terça-feira, junho 06, 2017

Cristiano Ronaldo, ame-o ou deixe-o...


Cristiano Ronaldo, ame-o ou deixe-o

Por Oscar Cowley, repórter do Universidade do Esporte, da rádio 88,9 -FM Universitária

Se há uma certeza no futebol é que se você ousar criticar Cristiano Ronaldo irá se queimar.

De onde eu venho, os jornalistas costumam vestir as camisas dos times e realizar debates clubistas que em nada acrescentam a quem quer se informar sobre futebol.

E eu, que abomino esse tipo de prática, sempre jurei que não realizaria analises futebolísticas com base em fanatismos.

Sim, não sou fá do português.

Sua aparente arrogância (pois não o conheço pessoalmente) e individualidade em campo me incomodam bastante.

Porém, é inegável que se trata de um dos atletas mais completos da história do futebol.

No último sábado, a Juventus, em plena final, conheceu a ira da fera, do monstro, do robô, enfim, sinônimos não faltam para o craque nas locuções da Champions League.

Dois gols dele, o de sempre, serviram para brindar ao Real Madrid mais um título europeu.

Antes, o craque já tinha deixado sua marca nas finais de 2008 e 2014, sem contar a cobrança do pênalti decisiva contra o Atlético de Madrid, em 2016.

Com esse dado, o português somou mais um recorde para o seu currículo, se é que ainda há espaço nele: único jogador a fazer gols em três finais seguidas.

Falando em títulos individuais, a quinta Bola de Ouro (para empatar com Messi), já é uma realidade.

Justamente, diga-se de passagem.

E, quem diria?

Até 2012 o argentino parecia imparável, acumulando quatro troféus contra apenas um de Cristiano.

Hoje, apenas cinco anos depois, o número de estatuetas irá se igualar.

Não sou adivinho, porém, poucas coisas no futebol são mais previsíveis do que a Bola de Ouro da FIFA.

Como se não bastasse, os gols da final também concederam ao português a artilharia da competição (12 contra 11 de Messi) e o 600° gol de sua vitoriosa carreira.

E foi do jeito que Cristiano gosta, calando os críticos.

“Aqui estou eu”, gritou após o primeiro gol contra Buffon.

E, de fato, esteve, mas não só na final.

Nas quartas contra o Bayern já tinha anotado cinco e nas Semifinais contra o velho rival da cidade goleou três vezes.

Nesta temporada vimos o Cristiano Ronaldo mais decisivo até agora.

Méritos de Zidane.

Inovador, como vem sendo chamado na Espanha, o técnico francês não pensou duas vezes em poupar o atacante durante toda a temporada, contra sua vontade.

Mais de uma vez, foi possível ver como o jogador saía com raiva do campo ao ser substituído (algo que poucos ousaram fazer).

Em outras temporadas, a exemplo das duas últimas finais contra o Atlético, era normal vê-lo sentindo dores e sem poder mostrar seu verdadeiro potencial em campo devido ao alto número de jogos disputados.

Já neste ano, os números na reta final foram escandalosos.

Seja como for, Cristiano é uma inspiração no mais puro sentido pois, se o talento de Messi é natural, o de Ronaldo é fruto do esforço e trabalho, prova de que neste mundo vencem os que nunca desistem.


Arte: Denis Gonchar

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