Imagem: El País
Técnico e jogadores de clube espanhol são presos após manipulação de
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Além dos três, Nobile Capuani, gestor do Eldense, também foi detido
depois de denúncia de atacante do time
Pablo Vande Rusten para o El País
Nobile Capuani, um dos
representantes na Espanha do grupo de investimentos italiano que assumiu desde
janeiro a gestão do Eldense, foi detido nesta terça-feira em Elda (Alicante,
Espanha) por envolvimento no escândalo que atinge o clube alicantino por
suposta manipulação na derrota de 12 a 0 para o Barcelona B.
Segundo este jornal conseguiu
apurar, a polícia prendeu também o goleiro do time, Alessandro Zanier, e pelo
menos mais um atleta.
Essas prisões se somam à do
treinador da equipe, Filippo Vito di Pierro, contratado em janeiro pelos
investidores quando estes chegaram ao Elda.
Capuani e seu assistente
Salvatore Casapulla já tinham sido obrigados a deixar o time do Jumilla no
começo de março de 2016.
Na época, o elenco de jogadores,
encabeçado pelo capitão Jorge Perona e assessorado pelo advogado do clube, Paco
Serrano, se negava a obedecer às ordens, por considerá-las ilegítimas depois de
três meses sem receber salários, de sugestões de manipulação de jogos e de uma
avalanche de contratações de jovens jogadores nitidamente incapazes de competir
na segunda divisão B do futebol espanhol.
Um ano depois, Capuani e seus
próximos vivem uma situação semelhante.
A denúncia de vários jogadores e
do presidente do comitê de gestão do Eldense, David Aguilar, forçou sua saída
do clube, ao qual haviam chegado havia apenas três meses, e já gerou até agora
duas detenções.
A Polícia Nacional já havia
detido na noite desta segunda-feira o treinador do Eldense, horas depois das
declarações de Cheikh Saad, o atacante mauritano de 26 anos que revelou a
suposta manipulação.
O italiano Filippo Vito di Piero
foi contratado em janeiro pelo grupo de investidores de seu próprio país que
passou a fazer a gestão do clube alicantino e teria sido ele que dera a ordem
aos jogadores para amaciar o jogo.
Segundo fontes policiais, várias
pessoas ligadas ao caso já depuseram, e a investigação continua aberta.
Di Piero depôs na delegacia de
Elda depois das denúncias de manipulação; ele é acusado de corrupção entre
particulares.
O técnico italiano não possui
diploma oficial de treinador, razão pela qual figurava oficialmente como
roupeiro, para poder se sentar no banco de reservas.
Quem aparecia como técnico era
Fran Ruiz, que, na prática, atuava como segundo treinador do time.
Ruiz se defendeu nesta
segunda-feira no programa de rádio El Larguero.
“Em princípio, eram ordens vindos de cima, do treinador. Era que ‘este
jogo já está decido’”, disse Ruiz.
“Não disse uma palavra no banco de reservas, não fiz nenhuma mudança
nem mande ninguém amaciar. E apresentei minha demissão”, argumentou.
“Ruiz é um sem-vergonha. Tenho certeza de que ele sabia”, disse
Cheikh Saad, que admite estar mais calmo depois do apoio que recebeu de alguns
colegas que foram fazer a denúncia junto com ele.
“De qualquer maneira, eu fui quem mais falou e me dá um pouco de medo
toda essa questão da máfia da Calábria”, disse.
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