segunda-feira, dezembro 19, 2016

Cresce o público do futebol brasileiro, mas tanto como no resto da América Latina?

Imagem: Blog Rolando a Bola


Cresce o público do futebol brasileiro, mas tanto como no resto da América Latina?

Equipes argentinas escondem o número de espectadores nos estádios.

No Brasil e na Colômbia, os campos ficam cheios.

Os mexicanos são os mais transparentes.

El Pais/ México / Argentina / Colômbia / Brasil

Quanta gente vai ao futebol na América Latina?

Que equipe leva mais torcedores a seu estádio a cada jogo?

Há duas semanas um jornal digital argentino defendia que um time modesto do interior superava todos os grandes.

Talleres, clube de Córdoba, a terra de Mario Kempes e Pablo Aimar, reunia em seu estádio mais seguidores que o Boca Juniors ou o River Plate.

O artigo dizia que os dados do Talleres se baseavam “nos resumos de cada uma das partidas”, embora se esquivasse de indicar a fonte principal.

De onde saíam as cifras?

Quanto à estatística do Boca e do River, a fonte era um jornalista de outro jornal.

EL PAÍS contatou a Associação do Futebol da Argentina e os clubes para obter em primeira mão dados sobre o comportamento das torcidas.

Foi em vão.

Não há cifras oficiais sobre a quantidade de torcedores que vão a La Bombonera a cada jogo.

Ou ao Estádio Monumental, ou ver o Racing, o San Lorenzo, o Independiente.

É uma soma impossível de cadeiras populares, cadeiras numeradas para sócios e não sócios, cadeiras para sócios-torcedores, entradas avulsas...

A ambiguidade é tamanha que há ocasiões em que parece que os estádios se enchem além de sua capacidade.

O caso oposto é o México. Em apenas alguns dias, a Liga MX entregou o cômputo total de espectadores que foram a cada estádio durante a última temporada.

Os campeonatos da Colômbia e do Brasil também forneceram dados, sem grandes problemas.

MÉXICO

As equipes de Monterrey são as que mais fãs levaram a seus estádios no último torneio.

Os Rayados e os Tigres tiveram uma média de 48.374 e 40.607 espectadores, respectivamente, segundo dados da Liga MX.

Os felinos esgotaram todos os lugares para esse torneio, enquanto seus rivais venderam 94% das entradas.

O América está em terceiro lugar, com 39.193 torcedores por partida, apesar de o estádio Azteca ser o maior do campeonato, com 81.702 assentos disponíveis.

Os dois clubes de Guadalajara, Atlas e Chivas, completam as cinco primeiras posições, com 34.131 e 33.411 espectadores por jogo.

Os vermelho e branco superaram os zorros (raposas) no total de entradas vendidas, mas jogaram nove partidas em casa e seus rivais disputaram só oito.

“Os times de Monterrey foram os que mais bem se adaptaram ao modelo mercadológico das ligas esportivas dos Estados Unidos, contratam os melhores jogadores e cuidam de todos os aspectos para oferecer um espetáculo que vá além de uma partida de futebol”, diz Sergio Varela, sociólogo da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM)

O estádio Bancomer, dos Rayados de Monterrey, é o mais moderno da Liga.

Pode abrigar 51.348 torcedores e foi construído pelos mesmos arquitetos que projetaram o estádio da Luz de Lisboa e a próxima sede do Olympique de Lyon.

Desde que foi inaugurado no ano passado, para o Apertura 2015, o Rayados encadeia três temporadas seguidas como a equipe da liga com mais espectadores.

As folhas de pagamento de Monterrey são também as duas mais altas do campeonato, segundo o portal Transfermarkt.

“A contratação de Pierre Gignac foi uma obra de arte do marketing, os torcedores cantam canções sobre ele e as crianças querem cortar o cabelo como o dele”, conta o torcedor rayado Marco Seyre, sobre o astro de seu odiado rival.

O sistema de abonos (cadeiras vendidas com antecedência) em ambos os clubes lhes permitiu garantir boa bilheteria durante todo o campeonato e oferece facilidades de pagamento aos torcedores.

Um ingresso abonado perto do campo no Estádio BBVA Bancomer, dos Rayados, pode valer desde 3.700 pesos (615 reais) até 11.000 pesos (1.840 reais) e os torcedores pagaram entre 350 pesos (62 reais) e 1.040 pesos (pouco mais de 170 reais) para assistir a um jogo do Monterrey na Liguilla (se não for pelo sistema de abonos).

Agora que o Tigres está para jogar a final do torneio, as entradas para camarotes são cotadas na Internet em até 27.000 pesos (4.500 reais).

Por Elias Camhaji.

ARGENTINA

Ingressar em um estádio de futebol na Argentina é tão difícil quanto contratar um plano de saúde ou garantir um visto para entrar nos Estados Unidos.

A maioria dos clubes, em uma modalidade iniciada pelo River e o Boca, tem reservadas quase todas as suas cadeiras para alguns poucos privilegiados que precisam preencher os seguintes requisitos: primeiro, ser sócio do clube, com parcelas que oscilam entre o equivalente a 54 e 123 reais.

Depois, em caso de pretender uma das cobiçadas cadeiras da plateia, é necessário pagar um valor extra que vai dos 200 aos 3.750 reais.

Se ainda restam entradas disponíveis, então, sim, são vendidas ao público pelo esquema comum, como qualquer outro bem.

A dívida das equipes com a Associação do Futebol Argentino (AFA) impede que se conheça em detalhes a quantidade de espectadores nas partidas, uma informação que antes era fornecida a toda a mídia.

No entanto, pode-se tirar algumas conclusões com os dados existentes.

Se se leva em conta a quantidade de ingressos vendidos no campeonato (os ingressos remanescentes), o River Plate é o que encabeça o ranking, de longe, com uma média de 23.024 entradas por partida.

Em seguida vêm o Talleres de Córdoba, com 8.381; San Lorenzo, com 4.700; Racing Club, com 3.534 e Belgrano de Córdoba, com 3.132.

Cabe lembrar que a grande maioria das partidas são jogadas sem público visitante.

No entanto, essas cifras são relativas.

Em uma passada pelos clubes, EL PAÍS pôde saber que o River Plate conta com 43.000 assentos denominados “Teu lugar no Monumental”, para as diferentes partes da arquibancada do estádio Monumental, que tem capacidade para 61.668 pessoas.

O Boca distribui as 52.000 cadeiras de La Bombonera inteiramente a seus sócios, entre os quais há 18.000 com cadeiras cativas.

Algo semelhante acontece com o Rosario Central, onde são alojados 43.000 espectadores, e no seu rival da cidade, o Newell’s, que conta com 48.500 sócios ativos e 13.000 para o estádio.

No San Lorenzo há 6.500 cadeiras cativas e o restante dos 50.000 lugares é para os sócios; o Racing Club conta com 62.000 sócios, dos quais 9.200 têm cadeira cativa, e um estádio para 50.000 pessoas que costuma lotar todos os domingos.

Seu rival de toda a vida, o Independiente, terminou de reformar seu estádio em 2009 e habilitou 55.0000 lugares, porém, o departamento de imprensa não quis responder às perguntas deste jornal. Belgrano e Talleres, ambos da cidade de Córdoba, têm ao redor de 40.000 sócios ativos.

Por Ramiro Barreiro.

BRASIL
O público que vai aos estádios no Campeonato Brasileiro cresceu nos últimos cinco anos.

Em 2012, a média de torcedores por partida era de 12.977 e, agora, em 2016, saltou para 15.188, 17% de aumento.

Em 2012, o Corinthians liderou o ranking com uma média de 25.222 torcedores por partida, enquanto em 2016 chegou a 28.336, no segundo lugar do ranking do campeonato.

O Palmeiras, líder em 2016, com 32.471 torcedores por partida, há cinco anos só arrastava 11.983 pessoas ao estádio.

O aumento foi de 190%.

O Flamengo, o clube com a maior torcida do Brasil, contava com uma média de 12.250 pessoas por partida em 2012 e em 2016 encerrou o campeonato com 24.542, ou seja, 100% a mais.

O aumento de público ocorreu principalmente em clubes que jogam em estádios que foram construídos ou reformados nos últimos anos, como é o caso do Corinthians e do Palmeiras.

Os dois clubes também são os que cobraram as entradas mais caras do Campeonato Brasileiro de 2016: uma média de 53 e 68 reais, respectivamente.

O tricampeão do mundo, São Paulo, é o terceiro em número de torcedores por partida, com uma média de 22.974, seguido pelo Grêmio, com 20.909, e o Internacional, com 20.372.

Mas os três têm baixas taxas de ocupação: 39%, 35% e 40%, respectivamente, já que jogam em estádios grandes, todos com capacidade para mais de 50.000 pessoas.

O Atlético Mineiro, por sua vez, disputa a maioria das partidas em casa no pequeno estádio Independência, com capacidade para somente 23.018 espectadores, e também jogou algumas partidas no Mineirão, que pode receber quase 62.000 espectadores.

O Galo ocupa o sexto lugar na média de espectadores, com 20.154, mas é o terceiro na taxa de ocupação (60%), graças às partidas no Independência.

Entre os 10 clubes com maior público no Brasil em 2016, chama a atenção a presença do Fortaleza, que está na série C, a terceira divisão.

O clube da capital do Ceará é o 9º colocado, com 15.949 torcedores por partida e uma taxa de ocupação de 26% do estádio Castelão, que tem capacidade para 63.000 pessoas.

O Fortaleza está apenas uma posição abaixo do Flamengo, com a maior torcida do Brasil.

No entanto, a falta de títulos importantes nos últimos anos tem feito com que os torcedores se afastem da equipe, que é a oitava na classificação, com apenas 18.270 assistentes em cada partida.

O Bahia, outro clube da região nordeste, jogou na segunda divisão em 2016 e, mesmo assim, teve uma média de 14.793 espectadores por jogo, e ficou em 10º lugar no Brasil.

O Santos, de ídolos como Neymar e Pelé, é apenas o 15º colocado, com um média de 10.558 pessoas por partida e uma ocupação de 52% da Vila Belmiro.

Por Gustavo Moniz.

COLÔMBIA

Medellín é a pátria do futebol na Colômbia.

Durante a última temporada, o Atlético Nacional levou ao estádio uma média de 36.149 torcedores por partida, 70% da capacidade do Anastasio Girardot, que pagaram entre 9 e 44 dólares (entre 30 e 150 reais) para ver sua equipe em ação.

Logo atrás vem o Deportivo Independiente Medellín.

Em cada jogo em casa chegaram a 33.391 espectadores, 64% da capacidade do estádio.

E os preços das entradas oscilaram entre 10 e 43 dólares (34 e 145 reais).

As filas para entrar nos estádios do país não eram tão frequentes até alguns anos atrás.

À exceção dos clássicos ou finais, muitas partidas da Liga da primeira divisão se disputavam sem o grito de gol nas arquibancadas.

Cimento e escadarias vazias era o que se via.

Muitos torcedores, mas pouca militância.

Na década de 1980, recordada como o Segundo Dourado, muitos dos melhores jogadores de futebol da América do Sul faziam escala na Colômbia antes de chegar a times europeus.

O América de Cali era uma seleção do continente.

Chegou três vezes à final da Libertadores.

O Atlético Nacional, base da seleção da Colômbia, chegou a ganhar a competição.

Ambas as equipes conquistaram torcedores por todo o país.

Mas passaram da euforia ao outro extremo.

Em 1994, depois da eliminação da Colômbia do mundial dos Estados Unidos e do assassinato de Andrés Escobar, muitos torcedores se afastaram dos campos.

Além disso, durante esses anos, começaram a surgir as primeiras 'barras bravas' (torcidas organizadas).

Milhares de jovens adaptavam modelos do sul do continente para levar sua paixão pelos clubes ao limite.

Tanto que provocaram a maior onda de violência dentro e fora dos estádios.

Um fenômeno resultou no maior número de torcedores proibidos de frequentar jogos.

Agora, as pessoas estão voltando aos estádios.

Depois do Atlético e do Independiente, uma surpresa: o Júnior.

A equipe de Barranquilla atraiu uma média de 20.722 espectadores por partida durante o último campeonato, por cima das duas equipes de Remará, Santa Fé e Millonarios.

Assistir a um jogo do Júnior custava entre seis e 26 dólares (20 e 88 reais); do Santa Fé, entre 13 e 98 dólares (44 e 332 reais) e do Millionarios entre 12 e 58 dólares (40 e 196 reais).

Por Sally Palomino.

domingo, dezembro 18, 2016

Torino e Juventus 3 x 1 - Temporada 1948/1949...

Imagem: Federico Patellani/Getty Images 

Porque com as crianças? Coisas assim não têm o menor sentido... são tão injustas.



Ele tem cinco anos, apenas cinco anos... Seu nome Bradley Lowery. 

Diagnosticado com um câncer terminal, provavelmente não completará dez anos... 

Na última quarta-feira, no Stadium of Lights foi homenageado pelo Sunderland, seu time, na partida contra o Chelsea. 

Lowery lutou por dois anos e meio contra o câncer, até que ele desapareceu... 

Em campanhas de solidariedade, foram arrecadados 700 mil libras, com o Everton contribuindo com 200 mil, o que permitiu o tratamento com anticorpos em Nova York. Por 18 meses, o garoto teve uma vida normal... 

Em junho de 2016, porém, o câncer reapareceu. Segundo a sua mãe, Gemma, o tratamento é apenas para estender ao máximo a sua vida... 

A próxima etapa de tratamento obrigará Bradley a ficar isolado de outras pessoas pela sua baixa imunidade.

Real Madrid versus Kashima Antlers...

Charge: Mário Alberto

Os 11 jogadores do Kashima Antlers não alcançam o valor de mercado do zagueiro Coentrão (10 milhões de euros), reserva no Real Madrid...

Imagem: Getty Images

Lá se vai a bola com as meias verdes...

Imagem: James Baylis/AMA/Getty Images

O tenista Novak Djokovic dança ao som de Shakira...

sábado, dezembro 17, 2016

Christian Atsu...

Imagem: Peter Byrne/PA 

Gerard Piqué: Redes sociais e jornalismo esportivo...

Imagem: Twitter


Piqué proporcionou um debate interessante sobre redes sociais e o jornalismo esportivo atual

Por: Leandro Stein

Gerard Piqué está entre os jogadores de futebol mais midiáticos da atualidade.

Você pode reprovar muito do que ele faz, mas é inegável que quase sempre as atitudes do zagueiro do Barcelona levam a grandes repercussões.

E, à parte das polêmicas que gosta de gerar, o espanhol proporcionou um debate interessante à revista Panenka.

Piqué discutiu a maneira como a imprensa esportiva é feita hoje em dia, com o contato cada vez maior de torcedores e atletas através das redes sociais.

“Como profissão, estamos usando a mídia tradicional menos e menos vezes. Se você olhar aos principais jogadores, alguns deles têm mais seguidores que a mídia. O Marca, por exemplo, que é o jornal esportivo mais lido na Espanha. Quantos usuários no twitter eles têm? Mais que quatro milhões? Há jogadores com muitos mais do que isso”, declarou Piqué, seguido por 13,8 milhões em seu twitter.

“Os jogadores ainda precisam da imprensa para fazer bom conteúdo, para transmitir mensagens. Há muitas pessoas que continuam consumindo a mídia da maneira tradicional. Por isso é que se torna importante seguir lidando com os veículos que fazem as coisas da maneira correta”.

Piqué refletiu também sobre a “guerra velada” que muitas vezes acontece entre mídia e jogadores. Há um desgaste claro, uma crise de confiança causada muitas vezes pelo excesso de sensacionalismo em cima do que se publica.

“Uma pequena parte da mídia erodiu a confiança com os jogadores, ao inventar, imaginar e criar histórias. Além disso, o imediatismo agora vem antes da verdade. Essa ordem é um dos problemas do jornalismo. Sempre há pessoas que preferem ser as primeiras, ao invés de checar as histórias. Se eles entram no jogo, às vezes acertam. Mas se erram, isso rapidamente é esquecido. Infelizmente, é como o jornalismo trabalha”, apontou.

“O jornalismo, como profissão, precisa tentar se posicionar contra estes que causam os problemas. Eu não culpo o jornalismo, porque há pessoas que me tratam bem, mas eles precisam tomar o primeiro passo. Se eles podem limpar a imprensa sensacionalista, eu penso que isso quebraria as barreiras que atualmente separa os clubes, os jogadores e os jornalistas”, complementou.

Por fim, Piqué também se debruçou sobre a própria postura quando resolve polemizar nas redes sociais:


“Sim, eu sei quando eu estou enviando um tuíte explosivo. Acima de tudo, você precisa observar o momento perfeito. Você coloca alguns emojis no momento quando as pessoas sabem que você está assistindo a algo. E, sem escrever, as pessoas sabem o que significa. Normalmente, eu nunca ponho freios quando estou postando. Não tenho medo das reações. O que as pessoas dizem me incomoda menos”.

Tentando parar Diego Costa...

Imagem: Lee Smith/Action Images

Jogador é banido do rúgbi após agredir árbitra...

O jogador argentino Bruno Andrés Doglioli, do Rangers Vicenza, time de rúgbi da Itália, foi banido do esporte por três anos, pela Federação Italiana, por atacar a árbitra, Maria Beatrice Benvenuti Julgado, no último fim de semana, no confronto diante do Valsugana...

Inexplicavelmente, o jogador de 33 anos, golpeou a árbitra pelas costas num lance em que não havia nenhum adversário por perto.

O fato de estar só no momento do impacto, sem que houvesse nenhum contato anterior que justificasse o encontrão com a árbitra foi decisivo para a entidade considerar o ato proposital e decretar a severa punição...

Segundo a imprensa italiana, a mais dura penalidade do rúgbi do país nos últimos 20 anos.

Após o choque, a juíza ainda atônita puniu o jogador apenas com um cartão amarelo e seguiu no jogo, mesmo machucada...

Quando a partida terminou foi levada ao hospital, onde foi diagnosticada com uma lesão cervical pelo impacto do golpe.

Em nota o Rangers Vicenza se desculpou...

“Foi um incidente que não teve justificativa. Foi um momento de perda de controle de um jogador que, em décadas de carreira, sempre se comportou correta e profissionalmente”.

Maria Beatrice Benvenuti, de 23 anos, mesmo tão jovem, é uma árbitra experiente e respeitada...

Trabalhou no Mundial feminino de 2014 e nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016.


Atropelado pelo trem sueco...

Imagem: Laurence Griffiths/Getty Images

Luka Modric, assim como eu, tem restrições ao "arbitro tecnológico"...

Imagem: Jesus Rubio/Diário AS


Finalmente apareceu alguém que como eu, não tem muita simpatia pelos pitacos tecnológicos durante as partidas de futebol...

Luka Modric, meio-campista do Real Madrid.

“É uma nova invenção que, para ser sincero, eu não gosto muito. Criou muita confusão. Espero que esta regra não continue, porque para mim não é futebol. Não gosto. Temos que nos concentrar no jogo, mas a primeira impressão não é boa”, declarou Modric...

Mesmo que me chamem de "dinossauro", da forma como foi apresentada a tal inovação, sou contra - interfere demais, por tempo demais.

Abriu... chutou.

Imagem: Julian Finney/Getty Images

Ainda este ano o governo do Rio de Janeiro dá destino ao Maracanã...

Imagem: Getty Images


Até o fim do ano, o governo do Rio de Janeiro vai decidir sobre o destino do Maracanã...

A Odebrecht não quer mais.

Já existem interessados...

Falta apenas bater o martelo.

sexta-feira, dezembro 16, 2016

A decepção do goleiro Wayne Hennesey...

Imagem: Lee Smith/Action Images

Copa do Brasil de 2017... Chaves, Confrontos e Todos os Campeões.

Montagem: Fernando Amaral


A CBF sorteou os confrontos da primeira fase da Copa do Brasil e definiu as chaves do torneio...

A entidade confirmou também as novas regras do torneio.

Vamos lá...

As duas fases iniciais serão disputadas em jogo único.

Na primeira, haverá vantagem do empate para o time visitante e a partida será realizada na casa do time com ranking menor...

Na segunda, qualquer igualdade será resolvida na disputa dos pênaltis.

A partir da terceira, retornam os jogos de ida e volta...

Nas oitavas de final, entram 11 participantes: os sete da Libertadores (Palmeiras, Santos, Flamengo, Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Botafogo, Grêmio e Chapecoense), o campeão da Série B (Atlético-GO), o campeão da Copa Verde (Paysandu) e o da Copa do Nordeste (Santa Cruz).

Confira abaixo as chaves e os confrontos

Chave 1
CSA-AL x Sport-PE
Sete de Setembro-MS x River-PI
Uniclinic-CE x Portuguesa-SP
Boavista-RJ x Ceará-CE

Chave 2
Rio Branco-AC x Figueirense-SC
Gurupi-TO x Londrina-PR
São Raimundo-PA x Fortaleza-CE
Comercial-MS x Joinville-SC

Chave 3
Volta Redonda-RJ x Cruzeiro-MG
São Francisco-PA x Botafogo-PB
Murici-AL x Juventude-RS
Atlético-AC x América-MG

Chave 4
Globo-RN x Fluminense-RJ
Sinop-MT x Salgueiro-PE
Altos-PI x CRB-AL
Santo André-SP x Criciúma-SC

Chave 5
Princesa do Solimões-AM x Internacional-RS
Friburguense-RJ x Oeste-SP
São José-RS x Sampaio Corrêa-MA
Guarani de Juazeiro-CE x Náutico-PE

Chave 6
Caldense-MG x Corinthians-SP
Brusque-SC x Remo-PA
URT-MG x Luverdense-MT
Desportiva-ES x Avaí-SC

Chave 7
Campinense-PB x Ponte Preta-SP
Rondoniense-RO x Cuiabá-MT
São Raimundo-RR x Boa Esporte-MG
Itabaiana-SE x Goiás-GO

Chave 8
Santos-AP x Vasco da Gama-RJ
Fast Clube-AM x Vila Nova-GO
Anápolis-GO x Bragantino-SP
Luziânia-DF x Vitória-BA

Chave 9
Vitória da Conquista-BA x Coritiba-PR
Ferroviária-SP x ASA-AL
São Bento-SP x Paraná-PR
Sergipe-SE x Bahia-BA

Chave 10
Moto Club-MA x São Paulo-SP
PSTC-PR x Ypiranga-RS
Audax-SP x América-RN
Ceilândia-DF x ABC-RN

Todos os Campeões da Copa do Brasil

1989 Grêmio*
1990 Flamengo*             
1991 Criciúma*
1992 Internacional
1993 Cruzeiro  
1994 Grêmio* 
1995 Corinthians*          
1996 Cruzeiro  
1997 Grêmio* 
1998 Palmeiras
1999 Juventude              
2000 Cruzeiro*
2001 Grêmio    
2002 Corinthians            
2003 Cruzeiro*
2004 Santo André
2005 Paulista    
2006 Flamengo
2007 Fluminense            
2008 Sport
2009 Corinthians            
2010 Santos      
2011 Vasco da Gama    
2012 Palmeiras*             
2013 Flamengo
2014 Atlético Mineiro   
2015 Palmeiras
2016 Grêmio

As equipes marcadas com asterisco venceram a competição de forma invicta.

Video Assistent Referee... é esse o nome da parafernália que vai decidir as partidas.

 Imagem: Kim Kyung-Hoon/Reuters


                                              Imagem: Kim Kyung-Hoon/Reuters

Real Madrid faz 2 a 0 no América do México e decide com o Kashima Antlers no domingo...

Imagem: Toru Yamanaka/AFP


Com vitória sobre o América do México por 2 a 0, na semifinal do Mundial de Clubes da FIFA, Zidane supera o recorde de Leo Beenhakker e faz história...

Agora, são 36 partidas consecutivas sem conhecer derrota.

Leo Benhakker na temporada 1988/89 chegou a 34 vitórias consecutivas...

O Real Madrid de Zidane alcançou 27 vitórias e 9 empates.

Lucas Vasquez jogou 31 partidas, enquanto Cristiano Ronaldo foi quem mais marcou – 22 gols em 27 jogos.

Benzema marcou 12 tentos...

E, Gareth Bale, 11.

Nos últimos 36 jogos a equipe marcou 38 gols....

Excelente média.

Sobre o jogo com os mexicanos, serei breve...

O Real Madrid nem precisou fazer muita coisa para derrotar o América – bastou fazer o simples.

San Diego Charges e Carolina Panthers...

Imagem: Grant HalversonGetty Images

A crise na Venezuela chega ao beisebol... estão economizando as bolas.

Imagem: Autor Desconhecido


Jogar bolas para torcida é uma tradição do beisebol venezuelano que está prestes a ser suspensa...

Crise que atinge o país é o motivo.

A crise econômica na Venezuela já afetou toda a cadeia de abastecimento de produtos básicos à população como alimentos e papel higiênico, e agora o beisebol – o esporte mais popular do país – está entre os prejudicados...

Sem dinheiro, a Liga Venezuelana de Beisebol Profissional (LVBP) pediu para que os clubes e jogadores economizem ao máximo na distribuição de bolas aos torcedores durante as partidas (é uma tradição arremessá-las às arquibancadas).

O pedido surgiu após Luis Rodolfo Machado, presidente dos Águillas de Zulia, uma das equipes da Liga, realizar um levantamento, mostrando que cerca de 50 bolas eram usadas nas partidas, e na atual temporada esse número chegou a dobrar, afetando o orçamento da organização do beisebol venezuelano...

“Se seguirmos assim não vamos ter bolas para a pós-temporada e muito menos para a final. Se acabarem as bolas, acaba o campeonato”, afirmou Machado ao jornal espanhol Marca.

As bolas usadas na Liga são importadas...

Portanto, caras, em virtude do câmbio desfavorável da moeda local, o bolívar, em relação ao dólar.

Refeição no campo de golf...

Imagem: Phil Inglis/Getty Images

Rubens Barrichello vai disputar as 500 milhas de Kart na mesma equipe de seu filho Dudu...

Imagem: Autor Desconhecido


Rubinho Barrichello vai disputar as 500 milhas de kart, no sábado, no Kartódromo da Granja Viana, em Cotia (SP) ...

A grande novidade é que Rubinho estará na mesma equipe de seu filho Dudu, de 14 anos (à direita na foto).

O vice-campeão de Stock Car e ex-piloto de Fórmula 1, aos 44 anos, comemora sua participação na prova ao lado do filho...

“Ter participado de todas as edições das 500 Milhas, e hoje nesse número expressivo (20ª edição) com meu filho no mesmo time é realmente a melhor das sensações”, comentou Rubens Barrichello.

A equipe dele, Midway, terá ainda Tony Kanaan, Felipe Giaffone, Rafael Suzuki e jovens de destaque do kart e de categorias menores de monopostos...

A prova terá ainda a participação de Thiago Camilo, André Negrão e Bia Figueiredo – Christian Fittipaldi correrá ao lado de Piquet Jr. e Vitor Meira.

quinta-feira, dezembro 15, 2016

Danny Rose...

Imagem: Andrew Couldridge/Action Images

O Kashima Antlers bate o Atlético Nacional de Medellín é finalista do Mundial de Clube da FIFA...

Imagem: AP


O Atletico Nacional de Medellín entrou em campo para enfrentar o Kashima Antlers, em Osaka, como favorito...

No primeiro tempo, colocou duas bolas na trave dos japoneses, perdeu um monte de gols e acabou entrando para a história ao sofrer a marcação de uma penalidade máxima decidida através do auxílio da tecnologia – Shoma Doi bateu e marcou.

De nada adiantou ser melhor a maior parte do jogo...

Pouco valeu os mais de 60% de posse de bola e Borja criando inúmeras chances de gol.

No final, os japoneses taticamente disciplinados foram mais eficientes, marcaram três gols e liquidaram com o sonho da equipe de Medellín de chagar a grande final...

Aconteça o que acontecer daqui para frente, o Kashima Antlers cumpriu com louvor o seu papel.

Roberto Firmino não viu o que estava segurando para evitar cair...

Imagem: Lindsey Parnaby/AFP/Getty Images 

Um belo gesto: Atacante diz ao árbitro que não houve penalidade...

Na partida entre o 1 FC Bocholt 1900 e o Sportfreund Baumberg, pela Oberliga Niederrhein, o atacante espanhol Tony Muñoz do Bocholt, se atirou na grande área... 

O árbitro nem piscou, marcou pênalti. 

Imediatamente os jogadores do Baumberg protestaram...

Mesmo cercado o árbitro insistiu na marcação. 

Tony então se aproximou e disse que não havia acontecido nada... 

Revogada a decisão os jogadores do Baumberg agradeceram e um deles chegou a beijar o espanhol.


Birmingham City’s e West Bromwich Albion’s no Hawthorns num dia gelado...

Imagem: PA Archive 

Nike lança chuteira em homenagem a quarta bola de ouro de Cristiano Ronaldo...

Imagem: Nike


São apenas 777 unidades...

Sem preço definido.

Estou falando da chuteira Mercurial Superfly V ou CR7 Vitórias, que chegará ao mercado no dia 10 de janeiro...

A chuteira lançada pela Nike é em homenagem à conquista da quarta Bola de Ouro, prêmio da revista France Football, por Cristiano Ronaldo.

A parte superior da chuteira é prateada com um leve toque metalizado e sola possui detalhes em dourado.

Meninas: Atlético de Madrid x Barcelona...

Imagem: Pepe Andres/Diário AS

Usain Bolt: "Estou cansado. Já consegui tudo"...

Imagem: Autor Desconhecido


“Estou cansado. Já consegui tudo”...

Usain Bolt.

O homem mais veloz da história está cansado de manter o ritmo frenético de suas passadas.

Como prelúdio da despedida, o documentário 'I Am Bolt' retrata sua vertente mais indomável.

Álvaro Corcuera para o El País.

“Cada vez é mais duro para mim. Estou cansado. As pessoas me olham e pensam que é fácil o que faço... e não, não é. É difícil!”.

Usain Bolt (Sherwood Content, Jamaica, 1986) gesticula ao enfatizar a energia mobilizada para se transformar em um dos esportistas mais bem-sucedidos e carismáticos da história.

Desde que tinha 10 anos – quando começou no atletismo na zona rural de onde vem, no norte de seu país, aconselhado por seu treinador de críquete, o primeiro esporte ao qual se dedicou – até hoje, ele não parou de correr.

Com 30 anos, está a ponto de dizer adeus a uma época lendária nas pistas.

Desde 2008, Bolt dominou os 100 metros, os 200, os 4 x 100 – distâncias em que ostenta os recordes mundiais – tanto nos Jogos Olímpicos (Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016) como nos mundiais (Berlim 2009, Daegu 2011, Moscou 2013 e Pequim 2015).

Das 21 medalhas possíveis nessas competições, ele levou 20 ouros.

Só falhou nos 100 metros de Daegu, quando foi queimou a largada e foi desclassificado.

“Uma vez perguntei a Michael Johnson (quatro ouros olímpicos e oito mundiais) por que ele havia se aposentado. Me disse: ‘Tinha conseguido tudo. Por que continuar?’ Creio que é um argumento válido. Eu tinha meus objetivos: queria ser campeão olímpico em atletismo e consegui. Tudo o que queria... já tenho”, diz Bolt com ar de despedida em Londres, cidade que visitou no final de novembro para conferir a estreia de um documentário sobre sua vida, I Am Bolt (Eu Sou Bolt).

Num hotel londrino, o atleta conversa com jornalistas do mundo todo em sessões individuais.

Quando seus quase dois metros de altura, vestidos com moletom preto, entram no quarto, ele saúda simpático e faz foto do repórter com seu celular:

“Gosto de me lembrar das pessoas com quem falo.”

O filme, que revela detalhes de sua preparação para os Jogos do Rio, explora também seu lado mais humano e a relação com seu círculo profissional e pessoal mais íntimo.

Aí está o Bolt que tem dificuldade de madrugar e começar a treinar.

“Já não é tão divertido como antes. À medida que envelheço, tenho que me sacrificar mais. Já não posso sair tanto para a balada. Já não é agradável e não sinto vontade de fazer coisas que não curto. Só penso em deixar isso, deitar tarde, relaxar, ser eu e me sentir humano.”

Mas I Am Bolt também mostra o atleta capaz de se animar a tempo, de levar seu corpo ao limite, de escutar seu treinador, Glen Mills; seu manager, Nugent Walker, NJ; seu agente, Ricky Simms; e seu massagista, Everald Edwards, Eddie.

São o seu círculo de confiança.

“Vamos, Usain, você tem que se esforçar. Só três meses e depois poderá fazer o que quiser com a sua vida”, dizia Simms antes da Olimpíada do Rio, onde Bolt virou lenda: foi o primeiro a conseguir três vezes o triplete olímpico em 100, 200 e 4 x 100.

“Adoraria ser lembrado como um dos melhores esportistas da história, como Muhammad Ali, Michael Jordan e Pelé. Mas também queria que se lembrassem de mim como uma pessoa agradável, relaxada, amorosa. Uma pessoa que inspira as outras”, diz ele sobre seu legado.

Curiosamente, Ali e Jordan interromperam suas carreiras para logo retomá-las, embora com diferentes resultados: o boxeador fracassou e o jogador de basquete triunfou nas duas vezes em que voltou após deixar as quadras.

Bolt diz que pensou bem sobre isso.

“Quando me aposentar... será para sempre. Voltar a competir após abandonar a pista é complicado.”

O jamaicano dará os seus últimos arranques numa grande competição em agosto, o Campeonato Mundial de Londres.

“Comenta-se muito que quero me aposentar antes que alguém possa me vencer”, diz Usain, reconhecendo que já não tem muito combustível.

“Se quisesse, se trabalhasse duro, provavelmente conseguiria competir no nível máximo por mais dois anos. Este ano, minha ideia é correr pelos fãs.”

E também pelo dinheiro.

Bolt receberá, por exemplo, 1 milhão de dólares (3,37 milhões de reais) para competir numa prova de exibição na Austrália em fevereiro de 2017.

O jamaicano ocupa o posto 32 na lista da Forbes dos atletas mais bem pagos do mundo, com uma renda de 32 milhões de dólares (108 milhões de reais).

Em comparação com o futebol, basquete, tênis e golfe, os velocistas recebem pouco.

A maior parte do que ele embolsa vem dos patrocínios: 30 milhões (101 milhões de reais) em 2016 (um terço da Puma).

“O dinheiro me dá liberdade para fazer o que quiser, mas nunca foquei nisso. Tampouco na fama. Acho que meus pais ficariam muito decepcionados se tudo isso me mudasse, se eu me transformasse num estúpido”, diz.

Bolt é um sujeito sorridente, dentro e fora da pista.

Tem sido assim desde pequeno, como recorda Nugent Walker, NJ, amigo íntimo desde os seis anos e agora seu manager.

“É sua personalidade”, afirma.

A julgar por I Am Bolt, Usain herdou a personalidade simples de Wellesley e Jennifer, seus pais.

Ele plantava café e ela era modista.

Eram e continuam sendo humildes, negando-se a abandonar a casa e o bairro onde moraram a vida toda.

“Não querem ir embora de lá: acredite, eu lhes ofereci!”, diz Bolt.

“Papai sempre foi o estrito, o disciplinado. Mamãe é mais relaxada e divertida”, conta em Londres.

“Eu me esforço ao máximo pelo que quero. Meu caminho não foi simples. Tive altos e baixos, sofri lesões, falta de motivação... e no entanto minha personalidade sempre se manteve igual: gosto de sorrir.”

E competir.

O público que comparece aos estádios para ver Bolt sabe que seu espírito, alegria e motivação são contagiantes.

Quem o vê vive uma espécie de catarse.

Especialmente em seu país, onde divide o altar dos maiores com Bob Marley, cujo filho mais velho, Ziggy, é amigo do velocista (Bolt tem também entre as amizades outros músicos da ilha, como Chronixx e Vybz Kartel).

A primeira vez que sentiu a energia de seus fãs foi em 2002.

“Lembro que saí do túnel e ouvi a galera gritando: Bolt! Bolt! Bolt! Instantaneamente, fiquei nervoso. Minhas pernas, minhas mãos, meu corpo... tudo tremia. Mas quando a corrida começou, senti um empurrão.”

Com 15 anos, Usain venceu a corrida dos 200 metros no Campeonato do Mundo Júnior, disputado em Kingston (Jamaica).

“Aquele foi o melhor momento da minha vida, a primeira vez que ganhei um ouro, diante de todos do meu país. Ali que tudo começou”, recorda.

Os cinco anos seguintes foram complicados; 2004 foi o primeiro como profissional.

“Passamos a temporada frequentando quiropraxia para tentar solucionar suas costas (sua postura na corrida não era a mais adequada) e seus isquiotibiais [conjunto de três músculos localizados na região posterior da coxa]”, diz Ricky Simms, seu agente.

“Houve um momento em que pensamos: ‘Ele vai confirmar o que prometia como juvenil?’ Até 2006 foi difícil. Mas em 2007 ele começou a mostrar consistência.”

Nos mundiais de Osaka daquele ano, Bolt conquistou duas medalhas de prata.

A explosão chegaria nos Jogos de Pequim 2008.

Sua contundente vitória nos 100 metros ficou para a história.

Bolt bateu o recorde mundial da época (9,69 segundos) enquanto golpeava o peito 20 metros antes de cruzar a linha de chegada, num gesto de comemoração.

“Poderia estabelecer uma marca ainda mais inalcançável, se não tivesse se deixado levar? Entre risos, ele reconhece que sim.”

“Entendo o que você diz. Mas eu era assim no início da carreira. Me ocorreu festejar daquele jeito. Quanto mais você amadurece, mais sabe que tem que correr de outra forma.”

Um ano depois, Bolt pulverizou o cronômetro no Campeonato Mundial de Berlim: 9,58 segundos nos 100 metros e 19,19 nos 200.

Desde então, ninguém superou essas marcas.

Nem mesmo ele.

 “Acho que eu teria conseguido se não tivesse lesões. Creio que havia espaço para melhorar”, lamenta.

Apesar de nunca ter perdido uma grande disputa devido aos problemas físicos, a verdade é que Bolt, especialmente desde 2012, sofre para chegar no tempo e no nível máximo nas corridas.

Ele atribui o mérito das façanhas ao treinador, Glen Mills, que o acompanha desde 2004 e que também treina Yohan Blake, o outro grande campeão jamaicano e candidato a sucessor de Bolt.

“Chegou a hora. Nada de festas. Acabaram as saídas porque o treinador está dizendo”, ordena Mills a Bolt no filme, meses antes da Rio 2016.

Não é fácil domar o velocista.

Ele tem ânsia de curtir a vida.

O atleta revela no documentário que, numa saída noturna em janeiro deste ano, deu um passo de mau jeito e torceu o tornozelo.

Um incidente que parecia menor, mas que o manteve dois meses parado.

E assustado.

“No princípio não contei a verdade ao treinador, não disse que havia sido numa festa”, reconhece agora, gargalhando.

O percalço alterou sua preparação.

Mas o problema maior chegou faltando um mês para a Olimpíada.

Durante as corridas classificatórias na Jamaica, ele teve uma lesão nos isquiotibiais e decidiu não arriscar.

Não carimbou o passaporte para o Rio na pista, mas a Jamaica lhe deu uma chance.

Não podia deixar de fora dos Jogos o homem que permanecia imbatível desde 2008.

Mas seu grande rival, o norte-americano Justin Gatlin, não gostou da manobra e acusou a Jamaica de tratamento a favor de Bolt.

Este, que curiosamente sofria de certa falta de motivação (“é difícil ter a mesma fome de ganhar que alguém que nunca ganhou”), encontrou naquele gesto o empurrão que faltava para continuar vencendo.

“Tudo mudou. Senti algo no estômago. Pensei: ‘Ah, é? Ele vai ganhar?’ Não. [Gatlin] não entende que o que mais me motiva é que fale o tempo todo. De modo que você mesmo, Justin...”, lança ele no documental olhando a câmera num quarto de hotel.

Dias depois, Bolt brilhou três vezes no Rio.

E agora?

“Há coisas que quero fazer. Continuarei ligado no atletismo de algum modo. Também quero incrementar meu trabalho com minha fundação [voltada aos jovens e às pessoas pobres]”, afirma.

“Também gostaria de jogar futebol [tem planos, através da Puma, de treinar com o Borussia Dortmund durante a próxima pré-temporada]. Talvez por minha personalidade, eu poderia me dedicar ao mundo da TV ou até mesmo ser ator, nunca se sabe. Gostaria de fazer diversas coisas.”

Inclusive se casar e ter filhos.

Só ele sabe se pedirá isso a Kasi Bennett, sua namorada desde 2014 – de quem pouco se conhece, além do fato de também ser jamaicana, ligada na moda e nas redes sociais.

Ela teve que ver imagens de Bolt com diferentes mulheres em atitudes sugestivas durante as comemorações de suas medalhas nos últimos Jogos.

O velocista prefere não comentar esse tema:

“Tento manter minha vida privada longe dos holofotes. Mas é difícil porque, cada vez mais, as pessoas querem saber o que faço.”

Bolt, assim como naquela final olímpica de 2008, pretende curtir o final da carreira olhando para todos os lados, sorrindo para os fãs.

“Dediquei minha vida inteira a ser o melhor no atletismo. Tentei ser uma lenda, um campeão imbatível. Para mim agora é triste, mas também liberador porque vai acabar. Esse capítulo termina e posso me relaxar, sair de férias. Posso simplesmente viver.”