Esse velho Brasil com suas
manobras, sempre me constrange...
O melhor ou o mais interessante é
que quem devia zelar pela boa informação e por alertar a população, aplaude
primeiro por não saber e depois, insiste no aplauso por não ter o mínimo discernimento
para poder diferenciar o que é uma concorrência justa e leal de uma simples manobra.
Falo sobre o tão propalado “patrocínio”
da Caixa Econômica Federal aos clubes de futebol...
“Patrocínio” que, aliás, foi
cobrado pela nossa imprensa cuja pena em alguns casos está muito mais voltada
em escrever para a plateia do que cumprir papel precípuo de bem informar.
Assim que se soube por aqui que a
Caixa havia fechado alguns “patrocínios” com clubes de outros estados, a gritaria
foi geral...
E nós?
Vamos ficar de fora?
Onde está nossa bancada no
Congresso que não se manifesta?
Tudo muito emocional, tudo muito
voltado para buscar o aplauso de dirigentes e torcedores...
Nenhuma pesquisa, nenhuma
checagem, nada...
Só arroubos...
“Patriotas” ofendidos por ter um órgão
do governo federal preterido nosso torrão e nossos clubes.
Pedir a ação de parlamentares
junto a órgãos federais em busca de dinheiro público para clubes de futebol, não
me parece ser dever de jornalista, radialista ou blogueiro diletante ou “profissional”...
Sou vascaíno e sempre achei o “patrocínio”
da Eletrobrás ao Vasco algo absurdo e sem sentido...
Patrocinar o Vasco levaria os
vascaínos a consumir mais energia?
A Eletrobrás tem algum concorrente
no ramo para precisar investir em publicidade na camisa de um clube de futebol?
Claro que não...
O tal “patrocínio” era, é e vai
continuar sendo politicagem pura e simples com o seu, com o meu e com o nosso
dinheiro.
Mesmo que no papel exista uma
contrapartida social como o projeto “Mão na Massa”, que qualifica mulheres para
o trabalho na construção civil e que será um dos beneficiados com o aporte de
recursos do Vasco.
Mesmo que o Vaco afirme que
pretende utilizar o investimento para incentivar ações que promovam a inclusão
social de crianças e adolescentes por meio do esporte.
Na prática é tudo conversa fiada,
pois o Vasco com a maioria absoluta dos clubes não cumprem nem os acordos que
são obrigados a fazer com a Receita Federal e o INSS, imagine só, se vão
oferecer de fato alguma contrapartida.
Pois bem, voltemos a Caixa...
Não existe patrocínio nenhum...
O que existe é escambo...
Para que os clubes de uma
determinada cidade recebam uns trocados, o município tem que transferir sua
conta para a Caixa...
Isto é, se a prefeitura de
Pindorama tiver suas contas atreladas a qualquer outro banco, não rola o “patrocínio”...
É faca no peito e ponto final.
Se a prefeitura topar, a Caixa dá
3 milhões para um e 3 milhões para outro e leva bilhões...
Negócio da China não acham?
Claro que é...
O triste é que algo assim é
vendido para os torcedores como algo fantástico, sensacional...
Com se a Caixa considerasse que
seus lucros vão subir enormemente por sua marca estar estampada na camisa do
Pindorama FC e do CA Pindorama.
Vão subir sim, mas não por causa
das camisas.
Tomara que antes embarcar nessa
onda, o prefeito de Pindorama verifique se os interesses de muitos não serão
prejudicados pelos interesses de alguns.