Daqui a pouco, você verá no
programa Fantástico a entrevista de um perito que “provará” que o menor que se
apresentou como autor do disparo do sinalizador que matou o estudante boliviano
no estádio Jesús Bermudéz em Oruro, é realmente o culpado.
Nunca antes na história deste
país se viu tanto empenho no sentido de culpar alguém para livrar da cadeia
outros alguéns.
Incrível.
Não existe até aqui, provas
contundentes contra os 12 corintianos presos na Bolívia, mas também está claro
que a história de H.A.M é cheia de nós.
As autoridades bolivianas
mantiveram detidos em seu território os suspeitos por razões bem fáceis de
explicar:
Longe da Bolívia, os 12 suspeitos
estrão livres e fora do alcance da justiça daquele país e, no Brasil, certamente
o caso cairá no esquecimento...
A impunidade em nosso país, não é
segredo para ninguém.
Ronald Biggs é um clássico para
os estrangeiros, sem contar é claro com o caso Cesare Battisti.
Portanto, veja a reportagem com
seu senso crítico bastante aguçado...
O autor da matéria é o jornalista
Valmir Salaro que encontrou o tal perito e o convenceu a explicar para todos
nós como e porque H.A.M é o responsável pela tragédia de Oruro.
Aqui vai um pequeno histórico da
carreira de Valmir Salaro, pinçado no blog do Paulinho.
A carreira de Valmir Salaro
Por Paulinho
Salaro, que já foi assessor de Luís
Antônio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo e conselheiro do Corinthians,
ficou conhecido nacionalmente por um erro gravíssimo, talvez o mais famoso da
história do jornalismo brasileiro.
Pelo Jornal Nacional, o repórter
foi o primeiro a atestar a informação, comprovadamente mentirosa, de que seis
pessoas, entre eles um casal de japoneses, dono da Escola Base, teriam
molestado um menor de idade.
Praticamente acabou com a vida
dos envolvidos.
A matéria levou a prisão dos
inocentes, descobrindo-se, posteriormente, tratar-se de uma farsa.
Escândalo que até hoje é
referência de como não se deve praticar o jornalismo, utilizado nos principais
cursos de comunicação em Faculdades, e que foi contado em diversas publicações,
em que a atuação de Salaro é amplamente criticada.
Como por exemplo, no livro “Os
abusos da Imprensa”, de Alex Ribeiro.
http://www.canaldaimprensa.com.br/canalant/cultura/tercedi%C3%A7%C3%A3o/cultura1.htm
Mas não é só de Escola Base que a
história de “reportagens” estranhas de Valmir Salaro pode ser contada.
Há uma contestada entrevista,
tempos atrás, com um homem que aparece de costas, e se diz ser matador da PM,
com mais de uma centena de mortes nas costas, e que muita gente diz ser
fabricada.
Nunca se confirmou nenhum dos
dados relatados na matéria.
Outro caso, ainda mais famoso,
foi a celebre entrevista realizada por Salaro com o Casal Nardoni, que mais
parecia um horário comprado na televisão, se é que não foi, em que nenhuma
pergunta “difícil” foi feita aos assassinos, deixando a impressão, para os
desavisados, de que poderiam ser inocentes.
Um momento triste do jornalismo.
Outra distorção, grave, porém
pouco conhecida do repórter, ocasionou revolta da Força Área Brasileira, que,
em Nota Oficial, o tratou como mentiroso e fabricante de reportagens.
O jornalista, de maneira
aparentemente leviana, distorceu fatos que levavam a crer que todos os voos
brasileiros eram inseguros, no intuito claro de criar pânico no telespectador.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-fab-responde-ao-fantastico
Recentemente, Salaro foi notícia,
novamente, ao ser ouvido como testemunha de DEFESA do assassino Gil Rugai,
acusado de matar o pai e a madrasta, em 2004.
Um “currículo” de vida e profissional
que qualificam o jornalista para socorrer a emissora em que trabalha, e seus
parceiros, sem nenhum compromisso com o público a ser atingido e,
principalmente, com a veracidade dos fatos.
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