Depois de ler sobre a “nobreza” que habita o coração dos evangélicos jogadores santistas, li o post do J. Gomes, sobre sua luta contra a morte que insiste em levá-lo, mas que encontra nele, um adversário “Duro de Matar”...
Vou dedicar algumas letras ao assunto, mas não esperem um texto melancólico e lacrimoso...
Não mesmo!
J. Gomes não me perdoaria se o fizesse...
Ele nunca é triste!
Ah, como esse blog tem leitores espalhados por todo o Brasil e até alguns, mundo afora, terei que explicar quem é o personagem central – Jotinha é conhecido aqui, mas como os “invejosos americanos” nunca permitiram que suas imagens e suas matérias, fossem veiculadas nas grandes redes de lá, a fama do Jotinha ficou restrita ao Rio Grande do Norte e outros recantos nordestinos.
J.Gomes ou simplesmente “Jotinha”, é o sujeito que gostaria de ter a meu lado se estivesse em um avião caindo, um navio afundando ou no ultimo andar de um prédio em chamas e prestes a desabar...
Pode acreditar, ele seria o único que encontraria uma razão para uma boa gargalhada!
O conheço a mais de 20 anos e nunca o vi triste ou cabisbaixo...
Nunca!
Motivos para isso ele tem:
É baixinho – mede cerca de um metro e quase setenta...
Não é lindo e nem tão pouco é bonito, mas pense num feinho encantador.
Quando atuou no jornalismo policial, era o terror das mocinhas da periferia e pasmem, até os criminosos gostavam dele – nunca destratou ninguém!
Como jornalista esportivo, “Jotinha” já fez de tudo: rádio, televisão e se não me engano, até jornal.
É torcedor declarado do ABC FC, mas a torcida do América FC tem por ele carinho e o respeita.
Cabeludinho no estilo dos cantores bregas, “Jotinha” aonde chega, toma conta do pedaço, com sua inteligência e sua voz sempre alguns decibéis acima do normal e sua enorme capacidade de ser feliz e rir de todas as coisas – boas ou más.
Ouvi-lo no programas radiofônicos é sempre um prazer, pois se sabe ser feliz, sabe também defender seus pontos de vista com coragem...
Vê-lo na telinha é sempre sensacional, pois além de nos divertir com sua corrida desajeitada, “Jotinha” tem sempre uma tirada espontânea ou um tropeço que nos diverte.
Mas por trás dessa figura humana incrivelmente doce e feliz, existe um homem que sempre lutou pela vida – luta que obrigatoriamente travou, pois na há outra opção –, mas que diferentemente da maioria, travou sempre com o rosto iluminado pelo seu bonito sorriso (achei uma coisa bonita em você Jotinha) e por suas frases de efeito que zombam da muitas doenças que afligem seu corpo pequeno e frágil.
“Jotinha”, já passou por 8 cirurgias desde 2002: cardíaca (safenas e mamarias), pulmonar (lobectomia – lobo superior esquerdo – dois nódulos benignos retirados), cinco hérnias epigástricas, uma umbilical e uma de esôfago...
Além disso, foram quatro cateterismos, duas angioplastias com colocação de stentes...
Mas não para por aí...
Seu ventrículo esquerdo funciona com apenas 48% da capacidade e “Jotinha”, teve uma parada cárdio respiratória e um profundo edema pulmonar que por pouco não o matou.
Agora, “Jotinha” descobre mais um inimigo a acuá-lo...
Depois de uma ressonância magnética crânio-encéfalografica, os médicos comunicaram a “Jotinha” que foi detectado um angioma venoso (DVA no vermis cerebelar, drenando para o IV ventrículo)...
Segundo suas próprias palavras, quem decide agora é o neurocirurgião – estou nas mãos dele!
Mas se alguém esperava desta vez, um “Jotinha” caído, triste, derrotado e sem esperança...
Viu o mesmo “Jotinha” de sempre...
Ele escreveu o seguinte sobre o seu mais novo “inimigo”:
“Nada de desespero, vou continuar a fazer o que sempre gostei de fazer e se, alguém perguntar por que sou assim, explico”:
“Não vou me entregar ao medo, jamais deixarei minha alegria de viver. Jamais deixarei de levar felicidade às pessoas que amo. Nunca me deixarei abater pela covardia”.
“Viva a vida, vivamos a vida”!
Esse é o “Jotinha”...
Um rapaz do interior, que nunca negou que fez jornalismo, (e não se fez com o jornalismo), mesmo sem o tão cobrado diploma...
Um rapaz que nunca deixou de ser grato aos que lhe estenderam a mão quando precisou lutar contra a morte – as doenças de “Jotinha” não são coisa para pobre –, sempre fez questão de nominá-los um a um...
Um sujeito que sempre soube encarar seu infortúnio de cabeça erguida, sem choramingos ou maldições...
“Jotinha” me permita terminar dizendo o seguinte:
O Bruce Willis não amarra sua chuteira – duro de matar é você!