Hospitais não estão preparados
para Rio-2016, diz conselho
Conselho de Medicina do Rio
concluiu que, se acontecer um acidente com múltiplas vítimas durante os Jogos,
a rede de saúde não conseguirá atender todos
A 21 dias da Olimpíada, o
Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) concluiu que,
se acontecer um acidente com múltiplas vítimas durante os Jogos, a rede carioca
de saúde pública não terá capacidade de atender todos.
A constatação foi feita a partir
da fiscalização realizada pelos conselheiros entre os últimos dias 5 e 11 nos
cinco hospitais designados como de referência para o atendimento de emergência
durante as competições, de 5 a 21 de agosto.
Durante as visitas, a equipe do
Cremerj verificou que todos os hospitais de referência – Souza Aguiar (Centro),
Salgado Filho (Méier, zona norte), Miguel Couto (Gávea, zona sul), Albert
Schweitzer (Realengo, zona oeste) e Lourenço Jorge (Barra da Tijuca, zona
oeste) estão superlotados e sem capacidade para receber mais pacientes.
O relatório parcial das vistorias
foi divulgado, nesta sexta-feira, 16.
O documento será entregue na
próxima segunda-feira, 18, à Secretaria Municipal de Saúde.
O presidente do Cremerj, Pablo
Vazquez, afirmou que o quadro é “preocupante”.
“Há uma superlotação, e as vagas para leitos estão escassas. Há a
necessidade, não quero pensar no pior, em aumentar a estrutura de atendimento.
Estou preocupado porque hoje há lotação e na Olimpíada teremos mais de 1 milhão
de visitantes. Ainda dá tempo”, disse.
Segundo Vazquez, outro fator que
preocupa é a redução de verbas para a saúde.
“O Rio teria que investir pelo menos 12% de seu orçamento na saúde. Tem
investido 4%”, afirmou.
De acordo com o vice-presidente
do Cremerj, Nelson Nahon, a diferença entre o total do orçamento e o que foi
investido até agora representa menos R$ 370 milhões aplicados na saúde.
“Teriam que ser investidos R$ 400 milhões. Em junho, só foram
investidos cerca de R$ 25 milhões. Os hospitais estão precários, faltam
medicamentos e as equipes médicas estão reduzidas”, disse.
Ainda segundo o conselho, há a demanda
diária de cem leitos para Centros de Tratamento Intensivo (CTI) de pacientes em
fila de espera.
Outra medida criticada foi a
solução apresentada pela rede pública de, durante a Olimpíada, atender
pacientes de média gravidade em uma cantina desativada no Salgado Filho, caso
haja acidente com muitas vítimas.
“Nos disseram que construirão leitos no local. Mas nos preocupa que é
um espaço aberto, ainda com os balcões da antiga cantina”, disse Nahon.
Fonte: Veja/Estadão
Um comentário:
O mais intrigante é o Conselho de Medicina só se manifestar agora, quando estamos às portas dos jogos. É de conhecimento público que os hospitais do Rio de Janeiro se parecem com tudo, menos com hospitais. E isso já faz algum tempo. Pelo menos para alguma coisa os jogos olímpicos servirão.
ADAIL PIRES
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