quarta-feira, junho 14, 2017

Golden State Warriors – Nova dinastia da NBA...

Imagem: Ezra Shaw/Getty Images/AFP 


Golden State Warriors – Nova dinastia da NBA

Por: Leila de Melo

Na noite dessa segunda-feira (12), dia dos namorados e de Santo Antônio, O Golden State Warrios conquistou seu segundo título em três finais consecutivas contra o Cleveland Cavaliers.

A Oracle Arena em Oakland, Califórnia, estava com lotação máxima.

A série foi decidida em seu quinto jogo. Cavaliers e Warriors frente a frente nas finais pelo terceiro ano consecutivo, esse duelo já entrou para história da NBA e após a vitória do time californiano, o saldo geral ficou 2 a 1.

A vantagem de 3-1 dos Warriors, nestas finais, poderia não dizer muita coisa, uma vez que ano passado o time desperdiçou a mesma vantagem e levou a virada de 4-3.

Mas este ano as coisas estavam diferentes, Draymond Green não estava de fora da partida e tinha o fator Kevin Durant.

O ala foi a contratação mais badalada e comentada do início desta temporada.

O all star deixara o Oklahoma City Thunder para se juntar à equipe californiana.

Buscando seu primeiro título da NBA, Durant, pelos números e importância nesses play-offs, mereceu demais a escolha de MVP (jogador mais valiosos) das finais.

Mas ao meu ver o mais impressionante aqui é entender como esse time de Oakland, jogando a conferência mais disputada e com as equipes mais fortes da NBA conseguiu chegar as cabeças da liga e se tornar a nova dinastia do basquete norte-americano.

As franquias que possuem maior quantidade de títulos são respectivamente: Boston Celtics com 17 e Los Angeles Lakers 16.

Outra franquia dominante foi o Chicago Bulls na década de noventa, seis títulos em oito temporadas com Michael Jordan.

O San Antonio Spurs, time bem mais jovem que os supracitados, possui cinco campeonatos.

Tivemos o Miami Heat com LeBron James, vencendo duas finais (2011-2012-2013).

Até chegarmos a vez dos Warriors, três finais consecutivas e duas temporadas vencidas.

O “big 4” do Warriors: Stephen Curry, Draymond Green, Klay Thompson e Kevin Durant pontuaram bastante e fizeram a diferença, além dos jogadores que vinham do banco contribuindo com a manutenção do alto nível de rendimento.

Há tempos não via uma equipe tão coletiva e bem treinada em quadra como esta.

Aliás, o sistema tático do time é tão organizado que o seu técnico principal, Steve Kerr esteve ausente em alguns jogos das finais de conferências e finais da liga para tratar de problemas de saúde e seu substituto imediato, Mike Brown, manteve a mesma organização e o volume de jogo do time.

O sistema tático do Warriors mudou a forma de jogar basquete na NBA, abriu mão do determinismo de “definir posições” no basquete.

Por exemplo, Green é um pivô que abre na linha dos três para arremessar, Shaun Livingston é um ala que conduz a bola, enquanto Curry é o armador que define as bolas, porque não?

Steve Kerr teve a inteligência de compreender as qualidades e pontos fortes dos jogadores que tinha em mãos e a partir daí criou seu sistema tático e o resultado foi absurdamente positivo.

Nas três temporadas à frente da equipe, Kerr conseguiu números surpreendente, 73 vitórias em uma temporada regular na temporada 2015-2016.

Nesta temporada a equipe conseguiu 15 vitórias consecutivas na pós-temporada, maior marca da NBA.

O jogo inteligente e ágil do Golden State enche os olhos e dá esperança aos baixinhos.

No esquema tático desta temporada, os jogadores mais altos do time titular são Zaza Pachulia (2,11) e Kevin Durant (2,03), sendo o segundo um ala-armador.

Draymond Green (2,01) é um dos mais dominantes jogadores defensivos da temporada e ele é menor do que muitos pivôs da liga.

Uma curiosidade interessante é sobre a construção do time, os Warriors foram formando seu time por meio de Draft, isto é, a partir de escolhas dos jogadores mais bem ranqueados das universidades norte-americanas.

Os três principais jogadores: Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green, foram investimentos a longo prazo.

Mark Jackson, ex-treinador do Golden State, já estava lapidando os prodígios, mas só com Steve Kerr que os jogadores chegaram ao seu ápice.

Vencer de uma equipe tão cheia de habilidades e recursos como a do Golden State Warriors é tarefa difícil, principalmente pelo volume de jogo.

O time do Cleveland foi eficaz e conseguiu esse feito e merece todos os méritos por isso.

Eu costumo dizer que estamos diante do duelo do basquete moderno com o basquete tradicional, o Golden State Warriors vs. Cleveland Cavaliers, este duelo que já se tornou uma rivalidade, quem sai na frente são os Warriors com o seu basquete moderno.

Abro um espaço no texto pra ressaltar os números desta temporada, falemos de Russell Westbrook, o ala-armador do Oklahoma City Thunder, com a saída de Kevin Durant da equipe, se tornou o jogador de referência, ou melhor dizendo o gatilho mais rápido da conferência oeste.

Foram 44º triplos-duplos (quando o jogador alcança dois dígitos em três requisitos do jogo), passando a marca do lendário Oscar Robertson que na temporada 1961/1962 fez 41º.

Forte candidato a MVP da temporada, o ala-armador foi devastador em suas performances. Falando em indicados, James Harden (Houston Rockets), mais conhecido como “o barba”, fez uma temporada igualmente devastadora, ele conseguiu o feito de se tornar o primeiro jogador da NBA a conseguir múltiplos triplos-duplos com mais de cinquenta pontos.

Ele se tornou o primeiro jogador na história da NBA a terminar a temporada regular com pelo menos 2.000 pontos (2.356), 900 assistências (907) e 600 rebotes (659).

LeBron James, o incansável quebrador de recordes da NBA, individualmente falando, teve a temporada mais dominante na liga.

O jogador do Cleveland Cavaliers chegou a sua nona final na carreira e superou o recorde de Magic Johnson (com oito).

Três títulos da NBA, três vezes MVP da final, quatro vezes o MVP da temporada, 13 presenças seguidas no All-Star e maior cestinha da história dos playoffs.

No entanto, na noite dessa segunda, mais um recorde foi adicionado a sua trajetória, foi a sua quinta final perdida.

Apenas dois atletas foram mais vezes derrotados, Jerry West do Lakers, oito vezes derrotado em finais e Elgin Baylor, também do Lakers, que perdeu as oito finais que disputou).

Dia 26 de junho vamos conhecer todos os premiados no NBA Awards, evento que irá entregar os prêmios aos jogadores que mais se destacaram em suas funções e finalmente saberemos quem foi eleito MVP da temporada regular.

Ao final dessa temporada de tantos recordes quebrados, fica a pergunta: até que ponto a NBA pode evoluir na próxima temporada?

Eu acredito que a dinastia do Warriors vá rendes novos recordes e títulos a franquia, bem como jogadores motivados e com sede de pontos, tal qual Harden e Westbrook vão nos brindar com um show na temporada 2017-2018.

Assistir as transformações do meu jogo predileto tem sido cada dia mais emocionante.

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