EXCLUSIVO: Brasileirão 2023
faturou meio bilhão em bilheteria
Levantamento exclusivo da
Máquina do Esporte mostra receita recorde com ingressos, mas clubes ficaram com
apenas pouco mais da metade do que faturaram
Por Erich Beting e Pedro Melo
- São Paulo (SP) para o Máquina do Esporte
No ano em que teve a maior média
de público da história, a Série A do Campeonato Brasileiro conseguiu também a
maior arrecadação de bilheteria, com mais de R$ 500 milhões faturados pelos 20
clubes.
Um levantamento exclusivo feito
pelo Núcleo de Inteligência da Máquina do Esporte aponta quanto cada time
arrecadou com bilheteria no Brasileirão 2023.
O estudo foi feito a partir dos
boletins financeiros de cada um dos 380 jogos da Série A.
Ao todo, foram vendidos ingressos
para 368 partidas, já que 12 confrontos foram realizados com portões fechados
por punições impostas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Nessas 368 partidas, o
faturamento total do Brasileirão foi de R$ 503.857.100,37.
Em média, cada jogo com venda de
ingressos faturou R$ 1,369 milhão na bilheteria. O tíquete médio cobrado pelos
clubes foi de R$ 43, sendo que o Brasileirão levou 9,7 milhões de pessoas aos
estádios, considerando não apenas o público pagante dos jogos.
Receitas em alta, despesas
também
Ao mesmo tempo que faturaram como
nunca, naturalmente os clubes tiveram despesas recordes em 2023.
O estudo da Máquina do Esporte
mostra uma despesa histórica de R$ 247 milhões com o pagamento das mais
diferentes taxas para terceiros ao longo dos 380 jogos.
Até mesmo nas partidas com
portões fechados, os clubes tiveram de pagar para federações, arbitragem e uso
do estádio.
Isso significa que, se o
faturamento foi de meio bilhão de reais, o lucro com a bilheteria foi bem
menor: R$ 256,5 milhões.
Ou seja, praticamente 49% do que
os clubes arrecadaram com a venda de ingressos não entraram nos cofres das
entidades.
O alto custo das despesas tem
relação direta com as taxas pagas a federações (5% da receita bruta nos jogos),
segurança e arbitragem das partidas e, ainda, descontos causados pelos
sócios-torcedores, que são contabilizados depois de aferido o lucro bruto da
bilheteria.
Para o fã, a conta aumentou
Os números de arrecadação mostram
que o campeonato caiu nas graças do público.
Os estádios, na maioria das
vezes, estiveram lotados, com uma das maiores taxas de ocupação da história.
Mas quem pagou essa conta?
Naturalmente, o torcedor
brasileiro.
Que tem se acostumado a pagar
cada vez mais para poder assistir ao seu time do coração.
Campeão nacional pela segunda vez
seguida, o Palmeiras foi o líder nesse quesito.
Em média, seu torcedor teve de
desembolsar R$ 70,93 para ir às partidas do clube como mandante.
Foi o único time a passar a
barreira dos R$ 70 de tíquete médio.
Acompanharam o clube alviverde
entre os vendedores de bilhetes mais caros o Grêmio (R$ 67,58), o Flamengo (R$
65,44) e o Corinthians (R$ 58,60).
O mais “generoso” com seu
torcedor foi o Fortaleza.
Em média, o fã do clube
vice-campeão da Copa Sul-Americana pagou R$ 15,38 para assistir aos jogos do
time.
Logo acima dele ficaram Goiás (R$
24,59), Bahia (R$ 32,12), América-MG (R$ 32,31) e Coritiba (R$ 32,35).
Curiosamente, três dos cinco
ingressos mais baratos foram de clubes que acabaram rebaixados para a Série B.