Imagem: Autor Desconhecido
Futebol
amador no RN enfrenta incertezas para superar pandemia
Governo do
Estado autorizou a retomada dos treinos esportivos a partir de 15 de julho e
dos jogos profissionais no dia 01 de agosto.
Apesar disso,
o futebol amador do Rio Grande do Norte ainda passa por incertezas em relação
ao retorno dos torneios esportivos de 2020
Por Kevin
Muniz/Agora RN
Devido à
pandemia do novo coronavírus, as modalidades amadoras estão paralisadas há um
longo período e os principais torneios de FUT-7 e FUT-8 ainda não têm data
prevista para acontecerem.
Jogadores,
empresários e entidades responsáveis estão sofrendo diretamente com a falta dos
jogos e com o impacto na renda mensal de todos os profissionais envolvidos nas
modalidades.
Pablo Henrique,
atleta da Portuguesa de Parnamirim, na primeira divisão do estadual de FUT7, e
da Sociedade Esportiva Coruja pelo FUT8, contou que intercala treinos livres,
para manter o condicionamento físico, com rotinas administrativas e defendeu o
retorno das disputas esportivas:
“Muitos
atletas amadores são jogadores e exercem outras profissões, por isso, enfrentam
riscos diariamente, mas estão se cuidando e eu acredito que querem a volta do
futebol amador”.
Pablo
destacou a importância da renda para a classe: “Existem pessoas que vivem
disso, tem atletas que jogam praticamente todos os dias recebendo ajuda dos
clubes, por mais que a quantia varie entre 70 a 150 reais, muitas vezes é esse
dinheiro que eles vão receber no mês, e para outros é um dinheiro extra. Portanto,
apesar de ainda não se sentir seguro, eu acredito que deva voltar sim”,
opinou.
O futebol
amador movimenta um ecossistema econômico que envolve desde atletas até
empreendedores que atuam no ramo de locação de espaços esportivos.
André Fontes
é proprietário de um desses empreendimentos e contou que seu negócio sofreu
impactos financeiros, no entanto, atualmente vive a expectativa do retorno das
tradicionais “peladas” e campeonatos em suas quadras:
“Com a
liberação dos treinos do futebol profissional e o respectivo calendário de
competições, os atletas amadores se animaram bastante. Infelizmente ainda não
temos uma data certa para começar, mas estamos nos movimentando no sentido de
buscar a inclusão das atividades das arenas no plano de reabertura e podermos
nos organizar para o retorno das atividades”.
Outro aspecto
importante na volta das atividades amadoras no estado é a preocupação com a
saúde física dos jogadores.
Guilherme
Tavares, diretor técnico das equipes masculina e feminina da Sociedade Esportiva
Coruja, contou como a comissão técnica tem incentivado os atletas a manterem o
condicionamento físico em casa:
“Temos feito
o aconselhamento de treinos em casa para os atletas e para aqueles que vão
fazer atividade ao ar livre também estamos cobrando que redobrem os cuidados
nos locais. Estamos também monitorando alguns atletas que testaram positivo
para Covid-19 em relação a como estão os sintomas, e conversando com os demais
jogadores caso apresentem alguma das enfermidades do coronavírus”, disse.
Protocolos e
competições
Um dos
principais torneios do estado é o Campeonato Potiguar de Futebol 7.
O certame que
está paralisado nas suas três divisões, tem um total de 64 equipes que reúnem
mais de 1000 atletas envolvidos na competição.
Carlos
Pereira, presidente da Liga Norte-Rio-Grandense de Futebol 7 (LNF7), entidade
que organiza o campeonato, entende que o momento é de cautela e acompanhamento
da situação epidemiológica do estado: “A gente tem mantido contato com as
equipes, nós temos interesse em retornar às competições, porém, estamos no
aguardo dos órgãos de Saúde competentes do estado e dos municípios. Com isso,
nós tínhamos estabelecido com as equipes uma previsão de volta para o dia 15 de
julho, o que a gente já sabe que não vai ocorrer, pois o calendário da
Secretaria de Saúde do estado não prevê flexibilização de atividades coletivas
ainda, portanto, ainda não temos uma data específica estipulada e vamos marcar
uma reunião com as equipes na próxima semana para reavaliar essas novas datas”.
O presidente
da Liga ainda ressaltou a criação dos protocolos em três vertentes: primeiro,
com o monitoramento sintomático individual dos atletas e equipes, em segundo
plano, a adaptação das arenas esportivas às novas recomendações de vigilância
sanitária, e o protocolo da LNF7, em ralação aos jogos, arbitragem e outros
profissionais da modalidade.
Porém, sem o
aporte financeiro ideal para cumprir todas as normas, a entidade teme a não
realização de algumas competições.
“É uma nova
realidade a qual precisamos nos adaptar. A nossa função como entidade é
possibilitar que as equipes neste novo momento possam se viabilizar para
continuar a disputa de seus jogos e competições que já estão atribuídas. Vão
acontecer alterações de calendário, algumas competições que estavam previstas,
talvez não ocorram, isso é uma realidade até solicitada pelas equipes, mas
queremos dar continuidade aos campeonatos que já estavam em andamento,
principalmente o estadual”, ressaltou
Carlos.
Em conversa
com a reportagem, Carlos Lidice, presidente da Lampions Natal, outra competição
que movimenta o FUT8 na capital potiguar, informou que também aguarda uma
sinalização dos órgãos de saúde do município.
“Estamos à
espera do decreto do Governo, mesmo que retorne com a previsão agora para
agosto, a Lampions permanece paralisada, com possível retorno em outubro ou
novembro, caso as coisas estejam estabilizadas. Também estamos monitorando essa
situação de distribuição de EPI’s e da adequação das arenas para realizar os
jogos. A própria área profissional de futebol aqui do estado não tem nada
certo, então nós como futebol amador ficamos naquela, pois trabalhamos com
recursos próprios e os custos são muito altos. Então, diante disso, nós ficamos
no aguardo da decisão do estado e vamos verificar quais as medidas que serão
apontadas para a gente poder retomar”, finalizou.
A reportagem
tentou entrar em contato com a Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN, mas
até a publicação da matéria, não recebemos retorno.