Imagem: Glyn Kirk/AFP/Getty Images
Este espaço não propõe defesa nem ataque a nenhum clube ou pessoa. Este espaço se destina à postagem de observações, idéias, fatos históricos, estatísticas e pesquisas sobre o mundo do futebol. As opiniões aqui postadas não têm o intuito de estabelecer verdades absolutas e devem ser vistas apenas como uma posição pessoal sujeita a revisão. Pois reconsiderar uma opinião não é sinal de fraqueza, mas sim da necessidade constante de acompanhar o dinamismo e mutabilidade da vida e das coisas.
terça-feira, dezembro 20, 2016
A Copa do Brasil será a partir de 2018 o torneio mais rentável do Brasil...
Imagem: Autor Desconhecido
A renovação dos direitos de
transmissão com a Rede Globo vai tornar a Copa do Brasil no torneio mais
rentável, a partir de 2018...
Foi o que a Confederação
Brasileira de Futebol anunciou, nesta segunda-feira.
No total, caso o time passe
também pelas primeiras fases do torneio, o campeão embolsará R$ 68,7 milhões...
O vice ficará com R$ 20 milhões,
enquanto os outros dois semifinalistas embolsarão R$ 8 milhões.
A valorização do torneio só foi
possível após a renovação da Globo com a Copa do Brasil...
O contrato que será válido entre
2018 e 2022.
O valor negociado foi R$ 300
milhões ao ano...
A Globo fechou acordo com
exclusividade para a televisão aberta, para a fechada com o Sportv e para a
online com o Globoesporte.com.
Com informações do Máquina do
Esporte.
O nenhum legado dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro...
Imagem: Autor Desconhecido
Atletas Têm Futuro Incerto Após
Os Jogos do Rio 2016
Por Alberto Murray Neto
A matéria de Paulo Roberto Conde,
na Folha de São Paulo de ontem é mais uma prova daquilo que os melhores
observadores do esporte já anunciavam há anos e que, por isso, eram chamados de
antipatriotas.
Os Jogos Olímpicos do Rio de
Janeiro teriam um fim em si mesmo e não deixariam legado significativo para os
atletas.
Todos os projetos esportivos que
foram realizados no país desde que o Rio foi escolhido como sede olímpica
tinham como ponto final os Jogos de 2016.
Era como se o esporte brasileiro
acabasse com o apagar da pira Olímpica, no Maracanã.
Havia muito receio do que poderia
ocorrer após os Jogos Olímpicos.
E o que se vê, nesses meses que
sucedem o encerramento dos Jogos, são as modalidades, os técnicos e atletas com
dificuldades e futuros incertos.
É justamente o oposto do que
ocorre quando um país realiza Jogos Olímpicos.
Quando um país organizado realiza
Jogos Olímpicos, o que se vê, a partir daí, é um salto de qualidade dos
esportes, em todos os seus níveis.
A Coréia do Sul ainda segue sendo
um excelente exemplo.
Os Jogos Olímpicos são parte de
um projeto de avanço do esporte na nação que o recebe, está inserido na
política do esporte do país.
E é o coroamento dessa política
de esporte que um país se propõe a fazer, no momento em que a atividade física
já está massificada e democratizada.
No Brasil ocorreu justamente o
contrário.
Quiseram construir a casa
começando pelo telhado.
O Brasil não tem uma política de
Estado para o esporte, o esporte não é praticado pela população, que não tem
acesso a ele.
Gastou-se muito dinheiro com os
Jogos Olímpicos, enquanto a base continuou completamente desassistida.
E, como se vê, os Jogos serviram
para nada.
Não passou de um grande negócio,
que deve ter feito bem aos bolsos de alguns.
Quem acompanha de perto o esporte
brasileiro sempre soube que todas as promessas que eram feitas não passavam de
mais um grande engodo nacional, para justificar os bilhões despendidos nessa
aventura Olímpica.
Europeus querem aumentar o número de participantes no Mundial de Clubes da FIFA...
O croata Zvonomir Boban e o
holandês Marco Van Basten, ambos ex-jogadores do Milan, vão apresentar na
próxima reunião do Comitê Executivo da Fifa, proposta visando aumentar o número
de participantes do Mundial de Clubes da FIFA...
Os ex-jogadores estarão
representando a Associação de Clubes Europeus (ECA).
A ideia é que a competição passe
a ter entre 16 e 24 equipes divididas em grupos, com classificação para uma
segunda fase de mata-mata...
Segundo a proposta o torneio
seria realizado em junho, a cada dois anos, com a participação predominante de
equipes europeias e sul-americanas.
segunda-feira, dezembro 19, 2016
Morreu "Furão"... Que pena.
Imagem: Autor Desconhecido
Passavam um pouco da
zero hora...
Quando soube do falecimento de Antonio Gomes.
Na verdade "Furão" como todos o conheciam...
Sua morte aconteceu em Fortaleza, onde estava internado à espera de um
transplante de fígado...
Apesar de ter tentado, não
consegui nenhuma informação complementar.
No entanto, confesso que estou
chocado...
Mesmo já sabendo que o estado de
saúde de “Furão” era delicado e inspirava cuidados, custei a crer - gostava dele.
Por mais de 30 anos trabalhou no ABC como massagista...
Ultimamente estava prestando serviço ao Santa Cruz de Natal.
Por mais de 30 anos trabalhou no ABC como massagista...
Ultimamente estava prestando serviço ao Santa Cruz de Natal.
O Real Madrid é o Campeão do Mundo...
Imagem: FIFA via Getty Images
Arrogante, o Real Madrid entrou
em campo certo de que venceria quando quisesse...
Presunçoso, não considerou qualquer
possibilidade favorável para seu adversário.
Ganhar era só uma questão de
tempo...
O que quase se confirmou aos 9
minutos, quando Benzema abriu o marcador.
Porém, ficou por aí...
O Madrid voltou a cochilar.
Entretanto, o Kashima Antlers não entrou
disposto a ser um mero coadjuvante e nem tão pouco estava interessado em ser um
brinquedo para os espanhóis...
Podiam ser gigantes, mas não venceriam tão fácil.
Os japoneses foram à luta...
Não ficaram tietando os rivais,
não tremeram, não cometeram erros tolos, foram sérios, dedicados e corajosos.
Enquanto o Real “dormia” os japoneses
fustigavam...
Acabaram virando o jogo.
Só então o Real despertou...
Passou a jogar com mais atenção e
cresceu.
Cristiano Ronaldo, até então, apagado,
entrou no clima da final e foi decisivo...
Marcou 3 dos quatro gols de sua
equipe e “matou” qualquer possibilidade do Kashima Antlers.
Entretanto, que fique
registrado...
Por pouco, muito pouco, a
história não foi outra - aos 93, Endo perdeu o gol do título para o Japão.
O divertido vídeo de Natal do Sporting Clube de Portugal...
No Sporting Clube de Portugal há jogadores de muitas nacionalidades...
Uruguaios, sérvios, alemães, eslovenos, lituanos, italianos, costarriquenses, brasileiros e argentinos.
Foi nesse ambiente que o Sporting preparou um divertido vídeo...
A ideia era que atletas e treinadores participassem da experiência de ensinar uns aos outros como desejar Feliz Natal e o Natal é Verde, nas diversas línguas das muitas nacionalidades à serviço do clube.
No fim, nem todos conseguiram, mas todos se divertiram muito...
E o vídeo ficou bem legal.
Cresce o público do futebol brasileiro, mas tanto como no resto da América Latina?
Imagem: Blog Rolando a Bola
Cresce o público do futebol brasileiro, mas tanto como no resto da
América Latina?
Equipes argentinas escondem o número de espectadores nos estádios.
No Brasil e na Colômbia, os campos ficam cheios.
Os mexicanos são os mais transparentes.
El Pais/ México / Argentina / Colômbia / Brasil
Quanta gente vai ao futebol na
América Latina?
Que equipe leva mais torcedores a
seu estádio a cada jogo?
Há duas semanas um jornal digital
argentino defendia que um time modesto do interior superava todos os grandes.
Talleres, clube de Córdoba, a
terra de Mario Kempes e Pablo Aimar, reunia em seu estádio mais seguidores que
o Boca Juniors ou o River Plate.
O artigo dizia que os dados do
Talleres se baseavam “nos resumos de cada uma das partidas”, embora se
esquivasse de indicar a fonte principal.
De onde saíam as cifras?
Quanto à estatística do Boca e do
River, a fonte era um jornalista de outro jornal.
EL PAÍS contatou a Associação do
Futebol da Argentina e os clubes para obter em primeira mão dados sobre o
comportamento das torcidas.
Foi em vão.
Não há cifras oficiais sobre a
quantidade de torcedores que vão a La Bombonera a cada jogo.
Ou ao Estádio Monumental, ou ver
o Racing, o San Lorenzo, o Independiente.
É uma soma impossível de cadeiras
populares, cadeiras numeradas para sócios e não sócios, cadeiras para
sócios-torcedores, entradas avulsas...
A ambiguidade é tamanha que há
ocasiões em que parece que os estádios se enchem além de sua capacidade.
O caso oposto é o México. Em
apenas alguns dias, a Liga MX entregou o cômputo total de espectadores que
foram a cada estádio durante a última temporada.
Os campeonatos da Colômbia e do
Brasil também forneceram dados, sem grandes problemas.
MÉXICO
As equipes de Monterrey são as
que mais fãs levaram a seus estádios no último torneio.
Os Rayados e os Tigres tiveram
uma média de 48.374 e 40.607 espectadores, respectivamente, segundo dados da
Liga MX.
Os felinos esgotaram todos os
lugares para esse torneio, enquanto seus rivais venderam 94% das entradas.
O América está em terceiro lugar,
com 39.193 torcedores por partida, apesar de o estádio Azteca ser o maior do
campeonato, com 81.702 assentos disponíveis.
Os dois clubes de Guadalajara,
Atlas e Chivas, completam as cinco primeiras posições, com 34.131 e 33.411
espectadores por jogo.
Os vermelho e branco superaram os
zorros (raposas) no total de entradas vendidas, mas jogaram nove partidas em
casa e seus rivais disputaram só oito.
“Os times de Monterrey foram os que mais bem se adaptaram ao modelo
mercadológico das ligas esportivas dos Estados Unidos, contratam os melhores
jogadores e cuidam de todos os aspectos para oferecer um espetáculo que vá além
de uma partida de futebol”, diz Sergio Varela, sociólogo da Universidade
Nacional Autônoma do México (UNAM)
O estádio Bancomer, dos Rayados
de Monterrey, é o mais moderno da Liga.
Pode abrigar 51.348 torcedores e
foi construído pelos mesmos arquitetos que projetaram o estádio da Luz de
Lisboa e a próxima sede do Olympique de Lyon.
Desde que foi inaugurado no ano
passado, para o Apertura 2015, o Rayados encadeia três temporadas seguidas como
a equipe da liga com mais espectadores.
As folhas de pagamento de
Monterrey são também as duas mais altas do campeonato, segundo o portal
Transfermarkt.
“A contratação de Pierre Gignac foi uma obra de arte do marketing, os
torcedores cantam canções sobre ele e as crianças querem cortar o cabelo como o
dele”, conta o torcedor rayado Marco Seyre, sobre o astro de seu odiado
rival.
O sistema de abonos (cadeiras
vendidas com antecedência) em ambos os clubes lhes permitiu garantir boa
bilheteria durante todo o campeonato e oferece facilidades de pagamento aos
torcedores.
Um ingresso abonado perto do
campo no Estádio BBVA Bancomer, dos Rayados, pode valer desde 3.700 pesos (615
reais) até 11.000 pesos (1.840 reais) e os torcedores pagaram entre 350 pesos
(62 reais) e 1.040 pesos (pouco mais de 170 reais) para assistir a um jogo do
Monterrey na Liguilla (se não for pelo sistema de abonos).
Agora que o Tigres está para
jogar a final do torneio, as entradas para camarotes são cotadas na Internet em
até 27.000 pesos (4.500 reais).
Por Elias Camhaji.
ARGENTINA
Ingressar em um estádio de
futebol na Argentina é tão difícil quanto contratar um plano de saúde ou
garantir um visto para entrar nos Estados Unidos.
A maioria dos clubes, em uma
modalidade iniciada pelo River e o Boca, tem reservadas quase todas as suas
cadeiras para alguns poucos privilegiados que precisam preencher os seguintes
requisitos: primeiro, ser sócio do clube, com parcelas que oscilam entre o
equivalente a 54 e 123 reais.
Depois, em caso de pretender uma
das cobiçadas cadeiras da plateia, é necessário pagar um valor extra que vai dos
200 aos 3.750 reais.
Se ainda restam entradas
disponíveis, então, sim, são vendidas ao público pelo esquema comum, como
qualquer outro bem.
A dívida das equipes com a
Associação do Futebol Argentino (AFA) impede que se conheça em detalhes a
quantidade de espectadores nas partidas, uma informação que antes era fornecida
a toda a mídia.
No entanto, pode-se tirar algumas
conclusões com os dados existentes.
Se se leva em conta a quantidade
de ingressos vendidos no campeonato (os ingressos remanescentes), o River Plate
é o que encabeça o ranking, de longe, com uma média de 23.024 entradas por
partida.
Em seguida vêm o Talleres de
Córdoba, com 8.381; San Lorenzo, com 4.700; Racing Club, com 3.534 e Belgrano
de Córdoba, com 3.132.
Cabe lembrar que a grande maioria
das partidas são jogadas sem público visitante.
No entanto, essas cifras são
relativas.
Em uma passada pelos clubes, EL
PAÍS pôde saber que o River Plate conta com 43.000 assentos denominados “Teu lugar no Monumental”, para as
diferentes partes da arquibancada do estádio Monumental, que tem capacidade para
61.668 pessoas.
O Boca distribui as 52.000
cadeiras de La Bombonera inteiramente a seus sócios, entre os quais há 18.000
com cadeiras cativas.
Algo semelhante acontece com o
Rosario Central, onde são alojados 43.000 espectadores, e no seu rival da cidade,
o Newell’s, que conta com 48.500 sócios ativos e 13.000 para o estádio.
No San Lorenzo há 6.500 cadeiras
cativas e o restante dos 50.000 lugares é para os sócios; o Racing Club conta
com 62.000 sócios, dos quais 9.200 têm cadeira cativa, e um estádio para 50.000
pessoas que costuma lotar todos os domingos.
Seu rival de toda a vida, o
Independiente, terminou de reformar seu estádio em 2009 e habilitou 55.0000
lugares, porém, o departamento de imprensa não quis responder às perguntas
deste jornal. Belgrano e Talleres, ambos da cidade de Córdoba, têm ao redor de
40.000 sócios ativos.
Por Ramiro Barreiro.
BRASIL
O público que vai aos estádios no
Campeonato Brasileiro cresceu nos últimos cinco anos.
Em 2012, a média de torcedores
por partida era de 12.977 e, agora, em 2016, saltou para 15.188, 17% de
aumento.
Em 2012, o Corinthians liderou o
ranking com uma média de 25.222 torcedores por partida, enquanto em 2016 chegou
a 28.336, no segundo lugar do ranking do campeonato.
O Palmeiras, líder em 2016, com
32.471 torcedores por partida, há cinco anos só arrastava 11.983 pessoas ao
estádio.
O aumento foi de 190%.
O Flamengo, o clube com a maior
torcida do Brasil, contava com uma média de 12.250 pessoas por partida em 2012
e em 2016 encerrou o campeonato com 24.542, ou seja, 100% a mais.
O aumento de público ocorreu
principalmente em clubes que jogam em estádios que foram construídos ou
reformados nos últimos anos, como é o caso do Corinthians e do Palmeiras.
Os dois clubes também são os que
cobraram as entradas mais caras do Campeonato Brasileiro de 2016: uma média de
53 e 68 reais, respectivamente.
O tricampeão do mundo, São Paulo,
é o terceiro em número de torcedores por partida, com uma média de 22.974,
seguido pelo Grêmio, com 20.909, e o Internacional, com 20.372.
Mas os três têm baixas taxas de
ocupação: 39%, 35% e 40%, respectivamente, já que jogam em estádios grandes,
todos com capacidade para mais de 50.000 pessoas.
O Atlético Mineiro, por sua vez,
disputa a maioria das partidas em casa no pequeno estádio Independência, com
capacidade para somente 23.018 espectadores, e também jogou algumas partidas no
Mineirão, que pode receber quase 62.000 espectadores.
O Galo ocupa o sexto lugar na
média de espectadores, com 20.154, mas é o terceiro na taxa de ocupação (60%),
graças às partidas no Independência.
Entre os 10 clubes com maior
público no Brasil em 2016, chama a atenção a presença do Fortaleza, que está na
série C, a terceira divisão.
O clube da capital do Ceará é o
9º colocado, com 15.949 torcedores por partida e uma taxa de ocupação de 26% do
estádio Castelão, que tem capacidade para 63.000 pessoas.
O Fortaleza está apenas uma
posição abaixo do Flamengo, com a maior torcida do Brasil.
No entanto, a falta de títulos
importantes nos últimos anos tem feito com que os torcedores se afastem da
equipe, que é a oitava na classificação, com apenas 18.270 assistentes em cada
partida.
O Bahia, outro clube da região
nordeste, jogou na segunda divisão em 2016 e, mesmo assim, teve uma média de
14.793 espectadores por jogo, e ficou em 10º lugar no Brasil.
O Santos, de ídolos como Neymar e
Pelé, é apenas o 15º colocado, com um média de 10.558 pessoas por partida e uma
ocupação de 52% da Vila Belmiro.
Por Gustavo Moniz.
COLÔMBIA
Medellín é a pátria do futebol na
Colômbia.
Durante a última temporada, o
Atlético Nacional levou ao estádio uma média de 36.149 torcedores por partida,
70% da capacidade do Anastasio Girardot, que pagaram entre 9 e 44 dólares
(entre 30 e 150 reais) para ver sua equipe em ação.
Logo atrás vem o Deportivo
Independiente Medellín.
Em cada jogo em casa chegaram a
33.391 espectadores, 64% da capacidade do estádio.
E os preços das entradas
oscilaram entre 10 e 43 dólares (34 e 145 reais).
As filas para entrar nos estádios
do país não eram tão frequentes até alguns anos atrás.
À exceção dos clássicos ou
finais, muitas partidas da Liga da primeira divisão se disputavam sem o grito
de gol nas arquibancadas.
Cimento e escadarias vazias era o
que se via.
Muitos torcedores, mas pouca
militância.
Na década de 1980, recordada como
o Segundo Dourado, muitos dos melhores jogadores de futebol da América do Sul
faziam escala na Colômbia antes de chegar a times europeus.
O América de Cali era uma seleção
do continente.
Chegou três vezes à final da
Libertadores.
O Atlético Nacional, base da
seleção da Colômbia, chegou a ganhar a competição.
Ambas as equipes conquistaram
torcedores por todo o país.
Mas passaram da euforia ao outro
extremo.
Em 1994, depois da eliminação da
Colômbia do mundial dos Estados Unidos e do assassinato de Andrés Escobar,
muitos torcedores se afastaram dos campos.
Além disso, durante esses anos,
começaram a surgir as primeiras 'barras bravas' (torcidas organizadas).
Milhares de jovens adaptavam
modelos do sul do continente para levar sua paixão pelos clubes ao limite.
Tanto que provocaram a maior onda
de violência dentro e fora dos estádios.
Um fenômeno resultou no maior
número de torcedores proibidos de frequentar jogos.
Agora, as pessoas estão voltando
aos estádios.
Depois do Atlético e do
Independiente, uma surpresa: o Júnior.
A equipe de Barranquilla atraiu
uma média de 20.722 espectadores por partida durante o último campeonato, por
cima das duas equipes de Remará, Santa Fé e Millonarios.
Assistir a um jogo do Júnior
custava entre seis e 26 dólares (20 e 88 reais); do Santa Fé, entre 13 e 98
dólares (44 e 332 reais) e do Millionarios entre 12 e 58 dólares (40 e 196
reais).
Por Sally Palomino.
domingo, dezembro 18, 2016
Porque com as crianças? Coisas assim não têm o menor sentido... são tão injustas.
Ele tem cinco anos, apenas cinco anos...
Seu nome Bradley Lowery.
Diagnosticado com um câncer terminal, provavelmente não completará dez anos...
Na última quarta-feira, no Stadium of Lights foi homenageado pelo Sunderland, seu time, na partida contra o Chelsea.
Lowery lutou por dois anos e meio contra o câncer, até que ele desapareceu...
Em campanhas de solidariedade, foram arrecadados 700 mil libras, com o Everton contribuindo com 200 mil, o que permitiu o tratamento com anticorpos em Nova York.
Por 18 meses, o garoto teve uma vida normal...
Em junho de 2016, porém, o câncer reapareceu.
Segundo a sua mãe, Gemma, o tratamento é apenas para estender ao máximo a sua vida...
A próxima etapa de tratamento obrigará Bradley a ficar isolado de outras pessoas pela sua baixa imunidade.
sábado, dezembro 17, 2016
Gerard Piqué: Redes sociais e jornalismo esportivo...
Imagem: Twitter
Piqué proporcionou um debate
interessante sobre redes sociais e o jornalismo esportivo atual
Por: Leandro Stein
Gerard Piqué está entre os
jogadores de futebol mais midiáticos da atualidade.
Você pode reprovar muito do que
ele faz, mas é inegável que quase sempre as atitudes do zagueiro do Barcelona
levam a grandes repercussões.
E, à parte das polêmicas que
gosta de gerar, o espanhol proporcionou um debate interessante à revista
Panenka.
Piqué discutiu a maneira como a
imprensa esportiva é feita hoje em dia, com o contato cada vez maior de
torcedores e atletas através das redes sociais.
“Como profissão, estamos usando a mídia tradicional menos e menos
vezes. Se você olhar aos principais jogadores, alguns deles têm mais seguidores
que a mídia. O Marca, por exemplo, que é o jornal esportivo mais lido na
Espanha. Quantos usuários no twitter eles têm? Mais que quatro milhões? Há
jogadores com muitos mais do que isso”, declarou Piqué, seguido por 13,8
milhões em seu twitter.
“Os jogadores ainda precisam da imprensa para fazer bom conteúdo, para
transmitir mensagens. Há muitas pessoas que continuam consumindo a mídia da maneira
tradicional. Por isso é que se torna importante seguir lidando com os veículos
que fazem as coisas da maneira correta”.
Piqué refletiu também sobre a
“guerra velada” que muitas vezes acontece entre mídia e jogadores. Há um
desgaste claro, uma crise de confiança causada muitas vezes pelo excesso de
sensacionalismo em cima do que se publica.
“Uma pequena parte da mídia erodiu a confiança com os jogadores, ao
inventar, imaginar e criar histórias. Além disso, o imediatismo agora vem antes
da verdade. Essa ordem é um dos problemas do jornalismo. Sempre há pessoas que
preferem ser as primeiras, ao invés de checar as histórias. Se eles entram no
jogo, às vezes acertam. Mas se erram, isso rapidamente é esquecido.
Infelizmente, é como o jornalismo trabalha”, apontou.
“O jornalismo, como profissão, precisa tentar se posicionar contra
estes que causam os problemas. Eu não culpo o jornalismo, porque há pessoas que
me tratam bem, mas eles precisam tomar o primeiro passo. Se eles podem limpar a
imprensa sensacionalista, eu penso que isso quebraria as barreiras que
atualmente separa os clubes, os jogadores e os jornalistas”, complementou.
Por fim, Piqué também se debruçou
sobre a própria postura quando resolve polemizar nas redes sociais:
“Sim, eu sei quando eu estou enviando um tuíte explosivo. Acima de
tudo, você precisa observar o momento perfeito. Você coloca alguns emojis no
momento quando as pessoas sabem que você está assistindo a algo. E, sem
escrever, as pessoas sabem o que significa. Normalmente, eu nunca ponho freios
quando estou postando. Não tenho medo das reações. O que as pessoas dizem me
incomoda menos”.
Jogador é banido do rúgbi após agredir árbitra...
O jogador argentino Bruno Andrés
Doglioli, do Rangers Vicenza, time de rúgbi da Itália, foi banido do esporte
por três anos, pela Federação Italiana, por atacar a árbitra, Maria Beatrice
Benvenuti Julgado, no último fim de semana, no confronto diante do Valsugana...
Inexplicavelmente, o jogador de
33 anos, golpeou a árbitra pelas costas num lance em que não havia nenhum
adversário por perto.
O fato de estar só no momento do
impacto, sem que houvesse nenhum contato anterior que justificasse o encontrão
com a árbitra foi decisivo para a entidade considerar o ato proposital e
decretar a severa punição...
Segundo a imprensa italiana, a
mais dura penalidade do rúgbi do país nos últimos 20 anos.
Após o choque, a juíza ainda
atônita puniu o jogador apenas com um cartão amarelo e seguiu no jogo, mesmo
machucada...
Quando a partida terminou foi levada
ao hospital, onde foi diagnosticada com uma lesão cervical pelo impacto do
golpe.
Em nota o Rangers Vicenza se
desculpou...
“Foi um incidente que não teve justificativa. Foi um momento de perda
de controle de um jogador que, em décadas de carreira, sempre se comportou
correta e profissionalmente”.
Maria Beatrice Benvenuti, de 23
anos, mesmo tão jovem, é uma árbitra experiente e respeitada...
Trabalhou no Mundial feminino de
2014 e nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016.
Luka Modric, assim como eu, tem restrições ao "arbitro tecnológico"...
Imagem: Jesus Rubio/Diário AS
Finalmente apareceu alguém que
como eu, não tem muita simpatia pelos pitacos tecnológicos durante as partidas
de futebol...
Luka Modric, meio-campista do
Real Madrid.
“É uma nova invenção que, para ser sincero, eu não gosto muito. Criou
muita confusão. Espero que esta regra não continue, porque para mim não é
futebol. Não gosto. Temos que nos concentrar no jogo, mas a primeira impressão
não é boa”, declarou Modric...
Mesmo que me chamem de "dinossauro",
da forma como foi apresentada a tal inovação, sou contra - interfere demais, por tempo demais.
Ainda este ano o governo do Rio de Janeiro dá destino ao Maracanã...
Imagem: Getty Images
Até o fim do ano, o governo do
Rio de Janeiro vai decidir sobre o destino do Maracanã...
A Odebrecht não quer mais.
Já existem interessados...
Falta apenas bater o martelo.
sexta-feira, dezembro 16, 2016
Copa do Brasil de 2017... Chaves, Confrontos e Todos os Campeões.
Montagem: Fernando Amaral
A CBF sorteou os confrontos da
primeira fase da Copa do Brasil e definiu as chaves do torneio...
A entidade confirmou também as
novas regras do torneio.
Vamos lá...
As duas fases iniciais serão
disputadas em jogo único.
Na primeira, haverá vantagem do
empate para o time visitante e a partida será realizada na casa do time com
ranking menor...
Na segunda, qualquer igualdade
será resolvida na disputa dos pênaltis.
A partir da terceira, retornam os
jogos de ida e volta...
Nas oitavas de final, entram 11
participantes: os sete da Libertadores (Palmeiras, Santos, Flamengo, Atlético
Mineiro, Atlético Paranaense, Botafogo, Grêmio e Chapecoense), o campeão da
Série B (Atlético-GO), o campeão da Copa Verde (Paysandu) e o da Copa do
Nordeste (Santa Cruz).
Confira abaixo as chaves e os confrontos
Chave 1
CSA-AL x Sport-PE
Sete de Setembro-MS x River-PI
Uniclinic-CE x Portuguesa-SP
Boavista-RJ x Ceará-CE
Chave 2
Rio Branco-AC x Figueirense-SC
Gurupi-TO x Londrina-PR
São Raimundo-PA x Fortaleza-CE
Comercial-MS x Joinville-SC
Chave 3
Volta Redonda-RJ x Cruzeiro-MG
São Francisco-PA x Botafogo-PB
Murici-AL x Juventude-RS
Atlético-AC x América-MG
Chave 4
Globo-RN x Fluminense-RJ
Sinop-MT x Salgueiro-PE
Altos-PI x CRB-AL
Santo André-SP x Criciúma-SC
Chave 5
Princesa do Solimões-AM x
Internacional-RS
Friburguense-RJ x Oeste-SP
São José-RS x Sampaio Corrêa-MA
Guarani de Juazeiro-CE x
Náutico-PE
Chave 6
Caldense-MG x Corinthians-SP
Brusque-SC x Remo-PA
URT-MG x Luverdense-MT
Desportiva-ES x Avaí-SC
Chave 7
Campinense-PB x Ponte Preta-SP
Rondoniense-RO x Cuiabá-MT
São Raimundo-RR x Boa Esporte-MG
Itabaiana-SE x Goiás-GO
Chave 8
Santos-AP x Vasco da Gama-RJ
Fast Clube-AM x Vila Nova-GO
Anápolis-GO x Bragantino-SP
Luziânia-DF x Vitória-BA
Chave 9
Vitória da Conquista-BA x
Coritiba-PR
Ferroviária-SP x ASA-AL
São Bento-SP x Paraná-PR
Sergipe-SE x Bahia-BA
Chave 10
Moto Club-MA x São Paulo-SP
PSTC-PR x Ypiranga-RS
Audax-SP x América-RN
Ceilândia-DF x ABC-RN
Todos os Campeões da Copa do
Brasil
1989 Grêmio*
1990 Flamengo*
1991 Criciúma*
1992 Internacional
1993 Cruzeiro
1994 Grêmio*
1995 Corinthians*
1996 Cruzeiro
1997 Grêmio*
1998 Palmeiras
1999 Juventude
2000 Cruzeiro*
2001 Grêmio
2002 Corinthians
2003 Cruzeiro*
2004 Santo André
2005 Paulista
2006 Flamengo
2007 Fluminense
2008 Sport
2009 Corinthians
2010 Santos
2011 Vasco da Gama
2012 Palmeiras*
2013 Flamengo
2014 Atlético Mineiro
2015 Palmeiras
2016 Grêmio
As equipes marcadas com asterisco venceram a competição de forma invicta.
Real Madrid faz 2 a 0 no América do México e decide com o Kashima Antlers no domingo...
Imagem: Toru Yamanaka/AFP
Com vitória sobre o América do
México por 2 a 0, na semifinal do Mundial de Clubes da FIFA, Zidane supera o recorde
de Leo Beenhakker e faz história...
Agora, são 36 partidas
consecutivas sem conhecer derrota.
Leo Benhakker na temporada
1988/89 chegou a 34 vitórias consecutivas...
O Real Madrid de Zidane alcançou 27
vitórias e 9 empates.
Lucas Vasquez jogou 31 partidas,
enquanto Cristiano Ronaldo foi quem mais marcou – 22 gols em 27 jogos.
Benzema marcou 12 tentos...
E, Gareth Bale, 11.
Nos últimos 36 jogos a equipe
marcou 38 gols....
Excelente média.
Sobre o jogo com os mexicanos,
serei breve...
O Real Madrid nem precisou fazer
muita coisa para derrotar o América – bastou fazer o simples.
A crise na Venezuela chega ao beisebol... estão economizando as bolas.
Imagem: Autor Desconhecido
Jogar bolas para torcida é uma
tradição do beisebol venezuelano que está prestes a ser suspensa...
Crise que atinge o país é o
motivo.
A crise econômica na Venezuela já
afetou toda a cadeia de abastecimento de produtos básicos à população como
alimentos e papel higiênico, e agora o beisebol – o esporte mais popular do
país – está entre os prejudicados...
Sem dinheiro, a Liga Venezuelana
de Beisebol Profissional (LVBP) pediu para que os clubes e jogadores economizem
ao máximo na distribuição de bolas aos torcedores durante as partidas (é uma
tradição arremessá-las às arquibancadas).
O pedido surgiu após Luis Rodolfo
Machado, presidente dos Águillas de Zulia, uma das equipes da Liga, realizar um
levantamento, mostrando que cerca de 50 bolas eram usadas nas partidas, e na
atual temporada esse número chegou a dobrar, afetando o orçamento da
organização do beisebol venezuelano...
“Se seguirmos assim não vamos ter bolas para a pós-temporada e muito
menos para a final. Se acabarem as bolas, acaba o campeonato”, afirmou
Machado ao jornal espanhol Marca.
As bolas usadas na Liga são
importadas...
Portanto, caras, em virtude do câmbio
desfavorável da moeda local, o bolívar, em relação ao dólar.
Rubens Barrichello vai disputar as 500 milhas de Kart na mesma equipe de seu filho Dudu...
Imagem: Autor Desconhecido
Rubinho Barrichello vai disputar
as 500 milhas de kart, no sábado, no Kartódromo da Granja Viana, em Cotia (SP) ...
A grande novidade é que Rubinho
estará na mesma equipe de seu filho Dudu, de 14 anos (à direita na foto).
O vice-campeão de Stock Car e
ex-piloto de Fórmula 1, aos 44 anos, comemora sua participação na prova ao lado
do filho...
“Ter participado de todas as
edições das 500 Milhas, e hoje nesse número expressivo (20ª edição) com meu
filho no mesmo time é realmente a melhor das sensações”, comentou Rubens
Barrichello.
A equipe dele, Midway, terá ainda
Tony Kanaan, Felipe Giaffone, Rafael Suzuki e jovens de destaque do kart e de
categorias menores de monopostos...
A prova terá ainda a participação
de Thiago Camilo, André Negrão e Bia Figueiredo – Christian Fittipaldi correrá
ao lado de Piquet Jr. e Vitor Meira.
quinta-feira, dezembro 15, 2016
O Kashima Antlers bate o Atlético Nacional de Medellín é finalista do Mundial de Clube da FIFA...
Imagem: AP
O Atletico Nacional de Medellín
entrou em campo para enfrentar o Kashima Antlers, em Osaka, como favorito...
No primeiro tempo, colocou duas
bolas na trave dos japoneses, perdeu um monte de gols e acabou entrando para a
história ao sofrer a marcação de uma penalidade máxima decidida através do
auxílio da tecnologia – Shoma Doi bateu e marcou.
De nada adiantou ser melhor a
maior parte do jogo...
Pouco valeu os mais de 60% de
posse de bola e Borja criando inúmeras chances de gol.
No final, os japoneses
taticamente disciplinados foram mais eficientes, marcaram três gols e
liquidaram com o sonho da equipe de Medellín de chagar a grande final...
Aconteça o que acontecer daqui para frente, o Kashima Antlers cumpriu com louvor o seu papel.
Um belo gesto: Atacante diz ao árbitro que não houve penalidade...
Na partida entre o 1 FC Bocholt 1900 e o Sportfreund Baumberg, pela Oberliga Niederrhein, o atacante espanhol Tony Muñoz do Bocholt, se atirou na grande área...
O árbitro nem piscou, marcou pênalti.
Imediatamente os jogadores do Baumberg protestaram...
Mesmo cercado o árbitro insistiu na marcação.
Tony então se aproximou e disse que não havia acontecido nada...
Revogada a decisão os jogadores do Baumberg agradeceram e um deles chegou a beijar o espanhol.
Nike lança chuteira em homenagem a quarta bola de ouro de Cristiano Ronaldo...
Imagem: Nike
São apenas 777 unidades...
Sem preço definido.
Estou falando da chuteira
Mercurial Superfly V ou CR7 Vitórias, que chegará ao mercado no dia 10 de janeiro...
A chuteira lançada pela Nike é em
homenagem à conquista da quarta Bola de Ouro, prêmio da revista France
Football, por Cristiano Ronaldo.
A parte superior da chuteira é
prateada com um leve toque metalizado e sola possui detalhes em dourado.
Usain Bolt: "Estou cansado. Já consegui tudo"...
Imagem: Autor Desconhecido
“Estou cansado. Já consegui tudo”...
Usain Bolt.
O homem mais veloz da história está cansado de manter o ritmo frenético
de suas passadas.
Como prelúdio da despedida, o documentário 'I Am Bolt' retrata sua
vertente mais indomável.
Álvaro Corcuera para o El País.
“Cada vez é mais duro para mim. Estou cansado. As pessoas me olham e
pensam que é fácil o que faço... e não, não é. É difícil!”.
Usain Bolt (Sherwood Content,
Jamaica, 1986) gesticula ao enfatizar a energia mobilizada para se transformar
em um dos esportistas mais bem-sucedidos e carismáticos da história.
Desde que tinha 10 anos – quando
começou no atletismo na zona rural de onde vem, no norte de seu país,
aconselhado por seu treinador de críquete, o primeiro esporte ao qual se
dedicou – até hoje, ele não parou de correr.
Com 30 anos, está a ponto de
dizer adeus a uma época lendária nas pistas.
Desde 2008, Bolt dominou os 100
metros, os 200, os 4 x 100 – distâncias em que ostenta os recordes mundiais –
tanto nos Jogos Olímpicos (Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016) como nos
mundiais (Berlim 2009, Daegu 2011, Moscou 2013 e Pequim 2015).
Das 21 medalhas possíveis nessas
competições, ele levou 20 ouros.
Só falhou nos 100 metros de
Daegu, quando foi queimou a largada e foi desclassificado.
“Uma vez perguntei a Michael Johnson (quatro ouros olímpicos e oito
mundiais) por que ele havia se aposentado. Me disse: ‘Tinha conseguido tudo.
Por que continuar?’ Creio que é um argumento válido. Eu tinha meus objetivos:
queria ser campeão olímpico em atletismo e consegui. Tudo o que queria... já
tenho”, diz Bolt com ar de despedida em Londres, cidade que visitou no
final de novembro para conferir a estreia de um documentário sobre sua vida, I
Am Bolt (Eu Sou Bolt).
Num hotel londrino, o atleta
conversa com jornalistas do mundo todo em sessões individuais.
Quando seus quase dois metros de
altura, vestidos com moletom preto, entram no quarto, ele saúda simpático e faz
foto do repórter com seu celular:
“Gosto de me lembrar das pessoas com quem falo.”
O filme, que revela detalhes de
sua preparação para os Jogos do Rio, explora também seu lado mais humano e a
relação com seu círculo profissional e pessoal mais íntimo.
Aí está o Bolt que tem
dificuldade de madrugar e começar a treinar.
“Já não é tão divertido como antes. À medida que envelheço, tenho que
me sacrificar mais. Já não posso sair tanto para a balada. Já não é agradável e
não sinto vontade de fazer coisas que não curto. Só penso em deixar isso,
deitar tarde, relaxar, ser eu e me sentir humano.”
Mas I Am Bolt também mostra o
atleta capaz de se animar a tempo, de levar seu corpo ao limite, de escutar seu
treinador, Glen Mills; seu manager, Nugent Walker, NJ; seu agente, Ricky Simms;
e seu massagista, Everald Edwards, Eddie.
São o seu círculo de confiança.
“Vamos, Usain, você tem que se esforçar. Só três meses e depois poderá
fazer o que quiser com a sua vida”, dizia Simms antes da Olimpíada do Rio,
onde Bolt virou lenda: foi o primeiro a conseguir três vezes o triplete
olímpico em 100, 200 e 4 x 100.
“Adoraria ser lembrado como um dos melhores esportistas da história,
como Muhammad Ali, Michael Jordan e Pelé. Mas também queria que se lembrassem
de mim como uma pessoa agradável, relaxada, amorosa. Uma pessoa que inspira as
outras”, diz ele sobre seu legado.
Curiosamente, Ali e Jordan
interromperam suas carreiras para logo retomá-las, embora com diferentes
resultados: o boxeador fracassou e o jogador de basquete triunfou nas duas
vezes em que voltou após deixar as quadras.
Bolt diz que pensou bem sobre
isso.
“Quando me aposentar... será para sempre. Voltar a competir após
abandonar a pista é complicado.”
O jamaicano dará os seus últimos
arranques numa grande competição em agosto, o Campeonato Mundial de Londres.
“Comenta-se muito que quero me aposentar antes que alguém possa me
vencer”, diz Usain, reconhecendo que já não tem muito combustível.
“Se quisesse, se trabalhasse duro, provavelmente conseguiria competir
no nível máximo por mais dois anos. Este ano, minha ideia é correr pelos fãs.”
E também pelo dinheiro.
Bolt receberá, por exemplo, 1
milhão de dólares (3,37 milhões de reais) para competir numa prova de exibição
na Austrália em fevereiro de 2017.
O jamaicano ocupa o posto 32 na
lista da Forbes dos atletas mais bem pagos do mundo, com uma renda de 32
milhões de dólares (108 milhões de reais).
Em comparação com o futebol,
basquete, tênis e golfe, os velocistas recebem pouco.
A maior parte do que ele embolsa
vem dos patrocínios: 30 milhões (101 milhões de reais) em 2016 (um terço da
Puma).
“O dinheiro me dá liberdade para fazer o que quiser, mas nunca foquei
nisso. Tampouco na fama. Acho que meus pais ficariam muito decepcionados se
tudo isso me mudasse, se eu me transformasse num estúpido”, diz.
Bolt é um sujeito sorridente,
dentro e fora da pista.
Tem sido assim desde pequeno,
como recorda Nugent Walker, NJ, amigo íntimo desde os seis anos e agora seu
manager.
“É sua personalidade”, afirma.
A julgar por I Am Bolt, Usain
herdou a personalidade simples de Wellesley e Jennifer, seus pais.
Ele plantava café e ela era modista.
Eram e continuam sendo humildes,
negando-se a abandonar a casa e o bairro onde moraram a vida toda.
“Não querem ir embora de lá: acredite, eu lhes ofereci!”, diz Bolt.
“Papai sempre foi o estrito, o disciplinado. Mamãe é mais relaxada e
divertida”, conta em Londres.
“Eu me esforço ao máximo pelo que quero. Meu caminho não foi simples.
Tive altos e baixos, sofri lesões, falta de motivação... e no entanto minha
personalidade sempre se manteve igual: gosto de sorrir.”
E competir.
O público que comparece aos
estádios para ver Bolt sabe que seu espírito, alegria e motivação são
contagiantes.
Quem o vê vive uma espécie de
catarse.
Especialmente em seu país, onde
divide o altar dos maiores com Bob Marley, cujo filho mais velho, Ziggy, é
amigo do velocista (Bolt tem também entre as amizades outros músicos da ilha,
como Chronixx e Vybz Kartel).
A primeira vez que sentiu a
energia de seus fãs foi em 2002.
“Lembro que saí do túnel e ouvi a galera gritando: Bolt! Bolt! Bolt!
Instantaneamente, fiquei nervoso. Minhas pernas, minhas mãos, meu corpo... tudo
tremia. Mas quando a corrida começou, senti um empurrão.”
Com 15 anos, Usain venceu a
corrida dos 200 metros no Campeonato do Mundo Júnior, disputado em Kingston
(Jamaica).
“Aquele foi o melhor momento da minha vida, a primeira vez que ganhei
um ouro, diante de todos do meu país. Ali que tudo começou”, recorda.
Os cinco anos seguintes foram
complicados; 2004 foi o primeiro como profissional.
“Passamos a temporada frequentando quiropraxia para tentar solucionar
suas costas (sua postura na corrida não era a mais adequada) e seus
isquiotibiais [conjunto de três músculos localizados na região posterior da
coxa]”, diz Ricky Simms, seu agente.
“Houve um momento em que pensamos: ‘Ele vai confirmar o que prometia
como juvenil?’ Até 2006 foi difícil. Mas em 2007 ele começou a mostrar
consistência.”
Nos mundiais de Osaka daquele
ano, Bolt conquistou duas medalhas de prata.
A explosão chegaria nos Jogos de
Pequim 2008.
Sua contundente vitória nos 100
metros ficou para a história.
Bolt bateu o recorde mundial da
época (9,69 segundos) enquanto golpeava o peito 20 metros antes de cruzar a
linha de chegada, num gesto de comemoração.
“Poderia estabelecer uma marca ainda mais inalcançável, se não tivesse
se deixado levar? Entre risos, ele reconhece que sim.”
“Entendo o que você diz. Mas eu era assim no início da carreira. Me
ocorreu festejar daquele jeito. Quanto mais você amadurece, mais sabe que tem
que correr de outra forma.”
Um ano depois, Bolt pulverizou o
cronômetro no Campeonato Mundial de Berlim: 9,58 segundos nos 100 metros e
19,19 nos 200.
Desde então, ninguém superou
essas marcas.
Nem mesmo ele.
“Acho que eu teria conseguido se
não tivesse lesões. Creio que havia espaço para melhorar”, lamenta.
Apesar de nunca ter perdido uma
grande disputa devido aos problemas físicos, a verdade é que Bolt,
especialmente desde 2012, sofre para chegar no tempo e no nível máximo nas
corridas.
Ele atribui o mérito das façanhas
ao treinador, Glen Mills, que o acompanha desde 2004 e que também treina Yohan
Blake, o outro grande campeão jamaicano e candidato a sucessor de Bolt.
“Chegou a hora. Nada de festas. Acabaram as saídas porque o treinador
está dizendo”, ordena Mills a Bolt no filme, meses antes da Rio 2016.
Não é fácil domar o velocista.
Ele tem ânsia de curtir a vida.
O atleta revela no documentário
que, numa saída noturna em janeiro deste ano, deu um passo de mau jeito e
torceu o tornozelo.
Um incidente que parecia menor,
mas que o manteve dois meses parado.
E assustado.
“No princípio não contei a verdade ao treinador, não disse que havia
sido numa festa”, reconhece agora, gargalhando.
O percalço alterou sua
preparação.
Mas o problema maior chegou
faltando um mês para a Olimpíada.
Durante as corridas
classificatórias na Jamaica, ele teve uma lesão nos isquiotibiais e decidiu não
arriscar.
Não carimbou o passaporte para o
Rio na pista, mas a Jamaica lhe deu uma chance.
Não podia deixar de fora dos
Jogos o homem que permanecia imbatível desde 2008.
Mas seu grande rival, o
norte-americano Justin Gatlin, não gostou da manobra e acusou a Jamaica de
tratamento a favor de Bolt.
Este, que curiosamente sofria de
certa falta de motivação (“é difícil ter
a mesma fome de ganhar que alguém que nunca ganhou”), encontrou naquele
gesto o empurrão que faltava para continuar vencendo.
“Tudo mudou. Senti algo no estômago. Pensei: ‘Ah, é? Ele vai ganhar?’
Não. [Gatlin] não entende que o que mais me motiva é que fale o tempo todo. De
modo que você mesmo, Justin...”, lança ele no documental olhando a câmera
num quarto de hotel.
Dias depois, Bolt brilhou três
vezes no Rio.
E agora?
“Há coisas que quero fazer. Continuarei ligado no atletismo de algum
modo. Também quero incrementar meu trabalho com minha fundação [voltada aos
jovens e às pessoas pobres]”, afirma.
“Também gostaria de jogar futebol [tem planos, através da Puma, de
treinar com o Borussia Dortmund durante a próxima pré-temporada]. Talvez por
minha personalidade, eu poderia me dedicar ao mundo da TV ou até mesmo ser
ator, nunca se sabe. Gostaria de fazer diversas coisas.”
Inclusive se casar e ter filhos.
Só ele sabe se pedirá isso a Kasi
Bennett, sua namorada desde 2014 – de quem pouco se conhece, além do fato de
também ser jamaicana, ligada na moda e nas redes sociais.
Ela teve que ver imagens de Bolt
com diferentes mulheres em atitudes sugestivas durante as comemorações de suas
medalhas nos últimos Jogos.
O velocista prefere não comentar
esse tema:
“Tento manter minha vida privada longe dos holofotes. Mas é difícil
porque, cada vez mais, as pessoas querem saber o que faço.”
Bolt, assim como naquela final
olímpica de 2008, pretende curtir o final da carreira olhando para todos os
lados, sorrindo para os fãs.
“Dediquei minha vida inteira a ser o melhor no atletismo. Tentei ser
uma lenda, um campeão imbatível. Para mim agora é triste, mas também liberador
porque vai acabar. Esse capítulo termina e posso me relaxar, sair de férias.
Posso simplesmente viver.”
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