a habilidade e a visão de jogo de seu camisa 10, o meia Moisés.
O alvirrubro sofreu para se defender e quando obteve êxito na defesa a criação foi falha, mesmo assim resistiu aos ataques no primeiro tempo.
Na segunda etapa, o técnico Fernando Tonet mostrou porque sua equipe é uma das sensações da competição.
Aos 10 minutos, Xilú empata a partida para o Santa Cruz e a corda no pescoço de Pachequinho começou a incomodar mais.
Incomodada também estava a torcida do América.
Após “queimar” as três substituições em 14 minutos, o treinador alvirrubro sofreu com as vaias da torcida.
A mesma torcida que vaiava o técnico empurrava o time, mas o América não se portava como um aspirante a vitória.
O Santa Cruz seguia impondo seu ritmo, a equipe se defendia bem, enquanto o adversário sofria com sérios problemas criativos.
Eis que surge a grande sacada da noite, Fernando Tonet troca sua principal peça, Moisés saiu de campo aplaudido e deu lugar ao atacante Aroldinho.
O fim do jogo se aproximava e com ele o fim do campeonato também chegava de forma antecipada.
Boa parte dos jogadores do América já se mostravam conformados com empate, mas alguns jogadores da equipe ainda tinham uma última “gota” de esperança.
O time vermelho foi todo para frente, esse era o tudo ou nada do América, mas buscar a vitória com bolas áreas sem ninguém para cabecear, chutes bloqueados e muito desespero não é o caminho mais apropriado.
Se para alguns religiosos Moisés é um profeta, para o Santa Cruz o profeta neste domingo se chama Aroldinho.
O atacante marcou um gol bem decisivo.
Decisivo para a vitória de sua equipe.
Decisivo para coroar a atuação do Santa Cruz.
Decisivo para o fim do campeonato.
E decisivo para o fim do ciclo de Pachequinho no América.
Enquanto o Santa Cruz se mostrou imponente e surpreendente, o América se despede do Campeonato Potiguar com o gosto amargo.
Por mais decepcionante que as derrotas para o Santa Cruz tenham sido, a maior decepção da equipe foi internamente, o planejamento não foi bem feito e custou caro, mas não falo só de valores.
O maior custo foi no sentimento dos torcedores, já que os alvirrubros encerram a noite melancólica vendo o tricampeonato do maior rival.