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Durante a execução dos hinos
nacionais de Itália e Alemanha antes do início da partida que definiria o
segundo finalista da Eurocopa, um detalhe me chamou atenção...
A forma como os italianos cataram
o hino nacional de seu país.
Havia uma vibração acima do
comum...
Orgulho, concentração e aquele ar
de vamos para cima deles, pairava sobre os onze italianos escalados para
começar um embate onde tese, eram inferiores.
Quando os acordes do Deutschland,
Deutschland Über Alles começou; percebi um ar gelado...
Tão gelado que me pareceu deixar
escapar uma certa arrogância.
Podolski, Özil, Kehdira e
Boateng, silenciaram...
Apenas os alemães, de nascimento
e descendência, cantaram, mas ainda assim, burocraticamente.
Nascido na Polônia, Podolski era
dentre os “estrangeiros” da Nationalmanschaft, o único que tinha um motivo
politico para calar... o jogo era em Varsóvia, capital da terra de seus pais...
Os outros foram cautelosos e
evitaram que as imagens que certamente chegariam à Turquia, Tunísia e Gana, despertasse
nas populações dos países de seus ascendentes, desnecessária antipatia.
Mesmo tendo nascido em território
alemão, os poloneses nunca perdoaram Podolski e Klose por terem optado pela
nacionalidade alemã, na hora de escolher em que seleção jogar...
O mesmo ocorre com Özil, entre os
turcos e com Kehdira entre os tunisianos.
Já os Boateng, salomonicamente
resolveram a questão...
Jérôme optou pela Alemanha e
Kevin-Pince, por Gana.
Quando o jogo começou, imaginei
que o detalhe fora apenas um detalhe, pois a Alemanha como uma avalanche,
despencou sobre os transalpinos e por três vezes a bola não entrou no gol de
Buffon...
Parecia que os prognósticos iriam se cumprir.
Mas a Itália é a Itália...
Claudica na fase de grupos...
Perde jogos “imperdíveis” e
tropeça em empates...
Classifica-se quase sempre, no apagar das
luzes...
Foi assim em outros tempos e foi
assim desta vez.
No entanto, passado o sufoco, crescem
e quando crescem, atropelam favoritos e derrubam apostadores...
Foi assim em 1970, diante da
mesma Alemanha...
Foi assim em 1982, frente ao
Brasil...
Foi assim e 1996 contra França e
foi assim, ontem, novamente contra a Alemanha...
Não sei será assim contra a
Espanha, mas que se cuidem os ibéricos.
O jogo
- “Nos faltou concentração frente
a uma Itália muito forte”.
Assim, Joachim Löw definiu a
atuação de sua equipe...
E, ele tem toda razão.
Os gols de Balotelli são provas
cabais da afirmação de Löw...
Badstuber, no primeiro gol marcou
a bola...
No segundo, o mesmo Badstuber mal
posicionado permitiu que o atacante italiano, tivesse liberdade para dominar,
correr e chutar...
Onde estava Hummels?
- “Depois do primeiro gol, perdemos
a organização e cedemos espaços para eles”, concluiu Löw...
Também está correto.
Depois do primeiro gol, Itália cresceu, equilibrou e
passou a ter o domínio psicológico do jogo...
Os alemães mantinham sua típica determinação,
mas emocionalmente, não eram os mesmos de sempre.
Muito jovens em sua maioria,
sentiram o peso dos gols que não imaginavam iriam tomar.
Porém, Löw, o excelente treinador
germânico, não comentou sobre seu único erro...
Erro que só corrigiu no segundo
tempo, quando substituiu Podolski e Mario Gomez por Klose e Schürrle...
Não entendo a insistência de Löwe
com Podolski e a titularidade de Gomez.
Com as mudanças, a avalanche
alemã voltou a desabar sobre a Itália...
Mas como marcam esses
italianos...
Como são dedicados e
disciplinados esses sujeitos e, como sabem jogar emparedados e descobrir
brechas para cutucar o adversário...
Sofreram pressão, mas estiveram
mais próximos do terceiro gol que a Alemanha do primeiro em algumas
oportunidades.
Por fim, veio o gol alemão...
Veio, mas veio tarde demais para evitar a
derrota.
Quando o árbitro apitou o fim do
jogo, lembrei-me do momento da execução dos hinos e entendi o 2x1.
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