Imagem: Brian Bielmann/AFP/Getty Images
Este espaço não propõe defesa nem ataque a nenhum clube ou pessoa. Este espaço se destina à postagem de observações, idéias, fatos históricos, estatísticas e pesquisas sobre o mundo do futebol. As opiniões aqui postadas não têm o intuito de estabelecer verdades absolutas e devem ser vistas apenas como uma posição pessoal sujeita a revisão. Pois reconsiderar uma opinião não é sinal de fraqueza, mas sim da necessidade constante de acompanhar o dinamismo e mutabilidade da vida e das coisas.
sábado, agosto 31, 2019
A história do Anfield Road e o Arquibancada Móvel - a série de podcasts que conta a história dos estádios de futebol do mundo.
Imagem: SWNS.com
Anfield Road
O terceiro
episódio do Arquibancada Móvel vai contar a história de Anfield Road, estádio
do Liverpool inaugurado há mais de 130 anos que conserva as características
tradicionais de um estádio do século XIX e guarda a mística e a voz das
arquibancadas que nunca deixam o time caminhar sozinho.
Pedro
Henrique Brandão Lopes
Como quase
tudo no futebol inglês, Anfield Road também tem muita tradição adquirida por
longos anos de existência.
Desde 28 de
setembro de 1884, quando foi inaugurado, o estádio acumula histórias que
justificam o apelido de Fortaleza de Anfield, já que o estádio ajudou a fazer
do Liverpool uma das maiores potências do futebol mundial.
A história de
Anfield e Liverpool se entrelaçam e em muitos momentos são a mesma, porém no
exato dia da estreia e pelos oito anos seguintes, foi o arquirrival do Reds que
dominou o estádio.
O Everton fez
o jogo inaugural de Anfield contra o Earlstown e venceu por 5 a 0.
Somente em
1892, com a fundação do Liverpool numa espécie de dissidência do Everton, é que
a diretoria vermelha entrou em atrito com a diretoria azul pelo controle do
estádio.
Como John
Houlding, dono de Anfield, ficou do lado vermelho da história, o Liverpool
venceu a disputa e passou a chamar de casa o estádio que até então era do
arquirrival, enquanto o Everton começou a construção do Goodisson Park.
Em 1° de
setembro de 1892, o Liverpool fez sua estreia em Anfield enquanto o Everton
inaugurou Goodisson Park. Logo na estreia, o Liverpool provou a grandeza e
força que o Anfield lhe empresta e goleou o Rotherham Town por 7 a 1
(brasileiros arrepiados lendo esse placar).
São
longínquos 135 anos desde a inauguração e o mundo era completamente diferente
deste dos dias atuais. A Revolução Russa não era nem projeto, o Brasil era um
Império escravocrata e até o cinema dos irmãos Lumière ainda levaria mais 10
anos para ser inventado.
Com a chegada
do século XX, Anfield foi se tornando cada vez mais importante para a grandeza
do Liverpool.
Em 1º de
setembro de 1906, como forma de comemorar os 14 anos do primeiro jogo do
Liverpool no estádio, a diretoria inaugurou uma nova arquibancada para atender
a demanda crescente de torcedores que iam assistir o time vermelho da cidade.
No jogo da
inauguração da nova arquibancada de Anfield, vitória dos donos da casa pelo
placar mínimo sobre o Stoke City. Joe Hewitt foi o responsável por anotar o
primeiro tento frente a nova arquibancada que em pouco tempo se tornaria uma
das mais famosas do futebol europeu.
A mística
estava criada logo no primeiro jogo da arquibancada nova. Com o passar dos anos
a tradição foi aumentando e aquela estrutura atrás do gol da rua Walton Breck,
se tornou a parte mais vibrante do estádio.
Talvez porque
ali estavam as classes mais populares que podiam pagar apenas o ingresso que os
colocaria de frente para os ventos gelados vindos de Stanley Park.
Como os
preços daquele setor eram mais acessíveis, os torcedores precisavam chegar com
bastante antecedência ao estádio para garantir a entrada (não existia venda on
line e nem sócio torcedor).
Sem muito o
que fazer dentro do estádio antes da bola rolar, o jeito era acompanhar na
cantoria as músicas reproduzidas nos alto-falantes do estádio.
Em 1928, a
diretoria construiu uma cobertura na arquibancada para poupar seus torcedores
dos ventos mais intensos.
A medida
amenizou os ventos, mas potencializou os gritos como se fosse uma concha
acústica virada para o gramado.
Estava
cristalizada a aura mágica de Spion Kop.
Até aquele
momento não havia nome para a arquibancada com seus 100 degraus e capacidade
para abrigar os 25 mil mais loucos torcedores vermelhos.
Quem tratou
de batizar a estrutura, que a essa altura já tinha vida própria, foi o
jornalista Ernest Jones, editor do Liverpool Daily Post and Echo, que decidiu
homenagear soldados britânicos mortos numa guerra na África do Sul, no ano de
1900.
A guerra foi
a Segunda Guerra Boer, conflito na Cidade do Cabo que colocou em lados opostos
colonos franceses e holandeses contra o exército britânico pelo domínio das
minas de diamante.
Em 23 de
janeiro de 1900, mais de 1500 homens do exército da Rainha, em grande parte
advindos do condado de Lancashire, próximo a Liverpool, marcharam em direção ao
interior da África do Sul para enfrentar a resistência dos rebeldes.
A mais de 350
km de Joanesburgo, a tropa chegou aos pés de uma montanha de 1,4 km de altura
conhecida como Spion Kop. Lá aconteceu uma leve batalha que conduziu os
britânicos a um grave erro estratégico.
Como
enfrentaram poucos homens, acreditaram que poderiam cavar as trincheiras ali
para segurar o avanço dos rebeldes.
Porém estavam
numa espécie de cordilheira e mais a frente havia montanhas mais altas.
A tropa ficou
encurralada nas trincheiras que os próprios soldados cavaram e foi dizimada ao
final do dia.
Mais de 1000
feridos, 400 mortos e um sem número exato de desaparecidos.
Por tudo
isso, quando Ernest Jones sugeriu o nome, logo caiu na graça de todos, muitos
que perderam parentes na batalha, passaram a frequentar o estádio com um gosto
a mais e quando gritavam pelo Liverpool, redobravam o grito para suprir a
ausência dos que se foram.
Assim a
história do Campo dos Milagres foi escrita.
A partir de
tradições cultivadas, vitórias bem comemoradas e derrotas sofridas.
Mas sempre
com a companhia inseparável da torcida.
Estádios com
tradição existem vários, estádio que tenham voz só existe Anfield Road.
O terceiro
episódio do Arquibancada Móvel conta a história de Anfield, não por acaso,
carrega os apelidos de Campo dos Milagres e Fortaleza de Anfield e guarda
tradições da torcida e do clube que há muitas gerações passam pela Spion Kop,
pelo portão Bill Shankly e pela eterna voz que nunca deixará o Liverpool
caminhar só.
Imagem: Autor Desconhecido
Nota do
blogue:
O
Universidade do Esporte lança primeiro podcast brasileiro sobre estádios de
futebol.
O
Arquibancada Móvel, primeiro podcast brasileiro sobre estádios de futebol, vai
falar com descontração e trazer muita informação curiosidades e fatos
históricos dos principais estádios de futebol do mundo.
A cada
episódio, o ouvinte terá acesso às histórias esportivas e, também a um papo que
vai muito além do futebol.
Você imagina
o que Getúlio Vargas e o Estádio do Pacaembu têm em comum?
Ou que foi o
arquirrival do Liverpool que inaugurou o Anfield?
Pois é isso
que o Arquibancada Móvel vai contar.
Em seu
primeiro episódio, o Arquibancada Móvel contou a história do Stade de France,
no segundo foi a vez do Monumental de Nuñez, casa do River Plate.
Hoje, sábado,
já está no ar tudo sobre o Anfield Road, estádio do Liverpool.
Sob o comando
de Anthony Medeiros, Dyego Lima, Gustavo Sousa, Kevin Muniz e Pedro Henrique
Brandão, o Arquibancada Móvel estreia neste sábado (17) em todas as plataformas
de streaming.
É um podcast
desenvolvido no programa Universidade do Esporte, projeto de extensão da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e produzido na rádio
Universitária FM 88,9 e dirigido por Fernando Amaral...
Todo sábado
vai ao ar um novo episódio do Arquibancada Móvel.
Arte: Marcos Arboés
Google
Podcast:
Anchor:
CastBox:
O faturamento do Real Madrid na temporada 2018/2019...
Imagem: AP
830 milhões de
dólares faturou o Real Madrid na temporada 2018/2019...
Número não
contabiliza receita gerada com negociações de atletas.
Fonte: Máquina do Esporte
sexta-feira, agosto 30, 2019
Morreu Xana, a filha do treinador espanhol Luis Henrique... Nada pode ser mais doloroso.
Imagem: Autor Desconhecido
O treinador
espanhol Luis Henrique que a pouco mais de seis meses deixou o comando da
seleção espanhola alegando problemas particulares, revelou por meio das redes
sociais a morte de sua filha Xana, de 9 anos, vítima de um câncer ósseo...
“Nossa filha
Xana faleceu esta tarde com 9 anos, depois de lutar durante cinco intensos
meses contra o osteosarcoma. Agradecemos por todas as manifestações de carinho
recebidas durante estes meses e agradecemos a compreensão e discrição de todos”, diz um trecho da nota.
Por fim, Luis
Henrique escreve uma pequena mensagem de despedida...
"Sentiremos
muito a sua falta, mas nos lembraremos de você todos os dias de nossas vidas,
na esperança de que no futuro nos encontremos novamente. Você será a estrela
que guia nossa família. Descanse Xanita."
Imagem: Autor Desconhecido
A estreia de gala da treinadora Pia Sundhage no comando da seleção feminina... Brasil 5x0 Argentina.
Imagem: Twitter CBF/Reprodução
Estreia de
gala
A treinadora
Pia Sundhage dirigiu a Seleção Brasileira pela primeira vez na noite desta
quarta-feira no Pacaembu em jogo contra a Argentina. O resultado final com a
goleada de 5 a 0 coroou a ótima partida das brasileiras e mostrou um time
diferente e mais organizado.
Pedro
Henrique Brandão Lopes
A estreia da
treinadora Pia Sundhage no comando da Seleção Brasileira não poderia ter sido
melhor.
Mais 13 mil
pessoas foram ao Pacaembu para acompanhar o primeiro jogo da Copa Uber que
colocaria a histórica rivalidade Brasil x Argentina no gramado em um grande
teste para treinadora e atletas.
Logo na
entrada dos times em campo, ficou evidente que o público presente estava
disposto a incentivar a Seleção.
Tanto que ao
sair do túnel que dá acesso ao campo, a treinadora sueca ouviu do público
presente um coro que dizia:
“Pia!Pia!
Pia”.
A treinadora
não deixou a desejar e mandou à campo um time que não era tão diferente daquele
que disputou a Copa do Mundo, mas que teria 90 minutos para provar que evoluiu.
E provou, aos
17 minutos da primeira etapa, quando Ludmila bateu com categoria na saída da
goleira e inaugurou o placar.
Até os 35
minutos, o Brasil faria mais dois gols.
Primeiro,
Andressa levantou a bola na área e encontrou a cabeça de Formiga que ampliou a
diferença no placar.
Depois, numa
jogada muito bonita pela esquerda, Tamires cruzou e Debinha arrematou com
perfeição para anotar o 3 a 0.
Uma nova
postura pôde ser vista nas atletas e mesmo com o placar de 3 a 0 na primeira
etapa, o Brasil continuou a pressionar a saída de bola das hermanas.
Nessa blitz
as comandadas de Sundhage aproveitaram para encerrar qualquer possibilidade de
reação das argentinas.
Aos 13
minutos, Erika subiu mais alto que a zaga e ampliou a vantagem no placar.
Defensivamente
a Seleção também foi segura e pouco ou nada sofreu nos ataques da argentina.
No final da
partida, aos 37 minutos, depois de uma falta batida pelo o Brasil, uma zagueira
argentina cabeceou contra o patrimônio e definiu o placar.
Um ótimo
resultado no início do trabalho de Pia Sundhage, que mesmo sem falar português,
parece ter feito bem seu trabalho e deu cara de time a desarrumada Seleção
Brasileira.
Pia Sundhage
no comando técnico é muito vantajoso pois traz uma visão diferente de jogo, é
representativa por ser mulher e abre as portas para uma estrangeira dirigir
nosso futebol.
Virgil van Dijk supera Messi e Cristiano Ronaldo e é escolhido o melhor jogador da UEFA... Lucy Bronze, vence Ada Hegerberg e Amandine Henry na disputa de melhor jogadora da UEFA.
Imagem: The Independent
Virgil van
Dijk foi eleito o jogador do ano da UEFA, tornando-se no primeiro zagueiro a
conquistar o prêmio...
O zagueiro-central
do Liverpool e da seleção holandesa acabou superando Messi e Cristiano Ronaldo,
seus os dois concorrentes por suas brilhantes exibições na conquista da Liga
dos Campeões e na campanha na Premiere League, quando o clube terminou atrás do
campeão Manchester City.
Abaixo o número
de votos que cada um recebeu:
1 Van Dijk,
305 votos
2 Messi, 207
votos
3 Ronaldo, 74
votos
A escolhida
como a melhor jogadora do ano da UEFA foi a lateral-direita inglesa Lucy
Bronze, que atua no Olympique Lyon...
Bronze
superou suas companheiras de equipe, a norueguesa Ada Hegerberg e a francesa
Amandine Henry.
O Bolton Wanderers foi salvo no apagar das luzes...
Imagem: Peter Byrne/PA
O Bolton
anunciou a conclusão das negociações para a venda do clube à Football Ventures
Limited...
"Esta
foi uma das negociações mais complicadas em que estive envolvido, mas estou
orgulhoso por dizer que finalmente chegamos a uma conclusão satisfatória com a
venda à Football Ventures Limited", começou por dizer Paul Appleton um dos sócios do
escritório de advogados, David Rubin & Partners, que tratou do processo.
Na declaração
publicada no site oficial do Bolton, o advogado ainda deixou uma mensagem para
os torcedores do clube...
"Claro
que vão ser tempos difíceis, a luta para recuperar o clube não será fácil, mas
há muitas pessoas com o Bolton no coração e que certamente irão colaborar para
que possam ser bem-sucedidos mais uma vez", disse.
Logo depois
concluiu a entrevista afirmando:
"Agora
têm um novo começo com donos que, acredito eu, vão dirigir o clube para
benefício dos adeptos e da comunidade como um todo."
O valor acordado
no negócio não foi revelado...
Porém para os
torcedores do Bolton Wanderers que atua na terceira divisão da Liga Inglesa de
Futebol, no momento, o que importa é que o clube permanece vivo e com
perspectivas de sair da crise que por muito pouco não encerrou uma história
secular.
quinta-feira, agosto 29, 2019
Armando Marques o árbitro que errou a contagem dos pênaltis e título paulista de 1973 acabou dividido entre Santos e Portuguesa de Desportos...
Imagem: Acervo/Estadão
A armação de
Armando Marques
Num jogo que
contava com estrelas como Edu, Carlos Alberto Torres, Pelé, Enéas, Basílio,
Pepe e Otto Glória, foi um árbitro quem mais “brilhou” e por um erro de
matemática. A curiosa história de quando Armando Marques errou a contagem dos
pênaltis e o título Paulista de 1973 acabou dividido entre Santos e Portuguesa.
Pedro
Henrique Brandão Lopes
O futebol
brasileiro é berço de muitas histórias que parecem saídas de uma ficção
qualquer.
Partidas com
roteiros tão bem-acabados que parecem planejados para despertar emoção,
enquanto outras de tão estapafúrdias parecem ter sido escritas por alunos do
primário.
Uma dessas
histórias completou nesta semana 46 anos. Foi no dia 26 de agosto de 1973, um
domingo em que o Morumbi recebeu mais de 116 mil torcedores para acompanhar a
decisão do Campeonato Paulista.
O consagrado
time de Pelé e companhia que havia dominado o futebol brasileiro nos anos 1960,
enfrentaria a Portuguesa que, apesar de modesta, tinha naquele ano um ótimo
time com grandes jogadores e Enéas, talvez o maior jogador da história
lusitana.
Depois de uma
partida muito equilibrada e mesmo depois da prorrogação, o empate sem gols
permaneceu no placar e a decisão do campeão foi parar na marca da cal.
Na primeira
cobrança santista, Zé Carlos parou em Zecão, goleiro da Lusa.
Mesmo assim,
o Santos conseguiu abrir 2 a 0 em três cobranças. E é aí que o problema começa.
Sem perceber
que a Lusa ainda poderia chegar ao empate e forçar as cobranças alternadas,
Armando Marques simplesmente encerrou a disputa declarando o Santos como
campeão.
Quem estava
acompanhado a partida, logo notou o erro do árbitro.
Pepe que era
treinador santista na época disse em entrevista para O Estado de São Paulo:
“Senti que
tinha algo errado, mas pensei que o errado devia ser eu. O Armando Marques
apitava todas as decisões naquela época, ninguém imaginava que ele cometeria um
erro desses.”
Os dirigentes
da Portuguesa viram no erro matemático de Armando Marques, a chance de tentar o
tapetão para conquistar o título.
Logo tiraram
os atletas do gramado e não permitiram sequer o banho nos vestiários do
Morumbi.
A delegação
lusitana só conseguiu tomar uma ducha ao chegar no Canindé.
Armando
Marques ainda tentou, sem sucesso, obrigar os jogadores da Portuguesa a
voltarem ao gramado para terminar a disputa por penalidades.
Nada feito e
enquanto a Lusa fazia o caminho de volta ao Canindé, o árbitro admitiu:
“Foi um
simples erro de matemática. A culpa é toda minha”.
Sem acordo
para um novo jogo como queria a Portuguesa ou para a manutenção do título como
queria o Santos, a Federação Paulista de Futebol (FPF) decidiu dividir o título
do Campeonato Paulista de 1973 e declarou os dois clubes como campeões
estaduais daquele ano.
Mesmo
dividido, aquele título acabou com um impensável jejum do Santos que estava há
quatro anos sem faturar o Estadual, coroou o já veterano time Alvinegro que
marcou época e foi também o último troféu de Campeonato Paulista conquistado
por Pelé que marcou 11 gols na competição e foi o artilheiro.
Pelo lado
lusitano, aquele foi o terceiro e último título Paulista da história da
Portuguesa, que não voltou a repetir os dias de glória.
Armando
Marques morreu em julho de 2014 e deixou como legado uma história ambígua de
respeitado árbitro de futebol e, ao mesmo tempo, de juiz que se envolvia em
confusões, mas justamente por conta dessa mistura produziu histórias tão ímpares
como o dia em que o Campeonato Paulista foi dividido entre Santos e Portuguesa
por um erro de aritmética do homem de preto que assoprava o apito.
Morreu a piloto norte-americana Jessi Combs ao tentar bater o recorde mundial de velocidade...
Imagem: Newsweek
Morreu na
última terça-feira (27), após sofrer um acidente em alta velocidade, a piloto
norte-americana Jessi Combs, segundo comunicou a sua família esta tarde...
O acidente
fatal aconteceu em Alvord Desert, no Oregon, quando Combs de 36 anos tentava
garantir um novo recorde mundial de velocidade ao volante um protótipo (o
recorde anterior era de 824 km/h, fixado em 1976).
"Lamentavelmente
perdemos a Jessi ontem devido a um horrível acidente. Fui a primeira pessoa a
chegar ao local e, confiem em mim, fizemos tudo o que era humanamente possível
para salvá-la"...
A mensagem
foi escrita por Terry Madden, membro da equipe do projeto no qual Jessi Combs
estava envolvida, e que tinha por objetivo superar o recorde de velocidade no comando
de um veículo com 52.000 cv.
PSG rechaça oferta do Barcelona por Neymar...
Imagem: Autor Desconhecido
Quem diria, o
Barcelona por dois dias tentou barganhar com o PSG os valores referentes a
negociação envolvendo Neymar...
Fracassou.
A proposta do
Barcelona era incluir Dembelé e Rakitic na operação e dividir o pagamento dos
150 milhões de euros em duas vezes...
Segundo a
imprensa espanhola, em resposta os catalães ouviram dos dirigentes do clube
francês a seguinte resposta:
O PSG quer 170
milhões de euros em um único pagamento...
Além de
Dembelé e Rakitic.
Porém, persiste um problema...
Os dois principais atletas envolvidos na negociação não mostraram nenhuma
empolgação com a possibilidade de trocar Barcelona por Paris.
Coritiba fatura alto com venda de camisas de marca própria...
2 milhões de
reais foi quanto o Coritiba disse que faturou durante o primeiro ano de
funcionamento da venda de camisas com a 1909, marca própria do clube...
Fonte:
Máquina do Esporte
quarta-feira, agosto 28, 2019
Assim "morrem" os clubes ingleses... O Bolton Wanderers ganhou mais alguns dias. Porém, o Bury FC, 134 anos depois, acabou...
Imagem: Carl Recine/Action Images via Reuters
O prazo dado
ao Bolton Wanderes FC terminou como previsto às 17 horas desta terça-feira, mas
English Football League (EFL), não determinou a exclusão da equipe conforme era
o esperado...
Voltaram
atrás?
Não...
Foi uma proposta
de última hora da 'Football Ventures' para comprar a
equipe que adiou a decisão do Conselho da Liga.
A presidente executiva
da Liga, Debbie Jevans, informou que o Bolton terá mais 14 dias para fechar o
acordo com a 'Football Ventures'...
"Estamos
extremamente desapontados por ainda não estarmos em posição de alcançar uma
resolução com a venda do Bolton Wanderers. Agora há 14 dias para garantir o
futuro a longo prazo do clube, e espero sinceramente que possamos encontrar um
caminho para a satisfação de todos aqueles que têm uma ligação com o
clube", declarou Jevans.
Imagem: Peter Byrne - PA
Porém, se
para o Bolton ainda há esperança, para o Bury FC, equipe com mais de 134 anos
de existência e, também fundadora de Liga da Inglaterra, o fim chegou...
"O
Conselho da EFL reuniu-se no início desta noite e, após uma longa e detalhada
discussão, determinou que a afiliação do Bury FC à Liga Inglesa de Futebol
fosse retirada após o prazo expirar sem uma resolução", informou a nota oficial emitida pelo Conselho.
Posteriormente,
Debbie Jevans, voltou a se pronunciar...
"Hoje é,
sem dúvida, um dos dias mais sombrios da história recente da Liga. A EFL
trabalhou com determinação e incansavelmente para evitar este resultado. E, é com
o coração pesado que diante da situação que nos foi imposta, tomamos a dolorosa
decisão. A EFL tem que colocar a integridade de nossas competições no centro de
todas as decisões que tomamos, e nós simplesmente não podemos permitir que essa
situação inaceitável continue nem podemos tolerar a possibilidade de adiar
outros jogos".
O Bury FC foi
fundado em 1885 e competia na terceira divisão – a mesma que o Bolton...
A equipe participou
da criação da Liga da Inglaterra em 1888 e conquistou por duas vezes a FA Cup (1900
e 1903).
Ontem,
terça-feira (27), alguns torcedores se reuniram diante do Estádio Gigg Lane a
espera de alguma boa notícia...
Esperaram em
vão.
O cenário não
poderia ter sido pior...
Um dos mais
antigos estádios do mundo, palco da primeira partida do Bury, no mesmo ano de
sua fundação, certamente não merecia um final tão doloroso.
Imagem: Peter Byrne/PA
O premio pelo gol marcado... o beijo da mulher amada.
Depois de
marcar o gol da vitória do Ludogorets sobre Slavia Sófia, o brasileiro
Wanderson correu para as arquibancadas e recebeu um beijo de sua mulher.
O faturamento dos clubes italianos da Série A com patrocínio máster...
O jornal
Gazzetta dello Sport publicou o valor que os clubes italianos da Série A
faturam com patrocínio máster...
115,9 milhões
euros.
Fonte: Máquina do Esporte
terça-feira, agosto 27, 2019
Assim "morrem" os clubes ingleses...
Imagem: Autor Desconhecido
Histórico
Bolton pode desaparecer... hoje
O triste
destino do clube inglês
Escrevo por
volta das 2 horas da madrugada, porém, quando sol se firmar em Londres – agora,
por lá, surgem os primeiros raios de sol – o histórico Bolton Wanderers, clube
fundador da liga inglesa ainda estará vivo – “ligado a aparelhos e esperança” –,
mas não longe do fim...
O prazo para
que “os aparelhos sejam desligados” se encerra as 17 horas (14 horas, horário
de Brasília).
Fundado em
1874, o Bolton fez parte do grupo de equipes que em 1888 fundaram a principal
liga inglesa e em 73 ocasiões esteve no primeiro escalão...
A última vez
se deu entre as temporadas de 2001 e 2012.
Atualmente o
clube disputa a League One (a terceira divisão inglesa), onde começou com menos
12 pontos, assim como o Bury, e se não encontrar comprador até esta
terça-feira, será excluído da competição e, muito provavelmente, será extinto...
O atual
administrador, Paul Appleton, disse que se nada mudar, hoje, quarta-feira, dia
28 de agosto, dará início ao processo de liquidação:
"Isto
vai levar ao fechamento e a desfiliação do clube da English Football League (EFL)
e, por consequência, 150 postos de trabalho serão fechados. Vai devastar uma
comunidade para a qual o clube é um sinal de esperança"...
Resta agora
esperar até às 17 horas e torcer para que alguém chegue a assuma o controle do
clube.
Não vem de garfo que hoje é dia de sopa... O cantor Wilson Simonal, a seleção brasileira e a mentira que o destruiu.
Imagem: Capa da Revista Fatos e Fotos de 1970/Reprodução
Não vem de
garfo que hoje é dia de sopa
Wilson
Simonal integrou a delegação brasileira na Copa do Mundo de 1970 para garantir
o lazer dos jogadores. Acabou se entrosando tanto que “quase” entrou em campo.
Pedro
Henrique Brandão Lopes
Para muita
gente, a Seleção Brasileira de 1970 ficou eternamente gravada como a expressão
máxima do futebol arte e da alegria em vestir a Amarelinha.
Zagallo não
poupou esforços para encaixar meia dúzia de ‘camisas 10’ no time que encantou o
mundo e revolucionou a forma de pensar futebol.
O que quase
ninguém sabe é que nos bastidores da concentração daquele timaço transitava um
pop star brasileiro que, tal qual o escrete canarinho, arrastava multidões por
onde passava.
Wilson
Simonal era o artista brasileiro de maior sucesso naquele período, entre o
final dos anos 1960 e início dos anos 1970, na cena musical dividia as atenções
do público apenas com Roberto Carlos, mas era fã de outro rei, o do futebol,
Pelé.
Simonal
adorava futebol e como os jogadores o adoravam, a CBD fez o convite para que o
cantor seguisse viagem junto à delegação.
Aos 32 anos
de idade, Simonal se integrou facilmente ao grupo e estava sempre à frente dos
momentos de descontração dos atletas.
Não são raros
os registros em vídeo do cantor (des)organizando a resenha dos atletas ao som
de suas canções que ganhavam a voz de jogadores como Pelé e Jairzinho animados
ao microfone.
O Rei Pelé
foi um dos que mais se aproximou de Simonal no período e conta como o célebre
intérprete de “Nem vem que não tem” era mais um no elenco:
“A gente
chegava ao aeroporto e todo mundo vinha pedir autógrafo, parecia que ele era
jogador também”.
O
entrosamento chegou a tal ponto que os jogadores resolveram pregar uma peça no
amigo músico.
Zagallo teria
que cortar um jogador e a boleirada convenceu Simonal que ele poderia ser o
substituto, mas Pelé conta que nem tudo foi resolvido como imaginava o cantor,
para a diversão de todos no time:
“Ele (Wilson
Simonal) achava que estava bem, que era atleta. Aí a gente falou assim: ‘pô
vamos fazer os dois toques’. Porque a gente sempre fazia a brincadeira de dois
toques. Arrumamos uniforme pro Simonal, aí tome 15 minutos de aquecimento e ele
acompanhando tudo. Daqui a pouco passou mal, aquele calor e altitude do México,
deu um piripaque nele. Teve que ir o doutor dar oxigênio nele”.
Recorda às
gargalhadas o Rei Pelé.
O filho de
Wilson Simonal, o também músico Simoninha, destaca o bom clima entre o pai e os
amigos jogadores:
“Não sei quem
era mais louco, os jogadores, por chamarem o Simonal para jogar ou o Simonal,
por acreditar que poderia jogar com aqueles gênios”.
Neste sábado,
23 de fevereiro, Simonal completaria 81 anos de idade se estivesse vivo.
Porém as
páginas divertidas da história do músico acabaram logo no início dos anos 1970.
Wilson
Simonal que viveu o apogeu como artista, viveria a partir de 1971 o limbo da
execração pública e a queda no fosso do esquecimento.
Não sem antes
passar pelo achincalhe da classe artística por um suposto envolvimento com o
regime militar, o boato que correu era que Simonal seria o “dedo-duro da
ditadura”.
Foi essa a
fama que o perseguiu até sua morte, no total ostracismo, no ano 2000.
Tudo por
conta de um episódio obscuro de 1971, no auge da repressão militar no Brasil, e
que só seria esclarecido em 2009, ano que ficou conhecido como “ano Simonal”,
pois contou com os lançamentos de uma caixa comemorativa com 9 álbuns do
artista, a biografia Nem Vem Que Não Tem — A Vida e o Veneno de Wilson Simonal,
escrita pelo jornalista Ricardo Alexandre e o documentário Simonal — Ninguém
sabe o duro que dei, codirigido por Cláudio Manoel (sim, o “Seu Creysson” de
Casseta e Planeta), Micael Langer e Calvito Leal.
O
documentário joga luz sobre o acontecimento da noite de 24 de agosto de 1971,
que conta com uma surra aplicada por agentes do temível DOPS em Raphael
Viviani, contador de Simonal, e de quem o cantor desconfiava estar sendo
roubado.
Os agentes
chegaram à casa de Raphael no Opala do cantor e a pecha de dedo-duro recaiu
sobre Simonal para nunca mais o deixar.
Hoje o que se
entende é que Wilson Simonal não tinha envolvimento político algum, nem com a
esquerda e nem com a direita, o cantor quis, da pior maneira, resolver um assunto
pessoal que o incomodava e para isso contratou conhecidos que trabalhavam no
Departamento de Ordem Política e Social, órgão de repressão da ditadura.
Num tempo em
que as redes sociais virtuais estavam distantes da realidade, o tribunal de
Simonal não foi o do ‘unfollow’ ou de comentários instantâneos de ‘haters’ numa
rede qualquer.
Simonal, o
mais prestigiado artista brasileiro do momento; aquele que havia regido o
Maracanãzinho lotado em um show histórico e digno das estrelas do futebol que
ele acompanhara pouco tempo antes, foi julgado no tribunal histórico e banido
do cenário artístico brasileiro a ponto de Boni, a cabeça pensante da Globo por
mais de 30 anos, admitir no documentário:
“Simonal
pegava mal, com o perdão da rima”.
Mesmo com o
resgate histórico feito, tanto no documentário quanto na biografia, Simonal
permanece ignorado pelas novas gerações e suspeito às gerações anteriores que
não consideram os novos relatos.
Wilson
Simonal, era mais um brasileiro alienado politicamente, no auge da ditadura
estava no México fazendo sua arte como os jogadores que se (con)sagraram
tricampeões do mundo.
A passagem de
Simonal pelo México ficou registrada no álbum México ’70.
Lançado
apenas fora do Brasil, integralmente gravado e produzido no país da Copa do
Mundo.
A faixa
inicial do disco é “Aqui é o país do futebol”, cujo refrão diz:
“Brasil está
vazio na tarde de domingo né, olha o sambão aqui é o país do futebol”.
Wilson
Simonal não foi um dedo-duro, não foi santo, errou feio no episódio do
contador, mas não merecia morrer no esquecimento pelo artista que era e pelo
talento que tinha, além de ser pé quente em Copa do Mundo.
O Brasil não
merece esquecer Simonal.
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