O jornalismo esportivo tem
enfrentado um doloroso drama ultimamente...
Drama difícil de ser combatido,
pois costuma agradar em cheio a uma grande maioria, que adora tiradas de “humor”
...
Gente que também adora músicas de
duplo sentido e piadas grosseiras.
Gente que cultua o simplório e o gosto duvidoso.
Infelizmente, estamos vivendo a
era do “infotenimento” – isto é, uma complexa mistura de informação e entretenimento...
Matérias produzidas com intuito de
arrancar risos de telespectadores e ouvintes...
E é aí, que mora o perigo.
Humor não é para qualquer um,
principalmente quando fora de seu contexto.
Ontem, o repórter Rodrigo Faber,
caiu em tentação...
Escreveu um texto tentando
transformar a passagem do Palmeiras na Série B, numa épica e tumultuada aventura...
Escreveu para São Paulo, para
paulistas torcedores do Palmeiras.
No texto, buscou encontrar algo
que chamasse atenção, algo que desse o tal do “infotenimento” a sua matéria e que
provocasse riso em seus leitores da Paulicéia.
Procurou, perguntou e acabou recebendo
de alguém o que precisava...
Alguém daqui...
Alguém próximo...
Possivelmente, alguém muito
encantado com a presença de um “global” em busca de um “gancho” para um texto
que seria insosso, se apenas fizesse o que deve fazer todo texto jornalístico –
informar.
Rodrigo Faber, repito, caiu em
tentação, errou na mão e cometeu o maior de todos os pecados...
Disse o que todos por aqui dizem
todos os dias em conversas descompromissadas e muitas vezes de péssimo gosto.
Algo como a hipotética situação
abaixo:
Jorge vem de uma família de
médicos, advogados e ilustres professores, mas Jorge, decidiu ser músico...
Para os seus, a vida de Jorge é difícil
de ser compreendida.
Jorge passa boa parte do dia
junto ao seu instrumento, treinando, experimentando, buscando novos sons, novos
acordes, novos rumos...
A noite, Jorge sai...
Encontra seus pares e junto com
eles defende uns trocados tocando aqui e ali...
Jorge chega tarde...
Cansado e com pouco dinheiro no
bolso.
Pela manhã, Jorge dorme...
Dorme mais do que seus parentes
madrugadores podem suportar.
Tal situação gera comentários
desagradáveis a respeito de Jorge e sua escolha.
Seus pais, decepcionados por ele ter
se “desvirtuado”, costumam cobrar de Jorge uma opção mais segura...
Falam da falta de futuro de Jorge
como músico...
Inventam estatísticas para provar
que apenas uns poucos músico conseguem ser “alguém na vida” e que todo o resto,
vive em condições precárias, a dever favor a um e a outro.
Os irmãos de Jorge, contam
maravilhas sobre suas profissões...
O advogado fala dos grandes
embates nos tribunais...
Das réplicas e tréplicas sempre
embasadas em grandes filósofos ou admiráveis doutrinadores da jurisprudência
dos quais se utilizam para vencer seu oponente e mudar o rumo de um julgamento.
Mostra seu reluzente importado último
modelo e diz:
Quando que você tocando em bares,
escrevendo partituras ou compondo canções, poderá ter um desse?
Nunca, responde com arrogante
convicção.
Seu irmão médico, fala da alegria
de poder salvar vidas, recuperar feridas, livrar outras pessoas de dores e
conquistar o respeito e admiração de seus pares e pacientes.
Mostra o esforço feito para
conseguir o consultório novinho em folha, mas diz que tudo valeu a pena...
Afinal, a casa é própria, o carro
é novo e lindo, a mulher é jovem e bela e o futuro é promissor.
E você meu irmão?
O que será de você lá na frente?
Pergunta com um ar preocupado,
mas num tom de reprovação.
Os tios engenheiros, a boca
pequena, lamentam a sorte de seu irmão, pai de Jorge...
Ele acertou com os dois meninos,
mas fracassou com Jorge.
Seus primos, professores
doutores, simplesmente o chamam de o “vagabundo da família” ...
E, em tom de deboche, dizem:
“Fazer o que né, toda família tem
uma ovelha negra”.
Porém, se alguém de fora “bate”
em Jorge, o “sentimento de matilha” toma conta de todos e então, unem-se para
vingar Jorge...
Se necessário, partem até para
briga...
Esquecendo-se que foram eles
mesmos que pintaram com as cores vibrantes, o Jorge que todos veem.
Ontem, o repórter Rodrigo Faber,
nada mais foi, do que o sujeito que na reunião festiva, disse em alto e bom
som, e em público, o que todos da família de Jorge, dizem baixinho uns com os
outros.
Abaixo o texto completo de
Rodrigo Faber...
Nele, Rodrigo não faz nenhuma
afirmação de cunho pessoal...
Portanto, não pode ser acusado de
nada.
Não faz nenhum juízo de valor
sobre a piada de péssimo gosto que por aqui, é contada de boca em boca.
Conta que a piada existe...
Que é considerada ofensiva pelos
habitantes de Ceará-Mirim e chega a colocar um depoimento de um tal Célio do
Nascimento, que se é verdadeiro ou não, jamais saberemos.
No restante da matéria, Rodrigo
informa e, em nenhum momento, as informações que disponibiliza para seus
leitores, fogem da realidade.
ENFIM, A MATÉRIA DE RODRIGO
FABER, FOI TIRADA DO AR POR CAUSA DA MANCHETE E NÃO, POR SEU CONTEÚDO...
A PIADA OFENDE OS HOMENS E
MULHERES DE CEARÁ-MIRIM?
SIM, OFENDE...
EU, CONCORDO E ME SOLIDARIZO COM A
INDIGNAÇÃO DOS CEARÁ-MERINENSES, MAS A PIADA NÃO FOI INVENTADA POR PAULISTAS OU
POR QUEM QUER QUE SEJA...
A BOBAGEM NASCEU POR AQUI,
CRESCEU POR AQUI E SE ESPALHOU POR AQUI...
DA MESMA FORMA QUE GAÚCHOS E
PAULISTAS CRIARAM MENTIRAS DEPRESSIATIVAS SOBRE CAMPINAS E PELOTAS.
AO RODRIGO FABER, FALTOU BOM
SENSO...
MAS COMO ELE MESMO AFIRMA EM SEU
TWITTER, SER UM ERTERNO APRENDIZ, ESPERO QUE TENHA APRENDIDO QUE JORNALISMO E
HUMOR SÃO UMA MISTURA MUITO PERIGOSA E QUE INFORMAÇÃO E ENTRETENIMENTO, NEM
SEMPRE COMBINAM.
Abaixo a matéria de Rodrigo
Faber.
Palmeiras jogará em cidade com
fama de 'terra dos cornos'
Em sua terceira partida como
visitante na Série B, Verdão enfrentará o América-RN em Ceará-Mirim, na região
metropolitana de Natal
Por Rodrigo Faber Natal, RN
O Palmeiras passará por experiências
extremamente inusitadas ao longo do Campeonato Brasileiro da Série B. Viagens
longas, culturas diversificadas, estruturas questionáveis... Nesta terça-feira,
o Verdão fará sua última partida antes da pausa para a Copa das Confederações,
contra o América-RN, às 21h50m (horário de Brasília), no estádio Manoel Dantas
Barretto, o Barretão, em Ceará-Mirim. Cidade conhecida entre os potiguares como
a terra dos... cornos.
A alcunha é confirmada nas
cidades vizinhas, especialmente na capital Natal. Nenhum dos habitantes
consultados pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM soube explicar o motivo de a
cidade, que fica a aproximadamente 30 quilômetros de Natal, ter ganhado a fama.
Porém, todos asseguraram: se para os povos de outras cidades a correlação é uma
piada, em Ceará-Mirim é tratada como ofensa.
– Não dá para falar por quê. A
verdade é que aqui ninguém sabe de onde surgiu essa fama, mas é motivo de
muitas brincadeiras. O povo lá de Ceará-Mirim não gosta de ouvir isso, mas
fazer o quê? É terra de corno – afirmou Célio do Nascimento, prestador de
serviços, que mora em Natal há mais de 30 anos.
A provocação é tamanha que, no
Twitter, um perfil intitulado “Cornos de Ceará-Mirim” provoca moradores da
cidade, repetindo insistentemente a fama. Alguns chegam a brincar sobre a
possível existência de uma “associação de cornos”.
A pequena cidade, de
aproximadamente 70 mil habitantes, fica na região metropolitana de Natal.
Recém-inaugurado, o Barretão recebeu apenas quatro jogos oficiais. Lá, o
América-RN enfrentou o Atlético-PR (pela Copa do Brasil), o Potiguar de Mossoró
(pela final do estadual) e Icasa e Guaratinguetá pelo Campeonato Brasileiro da
Série B. Constantes ajustes ainda vêm sendo realizados no estádio que se tornou
a casa do América-RN.
A estrutura vem sendo tão
questionada que a liberação do Corpo de Bombeiros está restrita até o confronto
com o Palmeiras. Durante a pausa para a Copa das Confederações, o estádio
precisará receber novos retoques. O retorno do América está marcado para o dia
2 de julho, contra o Bragantino, fora de casa. O primeiro jogo como mandante após
o torneio internacional será diante do Sport, no dia 13.
Antes do início do Campeonato
Brasileiro da Série B, o empresário Marconi Barretto, proprietário do estádio,
deixou claro que, para melhorar o suporte aos torcedores, será necessário que
as obras continuem durante a disputa da competição nacional. Na final do
estadual, parte do alambrado do Barretão cedeu durante a comemoração de um gol
do América-RN.
Ceará-Mirim será o palco da
terceira partida do Palmeiras como visitante na Segunda Divisão. O primeiro
jogo fora de casa foi contra o ASA, em Arapiraca, de onde os alviverdes saíram
com vitória por 3 a 0. No segundo confronto longe de seus domínios, no último
sábado, o Verdão perdeu por 1 a 0 para o Sport, no Recife. Perto de Fortaleza,
a cidade potiguar representará a viagem mais longa da equipe no torneio: são
aproximadamente três mil quilômetros de distância da capital paulista.