“Estaria sendo muito apocalíptico
ao prever que estamos a cada dia mais próximos da primeira morte de jogador por
um torcedor”?
Esta pergunta foi feita ao
jornalista Victor Birner por um seu seguidor no Twitter...
Birner, com humildade respondeu
dizendo que não tinha resposta e completou dizendo que o fato de não ter resposta,
para qualquer bom entendedor, é preocupante.
Na postagem em seu blog, Victor Birner
esclarece que a pergunta do torcedor obviamente se refere ao Brasil e lembra
que na Colômbia, tal barbaridade já aconteceu.
Birner se refere à morte de
Andrés Escobar, assassinado por Humberto Muñoz Castro.
Pois bem, me arrisco a responder:
Estamos sim...
E estamos por viver num país onde
a lei e merda é a mesma coisa para quem a burla - seja essa lei de que país
for.
Se não vejamos:
O Painel FC da Folha de São Paulo
publicou uma matéria que é um tapa na cara de todos nós...
Porém, mostra claramente o desdém
dos Gaviões da Fiel para com a justiça boliviana e para com a família de Kevin,
jovem morto por um de seus membros ao disparar um sinalizador naval no jogo do
Corinthians contra o San José na cidade de Oruro.
Segundo a matéria, uma Faculdade
da Zona Leste de São Paulo teria concedido a H.A.M, o menor que se apresentou a
policia paulista como sendo o autor do disparo do sinalizador em Oruro, uma
bolse de estudos integral em qualquer curso de sua preferência...
Sem vestibular?
Nem mesmo um exame do tipo o ovo
viu a uva?
Pois bem?
Paulinho publicou em seu blog o
seguinte texto sobre os bastidores dessa inusitada oferta:
A “torcida” garante que não terá
gastos com o garoto, e que a “bolsa” será integralmente assumida pela
instituição de ensino.
Nada mais do que uma meia
verdade.
Além da “faculdade” garantida, a
facção criminosa, por intermédio de seus “gestores’ extraoficiais, teriam
garantido a não cobrança de R$ 10 mil reais em dívidas da mãe do garoto,
assumidas com o comercio paralelo de produtos químicos. É o desespero que move
a entidade pela liberdade do diretor financeiro Tadeu, aliado da criminalidade,
e quem, de fato, manda e desmanda nos “Gaviões”.
Já Juca Kfouri, publica um texto
bastante irônico sobre o assunto:
O Painel FC, da Folha de S.Paulo,
assinado por Bernardo Itri, informa que a Gaviões conseguiu uma bolsa de
estudos, numa faculdade da zona leste paulistana, para o menor que assumiu a
morte do menino torcedor em Oruro.
A torcida uniformizada não revela
o nome da escola, para evitar represálias ou perseguições.
Apenas informa que não arcará com
nenhuma despesa, tudo a cargo da instituição de ensino.
Não diz também se a faculdade
liberará o novo aluno das aulas por uma semana para seguir o Corinthians em
jornadas fora do país.
Espera-se, ao menos, que não haja
sinalizadores na bolsa.
Nem laranjas para chupar no
recreio.
Um comentário:
Enquanto isso nós que só queremos torcer pelos nossos clubes em paz, de forma saudável, respeitando os torcedores dos adversários, somos tratados como gado nos estádios de futebol, sem nenhuma conforto, sem segurança, com ingressos cada vez mais caros e horários cada vez mais ridiculos. Gosto muito de futebol de acompanhar meu clube no estadio e exatamente por isso temo que no futuro não possa fazer o mesmo que meu pai fez comigo ao me levar com 6 anos ao estadio machadão ver o nosso ABC ser campeão. É revoltante ver que o estadio de futebol está se tranformando a cada dia num espaço de marginais que cometem seus crimes com a certeza da impunidade e ainda por cima são acobertados pelos dirigentes dos clubes.
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