Imagem: Autor Desconhecido
Vá em paz, Tioté: Marfinense deixa uma carreira de respeito e uma
grande história de vida
Por: Leandro Stein
A notícia gera um sentimento de
consternação enorme.
Às vésperas de completar 31 anos,
o meio-campista Cheick Tioté faleceu nesta segunda-feira.
O marfinense sofreu um ataque
cardíaco enquanto treinava pelo Beijing Enterprises, seu atual clube, e chegou
a ser levado a um hospital, mas não resistiu.
Ao longo das últimas horas,
diversas mensagens de luto e condolências foram publicadas por pessoas e
instituições do mundo do futebol, em especial ligadas ao Newcastle, time que o
volante defendeu por sete anos, de 2010 a fevereiro deste ano.
Tioté sempre será lembrado pela
carreira sólida que construiu.
Profissionalizado pelo Anderlecht
em 2005, o marfinense atravessou os seus melhores momentos na Holanda e na
Inglaterra.
Com a camisa do Twente, foi um
dos protagonistas na conquista da Eredivisie em 2009/10, maior feito da
história do clube.
Já no Newcastle, firmou-se como
um jogador incansável e de muita força física.
O golaço que marcou contra o
Arsenal em 2011, no qual seu time buscou o empate por 4 a 4 após começar
perdendo por quatro gols de diferença, é a memória mais viva que o jogador
deixa em seus antigos torcedores.
De qualquer maneira, as mais 150
partidas pelos Magpies garantem uma história inesquecível.
Em fevereiro, o meio-campista
rumou ao Beijing Enterprises, da segunda divisão chinesa.
Pela seleção marfinense, Tioté
também se estabeleceu como uma das referências ao longo dos últimos anos.
O meio-campista ganhou suas
primeiras convocações em 2009.
No ano seguinte, disputou a Copa
Africana de Nações e a Copa do Mundo.
Além disso, esteve presente
também no Mundial de 2014 e em outras três edições do torneio continental.
Em 2015, fez parte do elenco que
encerrou o jejum dos Elefantes e conquistou a CAN, embora tenha perdido a reta
final da competição, após se lesionar durante a fase de grupos.
Mas, além da carreira profissional,
Tioté deixa o exemplo por sua história de vida – não tão diferente de tantos
jogadores que superaram condições difíceis, mas, de qualquer maneira,
grandiosa.
Nascido em Yamoussoukro, a
capital política da Costa do Marfim, o garoto cresceu em uma família humilde,
ao lado de nove irmãos.
Acostumou-se a jogar bola
descalço nas ruas, antes de ganhar o primeiro par de chuteiras apenas aos 15
anos de idade.
Largou os estudos cedo e iniciou
a carreira nas categorias de base do modesto Bibó, de sua cidade natal.
Inspirado por Edgar Davids e
Michael Essien, trabalhou duro até ter o seu talento reconhecido.
Até ser pinçado pelo Anderlecht e
ver o futebol transformar a sua realidade.
Passou a conviver com seus
antigos heróis, mas sem renegar o seu berço.
Tioté deixa mulher e dois filhos.
A esposa do marfinense espera seu
terceiro filho, com nascimento previsto para os próximos dias.
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