Em tempo, mas com atraso...

Por Juca Kfouri.

É simplesmente impensável que a direção do Flamengo tenha distribuído o número do telefone do árbitro Carlos Eugênio Simon para que a torcida rubro-negra o atormentasse.

Raras vezes se viu no mundo do futebol uma cafajestagem desse porte, e olha que o mundo do futebol é pródigo nisso.

Eis aí um crime que a justiça esportiva, se existisse mesmo, deveria punir com rigor.
Equipararam o Flamengo a um timeco de várzea.

Do blog:

É necessário e imprescindível que a instituição CR Flamengo seja preservada, pois um clube com sua história e grandeza, não pode atingido por atos cafajestes de cafajestes que lá estão de passagem.

Sou torcedor do Vasco e todos sabem disso, mas nem por isso ou por causa disso, permito-me arroubos de ódio irracional ou ataques histéricos contra aquele que muitas vezes me roubou a alegria e me fez desabar no inferno da amargura, mas que em outras ocasiões, me alçou ao paraíso diante de uma vitória que por ser sobre ele, ficava ainda mais doce.

Superei essa fase psicótica muito cedo e ao longo do tempo comecei a perceber que meu pai tinha razão ao dizer que futebol, é apenas um jogo, e só um imbecil não seria capaz de entender que jogos só existem por impor ao jogador o delírio extremo da vitória e a suprema angustia da derrota, sem a combinação dos dois extremos, não despertaria paixão em ninguém.

Ainda hoje me lembro e sempre que me lembro repito a de Kenny Dalglish jogador escocês que por 13 anos (1977/1990) vestiu a camisa do Liverpool da Inglaterra e foi um dos maiores goleadores dos “reds”, após o triste, vergonhoso e absurdo incidente no estádio de Heysel em 29 de maio de 1985 em Bruxelas na Bélgica, no jogo entre Liverpool FC e Juventus FC pela final da Copa dos Campeões da Europa (atual Liga dos Campeões da Europa).

Dalglish que era um homem instruído e possuidor de um caráter reto, deixou claro em suas declarações seu profundo desgosto com a ação dos torcedores do Liverpool.

Dalglish disse então: “Lembro do rosto dos italianos que choravam e nos dirigiam ofensas do lado de fora do ônibus em nossa volta ao hotel. Lembro que minha primeira vontade foi reagir, mas lembrei que a violência de nossa torcida, provocou a morte de 39 amigos deles e então, permaneci quieto e cheio de vergonha. Futebol nem é tão importante assim, é um jogo e como tal, torna-se insignificante diante de todo o resto”.

O mais incrível nessa história sobre Heysel é o fato do Liverpool FC, ter em seu site uma enorme nota oficial, onde o clube reconhece a estupidez de seus torcedores, condena o fato e num ato de grandeza, publica o nome dos 32 italianos, 4 belgas, 2 franceses e um irlandês, mortos durante o confronto e pede desculpas.

As conversas com meu pai (homem lúcido e racional) acabaram por me convencer que destruir os adversários, mataria a razão de ser do futebol, pois sem adversários não há porque vencer.