sexta-feira, fevereiro 01, 2013

O Fenômeno e o Falcão...



O Fenômeno e o Falcão.

Por Juca Kfouri.

Que Ronaldo, embora aparentemente disposto a virar pauteiro, não entenda qual seja a função da imprensa é compreensível.

Ele prefere que não se publique que a Copa do Mundo, prometida como a Copa do capital privado, se transformou na Copa do dinheiro público, inclusive, e principalmente, na construção dos 12 estádios que a sediarão.

Dos 12!

O Fenômeno quer também que não se noticie que boa parte do legado previsto em infraestrutura e mobilidade urbana já foi cancelada.

Certamente deseja, ainda, que os relatórios do TCU permaneçam em sigilo.

Difícil mesmo é explicar por que o deputado Rui Falcão, presidente do PT, bate na mesma tecla, ao dizer que as denúncias da imprensa contra a classe política nos aproxima, como país, do nazismo.

Ele não pensava assim quando os jornais denunciavam outros partidos no poder e Lula dizia que havia 300 picaretas no Congresso Nacional.

Porque Falcão é também jornalista, e até dirigiu, entre 1977, em plena ditadura, e 1988, a redação da revista “Exame”, baluarte do capitalismo.

Que há muito a se discutir sobre o papel da imprensa no Brasil democratizado está mais que óbvio.

Mas, devagar com andor.

Porque se pimenta nos olhos dos outros é refresco, imprensa é oposição.

O resto é armazém de secos e molhados, como ensinou Millôr Fernandes.

Do blog:

O que me deixa embasbacado é o deputado petista, um jornalista, não ter a menor ideia de que na Alemanha Nacional Socialista assim como na Rússia Soviética não existisse imprensa contra...

O Völkischer Beobachter, o Der Stürmer, o Illustrierter Beobachter, o Berliner Arbeiterzeitung, entre outros, na Alemanha, serviam ao partido…

Na URSS, o Pravda, o Izvéstia, o Trud, o Komsomolskaia Pravda, o Krasnaya Zvyezda, entre tantos outros, eram subservientes ao PCU e ponto final.

Não havia denuncias, havia bajulação.

Mas, pensando bem, Rui Falcão, não é ignorante, é só cínico.


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