domingo, maio 12, 2019

A Inglaterra vai inaugurar a primeira estátua dedicada a uma mulher futebolista...

Imagem: PR/Solent News and Photo Agency

 Primeira escultura pública de uma futebolista será inaugurada em Manchester em junho

Mais de um século após o primeiro jogo de futebol feminino e 110 estátuas de jogadores depois, a primeira escultura pública de uma futebolista será inaugurada no mês que vem.

Uma estátua em tamanho natural de Lily Parr, a pioneira, fumante inveterada e ponta esquerda artilheira dos anos 1920 e 30, terá seu lugar na entrada do Museu Nacional do Futebol, em Manchester, em junho.

Parr, que morreu em 1978 aos 73 anos, marcou mais de 980 gols em sua extraordinária carreira de 32 anos e foi a primeira mulher a participar do Hall da Fama do Futebol do museu em 2002.

O monumento, esculpido pela escultora Hannah Stewart, foi encomendado pelo patrocinador da Federação da Inglaterra (FA), Mars, e será entregue ao público antes da Copa do Mundo Feminina que começa no mês que vem, na França.

"Percorremos um longo caminho desde os dias de Lily Parr e ela merece reconhecimento como uma verdadeira pioneira do esporte", disse Marzena Bogdanowicz, chefe de marketing do futebol feminino na FA.

“O futebol feminino está em um lugar muito forte hoje, com a equipe da Inglaterra nos ajudando a impulsionar a participação e o interesse em todos os níveis. Lily Parr foi a primeira mulher a entrar no Hall da Fama do Futebol, uma conquista icônica, portanto, é justo que ela assuma seu lugar ao lado de outras lendas do futebol e se torne a primeira mulher a ser celebrada com uma estátua em sua homenagem.”

Parr jogou pelo Dick, Kerr Ladies FC, uma equipe formada por trabalhadoras da fábrica de munição, Dick, Kerr & Co, em Preston, Lancashire, que se tornou a equipe feminina de maior sucesso de todos os tempos.

Parr marcou 34 gols pelo clube em sua primeira temporada, aos 14 anos.

A ponteira de 1,78 metros, que tinha um dos melhores chutes de pé esquerdo, representou a Inglaterra no primeiro jogo internacional feminino em 1920, quando a Inglaterra derrotou a França por 4 a 0 diante de uma torcida de 15 mil homens.

A participação feminina no futebol aumentou durante a primeira guerra mundial e a carreira de Parr decolou em um momento em que o jogo das mulheres ofuscava os homens, em virtude de milhões de homens jovens e em boa forma terem enviados para lutar na linha de frente.

No Boxing Day de 1920, um jogo entre Dick, Kerr e St Helens Ladies no Goodison Park, Liverpool, foi assistido por uma multidão de 53.000 pessoas com milhares de pessoas ficando do lado de fora.

Apenas um ano depois, o futebol feminino foi banido pela federação, que considerou “inadequado para as mulheres” – uma decisão que só foi revertida em 1969.



Ipswich Town FC versus Everton FC - 27 de Outubro de 1962...

Imagem: Ray Green for the Observer

O América não toma conhecimento de seus adversários... ontem, goleou mais um.

Imagem: Marcus Arboés/Universidade do Esporte

E o América continua a navegar tranquilo no caldo de “sopa de biloca” que é o Grupo A06 da Série D...

Ontem foi a vez do América de Pernambuco ser goleado.

Até aqui, tudo corre às mil maravilhas...

Os rubros se aproveitam de sua superioridade técnica e de seu melhor estilo de jogo e vão somando os pontos necessários para chegar na fase mais complicada da competição; o mata-mata.

Ontem, os 5.890 torcedores que estiveram presentes no Estádio Arena das Dunas não passaram por nenhum susto...

A tarde para eles não poderia ter sido melhor.

Foi só alegria...

Kaike, Jean Patrick, duas vezes e Adenilson, garantiram a diversão.

Melhor...

O resultado deixa o América soberano na liderança e, caso obtenha uma nova vitória diante do Bahia de Feira de Santana, dificilmente deixa de se classificar.

O culto a Eden Hazard no Stanford Bridge...

Imagem: Tom Jenkins/The Guardian

A Real Sociedad campeã da Copa da Rainha 2019... a equipe basca venceu o Atlético de Madrid por 2 a 1, de virada.

Alex Morgan... Seleção americana de futebol feminino.

Imagem: Charly Triballeau/AFP/Getty Images

Política (não) se mistura com futebol...

Imagem: Autor Desconhecido

Política (não) se mistura com futebol

Henrikh Mkhitaryan provavelmente não disputará a final da Europa League por ser armênio e o jogo acontecer em Baku, capital do Azerbaijão, país que rompeu relações diplomáticas com a Armênia.

Parece noticiário político, mas é o caderno de esportes.

Por Pedro Henrique Brandão Lopes do Universidade do Esporte

“Quem diz que futebol e política não se misturam, ou não sabe de nada ou sabe demais”.

A frase do historiador uruguaio Gerardo Caetano é um potente contragolpe ao pensamento dos seguidores de Tiago Leifert que defendem o absurdo de que futebol e política são campos completamente afastados e que nada têm em comum nem devam ser misturados.

Sempre que algum caso evidencia a relação, não apenas próxima, mas insolúvel entre esporte e política, a frase de Gerardo Caetano cai como uma luva para que se defenda o óbvio: o esporte, mas principalmente, o futebol como expressão popular e meio de relação social é parte integrante do cotidiano do indivíduo em sociedade e pode mediar, influenciar ou mesmo ser influenciado por ações políticas.

O caso de Mkhitaryan não deixa dúvidas sobre a relação direta e estreita que futebol e política mantêm desde sempre.

Hoje jogador do Arsenal, o meia armênio começou sua carreira no futebol na base do São Paulo.

Sua família se mudou para o Brasil depois que estourou a Guerra de Nagorno-Qarabag, um conflito armado entre Armênia e Azerbaijão pelo domínio do território.

A guerra durou de 1988 a 1994, quando as relações diplomáticas entre os dois países foram rompidas.

Desde então as fronteiras foram fechadas e nenhum cidadão armênio entra em território azeri, nem um azeri vai à Armênia.

O conflito, porém, mudou a trajetória de Mkhitaryan na época em que fugindo da guerra com sua família chegou ao Brasil e passou pelas categorias de base do São Paulo dando seguimento ao sonho de ser jogador de futebol.

Em 2016, Mkhitaryan já era um jogador de renome quando um novo conflito eclodiu entre os dois países.

Dessa vez o conflito ficou conhecido como “A Guerra dos Quatro Dias” e aparentemente não causou grandes transtornos na vida do jogador que a essa altura atuava na Inglaterra.

Porém o conflito de 2016 piorou a já conturbada relação entre Armênia e Azerbaijão e a guerra mudaria outra vez a vida de Mkhitaryan.

Atualmente o jogador faz parte do elenco do Arsenal que fará a decisão da Europa League contra o Chelsea.

Pelo sistema de final única utilizado pela UEFA e consagrado pela mídia como o melhor modelo comercial para o que costumam chamar de produto, a final da Europa League 18/19 está marcada para Baku, capital do Azerbaijão e lugar proibido aos armênios.

Mkhitaryan é uma das maiores celebridades armênias e carrega a imagem do país pelo mundo, ou seja, não seria nada interessante para o governo azeri ter o garoto propaganda armênio em seu território posando com um troféu de campeão da Europa numa hipotética vitória do Arsenal.

De acordo com o jornal inglês Daily Mail, nem o próprio Arsenal deve encorajar o jogador a pedir uma autorização ao governo azeri para entrar no país, por considerar um risco a ida de Mkhitaryan ao Azerbaijão considerando o contexto político existente.

A guerra que viabilizou o sonho do jovem armênio há tantos anos, agora cobra a fatura e provavelmente tirará Mkhitaryan de uma decisão importantíssima no próximo dia 29.

O motivo não tem nada a ver com critérios esportivos, mas é sim totalmente político e sem que se possa fazer algo para mudar, porque futebol vai muito além do campo, é mais que um esporte.

É uma expressão cultural com todas as nuances que implicam na vida de uma sociedade e negar isso pressupõe ignorância ou desonestidade.

Realmente futebol e política não se misturam, na verdade eles nunca se separam.

As garotas do Arsenal...

Imagem: Alex Davidson/Getty Images