Cristiano Ronaldo, ame-o ou deixe-o
Por Oscar Cowley, repórter do Universidade do Esporte, da rádio 88,9
-FM Universitária
Se há uma certeza no futebol é
que se você ousar criticar Cristiano Ronaldo irá se queimar.
De onde eu venho, os jornalistas
costumam vestir as camisas dos times e realizar debates clubistas que em nada
acrescentam a quem quer se informar sobre futebol.
E eu, que abomino esse tipo de
prática, sempre jurei que não realizaria analises futebolísticas com base em
fanatismos.
Sim, não sou fá do português.
Sua aparente arrogância (pois não
o conheço pessoalmente) e individualidade em campo me incomodam bastante.
Porém, é inegável que se trata de
um dos atletas mais completos da história do futebol.
No último sábado, a Juventus, em
plena final, conheceu a ira da fera, do monstro, do robô, enfim, sinônimos não
faltam para o craque nas locuções da Champions League.
Dois gols dele, o de sempre,
serviram para brindar ao Real Madrid mais um título europeu.
Antes, o craque já tinha deixado
sua marca nas finais de 2008 e 2014, sem contar a cobrança do pênalti decisiva
contra o Atlético de Madrid, em 2016.
Com esse dado, o português somou
mais um recorde para o seu currículo, se é que ainda há espaço nele: único
jogador a fazer gols em três finais seguidas.
Falando em títulos individuais, a
quinta Bola de Ouro (para empatar com Messi), já é uma realidade.
Justamente, diga-se de passagem.
E, quem diria?
Até 2012 o argentino parecia
imparável, acumulando quatro troféus contra apenas um de Cristiano.
Hoje, apenas cinco anos depois, o
número de estatuetas irá se igualar.
Não sou adivinho, porém, poucas
coisas no futebol são mais previsíveis do que a Bola de Ouro da FIFA.
Como se não bastasse, os gols da
final também concederam ao português a artilharia da competição (12 contra 11
de Messi) e o 600° gol de sua vitoriosa carreira.
E foi do jeito que Cristiano
gosta, calando os críticos.
“Aqui estou eu”, gritou após o
primeiro gol contra Buffon.
E, de fato, esteve, mas não só na
final.
Nas quartas contra o Bayern já
tinha anotado cinco e nas Semifinais contra o velho rival da cidade goleou três
vezes.
Nesta temporada vimos o Cristiano
Ronaldo mais decisivo até agora.
Méritos de Zidane.
Inovador, como vem sendo chamado
na Espanha, o técnico francês não pensou duas vezes em poupar o atacante
durante toda a temporada, contra sua vontade.
Mais de uma vez, foi possível ver
como o jogador saía com raiva do campo ao ser substituído (algo que poucos
ousaram fazer).
Em outras temporadas, a exemplo
das duas últimas finais contra o Atlético, era normal vê-lo sentindo dores e
sem poder mostrar seu verdadeiro potencial em campo devido ao alto número de
jogos disputados.
Já neste ano, os números na reta
final foram escandalosos.
Seja como for, Cristiano é uma
inspiração no mais puro sentido pois, se o talento de Messi é natural, o de
Ronaldo é fruto do esforço e trabalho, prova de que neste mundo vencem os que
nunca desistem.
Arte: Denis Gonchar
Nenhum comentário:
Postar um comentário