sexta-feira, fevereiro 01, 2013

A falácia do patrocínio da Caixa Econômica aos clubes de futebol...



Esse velho Brasil com suas manobras, sempre me constrange...

O melhor ou o mais interessante é que quem devia zelar pela boa informação e por alertar a população, aplaude primeiro por não saber e depois, insiste no aplauso por não ter o mínimo discernimento para poder diferenciar o que é uma concorrência justa e leal de uma simples manobra.

Falo sobre o tão propalado “patrocínio” da Caixa Econômica Federal aos clubes de futebol...

“Patrocínio” que, aliás, foi cobrado pela nossa imprensa cuja pena em alguns casos está muito mais voltada em escrever para a plateia do que cumprir papel precípuo de bem informar.

Assim que se soube por aqui que a Caixa havia fechado alguns “patrocínios” com clubes de outros estados, a gritaria foi geral...

E nós?

Vamos ficar de fora?

Onde está nossa bancada no Congresso que não se manifesta?

Tudo muito emocional, tudo muito voltado para buscar o aplauso de dirigentes e torcedores...

Nenhuma pesquisa, nenhuma checagem, nada...

Só arroubos...

“Patriotas” ofendidos por ter um órgão do governo federal preterido nosso torrão e nossos clubes.

Pedir a ação de parlamentares junto a órgãos federais em busca de dinheiro público para clubes de futebol, não me parece ser dever de jornalista, radialista ou blogueiro diletante ou “profissional”...

Sou vascaíno e sempre achei o “patrocínio” da Eletrobrás ao Vasco algo absurdo e sem sentido...

Patrocinar o Vasco levaria os vascaínos a consumir mais energia?

A Eletrobrás tem algum concorrente no ramo para precisar investir em publicidade na camisa de um clube de futebol?

Claro que não...

O tal “patrocínio” era, é e vai continuar sendo politicagem pura e simples com o seu, com o meu e com o nosso dinheiro.

Mesmo que no papel exista uma contrapartida social como o projeto “Mão na Massa”, que qualifica mulheres para o trabalho na construção civil e que será um dos beneficiados com o aporte de recursos do Vasco. 

Mesmo que o Vaco afirme que pretende utilizar o investimento para incentivar ações que promovam a inclusão social de crianças e adolescentes por meio do esporte.

Na prática é tudo conversa fiada, pois o Vasco com a maioria absoluta dos clubes não cumprem nem os acordos que são obrigados a fazer com a Receita Federal e o INSS, imagine só, se vão oferecer de fato alguma contrapartida.

Pois bem, voltemos a Caixa...

Não existe patrocínio nenhum...

O que existe é escambo...

Para que os clubes de uma determinada cidade recebam uns trocados, o município tem que transferir sua conta para a Caixa...

Isto é, se a prefeitura de Pindorama tiver suas contas atreladas a qualquer outro banco, não rola o “patrocínio”...

É faca no peito e ponto final.

Se a prefeitura topar, a Caixa dá 3 milhões para um e 3 milhões para outro e leva bilhões...

Negócio da China não acham?

Claro que é...

O triste é que algo assim é vendido para os torcedores como algo fantástico, sensacional...

Com se a Caixa considerasse que seus lucros vão subir enormemente por sua marca estar estampada na camisa do Pindorama FC e do CA Pindorama.

Vão subir sim, mas não por causa das camisas.

Tomara que antes embarcar nessa onda, o prefeito de Pindorama verifique se os interesses de muitos não serão prejudicados pelos interesses de alguns.


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