sexta-feira, junho 29, 2012

Itália 2x1 Alemanha...



Imagem: Getty Images  



Imagem: Picture Alliance


 
Durante a execução dos hinos nacionais de Itália e Alemanha antes do início da partida que definiria o segundo finalista da Eurocopa, um detalhe me chamou atenção...

A forma como os italianos cataram o hino nacional de seu país.

Havia uma vibração acima do comum...

Orgulho, concentração e aquele ar de vamos para cima deles, pairava sobre os onze italianos escalados para começar um embate onde tese, eram inferiores.

Quando os acordes do Deutschland, Deutschland Über Alles começou; percebi um ar gelado...

Tão gelado que me pareceu deixar escapar uma certa arrogância.

Podolski, Özil, Kehdira e Boateng, silenciaram...

Apenas os alemães, de nascimento e descendência, cantaram, mas ainda assim, burocraticamente.

Nascido na Polônia, Podolski era dentre os “estrangeiros” da Nationalmanschaft, o único que tinha um motivo politico para calar... o jogo era em Varsóvia, capital da terra de seus pais...

Os outros foram cautelosos e evitaram que as imagens que certamente chegariam à Turquia, Tunísia e Gana, despertasse nas populações dos países de seus ascendentes, desnecessária antipatia.

Mesmo tendo nascido em território alemão, os poloneses nunca perdoaram Podolski e Klose por terem optado pela nacionalidade alemã, na hora de escolher em que seleção jogar...

O mesmo ocorre com Özil, entre os turcos e com Kehdira entre os tunisianos.

Já os Boateng, salomonicamente resolveram a questão...

Jérôme optou pela Alemanha e Kevin-Pince, por Gana.

Quando o jogo começou, imaginei que o detalhe fora apenas um detalhe, pois a Alemanha como uma avalanche, despencou sobre os transalpinos e por três vezes a bola não entrou no gol de Buffon...

Parecia que os prognósticos iriam se cumprir.

Mas a Itália é a Itália...

Claudica na fase de grupos...

Perde jogos “imperdíveis” e tropeça em empates...

Classifica-se quase sempre, no apagar das luzes...

Foi assim em outros tempos e foi assim desta vez.

No entanto, passado o sufoco, crescem e quando crescem, atropelam favoritos e derrubam apostadores...

Foi assim em 1970, diante da mesma Alemanha...

Foi assim em 1982, frente ao Brasil...

Foi assim e 1996 contra França e foi assim, ontem, novamente contra a Alemanha...

Não sei será assim contra a Espanha, mas que se cuidem os ibéricos.

O jogo

- “Nos faltou concentração frente a uma Itália muito forte”.

Assim, Joachim Löw definiu a atuação de sua equipe...

E, ele tem toda razão.

Os gols de Balotelli são provas cabais da afirmação de Löw...

Badstuber, no primeiro gol marcou a bola...

No segundo, o mesmo Badstuber mal posicionado permitiu que o atacante italiano, tivesse liberdade para dominar, correr e chutar...

Onde estava Hummels?

- “Depois do primeiro gol, perdemos a organização e cedemos espaços para eles”, concluiu Löw...

Também está correto.

Depois do primeiro gol, Itália cresceu, equilibrou e passou a ter o domínio psicológico do jogo...

Os alemães mantinham sua típica determinação, mas emocionalmente, não eram os mesmos de sempre.

Muito jovens em sua maioria, sentiram o peso dos gols que não imaginavam iriam tomar.

Porém, Löw, o excelente treinador germânico, não comentou sobre seu único erro...

Erro que só corrigiu no segundo tempo, quando substituiu Podolski e Mario Gomez por Klose e Schürrle...

Não entendo a insistência de Löwe com Podolski e a titularidade de Gomez.

Com as mudanças, a avalanche alemã voltou a desabar sobre a Itália...

Mas como marcam esses italianos...

Como são dedicados e disciplinados esses sujeitos e, como sabem jogar emparedados e descobrir brechas para cutucar o adversário...

Sofreram pressão, mas estiveram mais próximos do terceiro gol que a Alemanha do primeiro em algumas oportunidades.

Por fim, veio o gol alemão...

Veio, mas veio tarde demais para evitar a derrota.

Quando o árbitro apitou o fim do jogo, lembrei-me do momento da execução dos hinos e entendi o 2x1.


Nenhum comentário: