No vídeo, o lugar que os "crentes" do Santos, se recusaram a entrar...

Vou comprar uma briga, mas não é uma briguinha qualquer...

Não será contra um companheiro de imprensa do qual discorde ou por quem nutra algum tipo de antipatia – isso não é briga, é baixaria.

Também não será contra nenhum dirigente – não o fiz nem quando se deram ao desplante de evitar minha volta a Rádio Globo -, eles já têm brigas demais para resolver.

E depois, gosto de briga grande e não de bate boca.

Vou para a briga contra nomes famosos – possivelmente nem irão ler essas mal traçadas linhas (os que sabem ler é claro), sou escriba de província e como tal, meus leitores são poucos, bem poucos -, mas vou feliz, pois sempre me insurgi contra as ideologias e contra elas, luto...

Todos sabem que não cultuo nenhuma religião, assim como nunca cultuei partidos políticos e seus teóricos...

Mesmo quando o assunto é futebol, sempre evitei as tosquices de chamar a camisa de meu time de “manto sagrado” ou seus adeptos de “nação”...

Futebol para mim, sempre foi diversão, alegria e prazer – irritação e tristeza, nunca duraram mais que algumas horas.

Nunca me neguei a aceitar as grandes conquistas dos adversários, assim como nunca me irritou ter que admitir que outros clubes tinham em seus elencos, jogadores melhores que os do meu clube.

Sou assim, não quero perder bons amigos, apenas por serem crentes de alguma fé, membros de algum partido ou torcedores de um clube que não seja o meu.

Porém, se um crente tenta impor sua crença com uma tocha nas mãos e apontando uma fogueira...

Rebelo-me!

Se um político deseja além do poder, minha liberdade, minha submissão e minha alma...

Rebelo-me!

Se alguém grita aos meus ouvidos que só seu clube é digno de existir e que todo o resto deve desparecer...

Sinto pena!

Sem adversários os idiotas também perecerão!

Fico imaginando que tédio deve ser ter que passar todos os dias da vida, ao lado do mesmo grupo religioso, cujos membros pertençam ao mesmo partido político e torçam pela mesma equipe de futebol...

Só ponto, nenhum contra ponto!

Que vidinha mais chata!

Pois bem, vamos à luta...

O Santos Futebol Clube reuniu seu elenco e comissão técnica e num gesto de nobreza – claro que também visando espaço na mídia -, os levou ao “Lar Espírita Mensageiros da Luz”...

A idéia era distribuir entre os pacientes do local, ovos de Páscoa e passar algumas horas ao lado de gente pobre, carente e que sofre de paralisia cerebral.

Perfeita a atitude do clube!

Mas quando o ônibus da delegação santista parou em frente da instituição, Robinho, Neymar, Paulo Henrique Ganso e Fábio Costa, se recusaram a descer...

Motivo: são evangélicos e como tal, não aceitam os espíritas e, portanto, aquelas crianças que lá estavam não mereciam sua atenção e seu carinho!

O técnico Dorival Junior bem que tentou, bem que argumentou, mas os “nobres corações entregues a Jesus se recusaram”...

O treinador constrangido, disse respeitar a decisão dos 4 cavaleiros a serviço da cristandade, mas fez questão de afirmar que não comungava com tal atitude.

Porém, Felipe, Wladimir, Edu Dracena, Zé Eduardo, Arouca, Pará, Gil, Maikon Leite, Breitner, Zezinho e Wesley e todos os outros, desembarcaram e se juntaram às crianças – nenhum deles voltou para o ônibus infectado ou com cascos de bode, chifres e caudas pontiagudas.

Esse é o fato!

Agora cabe a pergunta: que culpa tem alguém que sofre de uma doença vil e incurável de receber ajuda de alguém que a religião desses senhores segrega e repudia?

Creio eu que nenhuma, até porque, esse tipo de doença, não permite que o doente tome qualquer decisão por si só.

Lamentável tal fato...

Lamentável que a religião de Robinho, o impeça de entrar num lugar de orientação espírita, mas que não o condene por ter participado de eventos “beneficentes” do traficante Naldinho!