Charge: Mário Alberto
Este espaço não propõe defesa nem ataque a nenhum clube ou pessoa. Este espaço se destina à postagem de observações, idéias, fatos históricos, estatísticas e pesquisas sobre o mundo do futebol. As opiniões aqui postadas não têm o intuito de estabelecer verdades absolutas e devem ser vistas apenas como uma posição pessoal sujeita a revisão. Pois reconsiderar uma opinião não é sinal de fraqueza, mas sim da necessidade constante de acompanhar o dinamismo e mutabilidade da vida e das coisas.
quinta-feira, fevereiro 28, 2013
Se imagine num estádio vazio lavando numa arquibancada o sangue de seu filho... depois se pergunte: Isso vai ficar assim? Até quando senhores esses marginais vão rir de todos nós?
Imagem: Autor Desconhecido/Imprensa Boliviana
Eles roubaram o futuro de Kevin, diz mãe de boliviano morto
em jogo do Corinthians.
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A COCHABAMBA
Filho de um casal de professores de classe média baixa,
Limbert e Carola, que trabalham entre 14 e 16 horas por dia e cujos salários
somados não atingem os US$ 400 (cerca de R$ 800), Kevin Beltrán, 14, vivenciou
dias de euforia na semana que passou.
O adolescente, segundo o seu melhor amigo, Emanuel,
festejava que pela primeira vez iria assistir ao vivo a uma partida de seu
time, o San José, em Oruro, e de quebra veria a equipe campeã do Mundial do
Japão, o Corinthians.
"Eu não teria condições financeiras para levá-lo para
assistir a Copa no Brasil, mesmo sendo aqui do lado. O que seria a segunda
melhor opção? Deixá-lo assistir o Corinthians", lembra Limbert, que
recebeu a reportagem da Folha em casa. "E por que não? Pelo que ele era,
merecia."
Era Kevin, no dia a dia, que tomava conta dos irmãos -
Jhojan Cristhian, 9, Alexandra, 8, e Matías, 2, enquanto os pais trabalhavam.
Foi ele quem lhes ensinou a brincar, dançar, e ajudava com as lições de casa.
O
caçula o chamava de "Papa" ("papai").
"Os pais trabalham o dia todo para oferecer-lhes vida
melhor, daí Kevin ajudá-los a cuidar dos irmãos", diz Mary Encinas,
ex-professora de Kevin, que cursava o terceiro ano do secundário, no colégio
particular Edmundo Bojanowski. Lá, os pais, professores de história, lecionam.
"Ele me surpreendia. Tinha dias em que eu chegava e ele
e os irmãos haviam arrumado a casa. Houve uma vez em que ele disse que eu
estava trabalhando muito, pediu que ensinasse a fazer talharim e ele fez o
almoço", conta, com orgulho, Carola.
Tratava-se de uma via de duas mãos.
O pai, reconhecendo o
sacrifício, premiava o filho da forma que podia.
Segundo parentes, Limbert deixava de comprar roupas para ele
mesmo.
Assim, Kevin poderia se vestir melhor.
À reportagem, atendeu usando o seu uniforme.
"Às vezes percebia que ficava chateado quando via os
outros com algo que não podia ter. Mas ele nunca pedia. Tem coisas que até meus
filhos menores reclamavam, como um quarto próprio para ter mais privacidade.
Mas ele, nunca", diz, emocionado, olhos mareados, Limbert.
Os presentes surgiam à medida que o orçamento permitia, e o
pouco dinheiro que recebia, dividia com os irmãos para que comprassem doces.
Passeios, como o da exposição dos dinossauros, cujos preços
não eram para todo mundo (cerca R$ 16), só com promoções de final de temporada,
quando o ingresso dá o direito ao acompanhante.
Apesar das boas notas, que em sua escola vão de 0 a 7 (ver
boletim ao lado), Kevin não sacrificava a vida social.
Era o líder da classe,
praticava esportes, como o futebol - era o goleiro -, natação, basquete e kung
fu, tocava zamponha (gaita de fole italiana) e guitarra, e era mestre de
cerimônias em eventos no colégio.
Kevin tinha planos para a segunda que se seguiu à tragédia:
Havia feito uma música, que apresentaria para Eliana, colega de classe por quem
estava apaixonado.
Havia mostrado a canção, que falava sobre seu amor, para a
amiga July Zambrano, que contou a Eliana.
A "musa" lamentou:
"Não deu tempo...".
Ao lado dela, Mary enumerava as atividades de Kevin.
"Ele fazia rap, dança, da moderna à típica, kung fu e
queria aprender caratê. Não sei de onde saia sua energia."
A mãe de Kevin, mostra com orgulho os desenhos e maquetes
que ele fazia com materiais reciclados, e que à primeira vista parecem aquelas
feitas industrialmente.
"Esperava muito desse [Kevin]", comenta, Limbert,
40, os olhos fitando o horizonte.
Tudo mudou na noite de quarta. Limbert recebeu um telefonema
do primo que acompanhava Kevin a Oruro.
Contou ao tio que seu filho havia morrido depois de ser
atingido pelo sinalizador disparado por um corintiano.
Limbert sentiu as pernas enfraquecerem, caiu no chão.
Foi Ludvi, tio de Kevin, quem conduziu de carro o pai e a
mãe a Oruro.
Viagem de quatro a cinco horas, em estrada mal iluminada, à beira
de uma perigosa ribanceira.
"Só paramos para abastecer, e essa espera
pareceu uma eternidade...", relata Ludvi.
"Durante todo o trajeto, pensava que poderia ser um
engano, que chegaríamos e não seria ele.
Ou que fosse só um machucado no
olho...
Me sentia, e sinto, culpado por tê-lo deixado ir", diz Limbert.
Quando a TV confirmou sua morte, na casa, todos choraram.
"Burro, burro. Por que você teve que ir?", repetia Jhojan, como se
desse uma bronca no irmão mais velho.
Ao chegar a Oruro, lá pelas três da madrugada, pai, mãe e
tio não puderam entrar no necrotério.
A polícia o havia selado.
Mas ouviram que
poderiam ver o corpo de Kevin, às 8h, brevemente, antes de ser levado à
autópsia.
Viram o corpo com o projétil encaixado onde era seu olho, o lado
direito do rosto destruído.
Os pais não acreditavam.
Tentaram, em vão, aquecer o corpo
do filho, já rígido.
O abraçavam, sem se importar com o vermelho da camisa, de
sangue.
O mesmo sangue que foram ao estádio limpar - não queriam que a tragédia
dele fosse exposta na mídia.
"Não sei se essa é uma batalha que vou ganhar",
diz Limbert - alusão à atuação do governo brasileiro no caso.
"O rapaz apresentado como culpado [pela Gaviões]. Não
parece algo ensaiado?"
Na escola de Kevin - um colégio católico -, a irmã Rosário
Cárdenas, emocionada, perguntou:
"Diga-me, vai haver Justiça? Seja
sincero!"
Mas foi a mãe de Kevin, Carola, sua melhor amiga, segundo
Limbert, que melhor definiu o episódio:
"Eles roubaram o futuro de
Kevin..."
Pau que nasce torto, morre torto... como dizia minha avó.
A América “Latrina” é um circo...
A CONMEBOL que nunca foi nenhum
exemplo de moralidade ou compostura, no momento em que decidiu enveredar por
caminhos menos tortos passou a ser chamada de entidade ditatorial pelos dirigentes
do Corinthians...
Ô povinho triste, esse.
Dúvida...
Eu não sei o que é mais triste:
Se a alienação de quem entrou na
justiça para obter liminar que permitisse adentrar no Pacaembu ou, a falta de
bom senso de quem concedeu.
Campeonato Estadual: dando a César o que é de César...
Imagem: Autor Desconhecido/Arte: Fernando Amaral
Terminou a fase SISU do
Campeonato Potiguar Chevrolet 2013...
O Chevetão cumpriu seu papel...
Preencheu as cotas estabelecidas
pela CBF para competições nacionais e eliminou da segunda fase os menos
preparados.
O Santa Cruz com méritos é o terceiro
representante do Rio Grande do Norte na Copa do Brasil de 2013 – vai enfrentar o
ASA e tentar mostrar aos alagoanos que nem tudo é América e ABC.
Ganhou com até com certa facilidade
a fase...
Os seis pontos de vantagem sobre
o segundo colocado confirmam a afirmação.
Já o Potiguar de Mossoró ocupará
a terceira vaga em 2014.
Mereceu...
Começou capenga, se aprumou e
numa consistente arrancada, chegou.
O Potyguar de Currais Novos e o
Palmeira de Goianinha fecham as portas até o próximo ano.
Tudo dentro do melhor estilo
profissional.
Mas existem fatos que não podem
ser escondidos ou distorcidos na tentativa de defender o indefensável.
Da mesma maneira que aquilo que
for elogiável deve ser apontado.
Dizer que o campeonato foi
atraente é agredir a inteligência das pessoas...
Atraente em que sentido?
Qual o critério para tal
afirmação?
Economicamente foi pífio...
O publico não foi, aliás, o
público e a imprensa de Natal...
Cobrir um ou dois jogos em mais
de 50 realizados é piada.
Dizer que o campeonato foi
marcado pelo equilíbrio é clichê, é discurso vazio, pois não justifica e nem
explica, só tenta agradar a uns e ludibriar a todos.
Afinal, o que significa
exatamente equilíbrio técnico?
Todos os times foram ótimos,
bons, razoáveis ou péssimos?
Todos os jogos foram batalhas de
titãs ou troca de empurrão entre ébrios?
A única parte da tabela que
deixou dúvida até a última rodada foi aquela que definiu a segunda colocação...
Na parte de cima, o Santa Cruz a
pelo menos três rodadas já pintava como vencedor e o Potyguar de Currais Novos,
até mesmo quem acompanhou pelas fotografias, já sabia que o time não tinha a
menor condição de mudar seu destino.
Enfim, foi o campeonato possível,
nada mais, além disso.
Diga-se de passagem, a realidade
que presenciamos aqui, é basicamente a mesma da maioria dos Estados brasileiros
e com certeza, melhor que o Piauí, Maranhão, Distrito Federal, Rondônia, Acre,
Roraima, Amapá, Espirito Santo e ambos os Mato Grosso.
Entretanto, não se pode negar o inegável...
E se é para agradar, o façamos
sem medo, de peito aberto e dando nome aos bois...
A FNF cumpriu seu papel?
Sim!
Organizou dentro de suas
possibilidades um campeonato enxuto e decente?
Sim.
Cumpriu sua parte no que diz
respeito a minimizar os custos dos competidores?
Sim.
Tem culpa de a maioria dos
estádios serem ruins, desconfortáveis ou estarem funcionando pela metade?
Não...
Vanildo não é governador, não é
prefeito e nem presidente de liga, é o presidente de uma federação cuja maioria
absoluta dos clubes vive de favores de prefeituras e que, portanto, não podem
fazer nada a não ser esperar que as autoridades cumpram seu papel.
Vanildo exigiu o possível, mais
que isso, não haveria jogo em lugar nenhum.
Hoje o campeonato estadual tem
mais visibilidade no cenário nacional?
Não sei e sinceramente, duvido
que alguém saiba com certeza, mas é fato que a FNF ganhou mais prestigio junto
a CBF – na posição de Vanildo, fazer oposição é suicídio -, assim também, como
ganhou credibilidade junto a parceiros comerciais, fornecedores e público em
geral...
A FNF hoje é respeitada na região
nordeste, a prova foi à concretização do sonho de se voltar a ter a Copa do
Nordeste, cuja participação da FNF, junto com o advogado Eduardo Rocha,
presidente da Liga dos Clubes nordestinos foi decisiva.
Por fim, José Vanildo, até prova
em contrário, merece todo o meu respeito e confiança, mas não é por causa desse
respeito e dessa confiança que vou sair por aí dizendo que os campeonatos
estaduais são a crème de la crème do futebol brasileiro e nem tão pouco deixar
de criticar o papel que as federações cumprem na manutenção da cartolagem incompetente e maléfica que ocupa a CBF...
José Vanildo é sim, cumplice do
poder da CBF, mas tem como atenuante a falta de saída...
Se não apoiar, está “morto”, ele
e o futebol do Rio Grande do Norte.
É o que penso e o que penso não necessariamente
está certo, mas com certeza não é negociável.
Campeonato Potiguar Chevrolet 2013... Acabou a primeira fase - o Chevetão vai descansar...
Imagem: Autor Desconhecido/Arte: Fernando Amaral
Última rodada do Campeonato
Potiguar Chevrolet 2013...
O Chevetão agora vai descansar.
- O Santa Cruz confirmou seu favoritismo
e venceu o Corintians de Caicó por 3 a 1 em casa.
Wassil Mendes e sua trupe
deitaram e rolaram nesta primeira fase.
- Em Açu, o ASSU despachou de volta
para a segunda divisão o Potyguar...
Em que pese minha simpatia pela
bonita, agradável e acolhedora, Currais Novos, não dá para sentir pena dessa
equipe tão mal montada para a disputa do campeonato estadual.
- Em Mossoró o Potiguar ficou no 1
a 1 com o Alecrim...
A equipe mossoroense garantiu sua
participação na Copa do Brasil de 2014 e a segunda colocação na competição.
Já o Alecrim, depois que Pedrinho
Albuquerque chegou, ganhou alguma consistência e pode fazer melhor na segunda
fase do que fez na primeira.
- Em Goianinha o Palmeira se
despediu de 2013 com uma vitória por 2 a 1 sobre Baraúnas...
A vitória palmeirense matou as
pretensões do Baraúnas na competição e confirmou os verdinhos na primeira
divisão ano que vem...
Quanto a esse ano, acabou...
Férias.
Colocação:
01 – SC Santa Cruz: 30 pontos.
02 – ACD Potiguar: 24 pontos.
03 – ASEC Baraúnas 23 pontos.
04 – Alecrim FC: 22 pontos.
05 – ASSU: 18 pontos.
06 – AC Corintians: 16 pontos.
07 – Palmeira FC: 14 pontos.
08 – ACD Potyguar Seridoense: 09
pontos.
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