José Vanildo é um sujeito surpreendente...
Presidiu o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) e deixou a presidência do órgão, sem nenhum senão ou mancha.
Entrou numa barca furada ao permitir que seu nome fosse atrelado a chapa vencedora da eleição pós- intervenção da FNF (Federação-Norte-rio-grandense de Futebol).
Assistiu hora em resignado silencio e hora com protestos contundentes, a inépcia e o despreparo destruírem o pouco ou quase nada que restou da entidade, após a devassa feita pela justiça.
Depois, por força de sua lealdade e amizade aos novos comandantes da FNF, mergulhou...
Mas, quando a barca furada e a deriva foi abandonada pelo comandante, veio à tona e assumiu o leme.
Diante da desordem e do caos, fez diferente: não choramingou, não estirou o dedo indicador na direção de ninguém e nem tão pouco cuspiu nos antecessores...
Sentou-se na cadeira vaga e implantou seus métodos...
Em pouco tempo, deu a FNF uma face até então, nunca vista.
Recuperada a credibilidade, Vanildo voltou-se para seus filiados e junto com eles, trabalhou no sentido de realizar um campeonato minimamente organizado.
Conseguiu!
O Campeonato Estadual de 2010 está chegando ao fim sem que em nenhum momento, o TJD fosse acionado...
Diante das reclamações em relação à bola conseguida de graça, mas considerada qualidade inferior, não se fez de rogado e nem se vestiu de arrogância...
Aceitou as criticas, dispensou a gratuidade e mesmo sem grandes sobras de caixa, comprou bolas de melhor qualidade.
Arcou com o prejuízo sem nenhum muxoxo!
Paralelamente, uniu-se a Eduardo Rocha e “comprou” a briga do presidente da liga dos clubes da região em seus esforços para reavivar a Copa do Nordeste...
A Liga de Clubes fortalecida é um perigo para a existência das federações, mas, Vanildo, colocou os interesses dos clubes potiguares e nordestinos, acima dos seus próprios interesses.
Não foi mesquinho, não pensou em boicotar a liga em nome da sobrevivência do órgão que dirige e nem sequer temeu desagradar a CBF.
Agora, Vanildo volta do Rio de Janeiro, eleito por seus pares – presidentes das federações nordestinas de futebol -, membro do Conselho Consultivo da CBF, representando o nordeste.
Surpreendente esse Zé Vanildo...
Saiu da província sem o “pires da mendicância” e viu o “esplendor dos jardins suspensos da CBF, sem sentir-se diminuído ou deslumbrado...
Agora, volta com a enorme responsabilidade de honrar a confiança e o respeito nele depositados...
Zé Vanildo terá que ter muita habilidade para se mover em meio às “cascavéis” que serpenteiam entre as colunas da Babilônia do futebol brasileiro, mas acho que o fará com certa tranqüilidade, pois não se iludam; as “cobrinhas locais” ensinam muito a quem é obrigado a conviver com elas.
Um comentário:
Fernando Amaral, na remota hipótese das Ligas prosperarem em detrimento das Federações Estaduais, podem ter certeza que o José Vanildo será um dos grandes sobreviventes.
Se os presidentes das Federações Estaduais fossem mais espertos, eles se aliariam aos clubes na defesa da criação das Ligas como faz José Vanildo, pois isso poderia significar a própria alforria das mesmas em relação à CBF.
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