sexta-feira, abril 30, 2010

No almoço com João Paulo do ABC, quem "bateu um bolão" foi Dona Karina...


Imagem: Wellington Rocha


Na quarta feira dia 28, fui a convite do site “Dez na Rede” participar de um almoço com o atacante João Paulo, dois torcedores e colegas do rádio e da TV...

Estavam presentes, Gabriel Peres, Ivana Negrão, Alan Oliveira, Augusto César Gomes, Itamar Ciríaco, Pedro Neto e Alan Oliveira, representando a imprensa.

Representando a torcida do ABC, estavam os torcedores sorteados pelo site: Andrey Feitosa e Romildo Marques.

João Paulo, o convidado especial foi acompanhado de sua mãe, Dona Karina e de sua namorada que eu cometo a imperdoável gafe de não lembrar o nome.

Foi um encontro bem agradável.

Sentei ao lado de Pedro Neto, que logo foi dizendo: “quando você me convidar para comer na sua casa, não se preocupe com carne, mas não deixe de ter feijão, arroz, ovo e uma galinha a cabidela”...

Sem dar tempo para uma resposta, disse: “o melhor prato que já comi aqui, foi uma banana caramelada – falou de outros ingredientes que acompanhavam a tal banana, mas esqueci”...

Depois, botamos o papo em dia, trocamos algumas impressões e acabamos fazendo uma entrevista informal com Dona Karina, mãe de João Paulo.

Que senhora espetacular!

De origem simples, mas articulada e orgulhosa, Dona Karina falou de sua vida sem demonstrar nenhum tipo de recalque, frustração ou mágoa...

“Faço faxina, lavou roupa e cuido de minha família”!

“Nunca neguei nada a meu filho, fiz pouco, pois nunca tive muito, mas fiz tudo o que uma mãe deve fazer”...

“Quando João Paulo era pequeno, vivia correndo atrás de bola, sempre que chegava o Natal ou seu aniversário, pedia uma chuteira, um calção ou uma camisa de futebol”...

“Um dia veio me pedir para ir treinar num time e eu disse; termina seus estudos (o segundo grau) e eu deixo”!

“Meu filho me obedeceu e hoje, estou sossegada, pois sei que quando ele chegar ao fim de sua carreira, pode voltar a estudar e quem sabe ser um professor de educação física”.

“João Paulo é determinado, confio nele, sei que ele vai correr atrás do sonho dele e eu, vou estar sempre ao lado dele”...

“Não penso em dinheiro não senhor, nunca tive dinheiro, mas nunca faltou nada em minha casa, só quero meu filho feliz e realizado”...

"O João Paulo não tem empresário, tenho medo dessa gente"...

"Fico preocupada de enganarem meu filho e usarem ele, mas sei que uma hora Deus vai botar alguém bom na frente de meu filho”.

“Sou evangélica, mas não entendi o que aqueles meninos do Santos fizeram – fiquei triste, pois aquelas pessoas só queriam um pouco de carinho e eles, negaram isso a elas”...

“Um dia desses, apareceu na televisão uma pessoa que tem a mesma doença daquelas pessoas lá de Santos, dizendo que amava o João Paulo – eu fiquei muito emocionada, mas fiquei ainda mais feliz quando meu filho começou a perguntar como ele poderia conseguir o endereço da pessoa"... 

"Ele quer ir a casa dela e ficar um pouco com ela”.

“No último jogo contra o Corintians, eu estava na arquibancada e, quando o jogo acabou, um torcedor virou para um monte de gente e disse”: se esse fominha do João Paulo passasse a bola à gente não tinha perdido”.

“Levantei, fui em direção dele e disse: engula suas palavras seu sem vergonha, pois o João Paulo é o artilheiro desse campeonato e se o ABC é campeão, também é por causa dele”...

“Respeite as pessoas”!

Ela sorriu e encerrou dizendo: 

“Fique danada com o homem, mas ele calou a boca e foi embora e as pessoas que estavam perto, não disseram nada”.

Essas foram algumas revelações que eu e Pedro Neto conseguimos tirar de Dona Karina, mas o melhor é que João Paulo permaneceu quieto, olhando a mãe falar e, seus olhos marejados, demonstravam respeito, admiração e um amor difícil de encontrar nos dias de hoje.

Dona Karina não era o personagem central do almoço, seu filho era, mas Dona Karina acabou ao menos para mim, sendo a grande estrela...

Uma senhora que aprendi a admirar.


Um comentário:

Anônimo disse...

Muito interessante o almoço, mas não vi nenhum cronista americano, compreensível.