Imagem: AP Photo - Hasan Jamali
Este espaço não propõe defesa nem ataque a nenhum clube ou pessoa. Este espaço se destina à postagem de observações, idéias, fatos históricos, estatísticas e pesquisas sobre o mundo do futebol. As opiniões aqui postadas não têm o intuito de estabelecer verdades absolutas e devem ser vistas apenas como uma posição pessoal sujeita a revisão. Pois reconsiderar uma opinião não é sinal de fraqueza, mas sim da necessidade constante de acompanhar o dinamismo e mutabilidade da vida e das coisas.
sábado, março 31, 2012
América 0x2 Santa Cruz...
890 torcedores americanos
deixaram seus lares...
E confiantes rumaram para Goianinha
certos que veriam mais uma vitória de sua equipe.
Certamente, esse era o sentimento
de todos.
Era...
Mas não foi o que aconteceu.
No primeiro tempo, a equipe rubra
nada fez e por nada fazer, acabou perdendo por 1x0...
Na segunda etapa, aproveitando o
recolhimento do Santa Cruz, o América passou a ficar mais com a bola...
Ficou, mas, porém, como quase
sempre, não soube o que fazer com ela e sem saber o que fazer foi se enervando
e abandonando os cuidados defensivos...
Resultado?
Tomou o segundo gol.
Flavinho e Rodrigo Carioca,
jogadores do Santa Cruz pegaram bem menos na bola, mas quando pegaram, souberam
o que fazer e por essa razão, vão para casa com a certeza do dever cumprido e
aquele sorrisinho maroto no rosto.
Leandro Campos diz que não disse o que os microfones captaram e ameaça processar o árbitro Suélson Diógenes...
O treinador Leandro Campos,
figura de quem gosto e a quem respeito profissionalmente, é como todo ser
humano, falível...
Num espaço pequeno de mais ou
menos 15 dias, Leandro perdeu as estribeiras no jogo América e ABC – o que
convenhamos não é nada de anormal em se tratando de gente que trabalha sob
forte pressão – sofreu um processo de insanidade temporária ao declarar após a
partida que se fosse julgado e condenado deixaria o comando do ABC – voltou atrás
em menos de 48 horas – e agora, demonstra estar sofrendo de amnésia ao afirmar
que em nenhum momento foi desrespeitoso com o árbitro e que jamais falou os
palavrões que o árbitro fez constar na sumula...
Pincei do blog do Marcos Lopes as
palavras do treinador:
”Em momento nenhum fui
desrespeitoso com a figura do árbitro, nem muito menos chamei os palavrões que
foram colocados na súmula. Mas, isso agora pouco importa. Sai sendo considerado
o culpado pela minha reação. Agora é esperar”.
Li e reli a declaração acima e
depois, cá com meus botões fiquei a matutar...
Leandro tem certeza do que está
dizendo?
Alguém o avisou que havia
microfones abertos ao seu lado durante o bate boca entre ele e o quarto
árbitro?
Não lhe foi dito que os
microfones em questão pertenciam às emissoras de rádio que transmitiam para o
Estado, para o Brasil e para mundo, via internet e que por essa simples razão,
milhares de ouvintes ouviram cada palavrãozinho proferido?
Será também, que nenhum membro de
sua comissão técnica, segurança do clube, jogador, assessor de imprensa,
dirigente ou algum desocupado que costuma frequentar os treinos do clube, não soprou
em seu olvido que desde 1877, Thomas Alva Edison usando um fonógrafo foi capaz
de registrar e reproduzir sons e que, portanto, há 135 anos, não há mais
como desmentir o que fica registrado pela infernal invenção deste americano?
Leandro Campos conhece a
legislação que obriga as emissoras a manterem o registro de toda a sua
programação?
Além disso, é bom informar ao
treinador que as emissoras não só por imposição legal, mas também como registro
histórico, tem por hábito colecionar suas transmissões radiofônicas e que estas,
ficam a disposição de qualquer pessoa interessada em sua pesquisa.
Portanto, é bom Leandro Campos fazer
um esforço de memória e esquecer este discurso, pois quem ouviu não vai
esquecer e quem não ouviu, pode solicitar a gravação da transmissão e ouvir
detalhadamente o vasto vocabulário de palavrões disparados contra o quarto
árbitro e o desrespeitoso tratamento dado ao árbitro do jogo.
Mas a amnésia é tão séria que
Leandro ainda ameaçou...
“Dependendo do que possa
acontecer comigo, vou entrar com um processo contra o árbitro, pelas inverdades
relatadas na súmula”.
Cada um faz o que quer, mas eu
aconselharia a Leandro a não entrar com nenhum processo, pois além de perder em
todas as instâncias, ainda corre o risco que ser processado.
sexta-feira, março 30, 2012
Péssimo e inútil exemplo...
Os dirigentes de América e ABC
antes do clássico deram um show...
De mau gosto...
De deselegância...
De falta de decoro e completo
desconhecimento de como promover uma partida de futebol.
O resultado foi uma renda pífia, ânimos
desnecessariamente exaltados e o alargamento do fosso que os separa, enfraquece
e os torna presa fácil de todo o tipo de armação contra suas equipes e o
futebol norte-rio-grandense.
É impressionante a necessidade
que esses senhores têm subverter a ordem natural das coisas, buscando aparecer
mais que atletas, treinadores, comissão técnica, árbitros e torcedores.
Eles me fazem pensar nessas “modelos”
gostosonas, burrinhas e fascinadas por uma câmera que tudo fazem para
aproveitar um grande evento e mostrar os únicos dotes que possuem em busca do
estrelato...
Entretanto, como as mariposas,
basta que as luzes se apaguem para que desapareçam.
O mais chato de tudo isso é que os
veículos de comunicação insistem em lhes dar palco, microfone e holofotes para
que continuem repetindo suas enfadonhas cantigas de grilo.
Lamentações...
Kleber Carvalho, vice-presidente
do América é mais um a recorrer ao muro das lamentações...
Kleber por escrito mencionou sua
decepção como os torcedores rubros que na última quarta-feira à noite,
preferiram ficar em suas casas a se deslocar até Goianinha para assistir a
partida contra o Alecrim.
“Neste último jogo com o Alecrim
só tivemos 167 torcedores que compraram ingressos. E dos 1.634 entre sócios,
conselheiros e sócios proprietários só compareceram neste jogo 437”...
Kleber reconhece a distância, mas
e diz que ela é igual para todos...
Ele tem razão, a distância sempre
será a mesma, mas a forma como percorrer essa distância ida e volta é que acaba
determinando se o sujeito vai o não.
Por outro lado, exigir que a
massa rubra saia de casa numa quarta-feira à noite e percorra os 80 quilômetros
que separam Natal de Goianinha para assistir o América enfrentar o desmilinguido
Alecrim, é um pouco demais...
A massa assalariada não tem os
mesmos privilégios...
Não tem bons carros...
Não tem sobra de dinheiro...
E nem tão pouco são donos do próprio
negócio ou ocupam cargos que permitem flexibilidade de horário.
A massa anda a pé...
Conta os trocados e se chegar
atrasada no serviço, no mínimo vai ouvir um carão.
Entretanto, Kleber não deixa de
ter razão ao reclamar: futebol é um brinquedo caro e se o anônimo torcedor não
deixar nas bilheterias suas parcas economias, é do bolso dos dirigentes que
sairão os caraminguás necessários para manter o negócio girando.
FIFA versus Brasil...
Mais um recadinho dado nas
entrelinhas...
Desta vez não foi um “subalterno”,
mas o vice-presidente Executivo e Presidente Financeiro da FIFA, o argentino Júlio
Humberto Grondona que alfinetou o Brasil.
“A Copa do Mundo é da FIFA e ela
apenas ocorre no Brasil”.
Júlio Humberto Grondona, além dos
cargos que exerce na FIFA, também é o presidente da Associação Argentina de
Futebol e um ícone na arte da sobrevivência politica e naquilo que há de mais
atrasado no futebol.
Grondona, desde 1979 é o dono do
futebol argentino e neste período, resistiu a quatro ditadores e nove
presidentes da República Argentina.
Conheça antes de sair por aí repetindo fragmentos...
Muito além da Copa: derrame de dinheiro público.
Por Chico Alencar.
Chico Alencar é professor de História e deputado federal
pelo PSOL do Rio de Janeiro.
1. O alerta sul-africano
A África do Sul – que ainda tem o
“apartheid” da desigualdade social – gastou US$ 4,9 bilhões (R$ 8,8 bilhões) em
estádios e infraestruturas para realizar a Copa do Mundo de 2010.
Ao todo, US$ 2 bilhões (R$ 3,6
bilhões) foram consumidos na construção ou reforma das dez arenas do torneio.
Hoje, o Soccer City, de
Johannesburgo, é usado para rúgbi e shows.
O Green Point, da cidade do Cabo,
tem manutenção de US$ 4,5 milhões (R$ 8,1 milhões) por ano e só foi usado 12
vezes desde então.
Vários outros são, na terra dos safáris, desinteressantes e
dispendiosos “elefantes brancos”.
Alegava-se à época que todo esse
investimento geraria rendas imediatas de US$ 930 milhões (R$ 1,69 bilhões),
derivadas do afluxo de 450 mil turistas.
Valores superestimados: o país só
arrecadou US$ 527 milhões (R$ 961 milhões) dos 309 mil turistas que de fato lá
entraram.
Já as rendas de radiofusão e
marketing da FIFA ultrapassaram os US$ 4 bilhões (R$ 7,2 bilhões), no ciclo
quadrienal encerrado com a Copa da África do Sul.
Seus dirigentes sabem fazer
negócios.
Há, no país, um local chamado
Blikkiesdorp, que quer dizer Cidade de Lata.
Lá, em 1.600 containers,
colocaram os removidos da Cidade do Cabo, a 30 quilômetros de onde foi
construído um dos estádios mais bonitos do mundo, vendido internacionalmente
como um “estádio ecológico”.
No país, cerca de 100 mil
ambulantes perderam sua renda durante a Copa.
Após o evento, o emprego anual
diminuiu 4,7% no país, com perda de 627 mil postos formais de trabalho.
Nem seria preciso pegar o exemplo
sul-africano.
Bastaria o nosso Pan-americano de
2007, no Rio de Janeiro, cujos protagonistas continuam sendo os mesmos hoje
(até o antigo Secretário de Esportes é, agora, o prefeito).
O orçamento do evento foi
multiplicado por dez.
Houve remoções até mesmo depois
dos jogos, no Canal do Anil.
Os monumentos ociosos estão lá,
para todo mundo ver.
Só em serviços sem execução comprovada teriam sido gastos
R$ 6,8 milhões.
Em pagamentos com duplicidade,
outros R$ 4,1 milhões.
É recorrente o argumento de que
uma Copa estimula a realização de obras de mobilidade urbana, que ficariam como
utilíssimo ‘legado social’.
Um mínimo de inteligência e
sensibilidade social questionará esse ‘êmulo’.
Quem vive em sociedade tem o
direito irrenunciável de, com ou sem megaevento, receber transporte coletivo
(aí incluídos seus terminais) e moradia dignas!
Só incompetência ou interesses
escusos vinculam políticas públicas necessárias e urgentes com a viabilização
de investimentos que um acontecimento episódico possa criar.
Mas, pelo andar da
carruagem no Brasil, nem com o atrativo da Copa haverá melhoria efetiva e
duradoura na vida cotidiana das populações das cidades-sede.
2. Remoções arbitrárias
Segundo levantamento da
Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (ANCOP) há, em todo o
Brasil, 170 mil pessoas ameaçadas de remoção forçada por causa das obras
ligadas à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016: megaviolação de direitos.
O cálculo tomou por base os
projetos divulgados pelos próprios governos, nem sempre claros.
O Poder Público garante que os
reassentamentos estão sendo feitos dentro dos limites da lei.
Mas não divulga relação completa
de todas as comunidades ameaçadas de remoção.
Nem os nomes, os valores de
avaliação de cada imóvel e os locais de reassentamento de todas as famílias que
já foram removidas, desde 2009.
Isso devia estar disponibilizado
para a Defensoria Pública e para a sociedade, nos portais de transparência.
Há sonegação de informações e
esbulho do direito à moradia.
No Rio, o padrão tem sido
“derrubar primeiro, definir o reassentamento depois”.
O “aluguel social” de R$ 400 não
é suficiente para a manutenção das famílias até que outra opção seja
encontrada.
Por sinal, é intolerável esse
interregno.
A relatora da ONU para o Direito
à Habitação, Raquel Rolnik, relembra o princípio universal do reassentamento
“chave por chave”: nenhuma família pode ser despejada de sua casa antes de ter
participado (e concordado) com a realocação e receber seu novo imóvel.
As remoções também causam
problemas indiretos, como o agravamento do gargalo no transporte público – uma
vez que muitos estão sendo reassentados em regiões distantes dos bairros
centrais – e limitações ao acesso precário a serviços, como hospitais e
escolas.
As remoções são realizadas em
total dissonância com a legislação nacional e com os acordos internacionais
assinados pelo Brasil.
A Constituição estabelece a
moradia como direito fundamental, e cria a função social da propriedade.
O
Estatuto das Cidades de 2001 torna obrigatórios os Planos Diretores que, entre
outras atribuições, regulamenta a questão habitacional.
A Lei 11.124 e a Constituição do
Estado do Rio determinam a utilização prioritária de terrenos públicos para a
implantação de projetos habitacionais de interesse social.
Remoções forçadas fazem parte
desse novo modelo de gestão das cidades pelo mercado via megaeventos.
Têm
ocorrido em todos os países ditos “emergentes”.
Na China, onde foram realizadas
as Olimpíadas de Pequim (2008), teriam sido transferidas 1,2 milhão de pessoas.
Embora, por enquanto, sejam pouco
abordadas pela imprensa nacional, às remoções no Brasil já foi motivo de
denúncias em veículos de diversos países (New York Times, The Guardian, The
Huffington Post, Al-Jazeera e El País, entre outros).
3. Desperdício de dinheiro
público
O valor inicial previsto para a
reforma ou construção dos 12 estádios que serão usados para a Copa do Mundo de
2014, de R$ 5,3 bilhões, subiu 47%, desde janeiro de 2010.
As mudanças de estádios e o
aumento dos preços finais contratados fizeram com que o valor subisse para 7,8
bilhões, dos quais R$ 4,8 bilhões são de responsabilidade do BNDES e dos
governos estaduais.
Segundo relatório do Tribunal de
Contas a União (TCU), algumas cidades-sedes como Natal, Manaus, Cuiabá e
Brasília correm o risco de ficarem com “elefantes brancos” após a competição.
A média de público nas
competições esportivas nessas cidades é dezenas de vezes menor que a capacidade
das ‘modernas’ arenas que ali estão sendo erguidas.
A falta de pessoal qualificado do
BNDES para análise técnica dos projetos de engenharia das obras foi outro
problema apontado pelo TCU, o que pode fazer com que sejam aprovados
aditamentos que não condizem com a realidade da empreitada.
Segundo o TCU, em cinco meses,
entre setembro de 2011 e fevereiro de 2012, o custo do conjunto de obras para a
Copa – não só de arenas esportivas – subiu de R$ 23,3 bilhões para R$ 25
bilhões.
Calcula-se que chegue a R$ 33
bilhões, com 2/3 bancados pelo Estado: megaindividamento público.
No Rio de Janeiro, o orçamento
total está R$ 683 milhões mais caro que o verificado no levantamento anterior
do TCU.
Agora, alcança R$ 3,89 bilhões em
obras no Maracanã, aeroportos, portos e mobilidade urbana.
Os custos estimados para o
governo do estado e para a prefeitura do Rio praticamente dobraram, na
comparação com setembro de 2011.
O governo estadual deve bancar R$
483,5 milhões, contra uma previsão anterior de R$ 200 milhões.
Já o custo para
a Prefeitura da capital subiu de R$ 420 milhões para R$ 704 milhões.
A princípio, os maiores
investidores na Copa do Mundo do Brasil seriam, na ordem, Caixa Econômica
Federal (28,43%, ou R$ 6,65 bilhões), a Infraero (22%, ou R$ 5,15 bilhões) e
BNDES (20,8%, ou R$ 4,8 bilhões).
Logo, financiamento público.
Na prática, o dispêndio do BNDES
é bem maior.
Inclui a participação do banco no
financiamento à expansão dos portos, aos preparativos dos governos estaduais e
municipais, e até na recente privatização de três aeroportos brasileiros.
A Copa da FIFA 2014 está
produzindo no Brasil um derrame de dinheiro público inédito em nossa história.
E sem transparência: os
propalados compromissos assinados pelo governo com a FIFA em 2007 têm sido
mantidos sob sigilo, gerando constante controvérsia.
Um ofício que fiz à Casa Civil
solicitando cópia desses supostos acordos, em 18 de janeiro de 2012, não
mereceu qualquer resposta!
4. Legado Social
José Roberto Bernasconi,
coordenador para assuntos da Copa do Sindicato Nacional das Empresas de
Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), é objetivo: “não houve
planejamento consistente para a Copa”.
Hoje o País sai correndo, faz
contratações sem licitação, tem obras com gente trabalhando 24 horas por dia,
contra o relógio.
Fizeram vários discursos, mas não
uma lista imediata de prioridades (…) o legado de infraestrutura será muito
pequeno perto do que poderia ter sido”, diz, o insuspeito técnico (Carta
Capital, 29/2/2012).
Dos R$ 27 bilhões totais
previstos em investimentos e financiamento pela Matriz de Responsabilidade do
governo federal com estados e municípios, até aqui somente 9,8 bilhões foram contratados
e 1,4 bilhão foi executado, segundo o Portal Transparência da Presidência.
A pouco mais de dois anos para o
início dos jogos, apenas 2,14% dos investimentos em mobilidade urbana saiu do
papel. Dos 50 projetos listados na Matriz, somente 18 tiveram avanço até o fim
de janeiro.
Estão previstos investimentos de
R$ 12,36 bilhões de reais em sistemas de transporte como BRT e monotrilhos.
Mas só R$ 265 milhões se
transformaram em obras.
O programa Mobilidade Urbana, do
governo federal, ficou praticamente parado em 2011.
Cogita-se, inclusive, que esse
atraso seja, em parte, proposital.
O discurso da emergência, da
pressa, faz com que projetos tomem corpo sem passar pelos processos
tradicionais de licitação.
Não é acaso que tenha sido
aprovado no Congresso Nacional, em 2011, o Regime Diferenciado (ou
desesperado?) de Contratações (RDC), na contramão da Lei 8666.
Esse tipo de “legislação de
exceção” dá margem a aditivos contratuais que certamente vão gerar
superfaturamento.
Segundo o Ministro do TCU Valmir
Campelo, em audiência pública na Câmara dos Deputados, em 21/3/2012, “o atraso
pode resultar numa Copa mais cara, porque enseja aditamentos”.
A pouco mais de 2 anos do evento,
apenas 3 dos 12 estádios em reformas ou construção têm metade das obras
realizadas (Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte).
Para legitimar esse processo
escandaloso, os governantes utilizam o chamado “patriotismo de cidade”, ou
seja, a ideia de que “o Brasil não pode fazer feio.”
É a utilização do natural orgulho
nacional das pessoas para justificar a cobiça e a irresponsabilidade com o
Erário.
5. Um gasto socialmente útil
Apenas com os R$ 2,5 bilhões do
‘reajuste’ dos preços das obras em estádios – valor que corresponde a 37% de
todo o gasto na Copa da Alemanha, em 2006! – seria possível:
- garantir 806,5 mil bolsas
atleta para esportistas olímpicos ou paraolímpicos (R$ 3.100 por mês) ou…
- construir 3.125 quadras
poliesportivas cobertas (R$ 800 mil a unidade) ou…
- construir 46,3 mil casas ou apartamentos
do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ (média de R$ 54 mil a unidade) ou…
- construir 2,9 mil creches ou
pré-escolas (R$ 854 mil a unidade) ou…
- construir 16,7 mil escolas
rurais (R$ 150 mil a unidade) ou…
- 3,6 mil escolas de educação
infantil (R$ 691 mil a unidade) ou ainda…
- 700 escolas de grande porte (R$
3,57 milhões a unidade)
É uma questão de visão de
desenvolvimento integral, com legado de educação e justiça social, para o país.
O afã capitalista do ganho rápido, que orienta a Copa e os Jogos Olímpicos,
choca-se com isso.
O gerenciamento de negócios vai
na contramão do interesse público e mesmo da massificação dos esportes.
Copa de futebol e Jogos Olímpicos
já produzem no Rio não um legado social, mas a primazia de um ‘torneio de
especulação imobiliária’ que o está transformando em um dos lugares mais caros
do mundo para se morar.
Nas outras sedes a especulação e
o vale-tudo do oportunismo mercantil também oprimem o direito à cidade e a
qualidade de vida de amplos setores.
6. Legislação de exceção
Além do já aprovado RDC – contra
o nosso voto –, facilitando a contratação de obras e serviços, flexibilizando
licitações, agora temos a LEI GERAL DA COPA, como se já não tivéssemos
arcabouço legal para abrigar eventos desse tipo.
Nossa legislação ordinária vai
para o banco de reservas…
O Projeto de Lei assegura
megaprivilégios à FIFA.
O reconhecimento dos produtos
FIFA no art.3º como “marca de alto renome” é mais uma garantia de boa-fé do
governo brasileiro (desnecessária, aliás, de acordo com a própria lei 9279/96,
que regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial).
O INPI é transformado em
“cartório particular” para adotar regime especial relativo a pedidos de
registro de marcas – estima-se em mais de mil! – apresentadas pela FIFA, que
fica dispensada do pagamento de retribuições a todos os procedimentos no âmbito
das patentes até 31/12/2014 (art.4 a 7).
O Projeto de Lei libera uma Associação
Suíça de Direito Privado do pagamento de custos e emolumentos imposto a todos
que requerem registro de marca no Brasil. Renúncia fiscal longa e onerosa!
O art.11 deste Projeto de Lei é
uma afronta a um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, tão
defendida pelos ditos liberais de todos os matizes: a livre iniciativa (art.1º
IV da Constituição Federal).
Isto é evidenciado ao se “assegurar à FIFA e às
pessoas por ela indicadas a autorização para, com exclusividade, divulgar suas
marcas, distribuir, vender, dar publicidade ou realizar propaganda de produtos
e serviços, bem como outras atividades promocionais ou de comércio de rua, nos
Locais Oficiais de Competição, nas suas imediações e principais vias de
acesso”.
De acordo com essa norma,
ambulantes serão proibidos de vender suvenires, mesmo que nada tenham a ver com
os símbolos da Copa do Mundo. Outdoors deverão ser retirados das vias de acesso
e mesmo placas de lojas ou faixas deverão ser removidas.
O art.16 prevê que será ilícita e
objeto de sanções (inclusive prisão de 3 meses a 1 ano!), a “oferta de provas
de comida ou bebida, distribuição de panfletos ou outros materiais promocionais
ou ainda atividades similares de cunho publicitário (inclusive em automóveis),
nos Locais Oficiais de Competição, em suas principais vias de acesso ou em
lugares que sejam claramente visíveis a partir daqueles”.
E até a “exibição
pública das partidas, por qualquer meio de comunicação, em local público ou
privado de acesso público, associada à promoção comercial de produto, marca ou
serviço ou em que seja cobrado ingresso”.
A União fica obrigada a
disponibilizar, sem quaisquer custos para a FIFA, “a segurança, serviços de
saúde, vigilância sanitária e alfândega e imigração”.
Além de disponibilizar
gratuitamente todos esses serviços para um evento privado, o Brasil também se
responsabiliza por quaisquer acidentes (art. 22, 23 e 24).
A garantia de meia entrada existe
apenas para a categoria 4 (a pior e mais barata), num total de 300 mil
ingressos (art. 26). As outras três categorias não poderão ser compradas com a
meia entrada, o que ofende todas as leis que dispõem sobre esse direito de
estudantes e idosos.
Pode ser autorizada a venda e
consumo de bebidas alcoólicas nos bares e restaurantes nos locais dos eventos
(art. 29).
O art.13-A da Lei 10671/2003
(Estatuto do Torcedor), dispõe como “condições de acesso e permanência do
torcedor no recinto esportivo (…) não portar objetos, bebidas ou substâncias
proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de
violência”.
Há muitas leis estaduais que preveem expressamente a proibição de
bebida alcoólica em estádios.
Nenhuma de inspiração religiosa,
por óbvio, mas vinculada à redução da violência entre torcedores.
Projeto de Lei cria novos tipos
penais como o Marketing de emboscada (associar uma marca à de outrem sem
autorização) e o Marketing de emboscada por intrusão (expor marca em evento ou
espetáculo sem autorização).
E também a utilização indevida de
símbolos oficiais de titularidade da FIFA.
Nossa legislação penal já contempla
proteção às marcas (art.189 e 190 da Lei 9279/96).
E a indenização por dano
material ou moral já seria suficiente para coibir as referidas práticas.
A previsão de pagamento de um
“bicho” retardatário de R$ 100 mil reais aos jogadores da seleção brasileira de
futebol, vitoriosos nas Copas de 1958, 1962 e 1970, é questionável: há diversas
outras modalidades esportivas que não gozam de quaisquer benefícios do Estado.
Além disso, vários desses
ex-futebolistas têm boa ou ótima situação financeira.
O dispêndio não será incluído na
L.R.F., diz o Projeto, pois é ‘inclusão social’!
Inclusão seria cuidar
efetivamente das famílias afetadas pelas obras.
Ou ampliar o desprestigiado
bolsa-esporte.
Quanto às férias escolares
durante todo o período da Copa (art. 63), de 12 de junho a 13 de julho,
perde-se oportunidade pedagógica de grande motivação para conhecimento do
mundo, que o ambiente das salas de aula e do cotidiano nas escolas possibilita.
Os jogos, comentados em sala de
aula, a partir da história e cultura dos países que os disputam, teriam imenso
valor informativo e educativo.
E continuaremos com cerca de 80%
das escolas brasileiras sem quadra esportiva, porque o Poder Público considera
prioritária a construção de grandes estádios…
Em ‘Nota de Repúdio’ à aprovação
deste Projeto, lançada em 7/3/2012, a Articulação Nacional dos Comitês
Populares da Copa lembra que “em cada cidade já foram emitidas ‘leis de segurança’,
‘leis de isenção fiscal’, ‘leis de restrição territorial’, ‘leis de
transferência de potencial construtivo’, etc.”
No Senado, ainda, para onde
seguirá, caso os deputados aceitem a submissão à FIFA, a Lei Geral se associará
a pelo menos outros dois PLs (394/09 e 728/11) que, entre outras propostas,
restringem o direito à greve a partir de três meses antes da Copa, abrem a
possibilidade de proibição administrativa de ingresso de torcedores em estádios
por até 120 dias, inventam o tipo penal de ‘terrorismo’ – hoje inexistente no
Brasil – e estabelecem justiças e procedimentos de urgência para julgá-lo.
“Criam,
ainda, as chamadas ‘Zonas Limpas’, de exclusividade da FIFA nas cidades e
privatizam o hino, símbolos, expressões e nomes para a Confederação Brasileira
de Futebol – a tão ‘idônea’ CBF”.
Por fim, um aspecto revelador da
dinâmica pouco democrática que preside o empreendimento da FIFA no Brasil: a
escolha do símbolo da Copa, o simpático tatu-bola, não derivou de ampla
consulta ao povo brasileiro, que conhece e curte seus bens naturais.
A aferição
foi restrita e a decisão vertical. A onça pintada, a arara, o jacaré e o Saci
Pererê, derrotados, não sabem nem a quem recorrer…
quinta-feira, março 29, 2012
Ficamos mais burros e eu, definitivamente me sinto intelectualmente órfão.
Montagem: Fernando Amaral
“Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e
molhados”.
Millôr Fernandes.
A frase de Millôr deveria ser o primeiro mandamento de todo
jornalista.
Sexta rodada do Campeonato Potiguar de 2012... América vence bem e o ABC, só no finalzinho.
Ontem tivemos uma quarta-feira
bem quente em Natal...
Ah, não estou falando de futebol,
pois na capital não houve nenhuma partida, mas sim do clima que insiste em nos
fazer suar...
A salvo mesmo, só os felizes
proprietários de aparelhos de ar-condicionado...
Bem, pensando melhor, nem tão
felizes assim, pois espantar o calor significa uma salgada conta de luz no
final do mês.
Agora, por que estou escrevendo
sobre calor?
O assunto por aqui é esporte e
não clima...
Mas acho que sei o motivo de
estar tão irritado com o clima...
Como não possuo aquele magnifico
aparelho que transforma o “Saara” numa Islândia, tenho que me contentar com um
ventilador que faz circular o ar quente, como se um leão arfa-se em minha nuca.
Resmungos à parte, a bola rolou
pela sexta rodada do Campeonato Potiguar de 2012...
Rolou longe de Natal, mas rolou.
- O ABC foi a Mossoró – se aqui
está quente assim, imagino por lá – e precisou esperar até o cronometro marcar
47 minutos do segundo tempo para comemorar a suada vitória – em Mossoró, todo
jogo é suado – sobre o Potiguar.
Não vi o jogo, mas lendo aqui e
ali, fiquei sabendo que o alvinegro mereceu o gol que Thiaguinho marcou e
livrou a equipe comandada por Leandro Campos do sufoco.
- Lá em Goianinha o América venceu e
venceu bem o Alecrim por 4x1.
Marcio Passos, Bruno, Júnior Xuxa
e Pingo, marcaram para os rubros e Ângelo, de pênalti, marcou para o Alecrim.
Como não fui a Goianinha, também
fui obrigado a ouvir e ler quem foi...
Todos foram unanimes em
considerar a vitória americana inquestionável e justa...
Melhor para o campeonato.
- Em Santa Cruz, faltou gol e
também energia...
Portanto, nada mais justo que um
chato 0x0 acabasse perdurando.
- Em Caicó, a medíocre equipe que
ostenta o nome da cidade, levou uma sonora goleada do ASSU...
Gilmar duas vezes, Léo Carioca e
Carlinhos, assinalaram os gols do ASSU.
Hoje, em Goianinha, o Palmeira
fecha a rodada enfrentando o Corintians.
Sylvie van der Vaart, a bela esposa de Rafael van der Vaart...
Aos 33 anos, mãe de um menino de
6 anos e vitoriosa na luta contra um câncer de mama, Sylvie van der Vaart, esposa
do meio campista Rafael van der Vaart do Tottenham Hotspurs, mostra toda sua
beleza num comercial de roupas intimas da marca alemã, Hunkemöller.
quarta-feira, março 28, 2012
terça-feira, março 27, 2012
Racismo não... preconceito não!
Não sou e nem nunca fui fã do tal
politicamente correto...
Mas sou e serei sempre a favor do
humanamente correto.
O que parte da torcida do América
fez com Milton Otaviano no estádio Nazarenão ao término da partida entre o
América e o ABC é humanamente incorreto.
Primeiro pelo motivo que é
torpe...
Milton Otaviano como comentarista
de arbitragem, tem o sagrado direito de achar que o árbitro por ele analisado,
foi correto em seu desempenho durante a partida.
Aquele que não concorda com
Milton ou com qualquer outro, pode e deve mudar de estação.
Segundo porque Milton Otaviano,
não é um macaco, um negrinho, uma bicha, ou seja, lá o que for...
Milton Otaviano construiu uma
carreira vitoriosa e internacionalmente reconhecida como auxiliar de arbitragem...
Milton é respeitado na Alemanha,
na Inglaterra, na Espanha, na Turquia, na Bósnia, na índia, no Paquistão e em
qualquer outro lugar onde a bola role...
Milton é negro e não há nenhuma razão
para que ele se envergonhe disso...
O negro Milton carregou com
orgulho sua origem potiguar pelos quatro cantos do mundo e todos nós, pegamos
carona com ele.
A vida pessoal e sexual de Milton
Otaviano só interessa a Milton Otaviano e mais ninguém...
Ele não tem que dar nenhuma
satisfação a quem quer que seja.
Milton é um homem cujo
comportamento profissional jamais envergonhou seus companheiros, seus conterrâneo
e sua família...
E, para finalizar, digo que é
muito fácil, reunir dez, vinte ou trinta desocupados em frente a uma cabine de
rádio e despejar impropérios racistas e homofóbicos sobre alguém cujo
temperamento é pacifico e gentil.
Não acredito que a direção do
América compactue com ocorrido, não mesmo...
A direção do América é formada por
homens civilizados e incapazes de aceitar racismo ou acoitar preconceitos
toscos.
Só lamento que seus chefes,
Milton, não tenham reagido, assim como lamento o silencio da ACERN – Associação
dos Cronistas Esportivos do Rio Grande do Norte.
Foram poucas as vozes que se levantaram
em defesa de Milton Otaviano e a elas, presto minha homenagem citando uma por
uma:
Marcos Lopes, Pedro Neto, Santos
Neto, Ricardo Silva, Gabriel Negreiros e Lupércio Luiz.
É tão empolgante que as pessoa preferem não ver...
Mais um fim de semana onde o
torcedor maciçamente deu provas do quanto gosta de um campeonato estadual e de
suas emocionantes emoções...
Clássico regional, disputado em
Mossoró entre Baraúnas e Potiguar...
Público: 2.415 pagantes.
Clássico regional, disputado em
Caicó entre Corinthians e Caicó...
Público pagante: 1.098.
Clássico norte-rio-grandense,
disputado entre América e ABC, as duas maiores forças locais e que reúnem o
maior número de títulos do Estado, ontem em Goianinha...
Público pagante: 2.462.
Chutar garrafas é caso de expulsão em qualquer lugar...
Para aqueles que por desconhecimento
ou paixão, estão tentando ridicularizar o motivo da expulsão de Leandro Campos na
partida como América, ontem em Goianinha e desqualificar o árbitro Suélson
Diógenes e o quarto árbitro, Flávio Roberto, aí vai um vídeo elucidativo e
educativo...
Leandro Campos desafia o Tribunal de Justiça Desportiva...
“O ABC só perdeu o jogo porque
seu treinador não estava à beira do campo. Eu jogo com o time e todos sabem
disso. Se eu for punido por esse lance pelo TJD eu não serei mais treinador do
ABC.“
Domingo em Goianinha, Leandro
Campos perdeu as estribeiras ao ser expulso por chutar, segundo consta na
súmula da partida, uma garrafa de água colocada ás margens da área técnica...
Perdeu as estribeiras, e abriu as
comportas inundando a beira do gramado com tantos palavrões que chegou a
proporcionar ao repórter Ricardo Silva da rádio Globo, uma observação que
considerei a mais perfeita para definir o espanto de todos os presentes...
“Leandro Campos falou em dois
minutos, mais palavrões que nos dois anos que está à frente do ABC.”
Vendo o vídeo posteriormente, não
pude deixar de me espantar diante da fúria verbal de Leandro Campos.
Porém, para o meu segundo
espanto, o treinador do ABC ao conceder uma entrevista coletiva no centro de
treinamento do clube, se insubordina e desafia o Tribunal de Justiça Desportiva...
Alguém pode me explicar que
estratégia é essa?
Como antes mesmo de saber se será
ou não levado às barras do tribunal, alguém declara que não irá aceitar ser
julgado e nem tão pouco o resultado do julgamento?
Não sou advogado, mas se o fosse
e Leandro Campos fosse meu cliente, lhe diria com todas as letras: a única
alegação que me sinto em condições de fazer para minorar sua pena, é a de
insanidade temporária.
A direção diz uma coisa e o treinador, diz outra...
A direção do ABC através do seu
presidente, Rubens Guilherme, declarou que o árbitro Suélson Diógenes não tem
nenhuma condição de arbitrar um clássico...
Já o vice-presidente de futebol
do ABC, Flávio Anselmo, afirma que vai vetar o nome de Suélson nas partidas do
ABC...
No entanto, Leandro Campos,
treinador do ABC, expulso por Suélson durante o clássico do último domingo,
declarou em entrevista coletiva na sede do clube que o árbitro do jogo se
portou de maneira correta e que tecnicamente não cometeu nenhuma falha.
E aí, acredito em quem?
domingo, março 25, 2012
Quinta rodada do Campeonato Potiguar...
- No sábado a tarde em Goianinha o Palmeira
enfrentou o Alecrim e não tomou conhecimento do adversário...
Damião, Zig Zig e Diego Maradona
marcaram os gols da equipe palmeirense.
- À noite em Santa Cruz, o tricolor
local venceu por 3x0 o ASSU e entrou na briga por uma das quatro vagas nas
semifinais do campeonato.
Douglas duas vezes e Danilo Lopes,
marcaram para o Santa Cruz.
- No domingo, Corinthians e
Baraúnas enfrentaram respectivamente, o Caicó, lanterna da competição e o
Potiguar, vice-lanterna e, deram uma clara demonstração de incompetência:
empataram em 0x0.
O Corintians deixou de marcar
pontos importantes e o Baraúnas, desperdiçou a chance de assumir a liderança e
dar um importante passo em busca da classificação.
América 1x0 ABC... fim do tabu de nove partidas.
O primeiro tempo não foi bom...
Mas o América jogou para vencer e
o ABC, se entrincheirou buscando não perder.
O segundo tempo foi melhor...
Mas quem pressionou e tentou a
todo custo abrir o placar foi o América, enquanto o ABC continuou tentando
evitar a derrota.
Roberto Fernandes colocou Pingo
no jogo e deu maior movimentação ao ataque americano...
Aos 47 minutos do segundo tempo,
Pingo fez transbordar nas arquibancadas do Nazarenão a alegria que há muito os
rubros vinham guardando para depois, quem sabe...
O gol de Pingo derrubou um tabu de
nove jogos sem vitória e com ele a sensação de impotência.
Frases do clássico América e ABC...
- “Leandro Campos falou em 2
minutos mais palavrões que nos dois anos que está à frente do ABC”...
Ricardo Silva, repórter da Rádio
Globo no momento em que acompanhava a expulsão do treinador do ABC.
- “O treinador do ABC estava
destemperado e desequilibrado, aliás, ele, já expulsou um jornalista de uma
coletiva. Esse tipo de violência tem que acabar... isto aqui é futebol”.
Alex Sandro Melo, presidente do
América...
Concordo com o presidente e vou
mais longe: expulsar um jornalista de uma coletiva é algo abominável numa
sociedade regida pelo estado de direito...
Entretanto pergunto: e procurar o
dono de um canal de televisão e depois a direção de uma emissora de rádio para
pedir a demissão de um jornalista...
É correto?
Não é violência?
Torcedor, vá torcer...
Daqui a pouco, você que torce
para o América e você que torce para o ABC, vista sua camisa, pegue a estrada e
vá curtir sua paixão...
Não se deixe influenciar pelo que
foi dito pelos dirigentes...
Você, assim como a maioria, sequer
votou neles...
Então, por que levá-los a sério?
O que eles disseram nada tem
haver com a promoção do evento...
É bílis pura e simples.
Tem alguma coisa muito errada... chegamos ao limite?
Vigor Bovolenta morreu durante
uma partida de voleibol pela Série B2 do campeonato italiano – quarta divisão –
ao sofrer um infarto.
No terceiro set entre o Volley
Forli, sua equipe, e a equipe do Lube Macerata, Bovolenta se preparava para
sacar desde a linha de fundo, quando olhou para seu companheiro mais próximo e
disse:
- “Estou me sentindo tonto, vou
cair, me ajude”...
Essas foram suas últimas palavras
antes de cair para não mais levantar.
Apesar de todo o esforço da
equipe médica e do serviço de emergência, nada pode ser feito e Bovolenta, foi
declarado morto.
Vigor Bovolenta, 37 anos, ganhou
jogando pelo Ravenna e pela seleção italiana, três Campeonatos da Itália, uma
Copa do Mundo, dois Campeonatos da Europa, quatro Ligas Mundiais e uma medalha de
prata nos jogos olímpicos de Atlanta (1996).
sexta-feira, março 23, 2012
O jeito brasileiro de ser... e como justificar depois.
Charge: Mário Alberto
O Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo,
tentando minimizar os atrasos nas obras para a Copa do Mundo de 2014 deu a
seguinte declaração:
“O brasileiro tem um jeito próprio
de organizar eventos, mas sempre entrega o que é necessário”.
Aldo Rebelo tem toda a razão...
O brasileiro tem um jeito próprio
para quase tudo... inclusive o de arrumar desculpas esfarrapadas, para justificar
sua inaptidão em cumprir o combinado e entregar não só o necessário, mas sim,
na totalidade o que previamente foi pactuado.
Versos toscos para uma ambulância e uma arquibancada móvel...
Alguns americanos tem razão...
Não se pode ver no Frasqueirão
uma reluzente ambulância estacionada a beira do gramado...
Que mancada deu o projetista...
Sua desatenção provoca desde 2006,
profunda angustia e depressão...
Porém, não é o caso do Nazarenão...
Lá, a ambulância pode ser
vista...
Pode ser filmada, fotografada e
até mesmo tocada, caso queira o cidadão...
Porém, para que tudo seja
perfeito...
Que tal colocar num pedestal bem
frente das cabines de rádio e televisão, um novíssimo desfibrilador e todo o
material necessário para fazer bater de volta um coração que por doença ou
emoção, parou de bater.
Já alguns alvinegros, também tem
razão...
Arquibancadas não concretadas e
camarotes montados, só prestam no Carnatal...
Num campo de futebol, seja lá
onde for, assustam e obrigam os saltitantes dançarinos a ver jogo como se fosse
um batizado, ou primeira comunhão...
Por isso, esperneiam, protestam e
apontam o adversário como se aponta um vilão...
Cuidadosos, não acusam o CREA nem
o Corpo de Bombeiros, estes sim, responsáveis pela determinação da estrutura a
ser montada e sua liberação.
Mas para um bom entendedor, tudo é
de fácil explicação...
Não é a ambulância ou a
arquibancada a preocupação...
Não é a vida que importa, mas sim,
a morte...
Pois é ela que abrirá oceânicos espaços
para crucificar o coirmão.
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